sábado, dezembro 31, 2005

Já que ninguém quis me dar presentes neste período de natal/ano novo, eu mesmo resolvi me presentear, comprando três CDs: Strokes – Room on Fire; Radiohead – Hail to the Thief e U2 – How to Dismantle an Atomic Bomb. Como diminui sensivelmente a compra de discos nos últimos dois anos (graças ao meu outro vício, os gibis), estou com vários CDs na lista de compras, e estes três já estavam na espera há um bom tempo. Quando ouvi-los direitinho, falo mais deles aqui no S&D. E estou na expectativa de ganhar uma graninha extra, e se tudo der certo, vou usá-la para comprar mais CDs, diminuindo ainda mais minha listinha de compras. E também espero reduzir um pouco o volume de gibis agora em 2006 para sobrar mais $$$ (e não repetir a performance pífia de 13 CDs adquiridos durante todo o ano).
Ah, finalmente consegui comprar uma edição da Bizz. Desde a volta da revista em setembro, não vi um exemplar sequer nas bancas da cidade, só conseguindo ler emprestada. Mas parece que deram um jeito na distribuição (ou finalmente sacaram que aqui também tem pessoas com bom gosto musical) e consegui ver a revista em duas bancas. Espero que este não tenha sido um caso isolado e que eu possa comprar mensalmente a Bizz nas bancas (mas ainda quero a volta das assinaturas).
Até o próximo ano, galera!

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Sabem quem é o novo VJ da MTV? Felipe Dylon! Isso mesmo. Aquele do “oh menina deixa disso, quero te conhecer” (ou algo do tipo). O ‘galã’ irá apresentar uma atração diária durante a programação de verão da emissora. Vejamos: antes tínhamos Massari, agora temos Dylon (que não é o Bob!). Alguém tem a paciência para enumerar as diferenças entre os dois? Pois é, eles continuam cavando cada vez mais o fundo do poço, que já está beeemmm fundo.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

ANTES DO PÔR-DO-SOL

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Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy), ele um americano, ela uma francesa, se conhecem durante uma viagem de trem pela Europa. Antes de prosseguir em viagem, ambos resolvem ficar em Viena, capital da Áustria, por uma noite,. Eles então passam a noite andando pela belíssima cidade, onde se apaixonam. Ao amanhecer, os dois se despedem. Ele volta para a América enquanto ela ruma para Paris, mas não antes de prometerem um ao outro de se encontrarem na mesma Viena seis meses depois. Basicamente este é um resumo do filme Antes do Amanhecer, de 1995.
Corta para 9 anos depois. Jessé encontra-se em Paris para divulgar um livro de sua autoria, onde conta os acontecimentos daquela noite mágica. Enquanto responde perguntas dos jornalistas, olha de lado e vê Celine. Começa a partir daí uma conversa de 80 minutos entre os dois (mostrada em tempo real) pelas ruas de Paris. Os personagens envelheceram, eles não são mais tão inocentes como antigamente, ambos exibem uma certa melancolia. No papo dos dois é revelado o que aconteceu neste intervalo de 9 anos. E aí, eles se encontraram 6 meses depois da noite em Viena? Estão juntos até hoje? Ou cada um seguiu seu caminho? Não sou eu que vou estragar a surpresa, veja por si mesmo em Antes do Pôr-Do-Sol.
O casal principal de atores está primoroso, mostrando uma sintonia perfeita, rara de se ver hoje em dia no cinema. Aliás, os dois tiveram uma participação no roteiro, juntos com o diretor Richard Linklater, deixando suas atuações ainda mais críveis. Filmado em apenas 15 dias, com o orçamento de 10 milhões de dólares (uma ninharia hoje em dia), o filme é excelente, um verdadeiro tratado sobre o amor. Uma ótima pedida para quem quer uma alternativa à essas comédias românticas horrorosas que infestam as locadoras.

domingo, dezembro 25, 2005

CAPAS DE JANEIRO DA PANINI - DESTAQUES

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HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Crise de Identidade #4
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Quarta edição desta mini que promete dar novos ares ao universo DC. A trama pouco se desenvolve neste capítulo. Não é revelado nenhum segredo obscuro dos integrantes da Liga da Justiça, e eles não estão mais perto de descobrir quem cometeu o assassinato de Sue Dibny (eu sei quem foi, mas não vou revelar não). Mas ainda assim, temos boas passagens, como o papo entre o Arqueiro Verde e o Hal Jordan (quando o Arqueiro lhe pergunta quando ele volta, e ele responde “Eu estou trabalhando nisso”, putz, ótima sacada). O Superman tem uma participação mais ativa nesta edição, analisando a cena do crime onde Jean Loring (ex-esposa do Eléktron) quase foi assassinada, ao mesmo tempo em que demonstra temer que Lois Lane possa ser a próxima vítima, temor que meio que se confirma na última página (claro que não vai acontecer nada com a Lois, mas não deixa de ser um bom gancho para o próximo número). Mas o melhor momento mesmo é quando Batman questiona quem se beneficia dos assassinatos, primeiro passo na descoberta de qualquer crime. A Mulher Maravilha, apesar de ilustrar a capa, mal aparece na história. Na verdade, só aparece seu busto. Quanto aos desenhos do Morales, continuam competentes, mas ele ainda não acertou o seu traço ao retratar o Superman, que ficou muito estranho. Enfim, Crise de Identidade continua confirmando todo o oba-oba que gerou nos sites e fóruns especializados quando o gibi foi lançado nos EUA. Ótima edição.

sábado, dezembro 24, 2005

PEARL JAM NA BAND

Pra quem ainda não sabe: neste domingo, dia 25, às 14:00 horas (horário de Brasília), a Band irá exibir o show que o Pearl Jam fez em São Paulo no último dia 3. No meio de tantas atrações de gosto duvidoso (pra dizer o mínimo) nos chamados "especiais de fim de ano", finalmente algo que merece ser visto. Pois é, agora você vai ter o que assistir enquanto espera pelo programa do Raul Gil, hehehe.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

CAPA DA BIZZ #196

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Será que desta vez consigo comprar?!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

OS SONHADORES

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1968, Paris, França. Henri Langlois é demitido da direção da Cinemateca francesa. Este fato é o estopim de protestos que varrem o país nos primeiros meses daquele que ficou conhecido como o ano que não acabou. É neste cenário que o americano Matthew (Michael Pitt) conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), todos amantes de cinema, em Os Sonhadores, filme do diretor italiano Bernardo Bertolucci. Alheios aos acontecimentos do mundo real, os três passam dias enclausurados num apartamento, conversando sobre a paixão em comum (o cinema) e bebendo taças e taças de vinho. O sexo, quase explícito e muito poético, não demora a acontecer. No meio de tudo isso boa música, incluindo Janes Joplin, Bob Dylan, Jimi Hendrix e The Doors, e várias citações a grandes clássicos do cinema, incluindo cenas de boa parte deles, que também são reencenadas pelo trio central do filme.
Neste filme Bertolucci volta à boa forma que o deixou famoso. Uma belíssima história que mistura realidade e ficção na medida certa. Os três atores principais parecem ter nascidos para estes papéis. Michael Pitt, que iniciou a carreira em Dawson’s Creek, parecia fadado a se tornar um Leonardo DeCaprio de segunda (é incrível a semelhança entre os dois), mas aqui se revela um ator de mão cheia, numa interpretação precisa e sem exageros. Eva Green (belíssima) e Louis Garrel também não fazem feio, interpretando perfeitamente o casal de irmãos que mantém uma relação pra lá de esquisita.
O longa-metragem pode ser meio chocante em algumas passagens, mas para quem está a fim de ver um bom filme tipicamente europeu, Os Sonhadores é altamente recomendável, assim com os extras do DVD, que contam mais um pouco do ano de 1968. Um dos melhores filmes que tive o prazer de assistir neste ano.

terça-feira, dezembro 20, 2005

END OF THE CENTURY – THE STORY OF THE RAMONES

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Uma vez ou outra vale realmente a pena ter tv a cabo em casa. Desta vez foi para assistir ao documentário End Of The Century, que conta a história da lendária banda punk Ramones, exibido no canal Cinemax, que apesar das falhas nas legendas, que insistem em não corrigir, valeu muito a pena. Mostrando depoimentos de integrantes da banda e de pessoas que viveram o surgimento do movimento punk de perto, mesclado com imagens, boa parte delas bem toscas, de performances da banda desde os primeiros shows no CBGB (que ficou famosa por exatamente abrigar os primeiros shows de bandas punk, como Television, Talking Heads, Blondie e, claro, os próprios Ramones) até a despedida dos palcos em 1996.
Era notório que os Ramones tiveram muitos problema em sua trajetória, mas ver os próprios protagonistas falarem de tudo isso acaba ganhando novos contornos. As dificuldades de Joey, desde garoto sofrendo de síndromes compulsivas e mais tarde ao perder seu grande amor para o companheiro de banda, o guitarrista Johnny (fazendo com que os dois nunca mais se entendessem, apesar da banda ter continuado por vários anos depois do ocorrido). As brigas entre Dee Dee e sua namorada. O sucesso que nunca chegava (enquanto outras bandas que emulavam o som deles alcançavam boas posições nas paradas). A mão-de-ferro com que Johnny controlava a banda, chegando até a proibir uma mudança de visual de Dee Dee. A troca de bateristas. O envolvimento com álcool e drogas, principalmente entre Dee Dee e Marky, segundo batera da banda. A produção de Phil Spector em um dos discos, que quase causou o fim da banda (sem esquecer que Phil chegou a meio que seqüestrar os caras). A saída de Dee Dee, que lançou um disco de rap em seguida (rap?! Só pode ter sido efeito colateral das drogas).
Alguns depoimentos chamam a atenção, como o feito por Johnny e Dee Dee, ao dizerem que Tommy (primeiro baterista da banda, e que também produziu alguns álbuns) não foi importante ao som dos Ramones, ou quando CJ, que substituiu Dee Dee no baixo, diz que foi ameaçado por Johnny para ficar no seu lugar, ao notar a amizade que crescia entre Joey e o novo integrante, ou Johnny achando estranho ter sentido a morte de Joey (porra, os dois ficaram juntos por cerca de 20 anos, o que há de estranho em sentir algo?). Ah, e teve também um (não lembro quem, mas não foi um integrante da banda) que, ao falar do sucesso na América do Sul, diz que no Rio de Janeiro há um milhão de moleques de rua, e que os comerciantes locais contratavam criminosos para matá-los, então eles ouviam Ramones para esquecer seus problemas (onde ele escutou essa?!). Outro momento que chama a atenção é quando Johnny solta um “Deus abençoe o presidente Bush e a América”, totalmente inesperado para uma pessoa que fez parte do nascimento do movimento punk.
Enfim, como diz Dee Dee em uma passagem, é difícil ser integrante de uma banda de rock. No final, fica a impressão que o que manteve a banda junta por cerca de 20 anos foi a paixão pela música, a adrenalina dos shows. Apesar do reconhecimento tardio de sua importância, hoje o legado de Joey Ramone e cia é bem maior do que leva a crer o seu nome batizando uma rua nos Estados Unidos.

(Ao som de It’s Alive, primeiro álbum ao vivo dos Ramones)

sábado, dezembro 17, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Superman 36 & 37
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Li as duas edições em seguida. Esta nova fase do homem de aço continua sendo uma grata surpresa. Brian Azzarello e Jim Lee continuam em “Pelo Amanhã” nos trazendo um conto filosófico do herói, onde as motivações por trás das ações importam mais que as próprias ações. A participação da Liga da Justiça no nº 37 foi bem interessante. Gostei particularmente da passagem onde Batman diz ao Superman: “Eu, pessoalmente, acho bom você estar levando isso pessoalmente”. Nas histórias do roteirista Greg Rucka temos algo mais próximo do gênero das aventuras de super-heróis. Tenho gostado muito da maneira como o autor equilibra cenas de ação, Clark trabalhando como o repórter e as poucas e boas que a Lois tem passado como correspondente de guerra do Planeta Diário. A tensão, digamos, sexual entre o herói e a tenente Leocadio também rende bons momentos. Interessante notar que neste arco o Super diz que não se mete em guerras, para não pensarem que ele toma partido, mas no arco do Azzarello, o mesmo não pensa duas vezes em interferir num combate quando tem um motivo pessoal para isso (no caso, o desaparecimento de Lois). Quanto às historias da dupla Austen/Reis, depois de uma pancadaria que parecia não ter fim, o ritmo frenético para um pouco para um momento ‘novela mexicana’ (que o Austen utiliza bastante nas suas histórias no título dos X-Men), onde Lana Lang abre seu coração para Clark. O nível não é baixo como em X-Men (pelo menos Clark não pegou Lana nos braços para ‘dar uma’ em pleno vôo, hehehe), mas também não empolga como as histórias de Azzarello e Rucka.
Umas coisinhas que queria dizer, mas que separadamente não rendem um post mais robusto:
1- Putz, a cara de pau das bandas do rock nacional dos anos 80 (aliás por que nenhuma delas nunca acaba?!) não tem limite. Eles fazem de tudo para permanecer na mídia. E agora não basta simplesmente viver às custas de sucessos do passado, tem que também mexer com os mortos. Como é que os caras do Barão Vermelho tiveram a coragem de ressuscitar o Cazuza num disco ao vivo? E a platéia ainda foi ao delírio ao ouvir a voz além-túmulo do cantor (isso se não foi trucagem de estúdio).
2- Mais uma vez não consegui comprar a Bizz, tive que ler emprestada. Mas não é disso que quero falar. Viram o Paranoid Android perguntando sobre a caixa de CD Roms na seção de cartas da edição de novembro (Strokes na capa)? Sim, sou eu mesmo! Foi uma surpresa até pra mim, pois tinha postado aquela mensagem no mural do site da revista, não esperava vê-la publicada.
3- O novo CD do Charlie Brown Jr (argh!) tem 74 minutos de duração? Essa deve ser a tortura mais longa de todos os tempos!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Sandman – A Casa de Bonecas
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Com uma pilha enorme de gibis que acumularam enquanto estudava para o concurso, claro que Sandman seria o primeiro a sair da fila. Neste segundo volume (num total de dez) temos o arco “A Casa de Bonecas”, que conta a história de Rose Wlaker, uma jovem que passará por uma seqüência de eventos (todos eles de alguma maneira ligados à Morpheus, o Mestre dos Sonhos) que mudarão sua vida para sempre. Mais uma vez Neil Gaiman dá uma aula de como fazer uma história em quadrinhos, prendendo a atenção do leitor do início ao fim, com personagens marcantes e diálogos bem construídos. O maior destaque na minha opinião é o capítulo chamado “Colecionadores”, onde é mostrado uma convenção de serial killers pra lá de bizarra (como se a idéia de uma convenção de serial killers já não fosse bizarra por si só). Outro grande momento é “Homens de Boa Fortuna”, que serve com interlúdio para o arco, mostrando os encontros seculares entre Morpheus e um homem que rejeita a morte, muito bem conduzido pelo roteirista. Enfim, mais uma edição para provar o porquê de Sandman ser hoje considerado um marco no mundo dos quadrinhos. Clássico é pouco.

I’M BACK, BABY!

Depois de longo e tenebroso inverno, estou de volta. O motivo da parada no e-zine (sim, a partir de agora chamem o Search & Destroy de e-zine, não de blog) foi a quebra do meu monitor (apenas dois meses depois do fim da garantia; minha velha sorte atacando novamente), mas agora está tudo consertado. E agora que já fiz a prova do concurso, podemos voltar a programação normal.

sábado, dezembro 03, 2005

MAIS SOBRE TEN

Como o texto da crítica do álbum Ten é bem pequeno, já que foi publicado sem nenhum destaque, afinal era o primeiro disco de uma banda que nunca tínhamos ouvido falar até então, aqui está mais um texto sobre o hoje clássico Ten, publicado na Showbizz #172, de novembro de 1999, por ocasião da lista dos 100 melhores discos da década de 90, na qual o debut do PJ ficou na décima posição, atrás de discos do Nirvana, Radiohead, Beastie Boys, Chili Peppers, Metallica, Beck, U2, Oasis e REM. Este texto também é pequeno, mais vai assim mesmo, encerrando a Semana Especial Pearl Jam.

PEARL JAM - TEN (1991)
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Que banda era aquela que a MTV começou a tocar incessantemente no final de 1991, com aquele cabeludo pendurado nas estruturas de um palco, cantando uns ô-ô-ôs guturais? Poucos discos de estréia são originais como este, cheio de guitarras, a bateria bem tocada (pelo primeiro da série, Dave Krusen) e os vocais angustiados de Eddie Vedder. A mais estável das bandas de Seattle até hoje lança discos de sucesso. Ten é cheio de clássicos: “Alive”, “Jeremy”, “Even Flow”...

LETRA TRADUZIDA

PEARL JAM
ÚLTIMO BEIJO

(Wayne Cochran)

Oh, where oh where can my baby be
Onde, oh, onde estará o meu amor
The Lord took her away from me
O senhor a tirou de mim
She’s gone to heaven so I’ve got to be good
Ela foi para o céu então tenho de ser bom
So I can see my baby when I leave this world
Para que eu possa ver meu amor quando deixar este mundo

We were out on a date in my daddy’s car
Nós saímos no carro do meu pai para um encontro
We hadn’t driven very far
Não tínhamos andado muito
There in the road, straight ahead
Lá na estrada, bem na frente
A car was stalled, the engine was dead
Um carro estava parado, o motor estava morto
I couldn’t stop, so I swerved to the right
Eu não pude parar, então desviei para a direita
I’ll never forget the sound that night
Nunca esquecerei o som daquela noite
The cryin’ tires, the bustin’ glass
Os pneus cantando, os vidros quebrados
The painful scream that I heard last
O grito doloroso que finalmente ouvi

When I woke up the rain was pourin’ down
Quando acordei chovia torrencialmente
There were people standing all around
Havia pessoas por todos os lados
Something warm was runnin’ in my eyes
Algo quente estava caindo nos meus olhos
But I found my baby somehow that night
Mas de algum modo achei meu amor naquela noite
I raised her head, and then she smiled and said
Levantei sua cabeça e então ela sorriu e disse
Hold me darling for a little while
Abrace-me, querido, por um tempo
I held her close, I kissed her our last kiss
Abracei-a forte e a beijei no nosso último beijo
I found the love that I knew I would miss
Encontrei o amor que sabia que sentiria falta
Now she’s gone, even though I hold her tight
Agora ela se foi, mesmo que a tenha abraçado forte
I lost my love, my life, that night
Perdi meu amor, minha vida, naquela noite


Como fazem todo Natal, Eddie Vedder e sua trupe gravaram um single no fim de 1998 para dar de presente para seu fã-clube oficial. “Last Kiss”, música gravada pelo grupo J. Frank Wilson & The Cavaliers, que atingiu o segundo posto da parada Billboard em 1964. No lado B, uma obscura música também dos anos 60, “Soldier Of Love”, de Arthur Alexander. Reza a lenda que Vedder teria comprado o vinil com “Last Kiss” numa loja de antiguidades de Seattle. Sempre disposto a se engajar em qualquer causa político-social, Vedder resolveu lançar o single comercialmente nos EUA e doar a renda para a entidade C.A.R.E.. As duas músicas também aparecem no CD No Boundaries (que no Brasil se chamou Sem Fronteiras), que teve sua renda revertida em favor dos refugiados do Kosovo, que além do Pearl Jam, traz ainda Neil Young, Oasis, Rage Against The Machine e outros.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

CRÍTICAS DA BIZZ ESPECIAL

Claro que não poderia ficar de fora desta Semana Especial Pearl Jam as famosas Críticas da Bizz, seção recorrente no Search & Destroy. Selecionei textos da revista sobre os seguintes álbuns da banda: Ten, Vitalogy, No code e Live On Two Legs. Ten é o clássico primeiro disco dos caras. Lançado em 1991, Ten chegou a vender mais que Nevermind, do Nirvana, nos EUA. O álbum contém pérolas como “Even Flow”, “Alive”, “Black” e “Jeremy”. Esta última, aliás, rendeu um clipe fantástico, vencedor de vários prêmios. Vitalogy é o terceiro disco do PJ, e o primeiro a vir numa caixa especial de papelão, hoje marca registrada da banda. Depois de um segundo disco apenas mediano, os caras voltam a boa forma, criando grande sons, como “Not For You”, “Tremor Christ” (minha favorita), “Corduroy” e “Nothingman”. Claro que a quilométrica “Stupid Mop” estraga um pouco. Seguimos com o quarto disco, No Code, que é mais experimental (em algumas passagens, perto da chamada world music), com guitarras mais econômicas e a maior presença de violões, como em “Off He Goes”, “Present Tense” e “Around The Bend’. Mas ainda temos bons rocks, como “Hail Hail” e “Mankind”. Finalizando temos Live On Two Legs, primeiro álbum ao vivo de muitos de Vedder e cia, gravado durante a turnê do CD Yield, trazendo um apanhado de seus cinco primeiros trabalhos, além de uma versão de “Fuckin Up, do chapa Neil Young. Bem, paro por aqui. Fiquem agora com os quatro textos da Bizz.

PEARL JAM- TEN (Epic/Sony)
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O PJ é o que sobrou do Mother Love Bone – uma das bandas mais poderosas da já tradicional cena de Seattle – mais um vocalista-letrista californiano, Eddie Vedder, que uniu à barulheira soundgardeniana um jeito skate-natureba-apache de ser. Ou seja: este primeiro álbum da banda é metal pesado-mas-não-rápido.
Tudo bem, as passagens lentonas não são monótonas. O som está a serviço de encarnações com os grandes temas à la Morrison: morte, sentido da vida, sexo, universo, relação com a Terra etc. E, apesar desta queda para o cabeção (comprovado pelo uso de cello, órgão, piano e percussão), eles não derrapam na pretensão. Discão.
(Texto de autoria de André Forastieri, publicado originalmente na BIZZ, em fevereiro de 1992)

PEARL JAM – VITALOGY (Epic/Sony)
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Enfim, o terceiro álbum do Pearl Jam. Um disco que por pouco não engrossou a lista dos famosos “álbuns-que-não-vingam”. Afinal, o grupo viveu um ano mais do que difícil enquanto concebia o disco, a começar pelo impacto causado pelo suicídio de Kurt Cobain. Basta lembrar do famoso “esse pode ser o nosso último show, pois a morte de Kurt mudou tudo”, bradado por Eddie Vedder em Nova York, ao final da turnê encerrada prematuramente, graças a uma batalha judicial entre a banda e a empresa Ticketmaster, que negocia entradas para shows nos Estados Unidos.
Para completar, o baterista Dave Abbruzzese resolveu pular fora do barco quando o grupo estava em pleno processo de composição, sendo substituído por Dave Krusen, o mesmo que segurou o primeiro disco da banda, Ten.
Como não poderia deixar de ser, Vitalogy – cujo título foi roubado de um velho almanaque medicinal – reflete o momento de indecisão pelo qual a banda passava. Mas, descontando-se a face pesada do trabalho, ele também traz o grande Pearl Jam. Canções como “Not For You”, “Corduroy” e “Better Man” – sem dúvida, o melhor disco – dão nova vida a uma das bandas que tiraram o rock americano do marasmo da virada dos anos 90.
Nessas três composições – assim como em “Nothingman”, do baixista Jeff Ament – , é possível encontrar a inspiração e o frescor dos tempos de “Oceans” ou “Alive”.
Nelas, o Pearl Jam acerta o foco com maestria, impulsionando pelo vocal de Vedder e os riffs inconfundíveis de Stone Gossard – que, pode-se dizer, criou uma escola nos Estados Unidos.
Da forma que já havia esboçado no disco Vs., agora o grupo também ruma de encontro ao punk rock, principalmente na levada raivosa de “Spin The Black Circle” e mais de leve na primeira faixa de Vitalogy, a ótima “Last Exit” – que descaradamente surrupia a introdução de “All Along The Watchtower”, aquela canção de Bob Dylan imortalizada por Jimi Hendrix.
Há também a serena “Immortality”, uma espécie de referência feita pelos “moleques” do Pearl Jam à maior banda dos anos 80, o R.E.M.. Se não comprometem, as menos inspiradas “Whipping” e “Satan’s Bed” deixam a peteca cair um pouco.
Mas nem tudo são rosas em Vitalogy. A ininteligível “Pry, To” não diz a que veio. Um Eddie Vedder claramente bêbado vem gritar palavras sem nexo, enquanto o resto da banda arranha uma bobagem sonora. Mais: o álcool também dá o tom em “Bugs”, na qual o vocalista encarna um dublê de Tom Waits, com direito até a sanfoninha.
Mas acima de tudo, o maior furo do disco é “Stupid Mop”, pretensiosa colagem sonora que mistura ruídos, vozes de crianças, mais intervenções instrumentais e outras tolices. Algo como um “Revolution #9” – viagem dos Beatles incluída no White Album.
Resumo: Vitalogy não compromete o status adquirido pelo Pearl Jam nos últimos quatro anos, não chega aos pés do fundamental Ten, mas é superior a Vs.. Dê um crédito à banda. Ela merece.
(Texto de autoria de Hélio Gomes, publicado originalmente na Bizz de janeiro de 1995)

PEARL JAM – NO CODE (Epic/Sony)
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Não é mole conciliar o popestrelato com a integridade. Kurt “Bang” Cobain que o diga. Afluente da mesma maré grunge, o Pearl Jam já bateu de frente com empresa de tickets de shows, lançou disco sem o nome do grupo e até colou num survivor do rock essencial, o Neil “Forever” Yong.
Um caleidoscópio de polaroids, as letras rabiscadas de giz ensacadas na capa desdobrável, tudo em No Code dá aquela idéia de rascunho/urgência que combate a armação do produto fabricado. Até o clichê de guitarras rugindo (“Hail Hail”, “Habit”) foi racionado. Porradaria (“Lukin”) e sutileza (“Sometimes”) se alternam, indo da valsa/rock (“Red Mosquito”) a um relance de world music (“Who You Are”), alem de incursões climáticas no folk guiadas pela amargura vocal de Eddie Vedder – que parece ter passado a garganta num oscilador de voltagem. Vai da tensão à depressão como quem atravessava a rua.
O PJ parece ter encontrado a saída do moedor de carne. Um belo disco sem candidatos chapados a hit. Tem de rodar até colar no ouvido.
(Texto de autoria de Tárik de Souza, publicado originalmente na Showbizz de outubro de 96)

PEARL JAM – LIVE ON TWO LEGS (Epic/Sony)
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Vá lá que Eddie Vedder, cantor da única grande banda de Seattle ainda em atividade, às vezes incomode com sua angústia provocada pelo sucesso e sua briga eterna com a Ticketmaster, empresa que controla as vendas de ingressos para shows nos EUA. Quando cala a boca e se concentra em cantar as canções de sua banda, o rapaz mostra porque o Pearl Jam – mesmo lançando discos quase todo ano – segue com o prestigio inabalado.
Dois meses após encerrar a turnê promocional de seu último CD, Yield, o quinteto de Seattle solta seu primeiro disco ao vivo. Reclamações surgirão pela presença no repertório de apenas duas músicas do disco de estréia, Ten, “Even Flow” e “Black”. Mas é justificável que uma banda jovem não queira viver do passado e distribua o set list entre seus cinco discos. Assim, aparecem – com ótima recepção do público, que se esgoela do inicio ao fim – boas canções menos badaladas, como “Hail, Hail”, “Daughter” e “Nothingman”. Vedder segura bem a voz, caprichando nas interpretações mesmo que isso signifique, eventualmente, uma escorregada na afinação. Nada grave, pois o melhor do grunge sempre foi mais emocional.
O instrumental é baseado no ótimo baixo de Jeff Ament, com a bateria do ex-Soundgarden Matt Cameron emprestando mais técnica aos arranjos de seus antecessores. Os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready se revezam bem entre os acordes distorcidos e sutis pontuações harmônicas. A versão para “Fuckin’ Up”, de Neil Young, dá toque final a um belo CD.
(Texto de autoria de Bernardo Araújo, publicado originalmente na Bizz de janeiro de 1999).

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O NASCIMENTO DO PEARL JAM

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O Pearl Jam é filho direto do Green River, antiga banda punk de Seattle. Na formação do Green River estava dois futuros integrantes do PJ: o baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard. O Green River ainda tinha na formação Mark Arm nos vocais, Steve Turner na segunda guitarra e o baterista Bruce Fairweather. A banda lançou dois álbuns, Come On Down, de 1985, e Rehab Doll, de 1988, encerrando as atividades em seguida. Mark Arm e Steve Turner montaram o Mudhoney (aliás, é o Mudhoney que está abrindo os shows do PJ no Brasil). Jeff Ament e Stone Gossard formaram o Mother Love Bone, banda que durou bem pouco tempo, devido à morte por overdose do seu vocalista, Andrew Wood, em março de 1990. Chris Cornell, ex-Soundgarden e atual vocalista do Audioslave, que era amigo de Andrew, sugeriu um tributo ao falecido cantor. Surge então o Temple Of The Dog, que reuniu integrantes do Mother Love Bone e do Soundgarden, trazendo também nos vocais o então novato da turma Eddie Vedder, que foi recrutado através de um anúncio de jornal. Este supergrupo lançou um disco homônimo de grande sucesso, puxado pela música “Hunger Strike”. Chris Cornell resolve então se dedicar totalmente ao Soundgarden. Ament e Gossard decidem então chamar Vedder para formar uma nova banda, chamada inicialmente de Mookie Blaylock, passando a se chamar pouco tempo depois de Pearl Jam. O primeiro álbum desta nova banda é lançado em 23 de agosto de 1991, colocando as músicas “Alive”, “Even Flow” e “Jeremy” nas paradas do mundo todo. O resto é história...

terça-feira, novembro 29, 2005

CURIOSIDADES SOBRE O PEARL JAM

Apelidado pelos amigos de “Menino Sorriso” (Laughing Boy), Eddie já trabalhou como roadie em clubes de San Diego. Mas o que garantia sua moradia era o emprego como segurança de um cemitério. Ele e o ex-batera da banda Jack Irons eram amigos muito antes de ambos ingressarem no Pearl Jam. Foi Jack quem indicou o trampo em Seattle para o cantor. Reza a lenda que, ao receber a demo dos caras do PJ, Eddie foi surfar. E saiu da água com três letras pontas.
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Desde 1990, o Pearl Jam já teve cinco bateristas: Dave Krusen (que saiu da banda em 1991), Matt Chamberlain (que saiu para tocar na banda do programa Saturday Night Live), Dave Abbruzzese, Jack Irons e o atual, Matt Cameron (ex-Soundgarden).
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O nome Pearl Jam surgiu da cabeça de Eddie Vedder: sua avó se chamava Pearl e era casada com um índio que influenciou seu estilo de cozinhar! A lenda diz que ela criou um alucinógeno, batizado pela família de Pearl Jam (geléia de pérola).
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As letras do Pearl Jam são propositalmente dúbias: “Cada um deve interpretar como quiser”, diz Eddie Vedder.
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Antes de se mudar para Seattle e ficar conhecido como o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder tinha uma banda em San Diego, na Califórnia, chamada Bad Radio. Eles não lançaram um único disco sequer.
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Além de tocar na trilha sonora do filme Vida de Solteiro (com duas músicas, “Breath” e “State of Love and Trust”), Stone Gossard, Jeff Ament e Eddie Vedder (tocando bateria) faziam parte da banda fictícia liderada pelo ator Matt Dillon.
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O nome do 2º álbum da banda, VS, surgiu depois de várias discussões entre os integrantes da banda. Originalmente era pra ser chamado Five Against One (5x1).
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A música “Once”, do álbum Ten, é até hoje um mistério para os fãs da banda. O murmúrio de Vedder, quase ininteligível, no fim da canção, é o seguinte: “Você acha que eu mantenho meus olhos fechados, mas eu estou olhando para você o tempo inteiro”.

domingo, novembro 27, 2005

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LETRA TRADUZIDA

PEARL JAM
ALIVE
VIVO


Son, she said, have I got a little story for you
Filho, ela disse, tenho uma historinha para você
What you thought was your daddy was nothin' but a...
Quem você pensou que era seu pai não passava de um...
While you were sittin' home alone at age thirteen
Enquanto você estava em casa sozinho aos 13 anos
Your real daddy was dyin'
O seu verdadeiro pai estava morrendo
Sorry you did not see him, but I'm glad we talked...
Sinto você não tê-lo visto, mas estou contente de termos conversado

Oh I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey, I, oh,I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

Oh, she walks slowly, across a young man's room
Ela caminha vagarosamente, pelo quarto de um jovem
She said I'm ready...for you
Ela disse estou pronta... para você
I can't remember anything to this very day
Eu não consigo lembrar de nada desse certo dia
'Cept the look, the look...
Exceto o olhar, o olhar
Oh, you know where, now I can't see, I just stare...
Você sabe onde, agora eu não posso enxergar, eu só encaro...

I, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

Is something wrong?, she said
Tem algo errado?, ela disse
Well of course there is
É claro que tem
You're still alive, she said
Você continua vivo, ela disse
Oh, and do I deserve to be?
E eu mereço estar?
Is that the question
É essa a pergunta?
And if so...if so...
E se for... e se for...
Who answers...who answers...
Quem vai responder... Quem vai responder...

I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Yeah I, ooh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

O Pearl Jam foi o grupo mais bem-sucedido da leva grunge que botou Seattle no topo do mundo do rock. Formado por integrantes de bandas históricas da cidade (o baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard tocaram no Green River, que desembocou no Mudhoney, e também no Mother Love Bone), o quinteto decolou somente depois que encontrou o vocalista Eddie Vedder. A união dessas forças resultou em Ten (1992). O primeiro single foi “Alive”, uma conversa entre a mãe e filho carregada de dramaticidade (prato-cheio para a interpretação dilacerada e grandiloqüente de Vedder), em que ela revela que o pai verdadeiro do rapaz não era quem ele pensava.

sábado, novembro 26, 2005

A partir de amanhã, neste mesmo bat-blog, começa a semana Pearl Jam, há muito prometida.
E como diria o Robin, "Santa camisa de flanela, Batman!"
SUPERGRASS – I SHOULD COCO (Parlophone/EMI)
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Lá pelo meio da audição do CD I Should Coco, do grupo inglês Supergrass, peguei o pequeno encarte para me certificar de que o disco havia sido lançado em 1995 mesmo, e não em 1980. Explico: o som do Supergrass não tem nada de moderno, nada de atual... Uma benção! Com tanta chatice no pop atual, buscar influências no punk dos anos 80 parece ser uma ótima idéia. O Supergrass faz um punk-pop animado e não esconde sua maior influência: o Buzzcocks. Aliás, “influência” é pouco para descrever o impacto que o supergrupo de Pete Shelley parece ter tido no Supergrass – “adoração” parece ser mais adequado. I Should Coco é Buzzlocks da cabeça aos pés. Dos riffs de guitarra pegajosos aos refrões assobiáveis, passando pela voz do cantor – imitação competente do canto esganiçado de Pete Shelley – tudo cheira a Buzzcocks. Ouça a introdução da faixa “Alright” e veja se não é uma cópia descarada do clássico buzzcockiano “Noise Annoys”. Pergunto: qual o problema de fazer um som derivativo? Não há mal nenhum em copiar alguém, especialmente quando esse alguém é o Buzzcocks, uma das melhores bandas que já existiram nesse planeta sonolento.
Como o próprio Buzzcocks chupou tudo que sabia dos grupos da Invasão Britânica dos anos 60, como Kinks e Troggs, é natural que o Supergrass também soe um pouco como esses veteranos da distorção. Ponto para eles. I Should Coco é, como diz o pensador Fernando Vanucci, “simplezinho mais bonitinho”. Não vai mudar o mundo, mas com certeza pode torná-lo um pouco mais divertido.

(Texto de autoria de André Barcinski, e publicado na revista General # 16, em 1995)

CAPA DE GREEN ARROW #40, BY MARCOS MARTIN & ALVARO LOPEZ

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quinta-feira, novembro 24, 2005

SEPULTURA – ROOTS (Roadrunner)
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Ao Sepultura as melhores saudações. Na tentativa de cruzar novas linhas sonoras e fazer um álbum que tivesse um conceito, o grupo se inspirou na idéia de “roots” – raízes – e introduziu em sua música ingredientes brasileiros, percussivos. A experiência, motivadora e excitante, resultou excelente: a combinação soou orgânica.
Os resultados mais concretos e radicais dessa assimilação são dois. Primeiro, “Ratamahatta”, composta e gravada com Carlinhos Brown (a música, simplesmente do cacete, é também uma prova do bom funcionamento de certos termos em português em letra do grupo: por que não fazer mais isso?). Segundo, a canções com intervenções vocais e instrumentais de índios xavantes – que aliás comparecem ainda com o canto “Itsari”, gravado na selva com acompanhamento acústico da banda.
Além dessas novidades enriquecedoras no aspecto musical, o disco apresenta um Sepultura renovado também na escolha de temas políticos, com Chico Mendes e o grupo ativista Tortura Nunca Mais servindo respectivamente de inspiração para “Ambush” e uma porrada punk-hardcore sintomaticamente intitulada “Dictatorshit”.
No mais, o que se ouve é o Sepultura vital de sempre, com a mesma densidade e espessuras sonoras que, unidas à raiva, ao ímpeto e a competência habituais, contribuem para o merecido status de grupo brasileiro dos mais importantes da atualidade.

(texto de autoria de Carlos Rennó, e publicado originalmente na ShowBizz de março de 1996)

terça-feira, novembro 22, 2005

SMITHS – BEST OF SMITHS VOL. 1 & VOL. 2 (Warner)
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Foi em 82: na Inglaterra, o tom era dado por nomes como Culture Club, Duran Duran, Spandau Ballet e Soft Cell. Homens de maquiagem, sintetizadores, kitsch estudado, poseurs com atitude, David Bowie no altar – a disco desovando seus primeiros herdeiros musicais. O pop inglês era todo pose, glamour, eletrônica e dance negra americana.
Mas ao mesmo tempo, tinha muita gente morando em COHABs cinzentas, putas da vida, se recusando a enterrar o legado punk e achando que aquele pop tinha muito pouco a ver com a vida real na Inglaterra. Não tardou e essa multidão de angustiados de quarto e cultivadores de deprê arrumou alguém que captasse todo esse sentimento e o transformasse em música: Stephen Morrissey.
Não podia ser mais perfeito: um ex-bibliotecário, fã de New York Dolls e apologista de uma tradição popular britânica que ia de Petula Clark à Copa de 66 e que a era do vídeo clip e da comunicação moderna teria “destruído”. Para completar ele vinha de Manchester, poluído centro do norte inglês decadente. Morrissey odiava sintetizadores, Madonna, dance music e os EUA.
A sorte de Morrissey é que ele achou uma boa banda para musicar suas letras de desilusão senão ele estaria condenado a ler poemas para meia-dúzia de gatos pingados (na verdade, o contrário também pode ser dito da banda). Nesta banda também se destacava o guitarrista Johnny Marr, um dos músicos mais inventivos da década de 80. Marr foi talvez o único que entendeu e soube transformar o clima e o espírito das letras de Morrissey em música.
De 82 a 86, os Smiths lançaram uma sucessão de singles magníficos e LPs impecáveis (The Smiths, Meat Is Murder e The Queen Is Dead). A crítica em geral os endeusou, muitas músicas se tornaram hits e um gigantesco e doentio fã-clube se formou. A partir de 87 a bola murchou com o irregular disco Strangeways Here We Come e uma voraz indústria que passou a ver lucro em cada sulco que os Smiths pudesse colocar na rua. Entre 87 e 88, saíram as compilações The World Won’t Listen e Louder Than Bombs e o ao vivo Rank. Todas têm faixas em comum com estes Best Of..., são edições melhores e mais completas mas estão fora de catálogo no Brasil (o mesmo vale para a coleção de singles e gravações inéditas da primeira fase do grupo, o indispensável Hatful Of Hollow). Com certeza, velhos fãs dos Smiths mais antigos têm tudo que está aqui, mas para marinheiros de primeira viagem o disco é uma introdução bem organizada e essencial – tem desde o primeiro single, o raro “Hand In Glove”, até a popular “You Just Haven’t Earned It Yet Baby” – embora pobre em acabamento (sem encarte, dados biográficos etc). Mas é música pop de primeira linha: imediata, criativa, energética e com refrões muito cantáveis.

(Texto escrito por Camilo Rocha, publicado originalmente na Bizz #88, em novembro de 1992)

OBS: Apesar do que foi dito no texto, os meus dois Best Of... têm encartes legais, incluindo as letras das músicas, algo raro em coletâneas. Ah, e esta “You Just Haven’t Earned It Yet Baby” não está presente em nenhum dos dois CDs.

domingo, novembro 20, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

CRISE DE IDENTIDADE #3
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Ocupadíssimo me preparando para o concurso, mas arranjei um tempinho para ler a terceira parte desta minissérie que está abalando o universo DC. Mas se meu intuito ao resolver ler o gibi foi relaxar, tirar um pouco a cabeça dos estudos, bem, seria melhor ler outra coisa, porque Crise de Identidade não é leitura para isso.
Bem, metade desta edição é gasta mostrando o pega entre os integrantes (pelo menos alguns deles) da Liga da Justiça e o Exterminador. Não conheço muito o vilão, então não posso dizer se exageraram ou não seus poderes para quase dar conta de todos os heróis. Mas mesmo assim, foi bem bolada a briga. Depois temos uma conversa entre o Arqueiro Verde e o Flash, onde mais segredos sórdidos do passado da Liga são revelados. Aí fica a pergunta: será que o Superman, que estava ali pertinho, com sua superaudição, ouviu tudo? Bem, se ouviu, só saberemos nos desdobramentos da série, que comina em Crise Infinita, que está sendo publicada agora nos EUA, pois pelo que me lembro, este fato não foi mais mencionado em Crise de Identidade (lembrando que já li os scans no começo do ano). Aliás, já viram a quantidade de revistas que serão canceladas nos States depois de todos estes eventos? Flash, Gotham Knights, Superman, Wonder Woman etc.
Mais uma vez o roteirista Brad Meltzer (que assinou um contrato de exclusividade com a DC, eba!) dá uma aula de narrativa, com ótimos diálogos. E os desenhos do Rags Morales continuam competentes, mas precisa melhorar ao retratar o Superman, que ficou meio estranho.
Enfim, mais uma excelente edição. Já se foram três, faltam quatro.

sábado, novembro 19, 2005

SILVERCHAIR – FROGSTOMP (Epic/Sony)
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O release informa que “Tomorrow”, tirada da demo, foi um dos cinco maiores singles da história da Austrália, ultrapassando Midnight Oil e INXS. Depois um EP apresentou “Pure Massacre” e o trio foi considerado Artista do Ano e Melhor Single pela Rolling Stone australiana. O que tirou o Silverchair da garagem e fez de Frongstomp disco de platina em menos de uma semana é o que o Pearl Jam não gravou entre Ten e Vs. Além das duas já citadas, o espírito de Eddie Vedder baixa no vocalista Daniel Johns em “Faultline”, “Shade”, “Suicidal Dream” e “Cicada”. Outras manifestações de Seattle assombram “Undecided” e “Leave Me Out” (Soundgarden) e “Israel’s Son” (Alice In Chains). Tirando aquela cidade da cabeça, distingue-se de Helmet a Blind Melon. Como se pode constatar, um discaço.

(Texto de autoria de Emerson Gasperin, publicado originalmente na revista General #16, em 1995)
Eu eu eu, o Real Madrid se...

sexta-feira, novembro 18, 2005

COSMIC ROUGH RIDERS – ENJOY THE MELODIC SUNSHINE (Poptones/Trama)
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Não é a toa que …Melodic Sunshine soe tão vigoroso. O terceiro álbum deste quinteto escocês reúne material originalmente composto para seus dois discos de estréia – lançados pelo microsselo Raft Records, vendendo cada um cerca de três mil cópias. Até entrar em estúdio pela gravadora inglesa Poptones, os Cosmic Rough Riders tocaram até rachar, encarando grandes audiências em festivais por toda a Europa. Ou seja, refinaram seu repertório original até sair com uma seleção de temas inspirados e testados pelo grande público. A receita sonora da banda você conhece bem: guitarras Rickenbacker de doze cordas, violões, batidas jingle-jangle e vocais trabalhadíssimos, um pouco como os Byrds, um pouco como Crosby, Stills, Nash & Young, muito com clima do famoso “som da Califórnia” da virada dos anos 60 para os 70. Visualmente, eles são gordinhos e desajeitados, sem a menor chance de se tornarem ídolos pop. Mas, musicalmente, a fina receita de canções como “Have You Heard The News Today?”, “Morning Sun” ou “The Loser” engancha no cerebelo na primeira audição. A versão nacional de …Melodic Sunshine é igual à japonesa, incluindo duas faixas extras. Ou seja, mais momentos de pop divinal para seu deleite.

(Texto de autoria de Ricardo Alexandre, e publicado originalmente na revista Frente #1, em março de 2002)

terça-feira, novembro 15, 2005

LED ZEPPELIN – REMASTERS (Atlantic/Wea)
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Hipótese A: você tem mais de 25 anos e passou metade da década de 70 com o cabelo nos ombros e desenhando cogumelos no fundo dos cadernos. Então esqueça a coletânea tripla do Led Zeppelin, com clássicos remasterizados pelo guitarrista da banda, Jimmy Page. A edição brasileira não tem nada de novo. Melhor trocar sua coleção caidaça do Zed por CDs.
Mas se você chegou agora há pouco e acha que os Guns N’ Roses são a melhor banda heavy – ou simplesmente não tem grana para comprar o catálogo completo do Zed – , Remasters veio de encomenda. São 24 músicas pinçadas por Page entre as 80 gravadas pela banda em nove discos, nos seus doze anos de carreira. É a melhor enciclopédia de heavy metal para quem está começando a curtir som pesado agora. E mesmo que você odeie “Stairway To Heaven”, compre. Este álbum liquída os preconceitos de quem pensa que não gosta de heavy (se pergunte, meu caro: como alguém inteligente pode desprezar um gênero inteiro?).
Para fazer a seleção, Page elegeu dois eixos principais: entraram músicas que viraram grandes hits e aquelas que ele considerou mais experimentais. Do primeiro tipo, foram as complementares “Communication Breakdown”, “Dazed And Confused” e “Baby, I’m Gonna Leave You” (do LP de estréia), “Whola Lotta Love” (do segundo disco, na qual Robert Plant promete te dar cada polegada de seu “amor”), a bela “Since I’ve Been Loving You” (do terceiro LP), “Black Dog”, “Rock N’ Roll” (yeah!) e “Stairway To Heaven” (do quarto disco) e “All My Love” (de In Through The Out Door).
Entre as experimentais (ou “viajantes”, como se dizia no meu tempo) estão a maravilhosa “Kashmir” – que Robert Plant considera a melhor música do Zed – , a wagneriana “Immigrant Song”, “Trampled Underfoot” e “Achilles Last Stand” (mais de dez minutos de delírios sinfônico-guitarrísticos que provam pela centésima vez o talento de arranjador de Page, com a preciosa colaboração de John Paul Jones). O trabalho de remasterização foi feito por Page e o produtor George Marino, durante o mês de maio de 90. Foram necessárias mais de trezentas horas no estúdio Sterling Sound, em Nova York. O produto final foi lançado nos EUA em dois formatos: uma caixa com dois e outra com quatro CDs.
O problema é que a edição nacional é baseada na européia, um algum triplo em vinil. O capricho remasterizador de Page praticamente desaparece nesta versão que não “capta” as limpezas eletrônicas feitas nas faixas. O canal mesmo para os fãs do grupo é a caixa quádrupla em CD americana, com cinqüenta músicas. Esta sim, é para profissionais: o som é ótimo e inclui raridades como “Travelling Riverside Blues” (um puta blues caipira gravado em 69, para um programa de rádio, e que a MTV não pára de passar), “Hey, Hey, What Can I Do?” (um lado b do arco-da-velha) e um mix de “White Summer” com “Black Mountain Side”, ao vivo. Mas, mesmo a versão ianque deixa a desejar: não traz vários clássicos, entre eles “Living Loving Maid”, “You Shook Me” (grande música para transar) e “Dancing Days”. Mesmo assim foi a caixa mais vendida na temporada de Natal passada nos EUA, enfrentando medalhões como Roy Orbison, Jimi Hendrix, Marvin Gaye e Robert Johnson.
Mas não quero espantar ninguém de comprar o disco brasileiro, que é bem prensadinho e tem uma capa caprichada. Se você tem CD e puder descolar a caixa quádrupla, genial. Se não puder, grave de alguém. Se não conseguir, não vacile: compre a versão brazuca mesmo, que é uma coletânea respeitabilíssima. Afinal, esta revista não é feita para hippies velhos que sabem de cor a letra de “Since I’ve Been Loving You” (“Working from seven to eleven, every night... I don’t think that’s right”...).

(Texto de autoria de André Forastieri, publicado na Bizz #70, em maio de 1991)
PATO FU - RUÍDO ROSA (BMG)

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Vou aplicar aqui o paradoxo do sábio Eduardo Portela (presidente da Fundação Biblioteca Nacional) quando declarou, lá pelos anos 80, que não “era” governo, mas “estava” governo. Confesso que não sou, mas estou “Fu”. Sim, daqui do meu Rio (o aparelho), ouço em MP3 o sexto CD em nove anos de carreira na banda belo-horizontina Pato Fu – calma, BMG, copiei o CD só para ouvir com os meus botões! Estar “Fu” é um privilégio porque o novo disco diverte e ilustra... É um álbum gostosinho e pop mesmo, sem abdicar do QI superior.
Fato notável é que o Pato Fu agora passa por um período de reciclagem. A banda liderada pelo guitarrista e compositor John está menos Pizzicato Five e mais alguma coisa como vanguarda nova-iorquina e som alternativo britânico, passando por psicodelismos neo-Mutantes.
Scratches, loops e grooves formam a fechadura pela qual podemos espiar o modus operandi do quarteto nas 13 faixas de Ruído Rosa. O barulhinho bom fica por conta do produtor Clive Goddard, que já enxertou efeitos em Pulp e Moby. Ele trabalhou num estúdio famoso de Londres (o Strongroom) e mandou de lá eflúvios que grudaram no CD como mel na mosca.
O disco é pontilhado por bons arranjos eletroeletrônicos e, sobretudo, pelo sopranismo preciso da vocalista Fernanda Takai, uma verdadeira Mário Reis (sambista da velha-guarda) da geração anos 90. Como o fundador da bossa no canto, La Takai fere a nota e emociona em canções como o rock “Eu” (dos gaúchos Frank Jorge e Marcelo Birck – veja só, a copa Sul-Minas apenas expressa uma velha associação; basta ouvir Beto Guedes e Kleiton & Kledir...), o samba “Tribunal De Causas Realmente Pequenas” e os baladões “Ninguém” e “E O Vento Levou...”. Há episódios de paródias, como no rock-Mamonas “Sorria, Você Está Sendo Filmado” e no embalo experimental “Day After Day”, com participação dos ex-Mulheres Negras André Abujamra e Maurício Pereira e o engraçado inglês de Fernanda.
A junção de gostosura e inteligência é tão rara no chamado pop nacional que Ruído Rosa deve ser celebrado como inauguração de uma fase risonha na historia da república. Estejamos todos “Fus” neste momento crucial. Quem só tem carne no coração (como diz Fernanda a certa altura do CD) precisa ouvir e se deliciar com esses mineirinhos geniais.

(Texto de autoria de Luís Antônio Giron, publicado na Bizz #190, de maio de 2001)

sábado, novembro 12, 2005

QUEENS OF THE STONE AGE – SONGS FOR THE DEAF (Universal)
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Caro colega, leia com atenção: este é o melhor álbum de rock’n’roll de verdade de 2002. Apenas para justificar, não estou levando em conta Foo Fighters ou Hellacopters. Assim, falemos do QOTSA.
Stoner rock ou Stoner metal, seja lá o nome que você quer usar, o terceiro disco da banda é um chute no saco que não tenho. Josh Homme e Nick Oliveri formam o time com o Foo Fighter Dave Grohl na bateria e o ex-Screaming Trees Mark Lanegan nos vocais em várias faixas.
Feche a porta e escute este álbum no volume 10. Introduções que são falas de DJ’s, barulhos de rádio, canais mudando.
Josh Homme assume os vocais em “No One Knows” e “First It Giveth”. Na música mais sabbathiana do álbum, “A Song For The Dead”, Dave Grohl está maravilhosamente bem, adicionando batidas poderosas, complexas e rápidas a guitarras ácidas. Tudo isso com Mark Lanegan nos vocais pressurizados.
“Six Shooter” tem direito ao theremin de Alain Johannes em punk cuspido por Oliveri. “Go With The Flow” é uma das meilhores do álbum. Vocais melódicos com instrumental pesado.
A banda ao volante deste carro dirige rápido, não tem medo do que há pela frente. A estrada é longa, o percurso, sinuoso. Tentei procurar algo parecido em minha coleção de metal setentista – talvez Sabbath, com seu peso e roupagem sombria, Led, com seus vocais e guitarras acústicas.
A edição nacional traz ainda “Everybody’s Gonna Be Happy”, cover do Kinks. É a cereja em cima do bolo.

(Texto de autoria de Sylvie Piccolotto, e publicado originalmente na Zero #4, em 2002)

sexta-feira, novembro 11, 2005

OASIS- DEFINITELY MAYBE (CREATION/EPIC)
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Você ainda acredita que uma banda que vem de Manchester – terra dos maiores pentelhos franjudos entediados do planeta – poderia ser a salvação do rock n’ roll? Ainda mais quando o semanário britânico New Musical Express coloca o disco de estréia dos caras nas nuvens?
Pela capa (com “ponta” do Burt Bacharach) e pelas péssimas referências acima, você não desembolsaria nem 25 centavos por este CD, não é? Pois então agradeça a este seu serviçal por mais um favor prestado a seu bolso. Pode comprar tranqüilo este Definitely Maybe, sem medo de ser ludibriado. Ele é honesto.
Oasis é um grupo que adora o palco, posa com os seus instrumentos e caga para o que a mídia pensa sobre eles. Isso não lhe cheira a Suede? Só que os caras merecem durar bem mais do que aqueles “perobas” glitter.
Aqui há grooves de guitarras semi-acústicas sustentando as exímias composições de Noel Gallagher e aquela marca de quem leva a coisa realmente “à sério”. Todas têm aquele caráter “chapadão” típico do rock inglês.
Com certeza, não vão revolucionar porra nenhuma, como se anuncia por aí. É só mais uma banda que merece figurar na sua CDteca entre o Mudhoney e o Urge Overkill. O que já garante para eles uma cobertura com piscina no céu dos rockers.

(texto de autoria de Alexandre Rossi, e publicado originalmente na Bizz nº 113, em dezembro de 1994)

quarta-feira, novembro 09, 2005

RADIOHEAD – THE BENDS (EMI)
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O Radiohead conseguiu um sucesso na América que ingleses como Blur, Oasis e Elastica dariam sua coleção de capas da Melody Maker para ter. “Creep”, do primeiro álbum (Pablo Honey), foi hit de verdade: MTV, Billboard, o escambau. É difícil prever se a história se repetirá com esse disco porque o mercado americano não é mesmo de dar muitas chances a essas bandas inglesas. Mas eles bem que mereciam porque permaneceram consistentes na qualidade e o vocalista Thom E. Yorke é uma estrela nata, do visual ao carisma. Uma das coisas que fazem The Bends ser tão bom de ouvir é a harmonia perfeita entre barulho e quietude (poderíamos chamar isso de uma fórmula “Creep”?). A música sabe quando tem que ficar quieta para reforçar um momento, digamos, de súplica tristonha (“High & Dry”) e sabe subir o volume para soar desesperadamente angustiada/irada/etc. (“Bones” ou “Just”). Além desse instrumental impecável (guitarras empapadas em phaser, dedilhados belíssimos, eletrônica sutil), a voz de Yorke quase nunca cai na tentação do teatral excessivo (um vício inglês inventado por Bowie que, dependendo de quem usa, pode ir do ridículo ao inspirado). O Radiohead consegue compilar as melhores coisas que o rock inglês já inventou e evitar todos os clichês que queimaram seu filme (aliás “My Iron Long” tem um riff que é puro Echo & The Bunnymen). O Radiohead merece dinheiro, presentes, drogas e sexo de boa qualidade por ter conseguido uma proeza: fazer rock hiper-sensível sem frescuras (alô Smashing Pumpkins, podem se aposentar já!).

Texto de autoria de Camilo Rocha, e publicado originalmente na revista General # 12, em algum mês de 1995.

domingo, novembro 06, 2005

RECADO IMPORTANTE

Galera, é o seguinte: em 4 de dezembro próximo farei a prova do concurso do TRT, para o cargo de Execução de Mandados, e gostaria de dedicar estas semanas restantes para estudar o máximo possível. Portanto não poderei me dedicar tanto ao blog. Mas como não quero deixá-lo simplesmente parado, resolvi o seguinte: até o dia da prova, colocarei aqui neste espaço rock/gibi/filme virtual (nossa, tô parecendo o Humberto Finatti, do Zap"N"Roll) textos antigos de variadas revistas sobres discos que considero essenciais, mais ou menos como faço de tempos em tempos com os posts que nomeei de “Críticas da Bizz”, diferindo no fato que não serão tirados apenas da Bizz, e também por não colocar meu texto introdutório, onde coloco minhas impressões sobre determinado disco, já que vou estar sem tempo para criá-los. A tarefa de digitar os textos será de um sobrinho meu, que até já fez alguns, eu apenas revisarei. Pode ainda rolar algo mais simples, como capas de gibis ou algum outro tipo de imagem que achar legal, mas basicamente é isso. Ah, e o especial Pearl Jam, que prometi tempos atrás, deve rolar no final do mês. Já está quase tudo pronto, estou só esperando o momento certo para colocar todos os textos aqui. Então, continuem visitando e comentando. And wish me luck!

Obs: este é o post de número 200 do Search & Destroy.

sábado, novembro 05, 2005

CURIOSIDADE

Está registrado num vídeo amador. No início dos anos 70, o Led Zeppelin se hospedou num luxuoso hotel em Seattle que tinha uma grande atração: os hóspedes podiam pescar jogando anzóis das janelas dos quartos. Muito bem: depois de fisgarem um filhote de tubarão, Robert Plant e cia picaram o bicho e introduziram pedaços do bicho na vagina de uma fã mais safadinha. “Ah, essa história é um exagero, botamos nela um caçãozinho de nada...”, desfaz Richard Cole, o tour manager do Led na época.

TEM QUE TER!

Ramones – Mondo Bizarro (1992)
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Lançado em plena onda grunge, esse álbum, o 16º da banda, incluindo as coletâneas, trouxe os Ramones de volta a sua grande forma. Abrindo o disco, temos “Censorshit”, com uma letra que mete o pau nos censores. O pique continua forte com “The Job That Ate My Brain” e na quase metal “Poison Heart”, 1º clip do disco. “Strengh To Endure”, a melhor na minha opinião, tem aquela melodia grudenta, como “Pet Sematary”, sucesso do disco anterior deles. “Take It As It Comes” nem parece que é uma versão de uma música do The Doors, de tão ‘ramônica’ que ficou. “Heidi Is A Headcase” é prima direta de “Sheena Is A Punk Rocker” e “Suzy Is A Headbanger”. Há também espaço para a balada “I Won’t Let It Happen”, e o álbum termina com “Touring”, uma ode a vida em turnês. Um discão, com a energia de uma banda que parecia que estava lançando sua estréia.
Tracklist:
1-Censorshit
2-The Job That Ate My Brain
3-Poison Heart
4-Anxiety
5-Strengh To Endure
6-It’s Gonna Be Alright
7-Take It As It Comes
8-Main Man
9-Tomorrow She Goes Away
10-I Won’t Let It Happen
11-Cabbies On Crack
12-Heidi Is A Headcase
13-Touring

quinta-feira, novembro 03, 2005

CAPAS DE NOVEMBRO DA PANINI - DESTAQUES

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FRASE

O sentimento de vingança é tão prazeroso que, muitas vezes, o homem deseja ser ofendido apenas para poder se vingar.”

Giacomo Leopardi (1798-1837), escritor italiano.

domingo, outubro 30, 2005

YOU COULD HAVE IT SO MUCH BETTER WITH FRANZ FERDINAND

Olhem só o que a revista Veja, em sua edição desta semana, disse sobre You Could Have It So Much Better, o novo disco do Franz Ferdinand:
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O quarteto escocês Franz Ferdinand é uma das maiores sensações do novo rock. Seu repertório é energético (o que agrada à rapaziada) e seu visual, impecável (o que provoca histeria entre as meninas). Se o segundo disco costuma ser a prova dos noves para bandas assim, o Franz Ferdinand passou no teste com louvor. O novo trabalho é ainda melhor que seu CD de estréia, do ano passado. O grupo ficou menos reverente à new wave dos anos 80: prefere investir em canções com guitarras sujas. Faixas como “The Fallen” e “Evil and a Heathen” são feitas para incendiar as pistas roqueiras. Há também boas baladas – “Eleanor Put Your Boots On” remete aos Beatles. O lançamento inclui um DVD com entrevistas, clipes e um making of das gravações.
Claro que a Veja não é das mais confiáveis, até porque nesta mesma seção Veja Recomenda já apareceu o acústico do Charlie Brown Jr. E este lance de “repertório energético que agrada à rapaziada e visual impecável que provoca histeria entre as meninas” chega até a ser engraçado de tão idiota que é, mas isto é normal na mídia não-especializada, e a revista tem a mania horrorosa de rotular comportamento jovem. Mas, junto a outros textos que li, este segundo álbum do Franz parece ser muito bom mesmo. Na minha opinião, se for tão legal quanto o primeiro, que só adquiri recentemente, tá mais que no lucro, e as duas faixas que já ouvi, a faixa título e “Do You Want To”, são bem bacanas. Segue a lista de músicas do álbum abaixo:
1. The Fallen
2. Do You Want To
3. This Boy
4. Walk Away
5. Evil And A Heathen
6. You're The Reason I'm Leaving
7. Eleanor Put Your Boots On
8. Well That Was Easy
9. What You Meant
10. I'm Your Villian
11. You Could Have It So Much Better
12. Fade Together
13. Outsiders

NOSSA!!!

Olhem só como a Lois Lane (interpretada pela atriz Erica Durance) vai aparecer num dos próximos episódios da nova temporada de Smallville:
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É, parece que esta quinta temporada vai ser melhor que a anterior, hehehe. Lembrando que no Brasil os novos episódios da série começam a ser exibidos pela Warner Channel a partir de 8 de novembro.

sábado, outubro 29, 2005

SANDMAN - TERRA DOS SONHOS

Parece que a periodicidade quadrimestral dos encadernados de Sandman pela Conrad foi para o espaço. Isso porque, apenas um mês e meio depois de lançarem o segundo volume, “Casa de Bonecas”, já está em pré-venda no Submarino o terceiro volume da série, “Terra dos Sonhos”, por um preço promocional de R$ 47,90 (confira clicando aqui). Eu, que até agora só tenho o primeiro volume, “Prelúdios & Noturnos”, vou ter que me virar agora para comprar as duas edições, pois não quero que acumule muita coisa para comprar. Confira abaixo a capa e a sinopse do produto.

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Fenômeno mundial de público e de crítica, Sandman consolidou o gênero de quadrinhos adultos. Publicado no final da década de 80, o épico original mistura mitologia grega clássica, lendas urbanas modernas e fantasia. Esta é a mais luxuosa edição de Sandman já produzida no mundo. Terra dos Sonhos é o 3º volume de uma coleção de 10 livros com a série completa de Neil Gaiman - todos com capa dura, formato maior, papel especial e conteúdo totalmente colorido. Em “Terra dos Sonhos”, Gaiman faz um intervalo no enredo principal e traz quatro novas histórias para a trama atemporal do Mestre dos Sonhos. "Calíope" conta a sina de uma musa grega aprisionada por escritores inescrupulosos. "Um Sonho de Mil Gatos" revela que o domínio do Sonhar não é exclusividade dos humanos. A história seguinte é a única obra dos quadrinhos a ganhar o World Fantasy Award: Morpheus cobra uma barganha antiga com William Shakespeare - "Sonho de Uma Noite de Verão". "Fachada", por fim, mostra uma mulher dotada de poderes imensos, mas que vive um pesadelo. “Terra dos Sonhos” traz ainda o roteiro original de "Calíope", uma viagem exclusiva aos bastidores de uma das maiores sagas dos quadrinhos.

sexta-feira, outubro 28, 2005

YOU ONLY LIVE ONCE

Baixei há alguns dias a nova música dos Strokes, “You Only Live Once”, e não tenho parado de ouvi-la desde então. Quando li não sei onde que ela lembrava “I Want To Break Free”, do Queen, não dei muita bola, achava que era exagero. Mas agora que ouvi, putz! A introdução é igualzinha. Se os remanescentes do Queen estiverem atrás de uma graninha extra, podem processar os nova-iorquinos por plágio, que a chance de obter êxito na demanda é grande, nem precisa ficar entrando com recurso atrás de recurso com tem feito o José Dirceu para salvar seu mandato. Brincadeiras à parte, a música é bem legal, e se o resto do terceiro álbum da banda, First Impressions Of Earth, que deve ser lançado no começo do próximo ano, mantiver este nível, teremos uma coleção de bons sons pela frente.
Gostaria de agradecer ao pessoal que tem comentado meus textos. Legal da parte de vocês se darem ao trabalho de fazer isso, além, é claro, de ler meus posts. Quando vi que tinha cinco comentários ao texto sobre o Tim Festival, e nenhum deles era spam (uma verdadeira praga por aqui), cheguei até a me emocionar, hehehe. Continuem assim! Se eu sou um total chato de galocha em pessoa, ao menos virtualmente pareço ser um cara legal, né?
Agora, Fabiano, como você viu in loco todos estes shows, você está desde já intimado a fazer um texto sobre suas aventuras na cidade grande para ser postado aqui no Search & Destroy, falou? Se você concorda, sinais de fumaça por favor.

quinta-feira, outubro 27, 2005

LETRA TRADUZIDA

STEPPENWOLF
BORN TO BE WILD
NASCIDO PARA SER SELVAGEM
(Mars Bonfire)

Get your motor running
Bote seu motor para funcionar
Head out on the highway
E se enfie pela alto-estrada
Lookin’ for the adventure
Procurando aventura
And whatever comes our way
E tudo que aparecer pelo caminho

Ya darling, you could make it happen
Sim, querida, você poderia fazer acontecer
Take the world in a loving embrace
Tomar o mundo num abraço de amor
Fire all of your guns at once
Atire com todas as suas armar de uma vez
And explode into space
E exploda pelo espaço

I like smoke and lightning
Gosto de fumaça e relâmpago
Heavy metal thunder
Trovão heavy metal
Racing with the wind
Apostando corrida com o vento
And the feeling that I’m under
E o sentimento que me domina

‘Cause you are a true nature child
Porque você é um verdadeiro filho da natureza
We were born, born to be wild
Nós nascemos, nascemos para sermos selvagens
We can climb so high
Podemos subir tão alto
I never want to die
Eu nunca quero morrer

Born to be wild
Nascido para ser selvagem
Born to be wild
Nascido para ser selvagem


“Born To Be Wild” fez famoso o Steppenwolf, grupo criado em 1967 na Califórnia pelo vocalista alemão (apenas de nascimento) John Kay. Lançada no álbum de estréia, que leva o nome da banda (de 1968), a música tornou-se clássico de toda uma geração depois de projetada na trilha do filme Sem Destino (Easy Rider, no original). Seu autor, o canadense Dennis Edmonton, conhecido pelo pseudônimo Mars Bonfire, não fazia parte do Steppenwolf: era irmão do baterista Jerry Edmonton. Inicialmente quase uma balada, “Born To Be Wild” foi composta na empolgação dos primeiros passeios de Mars em seu Ford Falcon e teve como inspiração um pôster que celebrava o estilo de vida dos motoqueiros. A letra foi a primeira à citar o termo “heavy metal”, criado pelo escritor junkie William Burroughs. O trovão sonoro que a acompanha é um prenúncio hard rock do que viria a ser o metal. Sempre de óculos escuros e calça de couro negro, o cantor John Kay alcançou o sucesso várias outras vezes, ajudado por riffs clássicos como os de “The Pusher” e “Magic Carpet Ride”. “Born To Be Wild” foi muito regravada. Algumas versões são bem dignas, como a do Cult (no disco Electric, de 1987) e a do cantor Sky Saxon (ex-The Seeds, banda pioneira do rock de garagem americano). Outras, nem tanto (as leituras dos farofeiros Riot e Lizzy Borden). Conhecidos a partir de um hino da vida nas highways, dois ex-integrantes do Steppenwolf ironicamente perderam a vida em acidentes automobilísticos: o organista Rushton Moreve e o baterista Jerry Edmonton, irmão do autor da música.

terça-feira, outubro 25, 2005

TIM FESTIVAL

Como disse na quinta-feira, assisti ao Tim Festival pela MTV, e meus maiores medos em relação à cobertura dos shows se confirmaram. Para falar a verdade, foi até pior que imaginava. Rafa e Sarah estavam péssimos, mas isso eu já sabia, principalmente em relação ao primeiro. Desculpa quem curte os VJs atuais (se é que tem alguém), mas para quem se acostumou com apresentadores do quilate de Gastão, Massari, Soninha e Cris Couto, entre outros, fica difícil engolir essa nova safra. E essa nova safra ainda influi nos antigos VJs que ainda permanecem no canal (Edgard e Marina estão cada vez piores).
Bem, se o problema da cobertura do Tim fosse apenas Rafa e Sarah, tudo bem, até porque era esperado. Mas não ficou só nisso. Eles ficaram devendo a transmissão de vários shows, ou melhor, quase todos. Cadê o Kings of Leon, o Arcade Fire, o Wilco, o Kings of Convenience, o Morcheba, entre outros? O que houve, a Abril tá regulando a grana e não puderam adquirir o pacote completo? Ou foi pura incompetência mesmo? Quer saber, cansei de falar mal desse canal de merda, vamos aos shows que vi.
Na sexta-feira passaram mundo livre s/a (é escrito tudo em minúsculas, né?) e Strokes. Bem, tava na seca para ver o show dos nova-iorquinos, então foi difícil aturar a galera do mangue. Não que eu não curta Fred 04 e cia, tenho até os dois primeiros discos deles, e gosto muito de ambos. Mas como prévia dos Strokes não desceu bem. O único momento que me animei um pouco foi quando eles tocaram “Guns of Brixton”, do Clash (essa até se o Paulo Ricardo resolver gravar fica boa). Acaba o show, intervalo de mais de uma hora, pois seria a vez dos Kings of Leon tocar, e como disse, não foi exibido. E dá-lhe encheção de lingüiça (e do meu saco).
Finalmente chega a hora. Os Strokes entram bombando com “Hard To Explain”, uma das minhas favoritas da banda. Eles chegam a tocar praticamente o álbum Is This It inteiro. O set ainda é composto por algumas boas músicas do Room on Fire, segundo disco deles, e ainda umas inéditas, sendo que entre estas novas, a banda proibiu a TV de exibir duas delas, temendo que caíssem na rede. No final, o saldo foi positivo. Animaram bem a galera, voltaram para o bis duas vezes, o Julian falou umas palavras em português, o batera Fab (que é brasileiro) chamou todos de irmãos e tal. Mas achei que faltou algo mais. Eles são muito profissionais, as músicas soam iguais as versões dos discos, podiam experimentar mais ao vivo, fazer um solo diferente, tocar uma cover inesperada, sei lá. Talvez o problema seja meu, que tive minha epifania rock ‘n’ roll ao ver o show do Nirvana pela Globo no Hollywood Rock de 93 (ou seja, fiquei mal acostumado). E foi só na sexta-feira.
No sábado, nenhuma das bandas que a MTV ia mostrar me interessou, então pula.
No domingo tivemos Television e Elvis Costello. Bem, não tem coisa pior do que ver um show pela TV onde você não conhece quase nenhuma música tocada. Do Television conheço um pouco do Marquee Moon, mas não o suficiente para reconhecer suas músicas na apresentação dos caras (com exceção da faixa título do álbum, que talvez por achar sua base muito parecida com a de “Obstacle 1”, do Interpol, grudou na minha cabeça). Mas como a galera parecia estar gostando, então deve ter sido bom. Com Elvis Costello foi ainda pior. Só conheço algumas músicas esparsas dele, e algumas em versões cover (“Pump It Up”, na versão do Mudhoney, e “Oliver’s Army”, na versão dos Raimundos). Mas tivemos alguns bons momentos, como a execução de “Alison” e “She”, que acho que para muitos é a mais conhecida do Costello (apesar de ser uma cover). Se eu não fosse tão leigo em relação aos dois, com certeza teria aproveitado bem mais os shows.

Texto criado ao som do disco Chain Gang Of Love, do Raveonettes.

sexta-feira, outubro 21, 2005

CAPA DA BIZZ Nº 194

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Cobertura do Tim Festival a partir de amanhã na MTV. Finalmente algo que merece ser visto. Mas como é bom demais pra ser verdade, é bem capaz do Rafa participar da transmissão. No entanto, vai valer o esforço pra ver Strokes, Kings of Leon, Wilco, entre outros, e conhecer o tão falado Arcade Fire.

quinta-feira, outubro 20, 2005

NOVIDADES DA PANINI

(Meio atrasado, mas vai assim mesmo)

A Panini Comics anunciou boas novidades para o final do ano. A mais inesperada e melhor delas, na minha opinião, é a publicação de We3, que saiu nos EUA pela Vertigo em 3 edições, e que sairá por aqui numa edição única. Escrita pelo Grant Morrison e soberbamente ilustrada pelo Frank Quitely, We3 mostra as aventuras de três animais (um gato, um coelho e um cachorro) cientificamente alterados. Apesar das aparências, não tem nada de infantil na história, pois os bichinhos não são dos mais dóceis. Já li o scan da HQ e é altamente recomendável. E é a primeira publicação da Vertigo, o selo adulto da DC Comics, pela Panini, pedido antigo de vários leitores. Espero que seja apenas o primeiro de muitos.
Teremos também a publicação da minissérie Lanterna Verde: Renascimento, que traz a volta de Hal Jordan à tropa de Lanternas, mais uma edição de DC Especial estrelada pelos policiais de Gotham e o segundo volume de Grandes Clássicos DC Novos Titãs, continuando a republicação da fase Wolfman/Pérez, iniciada no começo do ano.
Mas o que está gerando o maior barulho nos fóruns especializados da net é a publicação de uma série de encadernados no famigerado formatinho. A editora anunciou que pretende lançar as séries Thor - Son of Asgard, Inumanos, Fugitivos, Distrito X e Mulher-Hulk em encadernados com arcos completos, com capa cartonada, papel LWC (o chamado papel de luxo) e no formato 13 x 20 cm, já começando em novembro, vindo como brinde no 1º volume uma caixa para guardar a coleção. Muitos já estão dizendo que este é um sinal que será adotado o formatinho para todas as revistas de linha, uns dizem que vão boicotar o produto, outros que é o início do fim... Bem, previsões apocalípticas de lado, a iniciativa é boa, um produto diferenciado que pode encontrar seu nicho de leitores. Eu não gosto do formatinho, mas vou comprar os dois volumes de Fugitivos, e talvez também o da Mulher-Hulk, ambos títulos bem elogiados pela crítica especializada. Claro que o formato original americano é mil vezes melhor, mas como disse o usuário The Flash do Fórum HQM, eu compro os gibis pelas histórias, não pelo formato.