quinta-feira, fevereiro 23, 2006

KEANE – HOPES AND FEARS

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Em seu álbum de estréia, este trio britânico nos apresenta uma coleção de boas canções, ora calmas, ora um pouco mais agitadas, todas levadas no piano de Tim Rice-Oxley, na bateria de Richard Hughes e nos vocais de Tom Chaplin. A comparação com Coldplay, que também tem no piano seu diferencial, é inevitável, mas a julgar pela estréia, o Keane tem mais competência que Chris Martin e cia. Músicas como "Somewhere Only We Know", "Everybody´s Changing", "This Is The Last Time" e "Bedshaped", já bastante executadas nas melhores rádios e com clips exibidos pelas MTVs mundo afora, grudam em nossas cabeças instantaneamente, com suas melodias precisas e refrões emocionantes. Outras boas canções são “Bend And Break” e “She Has No Time”. Na verdade, apenas duas músicas são um pouco mais fracas, o que, num álbum com onze faixas, é mais do que positivo, principalmente nesta época onde poucas bandas sobrevivem ao segundo single. Tom Chaplin tem uma voz maravilhosa, que casa com perfeição ao piano de Rice-Oxley, produzindo um daqueles raros álbuns de sua coleção que seus pais não mandarão baixar quando você ouvir no volume 10.

O SHOW DO U2 EM 10 MOMENTOS

1- Foi muito legal terem tocado cinco músicas de Achtung Baby, um dos meus discos favoritos dos caras.
2- O Bono cantando a parte de Miss Sarajevo que cabe ao Pavarotti na versão de estúdio foi de arrepiar. Mandou muito bem.
3- O Bono, falando frases longas em português, deve ter aprendido com o Eddie Vedder.
4- Quem era aquele moleque? O que ele gritou ao microfone? E onde está o juizado de menores quando precisamos dele?
5- Quando é que os integrantes das bandas estrangeiras que fazem shows por aqui irão aprender que quem curte rock no Brasil odeia carnaval?!
6- O Bono agradeceu ao Franz Ferdinand por ter feito o show de abertura. E aproveitou e disse que futuramente seria o U2 que abriria para o Franz. Não creio.
7- E a galera vaiando a Argentina? Pensava que o fã do U2 não dava bola para essas picuinhas futebolísticas.
8- Bono elogiando Lula?! Ô carinha mais desinformado, heim?
9- O trecho de “Norwegian Wood” dos Beatles foi outro bom momento.
10- Até que a transmissão da Globo foi legalzinha. Mas não entendi as legendas com as letras das músicas que sumiam na metade.

domingo, fevereiro 19, 2006

BIZZ # 198

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Já nas bancas a edição de fevereiro da BIZZ. Na capa, como não poderia deixar de ser, o U2, trazendo tudo sobre a Vertigo Tour, que aporta por terras brasileiras nesta semana. Ainda neste número uma bela entrevista com as duas cabeças pensantes dos Los Hermanos, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante (teve até participação do garçom do restaurante onde a entrevista foi feita); uma matéria com Bob Dylan e seu álbum perdido; uma guia com o melhor do velho Sabbath; aquelas seções legais de sempre (Barulho, Discos & Música Online etc) e outras coisinhas para melhorar ainda mais o recheio da revista. Depois de uma edição mais ou menos (a de janeiro), desta vez eles capricharam bem.

DATAS

Amanhã, 20 de fevereiro, marcaria o 39º aniversário de Kurt Cobain, ex-líder do Nirvana, uma das últimas bandas que realmente importava. Kurt se suicidou em abril de 1994, aos 27 anos.

sábado, fevereiro 18, 2006

CRÍTICAS DA BIZZ

Para não deixar em branco a passagem do U2 pelo Brasil aqui no S&D, resolvi ressuscitar o bom e velho quadro “Críticas da Bizz”, trazendo o texto sobre o álbum Achtung Baby, de 1991. Este disco marca uma grande reinvenção no som da banda, com grande influência da música eletrônica que bombava na Europa no começo dos anos 90 (influência que alcançaria seu auge no disco Pop, de 1997). Em um ano que tivemos grandes discos, como Nevermind, do Nirvana, Blood Sugar Sex Magik, do Chili Peppers, Out Of Time, do R.E.M. e o Black Album do Metallica, o U2 nos presenteia com um dos melhores álbuns de sua (já na época) gloriosa carreira. Músicas como “One”, Until The End Of The World”, “The Fly” e “Mysterious Ways” estão até hoje entre as melhores do quarteto irlandês, e com certeza algumas delas estarão no set list do show desta segunda no Morumbi (com transmissão da Globo, vejam só). Bem, chega de enrolação. Vamos ao texto da Bizz, de autoria de Alex Antunes.

U2 – ACHTUNG BABY (Island/Polygram)
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O U2 vai lançar disco novo. Tá tá tá. O disco se chama Achtung Baby... Ops! “Te Cuida Neném” parece coisa do Kojak, não de um grupo que até então batizava seus manifestos com títulos de inspiração bíblica ou coisa parecida (The Joshua Tree, Rattle And Hum, The Unforgettable Fire).
Aí tinha. De fato, os irlandeses que atravessavam os anos 80 carregando a cruz da Decência e da Boa Vontade Entre Os Homens perceberam que, pouco a pouco, a responsa ia sugando sua inspiração – ainda que lhes rendesse os tubos.
O U2 escreve sua história por linhas tortas. Continuo insistindo em que o subestimado LP October, de 81 (que sucedeu a bem-vinda estréia de Boy e antecipou a vigorosa beleza de War), é ao mesmo tempo um bom disco e um ponto de interrogação.
A dramaticidade derramada (eu diria pieguice, mas vá lá) do ao vivo Under A Blood Red Sky é que abriu a trip messiânica dos caras. Tendência que eles tentaram compensar trabalhando com Brian Eno e Daniel Lanois – dois produtores sutis, ao contrario do bombástico Steve Lillywhite que os elevou às paradas. Mas aí o élan dos primeiros discos já era. O cordeiro foi para o brejo. A revisitação das raízes (raízes de quem, cara pálida?) americanas em Rattle And Hum, o álbum duplo e o filme pareciam puro merchandising crente.
E eis que, dez anos depois, eles fizeram a coisa certa. Trocaram a Dublin da “guerra santa” pela Berlin velha de guerra, botaram todos os produtores no mesmo saco (mais o genial engenheiro de som Flood, dos discos do Depeche Mode) e cometeram um troço meio pesado, meio dançante, meio apaixonado: pós-punk tardio, dúbio, como o rock tem que ser.
Mas o susto, ao fim e ao cabo, nem é tão grande. Superado o apavoro das guitarras e vozes saturadas de “The Fly” ou “Zoo Station”, é sempre o bom U2 de Bono, The Edge e Cia (confira o segundo single, “Misterious Ways”).
Honesto, ainda que menos inocente.
ALEX ANTUNES

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Fotos de Maria Sharapova com trajes sumários para a revista Sports Illustraded? É só clicar aqui. Totalmente excelente!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

LAW & ORDER: CRIMINAL INTENT

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Já estava há algum tempo querendo falar sobre esta série, mas ia adiando, adiando... Mas agora vai!
Law & Order é uma das mais antigas séries da TV americana, com mais de 15 anos no ar. Tamanho é seu sucesso que começou a gerar franquias (assim como C.S.I. gerou C.S.I. Miami e C.S.I. New York). Law & Order: Criminal Intent é a terceira desta franquia (a segunda é Law & Order: Special Victims Unit, e ainda tem Law & Order: Trial By Jury, já cancelada), e está atualmente na sua quinta temporada, com cerca de 100 episódios produzidos. Nela é dada uma maior atenção ao lado psicológico dos crimes, mostrando o que há na mente dos criminosos, e é também neste sentido psicológico que os investigadores investem para solucionar os casos. A dupla de detetives Robert Goren e Alexandra Eames, interpretados respectivamente por Vincent D'Onofrio e Kathryn Erbe, são os protagonistas da série, que nesta atual temporada ganha a adição de mais dois detetives, Mike Logan (Chris Noth) e Carolyn Barek (Annabella Sciorra, belíssima), e cada dupla se reveza a cada episódio (exceto num episódio especial de 2 horas, exibido há pouco tempo no Brasil, onde os quatro trabalharam juntos).
O grande destaque é Vincent D'Onofrio, que dá o sangue em sua interpretação, dando uma profundidade ao seu personagem pouco vista em séries policiais. Uma curiosidade é que Chris Noth (você conhece ele como o Mr. Big de Sex & The City) retoma o personagem que ele mesmo interpretou na série original Law & Order, durante a primeira metade dos anos 90. Também não posso deixar de falar dos atores convidados que fazem os criminosos de cada episódio. A maior parte dele, apesar de não serem famosos, nós reconhecemos de um ou outro filme que vimos, e acabam fazendo um trabalho fantástico na série.
Cada episódio acaba com os detetives encurralando os suspeitos, que acabam confessando tudo, às vezes meio que sem perceber, graças a astúcia dos investigadores (e é exatamente nesta hora que D'Onofrio dá seu show particular), num roteiro que não fica devendo nada a melhor literatura do gênero. Law & Order: Criminal Intent pode não ter o hype de Lost ou Desperate Housewives, não é tão conhecida como E.R. ou C.S.I., mas é com certeza uma das melhores séries da atualidade.
Law & Order: Criminal Intent é exibida pelo Sony, nas sextas-feiras, às 21 horas (horário de Brasília).

NICK@NITE

Como se minhas noites televisivas não estivessem concorridas o suficiente, o Nickelodeon me vem com essa:
O canal estréia um bloco noturno ideal para marmanjos saudosos. Se quiser que todo mundo no escritório saiba que você tem mais de quarenta é só dizer que não perde o programa por nada.

22h00 – Alf, o Eteimoso
23h00 – Primo Cruzado
23h30 – Os Monstros
00h00 – A Feiticeira
00h30 – Jeannie é um Gênio

Fonte: Omelete

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

MELISSA AUF DER MAUR

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Sou fã, aliás, sou superfã de rock com vocais femininos. Não sei bem porquê. Talvez pelo contraste entre o peso das guitarras e a suavidade da voz, talvez pela sensualidade da cantora. Ou apenas por não ser muito comum, neste mundo roqueiro infestado de homens. Quando comecei a curtir rock, lá na primeira metade dos anos 90, tínhamos boas bandas com garotas, não apenas nos vocais, mas também tocando instrumentos. L7, Babes In Toyland, Breeders, Hole, Elastica, Veruca Salt, Juliana Hatfield e Liz Phair são alguns nomes de destaque da época. Depois disso as mulheres continuaram a fazer parte do cenário rock mundial, como Shirley Manson no Garbage e Nina Persson no Cardigans, mas sentia falta de um estilo mais sujo, mais pesado, com garotas no comando. Surgiu as Donnas, uma espécie de Kiss de saias tocando os três acordes dos Ramones. Recentemente a banda The Kills, com sua bela vocalista, ajudou também um pouco a preencher este vazio. Mas ainda faltava alguma coisa que me fizesse ter a mesma sensação que aquelas antigas bandas da década passada me faziam sentir. Eis que Melissa Auf der Maur surge com seu primeiro disco solo.
Melissa não é figura nova na música. Canadense, fez parte da banda Tinker, que teve como maior feito abrir para o Smashing Pumpkins, chamando a atenção de seu líder, Billy Corgan. Depois ela entrou para o Hole, substituindo a baixista Kristen Pfaff, morta por overdose, em 1994. Com a banda da senhora Cobain, além dos shows, gravou o álbum Celebrity Skin. Depois do fim do Hole, foi para o mesmo Smashing Pumpkins para quem tinha feito o show de abertura anos atrás. Os Pumpkins haviam perdido sua baixista, D’arcy, e Melissa caia como uma luva na banda. Mas, pouco tempo depois, Billy Corgan resolveu aposentar sua banda, e Melissa teve que procurar por novos ares. Inicialmente participou do projeto Hands of Doom, só com músicas do Black Sabbath (aliás, preciso ouvir isso), e participou do álbum Rock N Roll, de Ryan Adams. Foi só depois disso que o desejado disco solo começou a ganhar contornos mais precisos.
Auf Der Maur, o álbum, foi produzido pela própria cantora ao lado de Chris Goss, que tem em seu currículo um trabalho com o Queens of The Stone Age. Participam das músicas várias figuras carimbadas com quem Melissa se relacionou nestes anos todos, como os ex-colegas de banda Eric Erlandson (Hole) e James Iha (Smashing Pumpkins), além de Josh Homme (Queens Of the Stone Age), Mark Lanegan (ex-Screaming Trees) e Nick Oliveri (antigo baixista do Queens...). Mas apesar de todo esse pessoal, Melissa toca guitarra, baixo e (às vezes) teclado na maioria das canções. No repertório, bons rocks. A maioria das músicas tem aquela densidade típica das bandas de heavy metal, mas com aquele verniz pop pra lá de saudável. Ecos das bandas por onde ela passou podem ser ouvidos aqui e ali, mas ao mesmo tempo percebemos que a artista tem identidade própria. O disco mantém o pique nas 12 faixas, mais algumas acabam se destacando, como as duas que abrem o CD, “Lightning Is My Girl” e “Followed The Waves” (esta até rendeu o clip, que passou algumas vezes na MTV; quem viu, viu), além de “Real A Lie”, “I'll Be Anything You Want”, “Taste You” e “Would If I Could”. Um CD totalmente recomendável. Talvez o melhor que adquiri desde Rated R, do Queens of The Stone Age, de 2000. E dá um show perto dos discos solos de Courtney Love e Billy Corgan, dois ex-patrões da moça. Ah, e a Pitty daria seu braço direito para fazer um disco assim...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

RADIOHEAD - HAIL TO THE THIEF

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Vamos lá, à difícil tarefa de analisar Hail To The Thief, o mais recente álbum de estúdio dos britânicos do Radiohead, lançado em 2003, mas que só recentemente eu adquiri. Como fica evidente pelo meu nick, gosto muito da banda, que é, sem dúvida alguma, uma das melhores a surgir desde o estouro do Nirvana em 1991.
Está claro que a banda não é a mesma da fase “Creep”, uma canção quase grunge, e que foi o primeiro sucesso deles. Depois da perfeição pop de The Bends e do clássico moderno OK Computer, o quinteto lançou dois discos experimentais, Kid A e Amnesiac. O primeiro, além de pegar todos os fãs e imprensa especializada de surpresa, traz uma coleção de músicas pra lá de estranhas que grudam na sua cabeça de uma maneira que apenas gênios conseguem fazer. Já Amnesiac, apesar de ir pela mesma praia, não foi tão inspirado.
E agora o Radiohead volta com Hail To The Thief, título que alude ao presidente americano George W. Bush. E então, qual seria o próximo passo evolutivo da banda? Aprofundar ainda mais a estranheza dos dois últimos CDs ou voltar ao pop de qualidade de The Bends e OK Computer? Conscientemente ou não, os músicos de Oxford ficaram no meio termo. Algumas faixas têm uma sonoridade mais pé no chão, enquanto outras são mais experimentais. E as melhores acabam sendo a do primeiro grupo. “2 + 2 = 5”, "Sit Down, Stand Up", "Go To Sleep", "There There" e "Scatterbrain", todas mais normaizinhas, são os destaques do álbum. Entre as faixas experimentais, "Myxomatosis", "Where I End and You Begin" e "We Suck Young Blood" são até legais, mais nenhuma delas lembra o brilho de Kid A.
É um disco difícil, deve-se ouvi-lo repetidas vezes para você entender bem o que a banda quis passar com ele. Depois disso, fica mais fácil sua audição. Mas o saldo final é de um disco apenas mediano, aquém do que se espera de Thom Yorke e cia. Sei que hoje em dia é cada vez mais difícil uma banda que já está há um bom tempo na estrada e com sete discos nas costas ainda ter algo a dizer, mas sempre se espera o melhor do Radiohead. Aguardemos o novo álbum, previsto ainda para este ano.

CAPAS DE FEVEREIRO DA PANINI - DESTAQUES

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sábado, fevereiro 04, 2006

RAMONES - TOP 3

(textos da revista Mosh)

RAMONES (1976)
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A estréia do quarteto rendeu um dos discos mais incrivelmente crus de todos os tempos. Gravado e mixado com apenas seis mil dólares – uma quantia ridícula para os padrões da época – , este álbum inspirou milhares de garotos a pararem de vagabundear por aí e pegar um instrumento para tocar. Monolítico, sujo e pesado, mas com uma pequena pitada pop, Ramones glorificava coisas tão banais como filmes de terror (“I Don’t Wanna Go Down To The Basement”), o ato de cheirar cola (“Now I Wanna Sniff Some Glue”), a estupidez e simplicidade dos três acordes (“Blitzkrieg Bop”). Ao resgatarem os primórdios do rock & roll, dos tempos da surf music, os Ramones retrataram o aspecto cômico da cultura pop. O segredo da banda era tocar rock & roll básico, só que de um modo mais simples, alto e muito rápido. A versão para o grande hit de Chris Montez, “Let’s Dance”, é a prova dessa simbiose: nada de sua estrutura foi mudada, apenas a velocidade e o volume. A história do rock & roll sofreu uma guinada radical com o surgimento deste disco.

LEAVE HOME (1977)
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Já sem a precariedade sonora do primeiro álbum, Leave Home é, sabe-se lá como, mais melódico e pop que o disco anterior, mas ao mesmo tempo é mais pesado. Enquanto a inocência à la Beach Boys surge esplendorosa em “Oh, Oh, I Lover Her So”, o outro lado da moeda surge na letra de “Glad To See You Go”, claramente endereçada ao doidaço Charles Manson. Além do mais, reunir em um mesmo repertório pérolas como “Commando”, “Sheena Is A Punk Rocker”, “Pinhead”, “Gimme Gimme Shock Treatment” e a brilhante versão de “California Sun” é algo impensado para um grupo desprovido da genialidade barra pesada – e ingênua ao mesmo tempo – que os Ramones exibiram em sua carreira.

ROCKET TO RUSSIA (1977)
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Em seu terceiro disco, bem mais produzido e com uma mixagem mais clara, o quarteto se mostra simplesmente irresistível e com um repertório perfeito. As harmonias vocais estão ainda mais próximas dos Beach Boys, não importa se em novos momentos de celebração da idiotice (“Cretin Hop”, Teenage Lobotomy”), da sujeira (“Rockaway Beach”) ou no resgate de sons do passado – as estupendas versões de “Surfin’ Bird” (do subestimado grupo The Trashmen) e “Do You Wanna Dance?” (eternizada por Johnny Rivers). Rocket To Russia ainda é uma obra desconcertante em sua simplicidade.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

O disco da Melissa Auf der Maur é muito, muito bom mesmo. Depois faço um texto sobre ele, mas posso dizer que é um dos melhores discos que comprei nos últimos 10 anos, com certeza.

EX MACHINA – ESTADO DE EMERGÊNCIA

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Mitchell Hundred é o primeiro super-herói da terra. Um estranho acidente tornou-o capaz de se comunicar com qualquer espécie de máquina, e ele passou a usar estes dons para salvar os outros, com o codinome de A Grande Máquina. Mas vendo que ser um herói não seria o suficiente para mudar o mundo, Mitchell resolve entrar para a política, tornando-se prefeito da cidade de Nova York. Em linhas gerais, esta é a trama de Ex Machina, série de grande sucesso de crítica que finalmente chega ao Brasil, pelas mãos da Panini Comics. Neste encadernado temos as 5 primeiras edições do título, que formam o arco “Estado de Emergência”. Ex Machina é criação de Brian K. Vaughan – conhecido também por ser o criador de outra ótima série, Y- The Last Man (ainda inédita por aqui), da Vertigo, selo adulto da DC Comics, e também por ser o roteirista das histórias dos X-Men publicadas atualmente em Marvel Millennium – e do excelente desenhista Tony Harris, que já passou pelas revistas de Starman e Iron Man.
Muito bem conduzida esta mistura de ficção cientifica, política e drama pelo Vaughan, mostrando os primeiros dias de Mitchell como prefeito, enquanto é desvendado, através de flashbacks, como ele adquiriu os poderes e o que fez com eles antes de entrar para a política. Vários acontecimentos da vida real servem de pano de fundo para a trama, como o ataque de 11 de setembro às torres gêmeas, além da citação de diversos episódios e protagonistas da história americana, todos devidamente explicados num glossário no final da edição, o que torna a leitura bem mais interessante. Os desenhos de Harris estão magníficos, retratando perfeitamente os personagens a partir de fotos, como é visto nas páginas que mostram seu processo de criação. Uma excelente aquisição para a gibiteca de qualquer amante desta arte. Totalmente recomendável! E que lançamentos mais alternativos como este sejam cada vez mais comuns pela editora.
Os seguintes versos de “Wasted Time”, do Skid Row (Skid Row sim, e daí?!) ecoam pela minha cabeça:
“Is it all just wasted time?
Can you look at yourself when you think of what you left behind?
Is it all just wasted time?
Can you live with yourself when you think of what you left behind?”
É, não estou nos melhores dos meus dias, com a lembrança de escolhas erradas do meu passado vindo assombrar minhas noites. Deve ser TPA, tensão pré-aniversário. Mas vou ficar por aqui, porque na última vez que fiquei lamentando da vida no meu antigo blog, deu merda...