sábado, fevereiro 04, 2006

RAMONES - TOP 3

(textos da revista Mosh)

RAMONES (1976)
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A estréia do quarteto rendeu um dos discos mais incrivelmente crus de todos os tempos. Gravado e mixado com apenas seis mil dólares – uma quantia ridícula para os padrões da época – , este álbum inspirou milhares de garotos a pararem de vagabundear por aí e pegar um instrumento para tocar. Monolítico, sujo e pesado, mas com uma pequena pitada pop, Ramones glorificava coisas tão banais como filmes de terror (“I Don’t Wanna Go Down To The Basement”), o ato de cheirar cola (“Now I Wanna Sniff Some Glue”), a estupidez e simplicidade dos três acordes (“Blitzkrieg Bop”). Ao resgatarem os primórdios do rock & roll, dos tempos da surf music, os Ramones retrataram o aspecto cômico da cultura pop. O segredo da banda era tocar rock & roll básico, só que de um modo mais simples, alto e muito rápido. A versão para o grande hit de Chris Montez, “Let’s Dance”, é a prova dessa simbiose: nada de sua estrutura foi mudada, apenas a velocidade e o volume. A história do rock & roll sofreu uma guinada radical com o surgimento deste disco.

LEAVE HOME (1977)
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Já sem a precariedade sonora do primeiro álbum, Leave Home é, sabe-se lá como, mais melódico e pop que o disco anterior, mas ao mesmo tempo é mais pesado. Enquanto a inocência à la Beach Boys surge esplendorosa em “Oh, Oh, I Lover Her So”, o outro lado da moeda surge na letra de “Glad To See You Go”, claramente endereçada ao doidaço Charles Manson. Além do mais, reunir em um mesmo repertório pérolas como “Commando”, “Sheena Is A Punk Rocker”, “Pinhead”, “Gimme Gimme Shock Treatment” e a brilhante versão de “California Sun” é algo impensado para um grupo desprovido da genialidade barra pesada – e ingênua ao mesmo tempo – que os Ramones exibiram em sua carreira.

ROCKET TO RUSSIA (1977)
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Em seu terceiro disco, bem mais produzido e com uma mixagem mais clara, o quarteto se mostra simplesmente irresistível e com um repertório perfeito. As harmonias vocais estão ainda mais próximas dos Beach Boys, não importa se em novos momentos de celebração da idiotice (“Cretin Hop”, Teenage Lobotomy”), da sujeira (“Rockaway Beach”) ou no resgate de sons do passado – as estupendas versões de “Surfin’ Bird” (do subestimado grupo The Trashmen) e “Do You Wanna Dance?” (eternizada por Johnny Rivers). Rocket To Russia ainda é uma obra desconcertante em sua simplicidade.

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