quinta-feira, agosto 31, 2006

JOVENS, LOUCOS E REBELDES

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Ótimos filmes nós encontramos ao montes por aí. Mas há uma categoria de filmes toda especial, que são aqueles que, enquanto assistimos, desejamos estar dentro deles. Isso acontece muito raramente, e uma dessas raras espécies é Jovens, Loucos E Rebeldes (Dazed And Confused, no original), do diretor Richard Linklater, o mesmo de Antes do Pôr do Sol, outra espécie rara. A trama é mais ou menos assim: ano de 1976, é o último dia de aula na cidade de Autin, Texas, e somos convidados a acompanhar este dia especial ao lado de um pessoal bem diverso. Tem esportista, nerd, loser, maconheiro, gatinha, babaca, enfim, todos os tipos que encontramos na escola. Não há uma história bonitinha com começo, meio e fim. Não há reviravoltas nas vidas dos personagens, afinal eles só querem se divertir, ao som de muito (e bom) rock and roll, antes de pensarem no que farão quando as férias acabarem. Os veteranos vão atrás dos calouros para o famoso trote (que rende algumas cenas antológicas), os mais antenados planejam uma festa regada a um barril de cerveja, o trio de nerds conversa e conversa e conversa, até resolver entrar no espírito juvenil e ir também festejar. E todos convergem para uma celebração no meio do mato, com o tal barril, uns cigarrinhos da erva maldita e som no talo. Aliás, a trilha sonora é uma maravilha. Tem “Paranoid” do Black Sabbath, “Sweet Emotion” do Aerosmith (que abre o filme de maneira antológica), “Rock & Roll All Nite” do Kiss, “Slowride” do Foghat, entre outras jóias (infelizmente o Led Zeppelin ficou só no título em inglês do filme, que é o nome de uma música da banda). No elenco, vários novatos (o filme é de 1993) que viraram figurinhas carimbadas anos depois, como Matthew McConaughey, Milla Jovovich, Ben Affleck e Parker Posey, além de Wiley Wiggins, que vive um calouro que se dá muito bem no final. Enfim, o filme é uma verdadeira ode à adolescência de uma época realmente especial, os anos 70, sem os pré-julgamentos e pieguices que vemos com uma freqüência indesejada em Hollywood. Ele está sendo lançado em DVD por aqui (já tinha em VHS), e é fácil encontrar na programação da TV por assinatura (recentemente vi, quer dizer, revi na TNT, que acabou me animando a fazer esse texto). Filmão! Esse tá no meu top 5.

domingo, agosto 27, 2006

V DE VINGANÇA

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Vou ser sincero, não tenho capacidade intelectual de fazer uma análise mais profunda de V de Vingança. Então vou dizer apenas o seguinte: primeira vez que a li, a história é do cacete e merece com certeza a alcunha de Clássico (em maiúsculo mesmo). O texto de Alan Moore é um primor, a arte de David Lloyd é belíssima, a idéia de uma Inglaterra fascista é trabalhada à perfeição e a caracterização dos personagens é bem realista. Essa edição da Panini condiz com o luxo que merece a obra, com capa cartonada, logo com verniz, papel do miolo de boa qualidade, extras interessantes, enfim, talvez o melhor encadernado da editora até agora, fazendo valer os R$ 39,90 investidos.
E assim é menos um buraco na minha modesta coleção de gibis, que finalmente começou a ter as obras do Moore, já que também comprei recentemente os dois volumes de sua Liga Extraordinária, que serão lidos em breve, e ainda tenho O Homem Que Tinha Tudo, adquirida ano passado (aquela edição lixo da Opera Graphica). Resta agora torcer por mais lançamentos do tipo pela Panini (aquela coletânea de histórias que o Moore fez para o universo DC sai ou não?), pois nunca é demais ler material de altíssima qualidade.

quinta-feira, agosto 24, 2006

R.E.M., OUT OF TIME (1991)

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Nesse quarto capítulo da série de textos sobre importantes álbuns lançados em 1991 (que portanto estão comemorando 15 anos agora), é hora de falar de Out Of Time, do R.E.M.. A banda já existia desde o início da década de 80, tinha um considerável público entre as pessoas mais antenadas, era bem executada nas college radios, as rádios universitárias americanas, e já tinha seis álbuns nas costas. Eles também já tinham sentido o gostinho do sucesso com as músicas “The One I Love” e "It's The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)", mas nada parecido ao alcançado com Out Of Time.
Com a produção de Scott Litt, uma espécie de quinto membro da banda, Michael Stipe, Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry criaram um punhado de canções onde os instrumentos acústicos dão a tônica, numa mistura de pop e folk que poucas vezes soaram tão bem. E os vários arranjos com cordas e sopros só torna isso mais claro. O primeiro single, “Losing My Religion”, que rendeu um clipe excelente, traz em sua letra um retrato daquela geração que vivia um período de incredulidade. “Shiny Happy People”, com sua letra/melodia bobinha e alegre, é o mais perto do pop radiofônico que o grupo já chegou, enquanto “Radio Song”, que abre o CD, critica a programação das FMs (“DJ sucks!” é gritado em várias partes da música). Com exceção dessas duas faixas (“Shiny Happy People” e “Radio Song”), a melancolia impera no disco. Além da já citada “Losing My Religion”, “Low” (belíssima), “Endgame” (outra bela canção, quase instrumental, com Stipe soltando apenas uns la la las) e “Half A World Away” são alguns exemplos dessa melancolia. Mas vale salientar que não se trata daquela melancolia, digamos, morrisseyniana, que serve como trilha de suicídio, mas algo mais leve, para você viajar pela sua mente e se sentir melhor após o fim do long play. Outros grandes momentos de Out Of Time são “Texarkana”, com os vocais de Mills, que prova que não é bom só de backing vocal para Stipe, e a preguiçosa “Country Feedback” (essa para ouvir na varanda de uma bela fazenda assistindo ao pôr do sol).
Esse álbum pode não ser o meu favorito da banda (prefiro a sujeira de Monster, do qual já falei aqui no S&D), mas é inegável sua qualidade em todas as faixas, e assim como o Álbum Preto do Metallica, teve o efeito de trazer sua discografia anterior para os novos fãs se deliciarem (e pensarem: “por que não conheci isso antes?!”). Discoteca básica!

O que a mídia especializada disse:
“Alheio às fórmulas “ao sucesso”, fora do alcance das idéias preconcebidas, esta surpresa chamada Out Of Time testemunha o R.E.M. atirando no escuro e acertando na mosca. Mais um feito da primeira e única formação metafísica do rock ‘n’ roll.” (Bizz)
Curiosidades:
-Kate Pierson, do B-52’s, faz participação vocal em “Shiny Happy People” e “Me In Honey”;
-O rap em “Radio Song” é feito por KRS-1, também conhecido como Chris Parker;
-Out Of Time chegou a encabeçar a lista dos mais vendidos nos EUA e na Inglaterra, chegando a marca das quatro milhões de cópias vendidas;
-A banda não saiu para uma turnê de divulgação, realizando apenas algumas apresentações esporádicas, incluindo um Acústico MTV. Eles só iriam sair em turnê após o lançamento de Monster, em 1994.

segunda-feira, agosto 21, 2006

domingo, agosto 20, 2006

PLANETARY – O QUARTO HOMEM

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Planetary é um grupo que tem como missão descobrir os mistérios ocultos do século XX. Por isso são também chamados de Arqueólogos do Impossível. Criação de Warren Ellis com o desenhista John Cassaday, este é um novo clássico das HQs. Roteiros inteligentíssimos, citações das mais variadas áreas da cultura pop (filmes B, músicas, literatura pulp e a própria indústria dos quadrinhos, todas explicadas nos textos do editor Leandro Luigi Del Manto em cada final de capítulo) e uma belíssima arte nesta salada de estilos mais que deliciosa que agrada aos fãs mais exigentes da nona arte.
Nesta edição conhecemos os arquiinimigos do grupo (uma clara homenagem ao Quarteto Fantástico, da Marvel), sabemos quem é o famoso quarto homem do Planetary (aliás, uma revelação inesperada, de deixar o leitor babando, que acontece na história Memória Nublada, que fecha o volume) e vários acontecimentos que pareciam não ter relação começam a se mostrar parte de algo mais grandioso. Uma característica do título é que seus capítulos, cada um separadamente, fazem sentidos, mas também traz algo de novo para a trama geral, assim como Arquivo X fazia na década passada semanalmente na telinha de nossa TV, trazendo uma aventura fechada, mas que acrescentava algo de novo para o universo de Mulder e Scully.
Este segundo volume (o outro é intitulado Mundo Estranho e foi lançado no ano passado) traz as edições originais de número 5 a 12 encadernadas, e vem naquele formato um pouquinho menor que o tradicional americano (o mesmo de Preacher, do qual falei tempos atrás), mas não chega a prejudicar a arte de Cassaday (o que chega a prejudicar é a impressão, um pouco inferior a outros títulos da Devir). Alem das oito histórias, o livro ainda traz as capas originais, um prefácio de Joss Whedon (roteirista de Astonishing X-Men e criador de Buffy), além dos já citados textos explicativos nos intervalos de cada capítulo. Essencial.

SUPERMAN VERSÃO POP 80

É impressão minha ou o Tony Hadley, vocalista do Spandau Ballet, aquela banda dos anos 80 que fez um puta sucesso com a música "True", que toca até hoje nas Antenas 1 da vida, daria um bom Clark Kent/Superman? Confira as fotos abaixo (claro que hoje ele deve estar mais velhinho e não serveria mais para o papel, mas vale a intenção).

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sábado, agosto 19, 2006

NEM RÁPIDO & NEM RASTEIRO

-Uma coisa chata que acontece comigo de tempos em tempos é ser perseguido por uma música insuportável. E atualmente essa música é “Hips Don’t Lie”, da Shakira. É impressionante. Basta dar uma zapeada na TV e muitas vezes dou de cara com o clipe, ou quando nas raras vezes que sintonizo nas FMs, lá está a maldita tocando. Com aquele vocal horrível da Shakira, nem adianta ela aparecer quase nua nos vídeos, pois quando algo, ou alguém, enche meu saco, não tem jeito, já era. E dá-lhe ouvir música boa depois para tirar esse lixo da cabeça, porque gruda mais que chiclete.

-Comprei hoje a Bizz de agosto, com o Skank na capa, talvez a única banda mainstream do combalido Rock Brasil que merece uma ouvida mais atenta, ao lado do Pato Fu e dos Los Hermanos (mas o rock mais alternativo está cheio de coisas legais; é só dar uma checada na Trama Virtual para conferir isso). Como alardeado pelo Marlo do Catapop (linkado ao lado), voltou a lombada quadrada e o papel do miolo de melhor qualidade. Agora uma explicação convincente para as duas edições grampeadas e papel inferior, essa ficaram devendo (talvez por não haver uma). Tudo bem, só espero que não voltem atrás outra vez. Mas quando a Panini troca o papel de luxo pelo papel jornal por engano, faz uma nova tiragem com o papel certo e permite a troca das revistas de forma gratuita, neguinho põe a boca no trombone para reclamar. Ô raça ruim essa de nerd fã de gibi! Fora isso, a revista é aquela beleza de sempre. Às vezes me pergunto como consegui viver esses longos anos em que a Bizz esteve “morta”.

-Também comprei a edição super luxuosa de V de Vingança, da Panini. R$ 39,90 bem gastos. Sou um dos que nunca leram esse clássico, e nem quis ver o filme porque queria ler o gibi antes. Fico grato ao dono da banca, onde sempre compro meus gibis, por ter guardado um exemplar para mim (só vieram dois). Aliás, essa é uma época excelente para os colecionadores de HQs, pois nunca houve tanta republicação de clássicos como agora. Sandman, Sin City, Watchmen, Elektra Assassina, Marvels, Crise nas Infinitas Terras, Reino do Amanhã, todos tiveram edições recentemente, ou estão sendo publicados, como é o caso de Sandman, com um novo volume a cada quatro meses. Nosso bolso sofre, mas nosso lado fanboy agradece.

-Falando em gibi bom, hoje terminei de ler o volume 2 dos Clássicos dos Titãs (já disse que demoro muito para ler meus gibis, né? Esse eu comprei em março, e só agora fui ler!). A edição é uma maravilha. Mas o que queria dizer é o seguinte: como rendem essas histórias antigas. Eu levei cerca de 40 minutos para ler cada uma delas (são quatro no total). A quantidade de texto é enorme, a média de quadrinhos por páginas é bem maior que hoje em dia, não tem nada daqueles pin ups de página dupla. Uma HQ atual você lê em 15, 20 minutos. Claro, isso não quer dizer que os gibis da época eram melhores, mas ao menos nosso dinheiro era mais valorizado.

-O Oggh não é mais editor da DC, pelo menos dos títulos mensais. O Levi Trindrade vai ocupar sua vaga. Bem, o Oggh vinha fazendo um bom trabalho (melhor que sua contraparte na Marvel, o Fernando Lopes). Conseguiu arrumar a cronologia e deixar tudo certinho para a Crise Infinita, lutou pelo crescimento da DC na própria Panini, sempre foi educado nas respostas no Fórum (e ser educado com nerd chato é tarefa difícil), enfim, cumpriu muito bem seu ofício. Espero que o Levi mantenha essa linha de trabalho, pois nós decenautas merecemos nossos gibis bem tratados.

quinta-feira, agosto 17, 2006

METALLICA, BLACK ALBUM (1991)

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Na primeira metade da década de noventa, ao lado da onda grunge criada pelas bandas de Seattle, vivíamos também um grande momento do heavy metal. Bandas como Pantera, Corrosion of Conformity, Biohazard, além de velhos de guerra como Black Sabbath (que voltava com os vocais de Dio), Iron Maiden e Megadeth, tocavam direto na MTV (e em horários nobres) e em rádios rock. E o maior responsável dessa explosão metal foi sem dúvida o Metallica, com seu disco homônimo, apelidado de Black Album, lançado em 1991.
Em outubro de 1990, a banda entrou em estúdio com o produtor Bob Rock, que até então era conhecido pelo seu trabalho com bandas de qualidade duvidosa, como Bon Jovi e Mötley Crüe. Ou seja, nada a ver com o Metallica. Mas também a própria banda queria mudar. Nada de músicas beirando 10 minutos, nada de solos intermináveis, nada de discos só com 8 músicas. Eles queriam o oposto do que fizeram em ...And Justice For All, trabalho anterior que contém todos os excessos que o metal pode trazer. Agora eles queriam músicas curtas, cruas e mais acessíveis, mais sem perder o peso característico do som da banda. O disco estava marcado para ser o divisor de águas na carreira da banda. Dito e feito.
Assim que lançado, o Black Album entrou direto no primeiro lugar da parada inglesa. O primeiro single, “Enter Sandman”, era uma das músicas mais tocadas nas rádios americanas. O CD chega a marca das 10 milhões de cópias vendidas. A banda é capa de várias publicações, como a Melody Maker, NME e Time Out. “Enter Sandman”, “Sad But True”, “The Unforgiven”, “Nothing Else Matters” e “Wherever I May Roam” ganharam clips (até então eles só tinham feito um clipe, para a música “One”), que tiveram alta execução MTVs afora. A turnê que começou onze dias antes do lançamento do álbum, foi um sucesso por onde passou, inclusive o Brasil, e foi tão longa que foi dividida em partes (primeiro a Wherever I May Roam, depois a Nowhere Else To Roam, a Summer Shot Tour e finalmente a Escape From The Studio ’95). Definitivamente o mundo tinha se rendido ao Metallica.
Pessoalmente, curto muito o Álbum Preto. Tenho dúvidas se é o melhor da banda ou não. A batalha por esse prêmio é disputadíssima aqui em casa entre ele, Kill ‘Em All e Master Of Puppets. Isso sem citar o Ride The Lightning, que tem a melhor música da banda na minha opinião, “Fade To Black”. Mas o disco de 91 tem o mérito de ter tornado o Metallica conhecido fora do mundinho metal, e com isso fez com que os novos fãs adquiridos graças a ele procurassem os sons antigos, não só do próprio Metallica, mas de bandas como Black Sabbath e Iron Maiden, que foi o que ocorreu comigo na época. Hoje já não acompanho o heavy metal com o mesmo entusiasmo da época, mas o Metallica, junto com o Sabbath e o Sepultura, estarão ainda durante muito tempo na minha lista particular de melhores bandas de todos os tempos.

Algumas opiniões sobre o Black Album que saíram na imprensa especializada à época de seu lançamento:
“O disco todo é massacrante. Especialmente dignas de nota são o single “Enter Sandman”, a apavorante “Sad But True”, a quase-balada “Nothing Else Matters” e uma bela homenagem à mitologia estradeira, “Wherever I May Roam”. Metallica é metal moderno para quem leva metal a sério, produzido por uma banda que se leva extremamente a sério e embalado pelo melhor marketing que o dinheiro pode comprar.” (Bizz)

“A banda está ampliando sua gama musical à sua própria maneira. Este pode ser um passo positivo para um grupo que está atravessando o espaço entre o metal comercial e o thrash de Slayer, Anthrax e Megadeth. (...) Várias canções parecem destinadas para se tornar clássicos do hard rock.” (Rolling Stone)
O que a banda disse sobre o disco:
“‘Sad But True’ tem o silêncio mais pesado que já gravamos.” Jason Newsted

“No total passamos nove meses e meio no estúdio. Houve momentos de tensão, um quase estrangulando o outro. Mas sabíamos onde estávamos indo. E acho que, no final, conseguimos a melhor qualidade de som jamais produzida em metal.” Jason Newsted

“Capa preta, logotipo preto, e que se foda!” James Hetfield

“Os trabalhos anteriores de Bob Rock soam ótimos, mesmo com aquelas porcarias de músicas e aquelas bandas gays.” James Hetfield

domingo, agosto 06, 2006

LINKS!

Estou sem saco para escrever, então deixo vocês em mãos mais habilidosas. É só clicar em cima do título de cada texto e se divertir. Volto em alguns dias para mais um capítulo sobre os discos de 1991 e também falando sobre Jovens, Loucos e Rebeldes, um dos melhores filmes de todos os tempos. Até!

-LDN (a volta do meu colunista favorito do Omelete)
-O que vem por aí nas histórias em quadrinhos (de um jornal da minha cidade)
-Detalhes (texto de Marcelo Costa sobre Live At Earls Court, álbum ao vivo do bardo inglês Morrissey)
-Broken Boy Soldier, do Raconteurs (o mesmo Marcelo Costa dissecando o novo projeto de Jack White)

sexta-feira, agosto 04, 2006

PEARL JAM, TEN (1991)

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Dando continuidade à série de textos sobre grandes discos lançados em 1991, chegou à vez de Ten, estréia do Pearl Jam. As bandas de Seattle, que bombavam na época, são em grande parte culpadas pela minha entrada neste mundo fantástico que é o rock n’ roll. Nirvana (principalmente), Alice In Chains, Soundgarden, Screaming Trees e o próprio Pearl Jam são alguma bandas que comecei a ouvir no inicio dos anos 90, e tenho certeza que as ouvirei até o fim dos meus dias. Vivíamos o momento da transição entre o velho vinil e o CD, e por isso muita coisa eu só tinha em fita cassete, pois não queria gastar minha suada grana num produto que estava ficando obsoleto, nem tinha ainda um aparelho para rodar os CDs. Então ouvia muito o PJ via K-7, que tinha uma bela capinha caseira que eu costumava fazer em quase todas minha fitas. Só em 1995 fui comprar o CD de Ten, quando o real valia mais que o dólar (vejam só que tempos confusos!), e consegui adquirir a versão importada do álbum por um precinho camarada (legal, porque salvo engano a versão nacional da época não tinha o encarte completo, que se abre e mostra os integrantes num lado e as letras no verso).
Ten, que tem esse nome por ser o número da camisa do jogador de basquete Blaylock, do New Jersey Nets, foi lançado em 27 de agosto de 1991 (tá pertinho de completar seu 15º aniversário), um mês antes do furacão chamado Nevermind, do Nirvana (aliás, outro disco que merecerá um texto em breve), e inicialmente não causou muito barulho. Só depois de Seattle chamar a atenção da mídia com o estouro de “Smells Like Teen Spirit”, de você sabe quem, é que alguns holofotes focaram a banda de Eddie Vedder e cia. De uma hora para outra, o clipe de “Alive”, em preto e branco, mostrando a banda dando sangue no palco, não parava de rolar na MTV, que ainda era um canal legal. A banda também era bem executada nas rádios, e não apenas nas emissoras universitárias americanas, que sempre deram força à cena alternativa. Outros sons do CD também começaram a ter boa aceitação, como “Even Flow” (na minha opinião, uma das melhores músicas de todos os tempos; essa você tem que ouvir regularmente), “Jeremy”, que rendeu um clipe que é uma pequena obra prima, a balada “Black”, e a natureba “Oceans”, todas elas clássicos instantâneos. Outras faixas, como “Once”, que abre o disco, “Porch”, uma pequena pérola que não é muito conhecida, e a nervosa “Why Go” também merecem uma ouvida atenta.
A banda, apesar de recém formada, estava inspiradíssima, e parecia que estavam juntos há um tempão. O vocal dramático de Eddie Vedder, que graças a uma herança maldita teve uma série de clones de talento duvidoso (o mais famoso deles é o vocalista do Creed, que tem um estilo tão ‘original’ quanto o vocalista do Catedral), as boas guitarras de Mike McCready e Stone Gossard, o baixo pulsante de Jeff Ament e a bateria de Dave Krusen (que saiu da banda logo depois), está tudo em Ten, mostrando um entrosamento de dar inveja a seleção do Pareira. O sucesso foi tamanho que os integrantes meio que tomaram nojo por tudo que envolve a indústria do entretenimento. Ficaram um tempão sem fazer clipes, sem dar entrevistas, passaram a lançar seus discos em caixinhas de papelão, brigaram com a empresa responsável pela venda de ingressos etc. Só voltaram a se abrir um pouco em 1998, quando fizeram um clipe em animação para “Do The Evolution”, do CD Yield.
Muitos dividem a opinião que Ten é o único bom trabalho do PJ, que depois eles só fizeram álbuns bem fracos e tal. Eu não concordo com isso. Apesar de achar que Ten é a obra máxima deles, todos seus lançamentos de estúdio tem seu valor. Talvez a única exceção seja apenas Riot Act, este sim bem fraco. O mais recente lançamento deles, homônimo, é deste ano, que adquiri recentemente e posso dizer que é bem legal. Mas não é um Ten, claro.

Algumas opiniões sobre Ten que saíram na imprensa especializada na época do seu lançamento:

“O som está a serviço de encarnações com os grandes temas à la Morrison: morte, sentido da vida, sexo, universo, relação com a Terra etc. E, apesar desta queda para o cabeção (comprovado pelo uso de cello, órgão, piano e percussão), eles não derrapam na pretensão. Discão.” (Bizz)

“Preste atenção na voz – uma mistura áspera de Robert Plant e James Hetfield – e o Pearl Jam mostra um surpreendente e refrescante controle de melodia. Eles arrancam muito drama de apenas alguns acordes potentes que transitam durante a repetição de um som ou uma frase.” (Rolling Stone)


PS: O Pearl Jam já foi objeto de uma série de textos na época dos shows da banda no Brasil. Confira os posts de novembro e dezembro do ano passado.

quinta-feira, agosto 03, 2006

SLAM DUNK #4

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Continuo acompanhando Slam Dunk. Como fui entrar nesse lance de mangás recentemente (e tardiamente), estou comprando as edições atrasadas na Loja Conrad (linkada ao lado). Há três semanas encomendei mais 6 edições, do #4 ao #9. Agora só falta adquirir da 10 a 12 para alcançar a última edição em bancas, a nº 13, que já comprei. Mas sem pressa que estou lendo devagarzinho (uma edição a cada três semanas é meu plano).
Nesse volume 4, finalmente começa o jogo amistoso entre os colégios Shohoku e Ryonan, e o nosso herói Sakuragi, a ‘arma secreta’ do time, começa no banco de reservas, de onde não deveria sair. O Shohoku demora a entrar na partida, e o Ryonan aproveita bem. Mas com o tempo, liderados por Akagi e Rukawa, conseguem reagir e equilibrar as coisas. Mas o capitão Akagi acaba se machucando, e o técnico coloca Sakuragi em seu lugar, e logo aquela confiança que ele demonstrava enquanto estava fora do jogo se transforma em medo, para não dizer desespero. Excelente edição! Acabo-me de tanto rir vendo as trapalhadas no nervosinho Sakuragi. O autor Takehiko Inoue faz um belo trabalho, retratando a partida de basquete sem deixar a peteca cair em nenhum momento. Já está na minha lista de melhores títulos mensais. Altamente recomendável para quem está a fim de uma leitura sem compromisso que renderá altas risadas.