sábado, setembro 29, 2007

20 DISCOS QUE MUDARAM O MUNDO pt.10

(texto extraído da revista ZERO nº 8)


PUBLIC ENEMY
IT TAKES A NATION OF MILLIONS TO HOLD US BACK
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Lançamento: 20 de abril de 1988
Nas paradas: Nº 1 na lista R&B/Hip Hop da Billboard e nº 42 no Top 200
Algumas influências: Grandmaster Flash, Sly & the Family Stone, Run DMC, Funkadelic, Gil Scott-Herou
Alguns influenciados: Rage Against the Machine, 2 Pac, Ice Cube, Dr. Dre, Biohazard, Body Count

Assim como Spike Lee falou diretamente para a comunidade negra no cinema, o Public Enemy conseguiu musicar todos os anseios de uma parcela descontente em forma de samples e batidas desconcertantes. O grupo formado pelo habilidosíssimo e sinistro Chuck D nos vocais, Flavor Flav, de voz marcante, e o DJ Terminator X nas pick-ups pisou em território minado quando levou o discurso provocativo e revoltado para o rap.
Para confeccionar It Takes a Nation of Millions to Hold us Back, Terminator X sampleou mais de 150 músicas alheias, de gente como Miles Davis, Isaac Hayes e Slayer.
“Bring the Noise” é a primeira porrada que o ouvinte leva na cabeça. Hinos como “Don’t Believe the Hype” (título que acabou virando slogan à época) e “Prophehats of Rage” eram tão ou mais forte que qualquer discurso vindo das principais forças de oposição. O finado semanário inglês Melody Maker resumiu assim a obra: “Não é apenas um novo som, uma descoberta. É mais como ser atingido por um meteoro”.


Efeitos no Brasil: Sai o primeiro registro de rap no país. A coletânea Hip Hop Cultura da Rua (Eldorado) conta com as participações de Thaíde e DJ Hum (produzidos por Nasi e André Jung do Ira!), Código 13 e MC Jack, entre outros. No mesmo ano de1988, outra coletânea de nome Consciência Black revela um grupo de nome Racionais MC’s. Os discos de rap importados chegam pelas mãos das equipes que faziam os bailes soul, e dos discos e revistas que começaram a ser vendidos em lojas nas galerias da Rua 24 de Maio, e na estação de metrô São Bento e na praça Roosevelt, em São Paulo.
Enquanto isso...: Kylie Minogue figurava no topo da parada inglesa com “I Should Be So Lucky”. Na terra de Ronald Reagan, o sucesso maior era “Man In the Mirror”, de Michael Jackson. Morre o cantor Roy Orbison. No Brasil o seringueiro, sindicalista e ativista ambiental Chico Mendes é assassinado. É promulgada a oitava constituição do Brasil.

terça-feira, setembro 25, 2007

BATMAN #58

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Depois do arco em oito partes “Cara a Cara”, de James Robinson (que, fora um ou outro equívoco, foi deveras interessante), as novas equipes criativas do Cavaleiro das Trevas fazem sua aguardada estréia.
Em Detective Comics temos a dupla Paul Dini (roteiro) e J. H. Williams III (desenhos). Dini é conhecido pelo seu trabalho nos desenhos animados Batman The Animated Series (aquele bonzão da década de 90) e Liga da Justiça, além de uma passagem na equipe de escritores de Lost. Já Williams, com uma arte de estilo arrojado e ângulos diferenciados, desenhou a série Promethea, de Alan Moore (que está sendo publicada agora por aqui, via Pixel Magazine) e a edição zero de Sete Soldados da Vitória, projeto do malucão Grant Morrison. Os dois começam com um one-shot bem interessante, “Os Ricos e Famosos”, onde colocam o lado detetivesco do herói a prova.
Já no outro título mensal do Morcego nos States, Batman, a dupla é nada menos que Grant Morrison (roteiro) e Adam Kubert (desenhos). Morrison tem sido figurinha fácil nas nossas bancas atualmente, com a sensacional Grandes Astros Superman e a interessante (desculpem, mas por enquanto, com três edições lidas, vai ficar apenas no interessante, veremos o que o escritor escocês está aprontando quando tiver lido tudo) Sete Soldados da Vitória. Kubert, após anos se dedicando à Marvel, estréia na DC em ótima companhia, e apesar de achar que seu estilo cairia melhor no Superman, por exemplo, ele não faz feio, longe disso. O arco “Batman & Filho” já começa a mil por hora, com o comissário Gordon envenenado pelo Coringa e uma página dupla sensacional com o vilão gritando que matou o Batman. Ainda temos bons ( e bens humorados) diálogos entre Bruce e Alfred. Ah, e o filho do título não é o Robin (que está sendo adotado pelo Morcego), só para constar. Morrison já começa aprontando das suas.
Ainda temos a estréia de Batman Confidencial, escrita por Andy Diggle e desenhada por Whilce Portacio, com uma aventura que se passa no início da carreira do herói. A arte é péssima, para dizer o mínimo, e o roteiro é bem feijão com arroz (não dá para engolir as empresas de Bruce Wayne fornecendo armas para o governo americano). E o primeiro arco de Bruce Jones a frente do Asa Noturna finalmente termina, e digo sem nenhuma dúvida: é séria candidata a pior história do ano. Poderia passar o dia inteiro digitando “merda” no teclado e não seria suficiente para mostrar o quanto fede essa fase do Asa.
Para terminar (putz, só planejava escrever umas 10 linhas), bola fora da Panini na escolha da capa. Essa de Batman Confidencial perde feio tanto para a de Detective 821 (de Simone Bianchi) quanto para a de Batman 655 (de Kubert). Confira ambas abaixo. Além disso, não há nenhuma chamada na capa para as estréias das fases de Dini/Williams e Morrison/Kubert. Depois reclamam das baixas vendas...

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sexta-feira, setembro 21, 2007

FALA, JACK

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“Acho que coisas como o You Tube e o MySpace ajudam as bandas a terem um público maior, mas não quer dizer que se você jogar quatro macacos num estúdio, eles irão compor o Sgt. Pepper, sabe? Deve existir certa dificuldade! Existe uma ética de criatividade, não é só ter uma página bonita no MySpace ou uma camiseta legal para ser um bom compositor. [...] Eu temo muito por essa geração por conta da perda do romance pela música. Eu temo pelos adolescentes que estão perdendo isso. Eu não me importo se eles baixam músicas legalmente ou ilegalmente, ou qualquer outra bobagem dessas. Quem liga para isso? O ponto é que eles estão perdendo o ato romântico de comprar um disco de vinil, segurar uma capa enorme nas mãos e fazer parte daquela experiência.”

Jack White, do White Stripes (e do Raconteurs), em entrevista para a Rolling Stone Brasil, com idéias bem semelhantes a do
Morrissey.

terça-feira, setembro 18, 2007

UMA EXPLICAÇÃO

Desta vez tive um bom motivo para esse meu sumiço mais recente. Devido à uma pane elétrica, meu computador não conseguia ligar, então tive que levá-lo para a assistência técnica, quando tive a péssima notícia que havia perdido todos os dados do disco rígido. Cerca de 800 músicas e centenas de scans de gibis diversos (Hellblazer, Fables, Astonishing X-Men, Walking Dead etc.), tudo baixado a duras penas com minha conexão discada, sem esquecer de uma infinidade de fotos de mulheres, hã, peladas. Como se isso fosse pouco, toda a parte física do PC (HD, placa mãe etc.) estava comprometida, e apesar de estarem funcionando, precariamente, mas funcionando, tudo podia ir para o beleléu a qualquer momento.
Como já estava cansado das pegadinhas que o PC periodicamente me dava, e já sabendo que ele já estava meio ultrapassado, resolvi que era hora de substituí-lo por um novo, e comprei um zerinho. Mas se você acha que minha jornada pelo inferno terminou aí, está muito enganado. No mesmo dia da compra, no período da noite, quando o técnico veio instalá-lo, o computador não queria nem ligar. Resolvemos então voltar à loja para trocá-lo. Esse segundo também não chegou a funcionar. Ligamos para a assistência por telefone e seguimos as recomendações dadas, mas nada. Como já era tarde, resolvemos parar por aí e retomar no dia seguinte, quando mais uma vez trocamos o produto. (Cabe um parêntese aqui: não estou falando de qualquer computador montado numa loja de má reputação; trata-se de um HP Pavilion PC TV, com processador Intel Pentium 4, 512 MB de memória, HD de 160 GB, Windows Vista, gravador de CD e DVD e monitor LCD, ou seja, a chamada máquina). Voltando, o terceiro funcionou bem, por um tempo, quando detectei o problema: o modem. Por algum motivo, quando ligava o conector da linha telefônica, a linha ficava muda. Dois dias depois, com a maior vergonha do mundo, voltei à loja para uma quarta troca, que finalmente foi a última. Ainda bem que o técnico, que me acompanhou nessa jornada, era super gente fina e foi paciente até o fim.
Agora, aos poucos, vou colocando minha vida virtual nos eixos, e tentando recuperar alguns dos arquivos perdidos. Pena que a conexão continua a mesma bosta de sempre...

quarta-feira, setembro 12, 2007

RED ROCKET 7

Red Rocket 7 conta a história do rock pelos olhos de um alienígena

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Nos anos 50 do século passado terrestre, Red Rocket está fugindo de uma batalha numa galáxia muito, muito distante. Cai com sua nave na Terra e, antes que ele morra, seis clones do alien são criados para perpetuar sua linhagem. Esqueça cinco deles e só preste atenção no Red Rocket 7, um cara que adora música. Ele vai ver Elvis rebolar na TV, sentir a histeria das fãs em plena Beatlemania, dar dicas para David Bowie e Marc Bolan inventarem o glitter rock e dividir estojos de maquiagem com o Kiss. E não pára por aí. Como um Forrest Gump alienígena, o destino de Red Rocket 7 é estar por perto quando os maiores astros do pop da história tiverem seu momento de glória. O álbum é obrigatório para roqueiros e para quem gosta de gibis. A minissérie criada por Mike Allred em 1997 sai completa no Brasil em um álbum com formato dos antigos discos de vinil, reproduções das capas originais e um prefácio assinado pelo cineasta Robert Rodriguez, figurinha-chave na modernidade pop. Allred já merecia estar no panteão da HQ pelo pirado super-herói Madman. Red Rocket 7 só aumenta o culto em torno de suas histórias delirantes e seu traço clean, mas colorido até dizer chega.

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O texto acima é da VIP de agosto, de autoria de Thales de Menezes, que deu cotação máxima ao álbum. A revista também traz algumas artes da HQ, mostrando Beatles, Kiss, Who e Bowie, entre outros, que me deixaram babando. Com certeza, esse é um gibi que merece estar na minha coleção. Mas é da Devir, ou seja, caro pra burro (o preço sugerido é 60 reais), mas assim que tiver uma folguinha no bolso, vou fazer a encomenda. Rock + quadrinhos? E com os traços do Allred? Não tem como dar errado!