domingo, agosto 31, 2008

NO PLAYER: KINGS OF LEON - BECAUSE OF THE TIMES

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Em seus discos anteriores, os chamados Strokes Sulistas pecavam pela irregularidade. Apesar de conter um bom número de bons sons, os dois primeiros discos do quarteto de Tennessee, Youth & Young Manhood e Aha Shake Heartbreak, não se sustentavam como discos completos, e deixava o hype em cima da banda na área dos exageros que a mídia especializada vez ou outra comete.
Mas desse mal felizmente o Kings Of Leon não sofre mais. Because Of The Times, terceiro álbum dos caras que saiu em 2007, é melhor que os dois anteriores, e todas suas faixas são acima da média. Deixando um pouco de lado a caipirice de outrora, os caras investiram numa sonoridade mais simples, com ecos do grunge aqui e ali. Mas não aquela chupação horrorosa feita pelo Creed (argh!) anos atrás, mas sim influência com inspiração e personalidade.
O som está mais sombrio, mais sujo e menos pop, mas sem tornar tudo mais cabeça ou difícil de se apreciar logo numa primeira audição. A bolachinha começa com “Knocked Up”, um petardo de 7 minutos que nos prepara para o que está por vir. E vem muita coisa boa. Faixas como “Charmer”, “On A Call”, “McFearless”, “Black Thumbnail”, “True Love Way”, “Fans” e a despedida em “Arizona” não deixam a peteca cair. Hype finalmente merecido e comprovado!

domingo, agosto 24, 2008

TIRANDO O ATRASO

Aproveitando que estou trabalhando e recebendo todo santo mês meu dinheirinho, estou comprando vários encadernados que estavam, alguns deles, há um tempão na minha lista de desejos nerd. Assim por cima, nos últimos dois meses, devo ter gasto uns 800 reais só com encomendas de gibis pela internet (além das costumeiras aquisições em banca). Já comprei quase tudo que planejava, faltam só uns volumes de Sin City e algumas coisinhas esporádicas, e aí estarei satisfeito. O lance é que o espaço para guardar tudo isso está no limite, tenho que encomendar uma estante ou um armário urgentemente, pois aquele que comprei no final do ano passado já está lotado, isso sem contar as pranchas, gavetas e caixas cheias de HQs. Abaixo, imagens dessas aquisições recentes:

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sábado, agosto 16, 2008

METALLICA - LOAD

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Não acredite em tudo que se ouve ou em tudo que se lê. Falam que o Metallica é o novo Bon Jovi, é metal de muitos milhões de dólares. Não sei nem quero saber. Aquilo que ouço em meus headphones é o que interessa. E que digo o que é: Load é um trabalho maduro.
O disco traz o que, em termos de gravação, chamamos de state of art. Tradução: muitas, muitas horas (18 meses) nos melhores estúdios, com os melhores engenheiros para criar, recriar, experimentar e captar da melhor forma cada nota de cada instrumento, de cada momento. Tecnicamente impecável. Muito peso, energia, estilo, bom gosto e boas performances.
James Hetfield está cantando muito. As baladas que o digam. E curioso é que exatamente isso que me agrada mais no disco: a qualidade das canções e melodias. "Mama Said", por exemplo, é uma das melhores que a banda já compôs. E daí? Isto é coisa para tocar no rádio? Tanto faz. O que importa é se é bom ou não. Não perca seu tempo comparando esse disco com trabalhos anteriores. Faz cinco anos que o álbum preto foi lançado. De lá para cá, muita coisa mudou. Load vale a pena, e muito.
(Discos, Bizz # 133, agosto de 1996; texto de autoria de Charles Gavin)

sexta-feira, agosto 15, 2008

METALLICA - THE BLACK ALBUM

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Caramba, como esses caras são mal-humorados. Escuta, se você fosse membro de uma das raras bandas de heavy metal que simultaneamente têm dinheiro, apoio da crítica e adoração dos fãs, não ia ser feliz? Não ia relaxar na praia, curtir a vida boa, arrumar uma modelo gostosona para ficar te passando bronzeador?
Ia, claro. Somos apenas humanos - e o Metallica finge que não é. Esses caras acabaram comprando a própria imagem pública - a de monumento vivo da simplicidade, da militância e da integridade roqueira. É um vício sério de todo o thrash, que no Metallica bate especialmente pesado. Ô coisa mais jacu.
Mas, sei lá, funciona. Tanto que, apesar do disco novo ter sido produzido por Bob Rock (o mesmo do Bon Jovi e Motley) e das músicas serem curtinhas e não aquelas pentelhações sinfônicas de antigamente, ninguém teve cara de pau para dizer que o Metallica está diminuindo seu ataque para fazer mais sucesso - o que é, claro, exatamente o que está acontecendo.
O que não faz de Metallica um disco ruim, imagina, isto sim é que era trilha para o Terminator 2. Tem o exato clima de no future futurista necessário. Tem peso, atmosfera, influência clara (não chupação) do Black Sabbath, arranjos complicados que funcionam a favor da porrada e não contra (como nos dois ou três últimos discos). Possui também uma engenharia de som primorosa (bate com o que Jason Newsted diz na entrevista que está nesta edição: "Este é o disco metal com o melhor som jamais produzido"), argumento irrefutável da necessidade de todo mundo comprar o CD o quanto antes.
O disco todo e massacrante. Especialmente dignas de nota são o single "Enter Sandman", a apavorante "Sad But True", a quase-balada "Nothing Else Matters" (com arranjo orquestral de Michael Kamen, trilheiro profissional que fez entre outras coisas a música dos dois Máquina Mortífera) e uma bela homenagem à mitologia estradeira, "Wherever I May Roam".
Metallica é metal moderno para quem leva metal a sério, produzido por uma banda que se leva extremamente a sério e embalado pelo melhor marketing que o dinheiro pode comprar. Há investimentos piores.

(Discos, Bizz # 75, outubro de 1991; texto de autoria de André Forastieri)

quinta-feira, agosto 14, 2008

METALLICA - GARAGE INC.

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Já estava mais do que na hora de os fãs do Metallica terem acesso às ótimas versões que a banda fez, ao longo dos anos, para canções como "Last Caress", dos Misfits, e "Am I Evil", do Diamond Head. O quarteto então caprichou: raspou o tacho de todos os EPs e lados B e ainda gravou onze novas covers - das quais o baladão "Turn The Page", de Bob Seger, é a primeira música de trabalho - em um CD duplo. As novidades não se atêm ao metal/punk de sempre: lá está uma versão envenenada para "Loverman", de Nick Cave, e uma emocionada homenagem ao Lynyrd Skynyrd em "Tuesday´s Gone". As favoritas da casa Mercyful Fate e Motörhead comparecem em peso e, para a alegria do planeta metal, quando o papo é cover, o Metallica não economiza em fúria.

(Discos, Bizz # 162, janeiro de 1999; texto de autoria de Bernardo Araújo)


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Musas do barulho: as bandas coverizadas pelo Metallica em Garage Inc.


::Anti-Nowhere League - Banda punk inglesa do começo dos anos 80, homenageada com uma versão de "So What", paulada que fala sobre drogas, doenças venéreas e pedofilia.

::Budgie - Trio inglês da década de 70, influenciado por Rush.

::Black Sabbath - Os inventores do heavy metal, lembrados em "Sabbra Cadabra", faixa instrumental de Sabbath Bloody Sabbath, álbum de 1973.

::Motörhead - Consagrado grupo inglês liderado por Ian "Lemmy" Kilmister, o elo perdido entre o metal e outras facções do barulho.

::Blitzkrieg - Obscuro quinteto heavy inglês formado em 1980.

::Blue Öyster - Cult Banda americana de hard rock com letras cabeça que lançou seu primeiro disco em 1972 e influenciou muita gente nos anos 80.

::Bob Seger - Cantor nascido em Detroit, nos EUA, é conhecido no Brasil por hits como "Still The Same" e "Against The Wind", dos anos 80.

::Discharge - Gigante da primeira geração hardcore inglesa, aliava a fúria do estilo a bons riffs de guitarra.

::Thin Lizzy - Grupo irlandês homenageado com um clássico de seu repertório: "Whiskey In The Jar", versão de uma canção folclórica da Irlanda. Hoje, reformado, o Thin Lizzy é liderado por John Sykes, ex-guitarrrista do Whitesnake.

::Holocaust - Possivelmente o grupo mais underground homenageado pelo Metallica, atuou no início dos anos 80, na Inglaterra.

::Killing Joke - Banda pós-punk inglesa dos anos 80, conhecida no Brasil pelo hit "A Love Like Blood", de 1985.

::Lynyrd Skynyrd - Legendária banda de rock do sul dos EUA. Três de seus integrantes morreram num acidente de avião, em 1977.

::Nick Cave and The Bad Seeds - Cantor australiano idolatrado por góticos pós-punk dos anos 80.

::Mercyful Fate - Quinteto dinamarquês liderado pelo cantor King Diamond, que acolheu o Metallica em sua terra para a gravação de Ride The Lightning, disco de 1984.

::Sweet Savage - Grupo hard rock farofa de Los Angeles, existiu entre 1984 e 89.

::Misfits - Grupo dos anos 80 liderado pelo cantor americano Glenn Danzig, de grande influência no punk atual.

::Diamond Head - Surgiu na "nova onda do metal britânico" do início dos anos 80.

::Queen - O grupo de Freddie Mercury e de Brian May é lembrado por "Stone Cold Crazy", um de seus rocks mais sólidos.

(A Maior Banda Cover do Mundo, Bizz # 161, dezembro de 1998; texto de autoria de Daniel Oliveira)

quarta-feira, agosto 13, 2008

METALLICA - ...AND JUSTICE FOR ALL

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É o sétimo trabalho do Metallica (se contarmos os três LPs e os três EPs anteriores), banda tida como uma das mais fortes criações power-Trash (e derivados) vindas do oeste americano. Um petardo duplo, nove longos temas com muita garra e apuro. Nada de truques, concessões ao comercialismo ou muita pretensão.
Se, no LP anterior, Master of Puppets, a banda atacava traficantes e as ilusões da vida rock, aqui as letras debocham dos poderes existentes como já pode ser notado logo na capa onde Dona Justiça aparece toda atada e sendo arrancada de seu pedestal, enquanto muito dinheiro despenca da sua balança. A mentira, a hipocrisia e a descrença podem levar a humanidade ao fim na poderosa "Blackened". Na faixa título (e em quase todo conteúdo do álbum) a Justiça tarda e falha para os mais fracos ou sem poderes. A desonra e a discriminação estão em "The Shortest Straw". "Dyers Eve" aborda as censuras por que passa uma pessoa para ser moldada conforme quer uma sociedade, enquanto "One" é o melhor momento instrumental do álbum.
O falecido baixista Cliff Burton fez a letra de "To Live Is To Die" talvez prevendo o que lhe aconteceria. E assim, tema por tema, a banda trata de uma vivência agressiva e o som imposto pelo quarteto não deixa por menos, é tão agressivo quanto ela. Lars Ulrich está muito bem nos bumbos, com uma porrada firme, viradas e contra tempos precisos; Kirk Hemmett distorce, força e recorta os andamentos com seus solos de guitarra, sem se preocupar com rapidez ou com estilos predeterminados. Hetfield tem muito feeling em suas interpretações arrancadas do fundo da garganta de forma original para o tipo de letras que ele mesmo compõe (quase todas) para o grupo. Apenas o trabalho do baixista Newsted aparece menos, o que não diminui em nada a eficiência da banda.
Enfim, nada de comercialismo num LP tido como o menos acessível de sua carreira, mas que os leva cada vez mais perto do que pretendem. Os bangers deverão ouvir muito porque a peteca não caiu, o sucesso não lhes subiu à cabeça apesar dos problemas por que têm passado. Nada parece, por enquanto, derrubar o Metallica. Ainda bem.

(Discos, Bizz # 49, agosto de 1989; texto de autoria de Leopoldo Rey)

terça-feira, agosto 12, 2008

METALLICA AO VIVO NO BRASIL (1989)

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É difícil de acreditar mas eles vieram mesmo. Podíamos esperar qualquer outra banda, menos aquela que está em primeiro lugar entre as melhores de thrash no mundo. Com todos os seus quatro LPs lançados aqui, o público de som pesado sonhava vê-los pelo menos desde 84. Os boatos se concretizaram e o Metallica chegou ao Brasil para o epílogo da turnê... And Justice for All, depois de mais de 250 shows por todo o planeta.
Até o pessoal do interior veio em massa. Filas gigantescas e muita expectativa era o que se via por toda a parte. Infelizmente, parte do cenário original não veio: a estatua da justiça, marca registrada da turnê que, como a bateria, deveria ser desmontada no decorrer do show. Lá estavam apenas o pano de fundo e alguns degraus no palco, parte das ruínas romanas que compõem o clima do espetáculo. No Brasil, nada como deve ser, embora isso não parecesse importar muito à platéia. Exatamente as nove e meia (o show estava marcado para as nove horas), as luzes do ginásio do Ibirapuera se apagaram levando todos aos berros, contidos na espera.
Lars Ulrich surge atrás da bateria apontando para cima, enquanto James Hetfield instiga a platéia a loucura com os riffs de "Blackened". Foi brilhante: a presença deles no palco é tribal, ao mesmo tempo que transborda profissionalismo. Kirk Hammett corre de um lado para o outro do palco, revezando posições com o baixista Jason Newsted. Todos se vestem de preto e Hetfield exibe a cabeça recem-raspada dos lados e bigodes ruivos, combinando muito bem com sua performance agressiva e imponente. Ao término da segunda canção todos saem deixando Jason só, embarcando num solo de baixo carregado de delay, distorção e pedal de volume. Ele é bem aplaudido, mas deixa no ar certa saudade do falecido Cliff Burton.
Quando a banda retorna, Kirk esta empunhando uma Gibson Les Paul, fato inédito. O público canta junto todas as músicas e a troca de energia atinge seu máximo em "Fade to Black" e "Master of Puppets" Impossibilitado de subir ao palco pela forte proteção, o pessoal tem de se contentar com os banhos de cerveja atirados por Hetfield entre uma música e outra. Por mais uma hora, somos presenteados com milhões de decibéis até que a banda se retira sob o coro uníssono pedindo bis.
As luzes se apagam no ambiente e se inicia um play-back com som de bombas e metralhadoras, até eles retornarem com "One". Nem o publico nem a banda parecem cansados. Kirk detona um excelente solo de guitarra com a Stratocaster para que tudo se encaixasse perfeitamente, com bastante wah wah e um trecho de "Little Wing" de Jimi Hendrix, que mostraram o que aprendeu nas aulas com Joe Satriani. Do cacete! Mas eles acabam voltando para um novo set, desta vez com mais clima de final de show´. Tocam "Blitzkrieg" e "Am I Evil" do Diamond Head com os instrumentos invertidos - Hetfield na batera e Lars encarnando Bruce Dickinson nos vocais. É uma jam memorável. Com "Last Caress", do Misfits, o ginásio quase veio abaixo. Pelo público, eles tocariam a noite inteira, mas eles encerram com "Bread Fun", para tristeza geral.


(Ao Vivo, Bizz #53, dezembro de 1989; texto de autoria de Marcos Campolim)

segunda-feira, agosto 11, 2008

METALLICA - MASTER OF PUPPETS

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No começo dos anos 80 o heavy metal sofreu uma de suas maiores mudanças. Enquanto os grandes nomes da época (Iron Maiden, Judas Priest, Ozzy Osbourne etc.) inflavam o imaginário dos fãs com letras cheias de fantasia, músicos metidos em calças de lycra coloridas e palcos repletos de sacanagens cenográficas, uns malucos da costa oeste americana começaram a se destacar no underground, trazendo o gênero para o mundo real.
O figurino carnavalesco foi trocado pela roupa detonada do dia-a-dia: calça jeans colada ao corpo, camiseta de banda e tênis cano alto (fodidos e emendados com silver-tape). O discurso começou a mostrar preocupações sociais. Trocando em miúdos, desapareceu a distância que existia entre o palco e platéia. Herdados do punk rock, o mosh e o stage-dive passaram a virar costumes de lei nos pequenos clubes que acolheram a então nova geração de bandas.
O Metallica foi o grupo que mais se destacou nessa leva. Inovador desde sua primeira demo-tape (ainda com o guitarrista Dave Mustaine, hoje líder do Megadeth), o grupo estreou em disco com Kill Em’ All (1983). Nele, o Metallica acelerou as batidas, valorizou o trabalho das guitarras e tornou-se mais agressivo - não confundir com barulhento. Inicialmente, essa mistura foi classificada como speed metal. Mas pouco depois surgiu a expressão thrash metal, batizando o gênero que fez o heavy metal deixar de ser coisa de nerd pregossauro.
Três anos se passaram, o movimento migrou da Califórnia para a Europa e, quando deu pinta de que havia inovado o suficiente, veio Master Of Puppets. Aí, a coisa saiu de controle. Nunca tinha se ouvido sons assim. Os metaleiros - termo inventado pela repórter Glória Maria, da TV Globo, durante a cobertura do Rock In Rio, em 1985 - não acreditaram no que ouviram. Pesadas ao extremo, com um timbre grave, porém limpo, as guitarras formavam uma massa sonora impressionante (ouça a faixa "Disposable Heroes").
A partir daí, praticamente TODOS os guitarristas de metal tentaram chegar ao som que o Metallica tirou. Foram criadas várias lendas a respeito de como tirar um som parecido no estúdio - teve gente que chegou até a microfonar os amplificadores pela parte de trás. Até que descobriram o óbvio ululante: o segredo não estava no equipamento, nem em como utilizá-lo, mas sim na palhetada. Como dizem os guitarristas, na "mão direita". Master Of Puppets foi um divisor de águas. O Metallica aprimorou o estilo mostrado nos álbuns anteriores, com músicas mais trabalhadas, cheias de variantes. As melodias ficaram ainda mais marcantes e o grupo colocou um pezinho no mainstream. Agradava a gregos e troianos. Gente que gostava de metal tradicional, os radicais que só ouviam esporro e - principalmente - os que não curtiam metal passaram a consumir o som da banda.
Embora o Metallica tenha mais tarde ficado ainda muito maior, o thrash metal viveu seu melhor momento ali. O underground ferveu (nada a ver com a boiolice clubber) e novas bandas, clubes e festivais pipocaram no mundo inteiro.

Ano de lançamento: 1986
Produção: Metallica e Flemming Rasmussen
Faixas: "Battery" - "Master Of Puppets" - "The Thing That Should Not Be" - "Welcome Home (Sanitarium)" - "Disposable Heroes" - "Leper Messiah" - "Orion" - "Damage, Inc."


Master Of Puppets não foi só o ápice do thrash metal: abriu os olhos do mundo para o estilo. É, sem dúvida o melhor disco de heavy metal lançado nos anos 80, álbum que alavancou o Metallica para o mainstream. É importante também por ser o último trabalho do baixista Cliff Burton. Saindo de um show na Suécia no dia 27 de setembro de 1986, o ônibus que carregava o Metallica capotou e Burton (que extraordinariamente ocupava a cama do guitarrista Kirk Hammett) morreu no acidente. A banda se afastou, mas voltou um ano depois com Garage Days, um EP de covers que marcou a entrada do baixista Jason Newsted.


"Este disco revolucionou o jeito de se fazer heavy metal. Teve uma influência muito grande no próprio Sepultura. Principalmente no Schizophrenia. Na época, brincávamos dizendo que tínhamos um armário de riffs baseados nas palhetadas criadas pelo Metallica. Além disso, a atitude de Master Of Puppets é fantástica. Abrange assuntos mais reais, muito pouco vistos antes no metal." Max Cavalera


(Discoteca Básica, Bizz #147, outubro de 1997; texto de autoria de Robert Halfoun)

domingo, agosto 10, 2008

SEMANA METALLICA!

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Aproveitando que o novo disco dos caras, Death Magnetic, está prestes a ser lançado, vou dedicar essa semana que se inicia à banda. Mas como a falta de tempo não permite bolar textos próprios sobre o Metallica, irei apenas reproduzir algums textos selecionados da saudosa Bizz, num descarado Ctrl + C, Ctrl + V. Começando amanhã, publicarei algumas críticas de discos, resenhas de shows e o que mais pintar de legal. Enquanto isso, principalmente para você que é um visitante recente do S&D, abaixo se encontram os links para dois textos antigos do blog que tenho o orgulho de ter escrito (modéstia à parte, ficaram bem legais):
:: Metallica, Black Album - lembram daquela série de textos sobre os grandes discos de 1991? Bem, não poderia ter deixado essa obra-prima de fora!
:: Cliff Burton - texto dedicado ao clássico baixista da banda, que morreu de forma trágica durante a turnê de Master of Puppets.

CAPAS PANINI AGOSTO - DESTAQUES

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Três capas com os mutantes? Posso fazer o quê? Elas estão ótimas, e duas delas são do mestre John Cassaday. Aliás, esse encadernado com a primeira temporada de Surpreendentes X-Men é cofre, estou só esperando sair para encomendar logo o meu. E o preço está até razoável (39 reais para 324 páginas de puro deleite nerd). E o mês foi fraco para a DC em termos de capa, daí só escolhi duas para postar. Essa da Liga está sensacional, assim como a de Contagem (já não posso dizer o mesmo do conteúdo dessa última). Tivemos duas capas do Alex Ross (Crise nas Múltiplas Terras e DC 70 Anos: As Maiores Histórias do Flash), mas estou meio de saco cheio da arte dele. Próximo mês muda tudo! (By the way, Dimensão DC não dá, né?!)
EDIT: já chegou o encadernado de Surpreendentes X-Men na Comix. Acabei de encomendar o meu!

sexta-feira, agosto 08, 2008

PREACHER - ATÉ O FIM DO MUNDO

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Não sei se na época falei disso aqui, mas essa é a segunda edição de Até o Fim do Mundo que adquiro. No ano passado encomendei esse 2º volume de Preacher no Submarino, junto à Orgulho Americano (o volume 3) e tive que devolvê-lo pois o mesmo veio com defeito, com algumas páginas mal impressas e rasgadas. Como não tinham mais essa edição, tive que pedir o dinheiro de volta e fiquei sem o gibi. Mas agora finalmente o comprei novamente, e dessa vez veio tudo certinho. Ainda bem.
Até o Fim do Mundo reúne as edições 8 a 17 de Preacher, com dois arcos completos. No primeiro, “Tudo em Família”, o roteirista Garth Ennis dá uma pausa no seu humor negro típico e apresenta a disfuncional família de Jesse Custer, o protagonista da história. Conhecemos a infância de Jesse, como ele perdeu seus pais, sua “querida“ avô Marie L’Angelle e como ele chegou a se tornar um padre. A barra é pesada e não é aconselhável para corações moles. Ennis não é nada sutil aqui.
Depois temos “Caçadores”, quando aparece pela primeira vez na trama Herr Star, um representante da organização secreta Graal, que se dedica a proteger a linhagem de Jesus e tem altos planos para nosso (anti)herói. Dessa vez Ennis não economiza sua veia humorista-escatológica, principalmente durante uma orgia organizada por um tal de Jesus DeSade (olha só o nome do personagem!). E tem ainda uma dupla de investigadores sexuais que... bem, só lendo.
A edição da Devir tá caprichada, com capa cartonada com orelhas e papel do miolo de alta qualidade, além de notas explicativas bem-vindas. Só a impressão fica devendo um pouco, mas nada que atrapalhe o prazer da leitura.
Edição nota 10. Preacher já é um clássico absoluto!

domingo, agosto 03, 2008

LISA STANSFIELD, MY FIRST ONE

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Antes de ir para o lado negro da força e entrar no mundinho sexo, drogas e rock & roll (expressão apenas para efeito dramático, pois não tinha nada de sexo e drogas), minha praia musical era a dance music. Isso nos idos de 1990. Tinha 13 anos e minha fase de música infantil tinha finalmente terminado, e começava a fase adulta (a-ham). Então, dá-lhe Snap, C + C Music Factory, Black Box e afins.
Mas a artista number #1 era a Lisa Stansfield, inglesinha branca com voz de negona americana (algo comum hoje, com a Duffy e a Amy Winehouse), que revisitava o R&B com uma pitada de modernidade para a virada dos anos 80/90. Seu debut, Affection, de 1989, estourou com o single “All Around The World”, música presente até hoje em programa de flashback nas FMs mundo afora. Na época era difícil achar os discos, ainda em vinil, então quando eu o encontrei perdido numa lojinha que ficava em frente ao ponto de ônibus, todos os dias conferia se ainda estava lá, e o colocava escondido entre outros álbuns. Tempos de dureza, a mesada que recebia era uma verdadeira esmola, demorava para juntar grana. Meses depois, finalmente consegui comprá-lo.

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Como era meu único disco, ouvia todo santo dia, algo inimaginável atualmente, quando em 30 minutos (ou menos) consigo “adquirir” a mais nova sensação da NME. Além da já citada “All Around The World”, faixas como “This is the Right Time”, “Live Together” e “What Did I Do to You?” tinham alta rotação na minha velha vitrola Sharp. Muitas publicações da época elegeram Affection como um dos grandes lançamentos de 1989, e o sucesso da cantora rendeu um show no já antológico Rock in Rio II, visto pela telinha da Globo.
Em 1991 veio o temido teste do segundo disco. Real Love, infelizmente, não cumpriu as expectativas, e não tem a regularidade do álbum anterior. Mesmo assim contem algumas pérolas, como o single “Change”, “It’s Got To Be Real” e “Symptoms of Loneliness & Heartache”. Como eu já tinha uns 5 vinis, não cheguei a ouvir diariamente como fazia com Affection. Mas no caso aqui, não precisei sofrer economizando grana, esse ganhei de natal.

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Depois disso, conheci Eduardo e sua imensa coleção de discos de rock, quando gravei muitos K-7s (lembram disso?!), comecei a comprar a Rock Brigade, e como um adolescente roqueiro babaca (com o perdão do pleonasmo triplo) passei a renegar meu passado pop. Anos depois, mais inteligente (ou menos burro, escolham) e com a mente mais aberta, comprei as versões em CD desses dois primeiros trabalhos da Lisa, que continua na ativa. Além de seu valor musical, tem o valor sentimental, que, como diz aquele comercial, não tem preço.