quinta-feira, setembro 29, 2005

HQ - ÚLTIMAS LEITURAS RECOMENDÁVEIS

MARVELS
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Esse é daqueles gibis que qualquer um tem orgulho de ter em sua coleção. Roteiro cinematográfico de Kurt Busiek, com um texto simples, mas que prende nossa atenção. Sua idéia de mostrar, através dos olhos de um repórter fotográfico, eventos vividos pelos heróis da Marvel em suas revistas de linha através dos anos (a morte de Gwen Stacy é o melhor exemplo), é fantástica. E os desenhos do Ross? Sei que é chover no molhado elogiá-lo, mas o cara é realmente fodão! Os desenhos dele caíram como uma luva no roteiro de Busiek. Essa reedição da Panini merece todos os elogios possíveis. Com certeza, em termos de qualidade do material, esse é o melhor encadernado de luxo publicado pela editora (e tem também o título de melhor lombada, hehehe). Com certeza foram R$24,90 bem gastos.

BATMAN- O HOMEM QUE RI
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Ótima história. Bom trabalho do roteirista Ed Brubaker, apresentando o primeiro confronto entre Batman e Coringa, citando acontecimentos de duas histórias clássicas do morcego, Batman Ano Um e A Piada Mortal. O desenhista Doug Mahnke está longe de ser meu favorito, mas tenho que admitir que aqui ele fez um de seus melhores trabalhos. Seu Coringa é um dos mais bem desenhados que já vi. Ele também fez bem ao retratar o comissário Gordon. Até seu Batman, que sempre achei seu ponto fraco durante sua passagem pelo título da Liga da Justiça, ficou bem legal. E a colorização de Rob Leigh deixa os desenhos ainda melhores (e o papel LWC deixa claro isto).

LETRA TRADUZIDA

KISS
FLAMING YOUTH
JUVENTUDE EM CHAMAS
(Paul Stanley, Gene Simmons, Bob Ezrin)

My parents think I’m crazy and they hate the things I do
Meus pais acham que sou louco e odeiam as coisas que faço
I’m stupid and I’m lazy, man, if they only knew
Sou burro e preguiçoso, cara, se ao menos eles soubessem
How flaming youth will set the world on fire
Como a juventude em chamas vai botar fogo nesse mundo
Flaming youth, our flag is flying higher, and higher, and higher
Juventude em chamas, nossa bandeira tremula mais alto, e mais alto, e mais alto
My uniform is leather, and my power is my age
Meu uniforme é couro, minha força é minha idade
I’m gettin’ it together to break out of my cage
Estou me aprontando para fugir da minha jaula
‘Cause flaming youth will set the world on fire
Porque a juventude em chamas vai botar fogo nesse mundo
Flaming youth will set the world on fire
A juventude em chamas vai botar fogo nesse mundo
Flaming youth, our flag is flying higher, and higher, and higher
Juventude em chamas, nossa bandeira tremula mais alto, e mais alto, e mais alto
Flaming youth will set the world on fire
A juventude em chamas vai botar fogo nesse mundo
Flaming youth, our flag is flying higher, and higher, and higher
Juventude em chamas, nossa bandeira tremula mais alto, e mais alto, e mais alto
And higher, and higher, and higher, and higher, and higher
mais alto, e mais alto, e mais alto, e mais alto, e mais alto

Os conservadores pais da classe média branca americana nunca gostaram de rock ‘n’ roll. E é exatamente por isso que o KISS conseguiu recrutar um dos maiores exércitos de fãs adolescentes da história do rock. No meio dos anos 70, enquanto o punk era detonado em Nova York por New York Dolls e Ramones, o grupo, a anos-luz de distância deste universo, com suas máscaras e shows teatrais, não baseava sua rebeldia em gritos contra o sistema ou em protestos sociais. A banda direcionava sua língua enorme para o lado da garotada que era reprimida dentro de casa. Com mensagens que incentivavam a irresponsabilidade em prol da diversão, o KISS ia precisamente ao encontro de gente que queria botar o dedo na cara dos pais e dizer que vida é muito mais do que ir à escola e ficar pensando em tirar boas notas para entrar na universidade. Nessa linha, “Flaming Youth”, música de Destroyer, disco de 1976, que traz ainda o clássico “Detroit Rock City”, é um verdadeiro hino.

quarta-feira, setembro 28, 2005

CRISE E MARVELS É DESTAQUE EM JORNAL LOCAL

Fiquei surpreso ao folhear a edição do último domingo de um jornal local e me deparar com duas matérias sobre HQ, uma sobre a minissérie Crise de Identidade, que a Panini começou a publicar esse mês, e outra sobre Marvels, também da Panini, e que chegou por aqui há cerca de uma semana e meia. No texto sobre Crise, o autor Renato Félix faz uma pequena biografia do roteirista Brad Meltzer , apresenta a trama da mini e termina assim: “Mistério, drama e suspense: os ingredientes do sucesso de Crise de Identidade já estão todos no primeiro número. E é só o começo. Serão sete longos meses até o fim de mais essa revolução da DC.” Do mesmo autor, o texto sobre Marvels destaca o excelente trabalho do desenhista Alex Ross e o belo roteiro de Kurt Busiek, ao mostrar a visão de pessoas comuns num mundo com super-heróis, dizendo, no final, que o gibi é absolutamente indispensável. Muito boa a iniciativa do jornal. Sabemos que matérias sobre HQs na mídia comum são muito escassas, e apesar de ser um jornal de pequena circulação, pode atiçar a curiosidade de algum leitor para este universo dos quadrinhos. Espero encontrar mais reportagens deste tipo no futuro.

terça-feira, setembro 27, 2005

COLATERAL

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Estrelado por Tom Cruise e Jamie Foxx, Colateral tem todas as características de um blockbuster hollywoodiano, com sua violência extrema, tiros, batidas de carros etc. Mas difere da maioria dos seus semelhantes no roteiro enxuto, que prende a platéia na poltrona, e por, em nenhum momento, insultar a inteligência do espectador, algo cada vez mais comum em Hollywood hoje em dia. O trabalho dos dois atores está magnífico. Cruise como o bad (ênfase no bad) guy está espantoso, nem de longe lembra o bom moço que costuma encarnar em seus filmes. Foxx, que levou o Oscar de ator no começo do ano por Ray, também brilha, com sua interpretação segura e sem exageros. Na trama, Cruise é Vincent, um matador contratado para matar cinco pessoas em Los Angeles que são testemunhas-chave no caso contra um tal de Felix, o contratante. Ele oferece ao personagem de Foxx, Max, um taxista que tem o sonho de montar uma empresa de limusines, 700 dólares para levá-lo a cada um dos endereços das vítimas (sem contar o motivo, claro). Mas a primeira delas acaba caindo morta justamente em cima do táxi, e sabendo da verdade, Max passa a ser ameaçado pelo assassino, começando a partir deste momento um verdadeiro martírio para o taxista. Vou parar por aqui pra não estragar nenhuma surpresa deste filme dirigido pelo Michael Mann, que também foi o diretor do excelente O Informante. Mas pra quem procura um filme de ação inteligente, este é uma ótima pedida.

domingo, setembro 25, 2005

TEM QUE TER!

AND YOU WILL KNOW US BY THE TRAIL OF DEAD- SOURCE TAGS & CODES (2002)
(Pra não dizerem que só falo de velharia)
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O lema dos integrantes do Trail Of Dead deve ser “tocar rock and roll, ficar famoso e morrer”. Pelo menos é essa a impressão que se tem ao ouvir o terceiro álbum da banda, “Source Tags & Codes”, pois tamanha é a energia vinda das músicas que parece que os caras, vindos de Austen, Texas, estão as executando pela última vez. Após uma curta introdução, o disco começa pra valer com “It Was There That I Saw You”, com um som que parece uma salada (bem comestível, por sinal) de Nirvana, Sonic Youth e Radiohead antes de virar essa banda cabeçuda (boa, mas cabeçuda). A partir daí temos uma sucessão de bons sons que usam a fórmula ‘barulheria-calmaria-barulheria’ com maestria, destacando o quase-hit “Another Morning Stoner”, “How Near How Far”, “Relative Ways” e a faixa-título, que encerra o CD. Se as rádios rock fizessem jus ao nome, isso tocaria direto. Como isso não acontece, fica sendo apenas uma pérola rara na minha coleção.
Tracklist:
1- Invocation
2- It Was There That I Saw You
3- Another Morning Stoner
4- Baudelaire
5- Homage
6- How Near How Far
7- Heart In The Hand Of The Matter
8- Monsoon
9- Days Of Being Wild
10- Relative Ways
11- After The Laughter
12- Source Tags & Codes

sábado, setembro 24, 2005

Coletânia do Nirvana prevista para novembro, e que será chamada "Sliver", deve conter três músicas inéditas. Confira mais clicando aqui.
Já falei do clássico Álbum Branco, dos Beatles, nesse blog (neste post aqui). Mas, como sempre é bom lermos bons textos sobre ótimos discos de ótimas bandas (tratando-se dos Beatles então...), clique aqui e confira esta verdadeira “matéria antológica” sobre o disco duplo do quarteto de Liverpool.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Ontem, meu amigo Eduardo me ligou pra informar que a Bizz #193 tinha chegado. Ele disse que foi em duas bancas e só encontrou um exemplar, o qual comprou. Pois bem, hoje fui à busca desta revista. Primeiramente fui à banca do shopping, que fica mais ou menos perto de onde moro. Segundo a atendente, só chegou lá um exemplar, e o mesmo tinha sido vendido esta manhã. Tive então que me dirigir ao centro da cidade. Lá, fui em mais de 10 bancas, das maiores às mais simples. E nada. Andei, andei e andei. E nada. Estava de tênis e sem meia, formou o maior calo nos pés. E nada. E não foi a primeira vez que fiz essa verdadeira peregrinação para comprar a Bizz. O volume 4 do especial com a história do rock nem deu as caras por aqui. Meu bolso pode até agradecer, mas eu não, tô puto! Agora me resta esperar Eduardo terminar de ler o exemplar dele para me emprestar. E que isso não aconteça mais. E que voltem com o sistema de assinaturas.

Recado mental: nunca mais reclamar da distribuição da Panini.

quarta-feira, setembro 21, 2005

HQ - ÚLTIMAS LEITURAS RECOMENDÁVEIS

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Superman #34/Crise de Identidade #1
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Este aí na foto acima é o ator Leo Gregory, interpretando o antigo guitarrista dos Rolling Stones, Brian Jones, no filme Stoned, previsto para estrear lá fora em novembro. Segundo o diretor Stephen Woolley (que produziu The Crying Game, entre outros, e aqui faz seu debut na direção), antes de ser um filme biográfico, ele conta uma história de assassinato. O filme foca na relação entre Jones e Frank Thorogood (vivido por Paddy Considine), confesso assassino do guitarrista em 1969, tendo como pano de fundo o mundo roqueiro decadente de então, com todos os excessos comuns nos artistas da época. A conferir.

domingo, setembro 18, 2005

A BIZZ VOLTOU!

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Finalmente a longa espera terminou! Essa aí em cima é a capa da Bizz #193, 1ª edição no formato "clássico" mensal desde julho de 2001, quando a revista foi descontinuada, chegando depois de uma série de especiais, como os quatro volumes que trouxeram a história do rock e o especial com as 100 melhores capas de discos. Nesse 1º número após a volta, temos uma matéria de capa com os Rolling Stones, que recém-lançaram o álbum 'A Bigger Bang', e devem vir ao Brasil na turnê de divulgação do disco, uma entrevista com Marcelo Yuka, BNegão fala de sua saída do Planet Hemp, Hyldon fala de soul rural, uma matéria com bandas que emulam o som dos anos 80, além de lançamentos de CDs e DVDs, entre outras coisas. Não sei se já chegou às bancas (pelo menos não vi por aqui), mas a Abril já está divulgando a revista, que custará R$ 9,90 (apesar do descarado e babaca “o maior barato!” estampado na capa, meio cara, né?) e terá 82 páginas. Espero que agora venha pra ficar.

sábado, setembro 17, 2005

Mais uma ida a banca para alimentar meu vício. Ontem comprei Crise de Identidade #1, Superman #34, DC Especial #6, Rastro de Pólvora #2, Batman Absolvição, O Homem que Ri e Marvels, totalizando R$ 74,90! Mas ainda bem que terei uma folga até o final do ano, pois, além das mensais, terei apenas Crise de Identidade e Grandes Clássicos DC – Batman Ano Um pela Panini para comprar (outras setorizadas, como DC Especial #7, que acabou de sair em São Paulo, e Ex Machina, que sai por lá em outubro, só devem chegar aqui no começo de 2006). Assim terei uma grana para finalmente comprar o encadernado importado de The Dark Knight Returns (também conhecido como O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller; e sim, eu NÃO tenho essa HQ!) e o segundo volume de Sandman. Espero encomendar essas duas já em outubro.
Ah, e parece que a DC tá vendendo bem, pelo menos na minha cidade. Crise de Identidade #1 tinha chegado na sexta mesmo, 12 exemplares na banca onde normalmente compro, e todos os 12 já estavam reservados. Tive que comprar em outra banca. Superman #34, que estréia uma nova fase do personagem (incluindo desenhos do Jim Lee), já tinha esgotado, e também tive que procurar em outra banca, onde tinha só um exemplar. Tive dificuldades semelhantes recentemente, quando fui comprar Superman & Batman #1 e Reino Sombrio #1 (essa então tive que encomendar pelos Correios). Que a DC está vendendo bem, beleza, mas não pode faltar pra mim!

quinta-feira, setembro 15, 2005

HQ - ÚLTIMAS LEITURAS RECOMENDÁVEIS

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SJA/Gavião Negro - Reino Sombrio (minissérie em 3 edições)

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Superman - Godfall, O Fim dos Deuses

PAUL McCARTNEY COM NOVO DISCO

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A velha guarda volta com tudo o que tem direito. Depois dos Rolling Stones, que recém-lançaram o álbum 'A Bigger Bang' (confira mais clicando aqui), é a vez do Paul McCartney nos presentear com um novo disco de inéditas. Trata-se de ‘Chaos And Creation In The Back Yard’, onde o velho Maca, além de cantar, toca todos os instrumentos e assina a autoria de todas as letras. Segundo a crítica, algumas das músicas do álbum lembram a sonoridade da sua antiga banda (os Beatles, dã!), como “Jenny Wrenm”, que o próprio Paul considera uma prima da música “Blackbird”, do clássico Álbum Branco dos Fab Four, e “Promise To You Girl” (essa lembrando as canções mais experimentais do quarteto de Liverpool). O produtor do álbum é Nigel Godrich, que trabalhou nos (já considerados) clássicos ‘Ok Computer’ e ‘Kid A’, ambos do Radiohead, trazendo um verniz de modernidade ao som do ex-beatle.

terça-feira, setembro 13, 2005

Nos comentários, o Marlo perguntou do que se trata esse Planetary - Crossing Worlds, do qual postei a capa. Bem, trata-se de um encadernado com os três crossovers estrelados pelo Planetary já publicados. Temos o encontro do Planetary com a Liga da Justiça, o encontro com o Batman (esse já li; é fantástico, mostrando várias facetas que o morcego teve em todos os anos de existência, como o Batman dos anos 30, mais violento, usando até armas de fogo contra os vilões, o Batman cômico do seriado de TV, o Batman do Frank Miller etc), e por último o encontro com o Authority. Pra quem não sabe, o Planetary é um grupo que tem como objetivo desvendar segredos e mistérios nos mais diversos lugares do mundo (sobre o grupo, confira mais neste post aqui). Eu estou paquerando esse encadernado há algum tempo, espero comprar mais pra frente.

JOHNNY MARR

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“Acho que a tentação, particularmente para garotos americanos que imitam o Van Halen, de tocar um milhão de notas por segundo é uma tolice. Eu sempre pensei: esses caras com cabelo de poodle tocam tantas notas porque não conseguem encontrar a nota certa.” Essa frase foi dita pelo guitarrista que montou a mais importante banda britânica dos anos 80: The Smiths. Johnny Marr usava a guitarra como um escravo da melodia. Todos as vezes que o vocalista Morrissey parava, Marr respondia com uma linha melódica. Com um estilo que junta as texturas de harpa usadas pela banda americana The Byrds com as distorções mais indecifráveis, Marr gosta de usar diversas afinações.

FRASE

"Não acredito em vida após a morte,
por isso não preciso passar toda minha vida temendo o inferno,
ou temendo o céu mais ainda.
Quaisquer que sejam as torturas do inferno,
penso que a chatice do céu seria ainda pior."
Isaac Asimov

sábado, setembro 10, 2005

CAPA DE PLANETARY - CROSSING WORLDS, BY JOHN CASSADAY

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DISCOTECA BÁSICA

RAMONES, ROCKET TO RUSSIA (1977)
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É duro ser um garoto de doze anos afundado até o queixo no lodoso tédio urbano. Todo mundo dá palpite na sua vida. O status em casa e na rua, a voz e até o corpo ainda são de criança – mas os instintos são de homem, e as garotas, todas ficando peitudas, não estão nem aí com você. Escrotas. Piranhas.
A única saída é dar uma de muito mais durão do que você realmente é. Começar a beber, fumar, bater punheta direto. E estar pronto para sacrificar qualquer coisa por alguns momentos de diversão adrenal.
Mas dá mesmo para sacrificar? É difícil. Nem todo mundo é durão de verdade. Dá até para afetar a cara de mau, mas no fundo você gosta de sessão da tarde... jogar fliperama, tomar milkshake, ouvir rock altão no seu quarto só para zoar com a mãe, pegar uma praia, passear ao crepúsculo de mãos dadas com sua baby (quem dera)...
Dá para jogar tudo para o alto só por um pouco de alegria? Vale a pena matar aula o tempo inteiro, não estar nem aí com a escola? Sim, se isso garantir a admiração das minas e o respeito dos colegas. Mas e se depois você acaba tomando pau por causa disso? Cheirar cola é gostoso... mas faz mal! Mas... qual é o problema de fazer mal? No fundo você vai acabar morrendo mesmo!
Viver é uma confusão desgraçada – e nunca isso fica mais claro na vida de um homem do que quando começam a aparecer os primeiros pêlos na cara.
O absurdo é que quatro nova-iorquinos broncos tenham capturado com tanta precisão este estado de espírito púbere que-se-foda. Sem intelectualismo nem autoparódia e em plena hegemonia Yes-Led, os Ramones inventaram o som da adolescência. Puro, sem misturas, sem gelo.
As bases já existiam, claro. O rock de garagem dos anos 60, a surf music, o bubblegum, Stooges, os Stones do começo, New York Dolls. O próprio Joey Ramone começou a cantar numa banda glam (o Sniper).
Mas os Ramones levaram a coisa um passo adiante, indo direto ao esqueleto do negócio: músicas de dois minutos, refrões simples e riffs primários, letras que viam a dor e a delícia de ser teenager através do rayban da cultura popular mais acessível e rastaqüera.
Tudo tão rápido, pesado e pegajoso quanto possível. Urgente como um comercial de TV. Punk rock, mesmo – se você pensar que punk originalmente significa vagabundo de rua, tranqueira, cara inútil para a sociedade.
Rocket To Russia pegou o que já era perfeito – os dois primeiros discos do grupo, Ramones e Leave Home, ambos de 76 – e elevou à categoria de transcendental. Tem duas covers, “Do You Wanna Dance?” e “Surfin’ Bird”, que dispensam comentários. E outras doze faixas originais essenciais, escritas com senso de humor, produzidas com capricho minimalista e executadas com a fúria e o tesão de quem está se divertindo pra cacete – contra tudo e todos. Entre “Rockaway Beach” e “Teenage Lobotomy” está tudo o que você precisa saber sobre rock.
Também tem “Sheena Is A Punk Rocker”, “Cretin Hop”, “I Wanna Be Well” – mas escute, não é isso que importa. Não importa que Johnny Rotten e Joe Strummer e esse bando todo de ingleses tenham se inspirado e imitado os Ramones, nem que grande parte da new wave, do punk e todo o hardcore deva as calças ao quarteto. Não importa a famosa cena do CBGB, nem o Blondie, nem os Talking Heads. Se discos futuros seriam irregulares, se eles bebiam ou se drogavam, se eles se repetiram, se Dee Dee compunha melhor que Johnny, se Mark isso e aquilo – naaaada disso importa.
O que importa é Joey Ramone cantando “I don’t care about this world/I don’t care about that girl… I don’t care”. Eu não tô nem aí, não tô nem aqui e quero que tudo mais vá pro inferno. I just wanna have some fun.
Ramones, a melhor banda de rock’n’roll da história – provavelmente.
Texto de autoria de André Forastieri. Publicado originalmente na BIZZ de dezembro de 1991.
A Sharapova perdeu. Então podemos voltar à programação normal...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Sei que essa semana tá meio devagar aqui. Mas é que estou assistindo muito o US Open. E estou também pondo em dia a leitura de gibis. Pórem, não entrem em pânico. Em poucos dias volto com o volume normal de posts semanais. E como o Pearl Jam vem aí, estou pensando em preparar uma série especial de textos sobre a banda, mas isso só quando estiver mais próximo da chegada deles no país. Estamos conversados? Então tchau.

SABIA DESSA?!

Depois de se chapar com um coquetel de vodca com tranqüilizante, o baterista do Who, Keith Moon, literalmente desabou em cima dos tambores durante um show nos EUA, em 1974. Para não interromper a apresentação, o guitarrista Pete Towshend soltou: “Tem algum baterista na platéia?”. Scott Halpin foi o felizardo que teve seus 15 minutos de glória, tocando 3 músicas com o Who.

LETRA TRADUZIDA

DEAD KENNEDYS

Let’s Lynch the Landlord
Vamos Linchar o Proprietário
(Jello Biafra)

The landlord’s here to visit
O proprietário está aqui para visitar
They’re blasting disco down below
Está rolando uma discoteca à toda lá embaixo
Sez, “I’m doubling up the rent
Ele disse, “Estou dobrando o aluguel
Cos the buiding’s condemned
Porque este prédio está condenado
You’re gonna help me buy City Hall”
Você vai me ajudar a comprar a prefeitura”
But we can, you know we can
Mas a gente pode, você sabe que a gente pode
We can, you know we can
A gente pode, você sabe que a gente pode
Let’s lynch the landlord, man
Vamos linchar o proprietário, cara
I tell them turn on the water
Vou dizer para eles ligarem a água
I tell’em turn on the heat
Vou dizer para eles ligarem o aquecedor
Tells me, “All you ever do is complain”
Ele me diz, “Você só faz reclamar”
Then they search the place when I’m not here
E remexe o lugar quando eu não estou
But we can, you know we can
Mas a gente pode, você sabe que a gente pode
Let’s lynch the landlord
Vamos linchar o proprietário
Let’s lynch the landlord
Vamos linchar o proprietário
Let’s lynch the landlord, man
Vamos linchar o proprietário, cara
There’s rats chewin’ up the kitchen
Tem ratos roendo a cozinha
Roaches up my to my knees
Baratas até os meus joelhos
Turn the oven on, it smells like Dachau, yeah
Ligo o forno, ele fede que nem Dachau, é
Til the rain pours through the ceiling
Até a chuva pinga pelo teto
But we can, you know we can
Mas a gente pode, você sabe que a gente pode
Let’s lynch the landlord, man
Vamos linchar o proprietário, cara

Um dos grupos mais revolucionários de todos os tempos, Dead Kennedys nunca vendeu muitos discos. Mas sua influência nos EUA é vasta. Jello Biafra sabe provocar e protestar como ninguém. No antológico disco de estréia de sua banda, Fresh Fruit For Rotting Vegetables, lançado em 1980, havia sarcasmo político para dar e vender. “Holiday In Cambodia”, “California Uber Alles”, “Too Drunk To Fuck” tornaram-se clássicos. Mas “Let’s Lynch the Landlord”, com sua denúncia de corrupção e descrença na justiça instituída pela sociedade, é especial. E uma das favoritas na hora de ser coverizada por bandas fãs do homem que esculachou a tudo e a todos, sempre lutando pela liberdade de expressão.

sábado, setembro 03, 2005

Já saiu o segundo volume de Sandman, publicado pela Conrad. Com 240 páginas e capa dura, o encadernado, que traz o arco "A Casa de Bonecas", custa R$ 60,00, mas você encontra fácil lugares onde há desconto no preço (no Submarino tá custando 53,90, e na Cultura tá por 54,00). Vou deixar pra comprar o meu mais pro final do mês. Abaixo seguem a capa e a sinopse:
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A saga que mudou o conceito de quadrinhos está de volta numa coleção luxuosa. Desde que conquistou o prêmio World Fantasy Award, em 1991, antes restrito à literatura convencional, Sandman vem extrapolando os domínios da nona arte. A mais premiada e colecionada série dos anos 1990 chega, em setembro, ao segundo volume: A Casa de Bonecas. Como todos os números da Biblioteca Sandman, a edição será toda em cores, capa dura, guardas e papel couchê.
Na trama central, a jovem e impetuosa Rose Walker faz uma viagem misteriosa. Nela, encontra parentes há muito perdidos, uma convenção de serial killers e, finalmente, descobre sua verdadeira identidade. Ao mesmo tempo, o Mestre dos Sonhos tenta controlar o caos no seu próprio reino e descobre que ele tem relação direta com Rose. Morpheus parte então para desvendar esses mistérios, mas ignora que o espetáculo é controlado pelas mãos de alguém vaidoso e surpreendentemente próximo.

CAPAS DA PANINI PARA SETEMBRO - DESTAQUES

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O que foram aquelas duas últimas páginas de Procurado (minissérie recém publicada pela Mythos)?! A história até que estava legalzinha, um bom passatempo, tinha um bom protagonista, que era um loser total e deu um “foda-se” a tudo e a todos, e matou quem estava no meio do caminho. Mas aquelas duas páginas finais estragaram tudo (pra quem não leu: nessas páginas, o protagonista, Wesley Gibson, fala diretamente ao leitor, dizendo que ele, o leitor, é um cuzão, que lemos o gibi apenas pra preencher o vazio de nossas vidas, que somos escravos, e finaliza com um close do rosto do Wesley, com o seguinte texto: “E essa é minha cara, mano, enquanto eu meto no seu cu.” Dá pra acreditar?!). Gosto muito do Mark Millar, roteirista dessa minissérie, mas com essa ele caiu muito no meu conceito. Minha inteligência já foi insultada várias vezes com a leitura de gibis, mas uma ofensa direta assim a minha pessoa nunca, essa é a 1ª vez.

quinta-feira, setembro 01, 2005

TOP TOP MTV PIORES VOCALISTAS

Os 10 piores vocalistas, segundo o programa Top Top MTV:
10- Gary Cherone (Extreme)
09- Madonna
08- Thom Yorke (Radiohead)
07- Bob Dylan
06- Michael Jackson
05- Johnny Rotten (Sex Pistols)
04- Dolores O’ Riordan (Cranberries)
03- Robert Plant (Led Zeppelin)
02- Whitney Houston
01- Geddy Lee (Rush)

Peraí, agora eles exageraram! Não dá pra deixar quieto depois de ver uma lista dessas, não é verdade? Com exceção do 2º lugar da Houston, todas as outras posições são altamente questionáveis. Ok, Bob Dylan tem uma voz meio chata, mas combina bem com seu estilo folk. O Cherone pode ser um babaca, mas tem a voz certinha. Madonna até entendemos, mas perto dessas cantoras teens atuais, ela até que faz um bom serviço. A Dolores tem um agudo irritante, mas daí pra estar entre as piores falta muito. O Geddy tem aquela voz meio estranha, mas nada de mais. O vocal dos Pistols tem que ser podrão mesmo, afinal é punk rock.
Mas as maiores injustiças eu deixei pro final. Michael Jackson canta mal? O cara pode ser estranho pra cacete, comer criancinhas e tal, mas tem uma grande voz, no maior estilo negão americano (apesar das aparências, hehehe). Confere os primórdios do Jackson Five e diz que é mentira minha! E o Thom Yorke? Dizer que ele não canta, apenas lamenta, é falta de sensibilidade musical. Agora, a maior das heresias foi ter colocado o Robert Plant em 3º lugar. O que é isso, meu Deus?! Se o Plant não canta bem, eu não sei mais de nada. Quem teve a idéia de colocá-lo na lista ou não entende nada de música (hoje em dia a MTV é lotada de gente assim, é praticamente um pré-requisito não saber porra nenhuma de música) ou gosta de fazer papel de palhaço.
E mais uma vez ficou patente a covardia do canal, ao não incluir nenhum vocalista nacional na lista. Gente como Chorão, Júnior (a irmã da Sandy, hehehe), Tico Santa Cruz, o vocal do Jota Quest, do CPM22, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Herbert Vianna, Otto, entre outros, merece com louvor entrar no top 10. Covarde também por não incluir os cantores internacionais que são os queridinhos da MTV americana, como os dois do Linkin Park, o do Simple Plan (já ouviram isso? O horror, o horror!), todos aqueles rappers chatos pra cacete (50 Cent, Eminem etc), Shakira (essa então...). Receio de perder os jabás das gravadoras, só pode ser isso.