segunda-feira, junho 28, 2010

THE BEATLES - WITH THE BEATLES

(texto publicado originalmente na revista ESPECIAL BRAVO! BEATLES; autoria de Sergio Martins)

Com mais dinheiro, George Martin se deu ao luxo de reservar os estúdios de Abbey Road de julho a outubro de 1963, périodo em que o segundo disco dos Beatles foi gravado. A ideia era seguir a mesma linha de Please Please Me. Metade das faixas era composta de covers, a outra metade, original dos Beatles. Só que agora, em vez do Brill Building, a inspiração veio da Motown. As canções de Lennon e McCartney também eram mais bem acabadas e menos derivativas, trazendo um inconfundível toque pessoal. All I've Got to Do, It Won't Be Long e Not a Second Time, todas de Lennon, eram persistentes e incisivas. Little Child era uma brincadeira R&B de John e Paul, com a gaita de Lennon fazendo a diferença. Já McCartney reciclou Hold Me Tight (rejeitada de Please Please Me) e também gravou All My Loving, canção cuja melodia podia agradar pessoas de 8 a 80. George Harrison timidamente saía do casulo e apareceu com sua primeira música em um álbum dos Beatles, chamada Don't Bother Me. John e Paul escreveram I Wanna Be Your Man especialmente para os Rolling Stones. Quando chegou a vez de os Beatles registrarem a canção, Ringo Starr ficou com os vocais e cantou com entusiasmo. Para não quebrar a regra, havia uma cover de um grupo de garotas (Devil in Her Heart, do The Donays), e uma regravação de um clássico de Chuck Berry (Roll Over Beethoven). E Paul novamente veio com uma canção oriunda do teatro musical. Desta vez era Till There Was You, de Meredith Wilson, da peça The Music Man. Os covers da Motown são bem acima da média, incluindo You Really Gotta a Hold on Me (Smokey Robinson & The Miracles), Please Mister Postman (The Marvelettes) e Money (That's What I Want) (Barrett Strong). Aqui, Lennon repetiu a dose de Please Please Me e simplesmente tornou sua uma canção que antes era identificada com outro artista. A capa do álbum foi obra de Robert Freeman. A foto do rosto dos Beatles, clicados como se fossem meia-lua, também se tornou clássica.

domingo, junho 20, 2010

NADA SE CRIA...

Indiano com um visual típico dos hábitos e costumes do povo local.


Arte da minissérie Invasão, da DC Comics, publicada por aqui no começo dos anos 90 pela Abril.

sexta-feira, junho 18, 2010

TITÃS - TITANOMAQUIA

(texto publicado originalmente na BIZZ # 97, agosto de 1993; autoria de André Barcinski)

Data: algum dia perdido em 92.
Local: casa de um dos Titãs. Os sete roqueiros se reúnem para traçar as metas de seu novo álbum.
Paulo: "Bom, galera. E aí? Nosso último disco foi massacrado."
Toni: "É mesmo. Temos que pensar em algo diferente... Vamos começar pelo nome. Alguém tem uma sugestão?"
Nando: "Que tal ´Pa-Ra-Le-Le-Pí-Pe-Do´?"
Marcelo: "Não, nada de poesia concreta. O Arnaldo saiu, se liga!"
Charles: "Que tal um disco grunge? Está bem na moda..."
Sérgio: "Será dá certo?"
Charles: "Porra, até o Capital Inicial está fazendo cover do Pearl Jam!"
Branco: "É mesmo! O Dinho rasgou todas as suas calças e tatuou ´Eu Sou Roqueiro´ na cabeça."
Charles: "A gente poderia chamar aquele cara do Nirvana para produzir, o Butch Vig..."
(segue-se um longo intervalo, durante o qual Charles liga para a gravadora).
Charles: "Rapeíze´, o Butch não dá, mas eles me garantem um tal de ´Jack Albino´.
Paulo: "´Albino´? Legal, talvez ele até curta o Hermeto Pascoal."
Nando: "Mas eu não entendo nada de grunge. Só ouço Tom Zé e Marisa Monte!"
Branco: "Não tem mistério. O negócio é o seguinte: a gente mete umas guitarrinhas distorcidas, fala uns palavrões no meio das músicas e põe no press release que nosso negócio agora é pauleira!"
Marcelo: "Será que vai colar?"
Sérgio: "É lógico. Brasileiro é tudo bundão! A molecada toda só está andando com esse visual grunge, eu vi no Programa Livre."
Toni: "A gente pode fazer umas fotos com visual punk!"
Marcelo: "Oba, vou estrear a minha camiseta do Tad."
Nando: "Você também fez este curso de datilografia?"
Branco: "Só tem um problema: e se esta onda grunge acabar? E se o samba entrar na moda?
Charles: "Bom, acho que talvez o Agepê toparia produzir nosso próximo disco."

terça-feira, junho 08, 2010

PEARL JAM - THE END (LETRA E VÍDEO)

What were all those dreams we shared
Those many years ago?
What were all those plans we made now
Left beside the road?
Behind us in the road

More than friends, I always pledged
Cause friends they come and go
People change, as does everything
I wanted to grow old
I just want to grow old

Slide up next to me
I'm just a human being
I will take the blame
But just the same
This is not me

You see?
Believe

I'm better than this
Don't leave me so cold
I'm buried beneath the stones
I just want to hold on
I know I'm worth your love

Enough
I don't think
There's such a thing

It's my fault now
Having caught a sickness in my bones
How it pains to leave you here
With the kids on your own
Just don't let me go

Help me see myself
Cause I can no longer tell
Looking out from the inside
Of the bottom of a well

It's hell
I yell
But no one hears before I disappear
Whisper in my ear
Give me something to echo
In my unknown future's ear

My dear
The end
Comes near
I'm here
But not much longer

MOMENTO ZOOEY DESCHANEL

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH...

quinta-feira, junho 03, 2010

O CLUBE DO FILME

Com uma lista enorme de livros para começar minha pequena aventura literária, resolvi começar por um que peguei emprestado. Aliás, antes de falar do livro em si, uma história introdutória. Em dezembro último tivemos um amigo secreto (ou amigo oculto, como queira) no trampo. E no sorteio, a Camile acabou pegando o George, o dono do livro. Ela não sabia o que dar para ele. Um dia, estávamos o George e eu nas Americanas, gastando um tempinho até que a Camile chegasse para irmos ao cinema. E vimos lá O Clube do Filme. Eu tinha lido em algum lugar algo sobre o livro, e achei interessante. Quando o mostrei, ele também pareceu interessado. Bingo! Falei à Camile qual seria um bom presente, e ela acabou comprando o livro para ele. Agora que o li parece que esse foi meu plano o tempo inteiro, fazer a cabeça dela para comprar o livro, para que, eventualmente, ele depois me emprestasse e eu acabasse lendo também. E aí, Camile e George, o que acharam desse meu plano vilanesco?!

Vamos ao livro, então. O Clube do Filme mostra uma história real. David Gilmour, autor do livro e crítico de cinema, conta o período de três anos em que viveu ao lado do filho, Jesse, então com 15 anos, a partir de sua proposta arriscada para tentar colocar o filho nos eixos. Vendo que Jesse não ia bem na escola, David propôs o seguinte: o filho pode abandonar os estudos, desde que se comprometa a assistir a três filmes por semana, escolhidos pelo pai, e com o pai. Essa seria a única educação que ele receberia.

O livro traz então detalhes dessas sessões de cinema, onde eles assistem de tudo, desde clássicos hollywoodianos até a filmes de gosto duvidoso, passando pela nouvelle vague francesa e pelo o que o autor chama de “tesouros enterrados”, sempre com uma pequena aula sobre o filme do momento, que o pai sempre dava antes de, ou até mesmo durante, cada projeção. Ao mesmo tempo acompanhamos o desenvolvimento da relação de ambos, o primeiro, quer dizer, os dois primeiros amores de Jesse, a busca por um trabalho de David, o relacionamento entre sua ex e mãe do filho etc.

Gente, livro bom para mim é aquele que te faz pensar. Não pensar no sentido de tentar entender o que o escritor está dizendo por ter uma linguagem rebuscada. Mas pensar no sentido de refletir, de fazer até um paralelo com nossas vidas. E O Clube do Filme é cheio desses momentos. E o que “dá o gás” durante a leitura são as conversas sinceras, abertas, entre pai e filho. Assim como Jesse aprendeu muito com os filmes, ele também aprendeu com o pai. Aliás, os dois aprenderam muito durante o processo. Não dá para não pensar: E se tivéssemos um pai assim, amigo, confidente? Não seria uma boa? E se tivéssemos um filho problemático, que além de não gostar da escola, torce pela seleção do Dunga, vai para micareta e fica contando no Orkut os dias para o começo do São João? Você não ao menos tentaria mudar os conceitos dele? Bem, funcionou para David e Jesse.

Então, livro mais do que recomendado, tanto para fãs de cinema (fiquei a fim de ver e rever vários dos citados durante a leitura) como para quem procura por uma literatura honesta que mostra uma relação íntima e sincera entre pai e filho. Para dar um gostinho e ser fisgado de vez, confira um trecho clicando aqui.