domingo, junho 14, 2009

CAPA DE FINAL CRISIS HARD COVER


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PJ HARVEY & JOHN PARISH - A WOMAN A MAN WALKED BY

(texto extraído da Rolling Stone # 32, maio de 2009; autoria de Leonardo Dias Pereira)


Ao lado de fiel colaborador, inglesa faz seu disco mais experimental

Se no anterior, White Chalk, PJ Harvey construiu um universo cheio de leveza e lirismo, em A Woman A Man Walked By ela resolveu fazer a trilha sonora de seus piores pesadelos. Ladeada por John Parish, seu antigo e fiel colaborador nas composições, a inglesa passa boa parte do novo álbum apostando em estruturas musicais nada ortodoxas. Com exceção do primeiro single "Black Hearted Love", com guitarras à Sonic Youth e o vocal lânguido que só a Polly Jean sabe fazer, e algumas baladas como "Passionless Pointless" e "The Soldier", a predominância das faixas traz PJ cantando de maneira ora desesperadora ("Sixteen, Fifteen, Fourteen"), ora perturbadora ("April") - atingindo a insanidade em "Pig Will Not". Não chega a ser exagero dizer que este é o álbum mais experimental de sua carreira e que provavelmente espantará alguns de seus seguidores. Mas arrependimento será a última coisa que alguém terá ao arriscar nestas "águas revoltas".

segunda-feira, junho 08, 2009

HE IS THE MAN!


Após quatro anos consecutivos derrotado numa final de Roland Garros pelo carrasco Rafael Nadal, estava tudo esquematizado para, enfim, Roger Federer levar o título no saibro do mais charmoso dos Grand Slams. O espanhol, número um do mundo, caiu nas oitavas-de-final para o até então desconhecido Robin Soderling, sueco que ocupava apenas a 25ª posição do ranking da ATP. Para deixar o horizonte ainda mais limpo para o tenista suíço, Andy Murray e Novak Djokovic, respectivamente 3º e 4º no ranking, ficaram pelo caminho também. Era hora de Federer ser campeão em Paris e completar algo que poucos conseguiram, o título em todos os Grand Slams (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open).
A final, quis o destino, era contra Soderling, o mesmo que vencera Nadal uma semana antes. Mas qualquer ameaça de susto foi logo dissipada quando Federer, logo de cara, quebrou o serviço do adversário, que parecia nervoso. Primeiro set fácil, 6 a 1. No segundo, Soderling, já com os nervos no lugar, deixou o jogo mais duro. E a invasão de um louco qualquer na quadra visivelmente tirou a concentração de Federer por uns momentos. Os 12 games acabam sem quebra, e no tie break, com um show de aces, Federer faz 7 a 1, fechando o set em 7/6. O terceiro set já começou com o suíço quebrando o serviço do adversário, que até ensaiou devolver a quebra depois, mas não obteve sucesso. Sacando muito bem e com um show de “deixadinhas”, Federer vence o set (6/4) e o jogo, levantando enfim a sonhada (e que vinha se transformando em pesadelo graças ao “animal” Nadal) taça de campeão de Roland Garros, escrevendo seu nome mais uma vez na história do tênis.
Depois de perder na grama de Wimbledon e no piso duro da Austrália para Nadal, muitos apostavam na decadência de Roger Federer, mas nesse domingo ele provou que ainda tem muito por mostrar, e tem tudo para encerrar a carreira como o melhor tenista de todos os tempos. A 14ª conquista de um Grand Slam, empatando com Pete Sampras, foi um grande passo em relação a isso. Se na cerimônia de premiação do Aberto da Austrália, no começo do ano, Roger chorou de tristeza, desmoronando emocionalmente diante do público, ontem as lágrimas apareceram novamente, mas com um sabor todo especial, o da felicidade e do alívio. Roger Federer, não tenho dúvidas, o maior tenista da história.