sexta-feira, outubro 29, 2010

MUSIC NEWS

:: Eu já devo ter falado por aqui que Butch Vig está produzindo o novo álbum do Foo Fighters, voltando a trabalhar com Dave Grohl após quase 20 anos do lançamento de Nevermind, do Nirvana. Mais novidades do disco surgiram esta semana. Krist Novoselic, baixista e ex-companheiro de Dave no Nirvana, deve participar em uma faixa desse novo projeto dos Foos, ainda sem título. Grohl falou que esse deverá ser o disco mais pesado da banda, que nas 14 músicas não há uma guitarra acústica sequer e que tudo está sendo gravado de forma analógica na sua própria garagem. Vem coisa boa por aí!

:: Falando no Nirvana, a banda será tema de uma exibição do The Experience Music Project, em Seattle, a partir de abril de 2011. Chamada “Nirvana: Taking Punk to the Masses”, a exibição contará com mais de 200 objetos ligados a banda e diversas fotografias inéditas com os integrantes. Resta reservar um lugarzinho na fila e juntar grana para dar uma passadinha por lá.

:: Foi anunciado um Boxset contendo os 8 primeiros álbuns de estúdio de Bob Dylan em mono, chamado The Original Mono Recordings. São eles: Bob Dylan, de 1962, The Freewheelin’ Bob Dylan, de 63, The Times They Are-a-Changin’, de 64, Another Side of Bob Dylan, de 64, Bringing It All Back Home, de 65, Highway 61 Revisited, de 65, Blonde on Blonde, de 66, e John Wesley Harding, de 67. Os puristas, que não gostaram da versão estéreo de The Freewheelin’, por exemplo, que tem a voz de Dylan no centro, seu violão de um lado e a harmônica de outro, irão babar com esse lançamento, que também terá uma versão em vinil (é, ele está voltando mesmo!).

sábado, outubro 23, 2010

OS PERDEDORES - HORA DO TROCO

Conhecia esse Os Perdedores bem por cima, já tinha lido uma ou outra coisa do seu autor e só. E nem sabia da adaptação para o cinema. Mas quando me deparei com esse gibi na banca, resolvi comprar porque era material da Vertigo, porra! E ainda bem que o adquiri, leitura totalmente excelente!

Os Perdedores do título se refere a um grupo de agentes secretos da CIA que teriam sido mortos pela própria agência numa espécie de queima de arquivo. Mas claro que eles não morreram, e planejam ter suas vidas de volta. Porém ficamos sabendo disso apenas no decorrer da leitura, pois a HQ já começa a toda, com o grupo em missão tentando sua pequena vingança e já descobrindo que o buraco dessa tramóia é bem mais embaixo.

A trama se desenvolve como um bom roteiro de cinema, com espionagens, tiroteios, explosões, fugas e reviravoltas que deixam o leitor em alta expectativa pelo que vai acontecer em seguida. Não é à toa, então, a adaptação hollywoodiana para a telona. O roteiro de Andy Diggle é bem estruturado, dando um novo alento aos clichês inevitáveis do gênero, e casa perfeitamente com a arte de Jock, que traz um ritmo mais do que bem vindo à trama.

Os Perdedores – Hora do Troco, traz as 6 primeiras edições do título The Losers, que teve um total de 32 edições lá fora. Resta-nos esperar que a Panini, que tem feito um excelente trabalho com esse material adulto, lance novos volumes dessa excelente série da Vertigo.

quarta-feira, outubro 20, 2010

THE BEATLES - A HARD DAY'S NIGHT

(texto publicado originalmente na revista ESPECIAL BRAVO! BEATLES; autoria de Sergio Martins)

A trilha do primeiro filme dos Beatles foi concebida durante o frenético primeiro semestre de 1964, quando eles excursionavam pelos Estados Unidos e pela Europa. O tempo dos rapazes estava cada vez mais escasso, mas a permanência nos quartos de hotel permitia que parassem um pouco e dessem vazão a novas ideias. O álbum A Hard Day’s Night trouxe 13 canções, todas elas de autoria de Lennon e McCartney. Como não havia espaço no filme para que todas fossem apresentadas, as sobras serviram para preencher o lado B do LP original. O mais importante é que os Beatles evoluíam como autores e artistas. Foi o primeiro álbum do grupo de Liverpool a ser gravado em quatro canais e isso ficou evidente na qualidade técnica. O interessante é que nessa época Lennon se encontrava em sua fase mais prolífica. Boa parte das criações do projeto foi concebida por ele. A canção A Hard Day’s Night é um exemplo típico. A maior parte é de John, mas Paul faz um interessante contraponto. A guitarra de 12 cordas tocada por George foi uma inspiração para muita gente. I Should Have Known Better, If I Fell e Tell Me Why, as outras canções de Lennon que entraram no filme, são pegajosas e seguem a fórmula típica das canções beat da época. John e Paul cederam I’m Happy Just to Dance with You para George cantar. Paul entrou com poucas no filme, mas foram músicas marcantes. A romântica e latinizada And I Love Her se tornou a canção dos Beatles mais gravada até o surgimento de Yesterday, e a agitada Can’t Buy Me Love, gravada na França, aparece em uma sequência-chave do filme. O lado 2 do LP original também trouxe uma predominância de composições de Lennon, exemplificado em When I Get Home, Anything at All, I’ll Cry Instead, I’ll Be Back e You Can’t Do That. O interessante é que as letras já revelavam um lado mais pessoal de Lennon, que às vezes se retratava ora como um sujeito durão, ora como o cara sensível. Things We Said Today, de Paul, é uma balada charmosa, mas não revela muito sobre o que se passava na cabeça do autor.

sábado, outubro 16, 2010

GLEE - I WANT TO HOLD YOUR HAND


Cara, jamais imaginaria que essa música bobinha dos Beatles, da fase iê-iê-iê, pudesse soar tão triste. Sniff...

quinta-feira, outubro 14, 2010

MUSIC NEWS

:: Sai agora no começo de novembro uma coletânea de sobras de estúdio do Weezer, que receberá o nome de Death to False Metal. Segundo o vocalista e guitarrista Rivers Cuomo, tem coisas desde a época do Blue Album, de 93, material que era pop demais, heavy demais ou estranho demais para entrar nos discos. Para o lançamento, Cuomo ficou duas semanas em estúdio retrabalhando as canções, mudando letras, fazendo overdubs e novas gravações em cima do material antigo, que inclui (pasmem!) uma versão de “Un-break My Heart”, de Tony Braxton. Capa e track list abaixo.


"Turning Up the Radio"
"I Don't Want Your Loving"
"Blowin' My Stack"
"Losing My Mind"
"Everyone"
"I'm a Robot"
"Trampoline"
"Odd Couple"
"Autopilot"
"Un-Break My Heart"


:: Mais uma lista news! Uma pesquisa organizada pela PRS For Music revelou quais as principais canções que fazem os homens chorarem. Confira:

1. REM – 'Everybody Hurts'
2. Eric Clapton – 'Tears In Heaven'
3. Leonard Cohen – 'Hallelujah'
4. Sinead O'Connor – 'Nothing Compares 2 U'
5. U2 – 'With Or Without You'
6. The Verve – 'The Drugs Don't Work'
7. Elton John – 'Candle In The Wind'
8. Bruce Springsteen – 'Streets Of Philadelphia'
9. Todd Duncan – 'Unchained Melody'
10. Robbie Williams – 'Angels'

Bem, eu não chego a chorar exatamente, mas músicas como “Black”, do Pearl Jam, “Here Today, Gone Tomorrow”, na versão do Rooney (original é dos Ramones), e “Last Night I Dreamt that Somebody Loved Me”, dos Smiths, me deixam com os olhos lacrimejantes.


:: Já sabem que o novo disco do Manic Street Preachers, Postcards from a Young Man, saiu há algumas semanas, certo? Como sempre, mais um lançamento de qualidade dos caras, ali tem pelo menos umas 3 músicas que merecem aparecer entre as melhores do ano. Trechinho de uma entrevista dada pelo Nicky Wire:

-Você disse que o Manic só faz dois tipos de discos, glam ou pós-punk. Este soa muito glam.

-Acho que foi a Evelyn Waugh que disse que você escreve apenas dois grandes romances e depois escreve apenas diferentes versões desses dois. E nós aceitamos isso. Esses são os dois estilos em que habitamos, o glam e o pós-punk. Para ser honesto, sinto-me abençoado por podermos fazer dois. Algumas bandas ficam presas em um estilo para sempre.

- A banda parece revitalizada desde que você e James gravaram seus álbuns solos.

- Sim! Neste novo disco eu escrevi 3 músicas. Gravar discos solos tem 2 efeitos: nos faz sentir falta da banda e faz com que encontremos nossas próprias vozes, mas preferimos estar juntos.


:: Olha quem resolveu dar as caras! Duffy! Já saiu a nova música dela, “Well, Well, Well”, que estará em seu segundo álbum, Endlessly, com lançamento previsto para o final de novembro. Confira o clipe abaixo:

terça-feira, outubro 12, 2010

SWU - DIA 3


Último dia de festival e a promessa de ótimos shows com Queens of the Stone Age e Pixies. O Multishow ainda nos brindou com um tal de Avenged Sevenfold, que confesso nunca ter ouvido falar, ou mesmo ouvido o som, mas pelo trechinho que vi, com uma mistura de hardcore, emo e metal melódico numa única música, não tava perdendo muita coisa não. Dispenso.

Com um atraso devido a problemas técnicos, o Queens of the Stone Age entra (em preto e branco na telinha, exigência dos caras para o início do show) com a dobradinha “Feel Good Hit of the Summer” e “The Lost Art of Keeping a Secret”, as duas faixas de abertura de R, para colocar (des)ordem na casa. Depois disso a porrada continua com músicas de todos os discos (exceto o debut). “No One Knows”, “A Song for the Dead”, “In My Head”, “Little Sister”, “Sick, Sick, Sick”, “3’s & 7”s” etc, incluindo ainda duas das minhas favoritas, “Long Slow Goodbye” e “Go With the Flow”. Se neguinho chegar pra você dizendo que o rock já era, que não existe mais bandas boas, com certeza essa pessoa não conhece o QOTSA. Showzaço!

Contando com a minha boa e velha sorte, antes de começar a apresentação do Pixies falta energia aqui no meu bairro por quase uma hora. Depois de xingar deus e o mundo, restou-me esperar. Voltou a tempo de acompanhar apenas as quatro últimas músicas. Pelo menos pude ver o final apoteótico com “Where is My Mind” e “Gigantic”, clássicas absolutas. E ainda conferi uns vídeos na internet para diminuir um pouco o prejuízo. Os anos passaram, perderam os cabelos, ganharam alguns quilos, mas eles continuam com uma boa pegada, e com um repertório daquele, fica tudo mais fácil. E a Kim Deal ainda tem aquela voz fofa de sempre. Torcer agora para rolar uma reprise...

segunda-feira, outubro 11, 2010

SWU - DIA 2

No segundo dia do festival, o Multishow exibiu as apresentações de Joss Stone, Dave Matthews Band e Kings of Leon. O do meio eu categoricamente desprezei e fiquei assistindo a uma partida de futebol americano enquanto não começava o que realmente importava. Mesmo assim parecia interminável o show desses caras. Mas vamos falar do que interessa.

O show da Joss Stone começou por volta das 8 da noite. Bastava ela ficar parada lá, sem fazer nada, que só admirar a beleza dela era suficiente. Mas não, ela pôs a mão na massa e fez um grande show. Simpática até a medula, soltinha e bem à vontade, parece uma veterana com anos e anos de experiência (num certo momento, voou para o palco uma camisinha cheia de ar, e ela solta um “Really?! I know you’re passionate people, but, shit!” Sensacional!). E que voz, meu deus, que voz! Não deve nem um pouco a da registrada nos discos. Ali não rola auto-tune, não! Numa época de artistas fabricados, quando cada passo é milimetricamente planejado por um batalhão de assessores, uma garota novinha como a Joss com essa espontaneidade e esse talento, é de se admirar. E muito!

Depois de cerca de uma hora e meia aguentando a chatice do Dave Matthews, poderia entrar o Fábio Jr e seu filho Fiuk que iria ser uma melhora. Mas quem entra são os Kings of Leon! Para mim eles são uma das melhores bandas da geração 00, e conseguem a cada disco dar um passo adiante e atrair mais público. Para quem era conhecido como Strokes Caipira, está mais do que bom. Infelizmente, por questões contratuais, só foi exibido os 45 minutos iniciais da apresentação dos caras. Nesse período, eles se concentraram em faixas do Only By The Night, como “Be Somebody”, “Notion”, “Closer”, Revelry” e “Sex on Fire”, a última antes da interrupção, com algumas esporádicas dos demais álbuns, incluindo a ótima “Mary”, do Come Around Sundown, que tem seu lançamento oficial previsto para o próximo dia 19. Show mais que competente, os caras mandam bem ao vivo, sem firulas, e o tal do Caleb Followill, além de arrancar suspiros das garotas, canta muito bem. Ah, e o batera tocou com uma camiseta do Nirvana. Se houvesse alguma dúvida que eles são legais, ela se dissipa aí.

domingo, outubro 10, 2010

SWU - DIA 1


Como eu moro longe demais das capitais, estou acompanhando o festival SWU no canal Multishow. Ontem exibiram três shows, Los Hermanos, The Mars Volta e Rage Against the Machine.

Bem, os Los Hermanos já não fazem parte do meu dia-a-dia musical, mas na época do auge deles ouvi até cansar, e Bloco do Eu Sozinho é um dos melhores discos já lançados por essas terras. Depois ficaram muito MPB e pouco rock demais pra meu gosto. Dito isso, a apresentação da banda ontem foi bem legal. Sempre fui mais fã do Rodrigo Amarante, adoro o jeito dele cantar, e ontem ele foi um belo dum front leader (nas músicas que cantava), soando bem simpático com a galera. Já o Marcelo Camelo, com aquele jeitão de despachante da década de 70, com aquela barba horrorosa e um par de óculos que deve ser do avô dele, cantou super mal, quase esganiçado. Os pontos altos foram mesmo com Amarante, com “Último Romance”, “Retrato pra Iaiá” e principalmente “Sentimental”, que ainda consegue me emocionar. Saldo positivo, mas poderiam tocar algo do debut.

Quando o The Mars Volta entrou, senti aquele choque. O cara vendo uma banda nacional e se depara com aquilo. O visual, a presença de palco e o próprio som. Os Hermanos pareciam amadores perto daquilo. Não é a toa que os americanos dominam o mercado musical. Bem, não conheço o suficiente o The Mars Volta para ter curtido o show deles da maneira que deveria. Mas acabei gostando assim mesmo. A banda parece meio deslocada no tempo, não existe mais nos dias de hoje bandas de rock com um instrumental daqueles, com aquelas longas jams, aquela porção jazzística e um vocalista que canta pra caralho! Se eu fechasse os olhos durante a apresentação, poderia imaginar facinho que estava assistindo a algum especial do Woodstock ou algo do tipo. Gostei, vou atrás de mais coisas dos caras.

O Rage Against the Machine nunca caiu no meu gosto. Eu até tenho o CD original de The Battle of Los Angeles, mas fora isso... Sou daqueles que acham as músicas deles todas iguais (e estou longe de estar sozinho nessa), conhecendo uma você conhece todas. E esse lance de “Viva la revolución!” não é de meu feitio. Mas os caras mandam muito bem ao vivo, tenho que dar o braço a torcer. Tanto que a intensidade do som da banda causou problemas ontem, obrigando a organização do festival a pausar o show duas vezes para acalmar os ânimos da galera. O vocalista Zack de la Rocha não conseguia esconder a satisfação de tocar para tamanho público, e o guitarrista Tony Morello mostrou toda sua habilidade. Pena que o Multishow cortou o show pela metade, queria ter visto a catarse que deve ter ocorrido durante “Killing in the Name”...

A noite tem mais!

sexta-feira, outubro 08, 2010

METRIC - ALL YOURS (LETRA E VÍDEO)


All the lives always tempted to trade
Will they hate me for all the choices I made?
Will they stop when they see me again?
I can't stop, now I know who I am


Now I'm all yours, I'm not afraid
And you're all mine, say what they may
And all your love I'll take to a grave
And all my life starts now


Tear me down, they can't
Take you out of my thoughts
Under every scar there's a battle I've lost
Will they stop when they see us again?
I can't stop, now I know who I am


Now I'm all yours, I'm not afraid
And you're all mine, say what they may
And all your love I'll take to a grave
And all my life starts


I'm all yours, I'm not afraid
And you're all mine, say what they may
And all your love I'll take to a grave
And all my life starts, starts now




sexta-feira, outubro 01, 2010

IGGY AND THE STOOGES – RAW POWER (ED. LEGACY)

(texto extraído da Billboard # 10, julho de 2010; autoria de Pedro Só)

Fundamental para o punk rock de Pistols e Clash, este disco está desde 1973 fazendo inimigos e influenciando pessoas. Apesar dos riffs anfetamínicos de James Williamson e das canções geniais de Iggy, o som do álbum sempre foi gongado. Por deixar submersa a cozinha de Ron e Scott Asheton, pela falta de graves e cagadas técnicas variadas. O vilão? David Bowie, que teve três dias para fazer a mixagem do terceiro disco de seus então protegidos. Iggy, que havia se metido a produzir sem saber, posou de vítima depois. Em 1991, Bowie explanou: “Dos 24 canais, só três foram usados. Tinha a banda em um, guitarra em outro, voz em outro. Iggy me pediu: ‘Vê o que você consegue fazer aí’. ‘Cara, não tem nada pra mixar aqui’, eu disse”.

Naquele 1991, Raw Power (força crua) foi relançado em CD com remasterização porca e um arroto a menos. Versão semipirata e podrona, Rough Power viria em 1993, alardeando ser “Bowie-free”. Até que em 1997 Iggy teve a chance de fazer a sua remixagem: deixou tudo no vermelho, com mais peso e distorção, ao gosto pós-grunge. Mas foi só a Sony tirar do mercado o álbum com a mixagem original, que começou a viuveira. Aquela versão “defeituosa” é que tinha enlouquecido gerações de fãs...

Por isso esta nova edição, que soma os velhos e adoráveis defeitos a um disco-bônus gravado ao vivo em 1973, Georgia Peaches. Nele, com som superior ao dos piratas da banda, se ouve mais piano que a guitarra. Talvez por isso, suas delícias são o blues “I Need Somebody” e o boogie chulo “Cock in my Pocket”, sobre um michê recém-chegado a Londres.