quinta-feira, março 29, 2007

20 DISCOS QUE MUDARAM O MUNDO pt. 3

(texto extraído da revista ZERO nº 8)

THE BEATLES
REVOLVER

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Lançamento: 5 de agosto de 1966
Nas paradas: nº 1 na lista de álbuns pop da Billboard
Algumas influências: Ravi Shankar, Fats Domino, Carls Perkins, Buddy Holly, Elvis Presley, Beach Boys
Alguns influenciados: todas as bandas que você conseguir imaginar

Eles já tinham atingido a maturidade musical com o disco anterior, Rubber Soul, mas o auge da combinação de composições econômicas, mas melodiosas, com experimentalismo e criatividade no estúdio foi alcançado com Revolver. Com ele, os Beatles criaram uma cartilha que todas as bandas teriam que passar a ler desde então.
John Lennon carrega nas viagens alucinógenas em “Doctor Robert”, inspirada em Robert Freyman, médico norte-americano que ganhou fama entre ricos e famosos com um coquetel de injeções de vitaminas e anfetaminas, no uso etéreo da guitarra de “And Your Bird Can Sing” e no sufoco de uma bad trip em “She Said She Said”, inspirada num encontro que teve com Peter Fonda, em que ele e George Harrison tomaram LSD. O místico John entra em cena com “Tomorrow Never Knows”, inspirada no Livro Tibetano dos Mortos.
Paul McCartney bebe da fonte de Stockhausen e John Cage e dá vazão ao experimentalismo com trechos sobrepostos e loops de tapes – confira o solo de guitarra ao contrário em “I’m Only Sleeping”.
E George marca definitivamente território como compositor, como em “Taxman” e “I Want To Tell You”. Flerta com a música indiana, levando pro Abbey Road a cítara (“Tomorrow Never Knows”) e na climática “Love You To”. O produtor George Martin completa o time com colagens sonoras aleatórias.
Uma semana depois do lançamento de Revolver – que era pra ser batizado “Beatles On Safari”, “Abracadabra” ou “Magic Circles” – os quatro fizeram a derradeira apresentação ao vivo no Candlestick Park, em Chicago.

Efeitos no Brasil: A tropicália e os Mutantes têm Revolver tatuado no DNA. E a ligação do grupo de Rita Lee e dos irmãos Batista com Gilberto Gil marcou a segunda revolução jovem da música brasileira.
Enquanto isso...: As paradas mundiais eram dominadas pelos Troggs. Na Inglaterra, o número 1 era “With A Girl Like You”, e nos EUA, “Wild Thing” assumia o topo. É o ano em que Pelé se machuca durante a Copa e o Brasil faz sua pior apresentação num Mundial, após o bicampeonato 58/62. Começa a Revolução Cultural na China.

sábado, março 24, 2007

NOVIDADES DC

Lembram da tão falada expansão da DC, prometida pela Panini quando renovou seu contrato com a editora americana? Pois bem, a Wizzmania # 42, que acabou de sair em São Paulo, traz boas novidades para os decenautas. Como já suspeitávamos, aquele símbolo do Batman elevado ao quadrado que vimos nas chamadas das edições de fevereiro significa mesmo uma segunda revista estrelada pelo Morcego e seus pupilos. O título se chamará Batman Extra e estreará já em abril. Detalhes sobre o mix não foram revelados. Em junho teremos outra mensal, Universo DC, e o mix trará Checkmate, Shadow Pact, Secret Six e Batalha Por Blüdhaven. Outras novidades: O Um Ano Depois (One Year Later) começa em maio, DC Apresenta #3 trará os especiais Projeto Omac e Vilões Unidos, teremos mais um volume de Gotham Central em DC Especial 14 e a estréia de Aquaman: Sword Of Atlantis em Superman & Batman de junho. Somados as já anunciadas Justiça (a primeira edição já chegou no sudeste), Sete Soldados da Vitória e a republicação de Lendas, tem material suficiente para nerd reclamão nenhum botar defeito (se bem que eles reclamarão de qualquer maneira).

quinta-feira, março 22, 2007

FALA, MORRISSEY

O tempo é curto e insuficiente para que saia algo que preste da minha cabecinha, então dou à palavra ao bardo inglês, opinando sobre as facilidades do mundo moderno e o lado negativo que isso traz à música (frases extraídas da revista Mosh nº 2). Eu particularmente concordo em gênero, número e degrau com as duas primeiras.

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“Nunca fiz download de uma música sequer na Internet. Me mandaram um iPod como cortesia, e eu nem tirei da caixa. Fazer música requer esforço. Como é que você pode gostar de um disco que chega tão facilmente às suas mãos?”

“Quando era garoto, encontrava dificuldades tremendas para conseguir a música que eu amava. Sem os discos e esses obstáculos para consegui-los, jamais seria o que sou hoje.”

“Cada disco que comprei estava ligado a uma sensação. Eu passava tardes inteiras nas lojas lendo as fichas técnicas das capas e dos encartes.”

“Hoje em dia tudo está fácil: ouvir música, criar uma canção, se tornar um superstar... Um moleque de onze anos com um computador pode gravar um disco no quarto. A música hoje é alvo de humilhação, é algo frívolo e inofensivo.”

“Escuto muita coisa, mas raramente algo me impressiona. Ouço sempre uma tonelada de CDs que, em geral, vão parar direto no meu cesto de lixo.”

quinta-feira, março 15, 2007

3 EM 1

GRANDES ASTROS SUPERMAN #2
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Já falei isso no post sobre a primeira edição, mas me permitam ser repetitivo: Que gibi, meu deus, que gibi! Nesse segundo número de All Star Superman (bem que a Panini poderia ter deixado o nome original mesmo, né?), a dupla criativa, Grant Morrison e Frank Quitely, nos apresenta a Fortaleza da Solidão, o lar do Homem de Aço, fazendo uma caracterização perfeita dela. Enquanto tenta convencer Lois Lane que o Superman na verdade é Clark Kent, o casal faz uma tour pelo local. Não sei se algumas coisas que foram mostradas, como o Espelho da Verdade e o Telescópio do Tempo, já existiam ou foram concepções do Morrison nessa revista, mas são criações muito interessantes, com aquela cara da Era de Prata que permeia a trama. Enquanto isso, Lois fica paranóica, tentando descobrir por que o herói a trouxe para lá, e o Super descobre que ficou imune à Kriptonita, outro efeito colateral da expedição ao sol. Mais uma vez, nota 10.

GRANDES ASTROS BATMAN & ROBIN #2
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Quanto ao título do Homem Morcego da mesma linha All Star, bem, não é tão bom quanto o descrito acima, mas é uma leitura agradável, e melhor do que o que vem sendo publicado no título mensal do personagem. Essa edição se passa praticamente toda dentro do batmóvel, onde Batman, junto ao seu futuro pupilo, tenta escapar da corrupta polícia local. É até engraçado o Batman tentando parecer mais durão do que já é com o intuito de amedrontar o garoto, mas ele logo percebe que o vigilante de Gotham está imitando o Clint Eastwood (nesse momento logo me passou pela cabeça que o Eastwood chegou a ser cotado a viver o herói no cinema, numa adaptação do clássico Cavaleiro das Trevas, do mesmo Frank Miller desse gibi). As cenas de perseguição ficaram ótimas, e Jim Lee tá cada vez mais preocupado na narrativa (tem até uma página dupla com 32 quadrinhos, algo inimaginável para esse especialista em pin ups). Vale quanto pesa.

CRISE INFINITA #3
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Como naquela música dos Titãs, em Crise Infinita continua acontecendo tudo ao mesmo tempo agora. Num momento estamos em San Diego, depois na Ilha Paraíso, Gotham, Texas, Galáxia Polaris, Central City e por aí vai. Cada um desses cenários rende 2, 3 páginas da história, impedindo um aprofundamento na trama e que uma série de diálogos que se desenvolva normalmente (com a exceção daquele entre Batman e o Superman da Terra 2, que acaba sendo o melhor momento dessa edição 3). Ainda estamos longe de entender como cada um desses acontecimentos irão se desenvolver, e qual a importância deles no que realmente importa em Crise Infinita, que é a volta de personagens que desapareceram na Crise original. Foi revelada a identidade do verdadeiro vilão, e só nessa parte a história avançou. Apesar de ser uma leitura razoável, o gibi ainda não deslanchou e não faz jus a toda expectativa gerada. Eu continuo com um pé atrás. E saber que uma das edições futuras é só quebra pau sem sentido, conforme opiniões que vi na Internet, não ajuda. Mas eu sou decenauta e não desisto nunca.

FRASES

“É preciso melhorar a massa encefálica dentro do cérebro para as pessoas compreenderem que as mulheres devem ser respeitadas.”

“É necessário caminhar mais para que Brasil e Estados Unidos cheguem ao ‘ponto G’ das negociações.”

Ambas do presidente Lula. Esse cara tem mesmo o dom da palavra, heim? É quase um Camões.

domingo, março 11, 2007

THE CLASH - THE SINGLES BOX SET

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Essa vai fazer o Eduardo babar. Foi lançado um Box Set contendo todos os 19 singles da carreira do Clash, uma das bandas de maior importância do movimento punk que consumiu a terra da rainha na segunda metade da década de 70. A caixa é daquelas para agradar ao fã mais exigente. Foram reproduzidas todas as capas originais, os CDs imitam o design dos antigos vinis e também faz parte do pacote o EP de “Capital Radio”, raridade que foi encartada numa antiga edição da revista NME, sem esquecer do livreto de 44 páginas, com notas das gravações, fotos inéditas e textos de gente como The Edge (U2), Damon Albarn (Blur), Bobby Gillespie (Primal Scream), Pete Townsend (Who) e Bernard Sumner (New Order), entre outros. Claro que não podiam faltar inúmeras bonus tracks, sendo que seis delas eram inéditas no formato CD. No total são 64 faixas, desde clássicos do grupo a obscuridades tiradas de lados B. Tudo isso feito com a supervisão de Mick Jones e Paul Simonon, respectivamente guitarrista e baixista do Clash. Dificilmente isso será lançado por aqui, então é bom desembolsar aquela suada bufunfa (cerca de 400 reais) nas lojas que trabalham com discos importados. Começa a economizar aí, Eduardo!


(Um pequeno parêntese: sei que vocês perceberam que diminuiu drasticamente a atualização aqui no blog, mas eu tenho uma boa desculpa para isso. Estou me preparando para um concurso e estou estudando feito louco, e o pouco tempo livre que tenho serve para não deixar acumular muitas revistas e gibis e para assistir àquelas séries de tv mais essenciais. Além disso, meu humor não anda dos melhores. Mas vou tentar postar algumas coisas nessa semana que se inicia. Em abril tudo deve voltar ao normal. Paciência, pessoal.)

domingo, março 04, 2007

HEROES

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Finalmente estreou por aqui na última sexta-feira, no Universal Channel, Heroes, a mais aguardada da nova temporada de séries da tv americana, e que vem sendo, desde seu início na terra do tio Sam, objeto de culto por parte dos fanáticos desse tipo de programa. No primeiro episódio são apresentados os personagens principais, que já começam a mostrar seus poderes. Uma cheerleader consegue se regenerar de qualquer ferimento ou mutilação, um político tem o dom de voar, um pintor consegue retratar o futuro em suas obras, um funcionário japonês dobra o tempo e o espaço etc, etc, enquanto um geneticista indiano teoriza que alguns seres humanos são dignos de feitos extraordinários. A questão é a seguinte: por que essas pessoas estão desenvolvendo super poderes, e por que tudo ao mesmo tempo e agora? Não dá para não fazermos um paralelo com os gibis, não só em relação aos poderes demonstrados, alguns deles vistos em personagens famosos das HQs, como esse questionamento que citei, objeto de uma subtrama nos gibis da linha Ultimate da Marvel. Devido ao mistério que circunda a história e ao hype provocado, Heroes é chamado de o novo Lost, por bem ou por mal, tanto que, na edição da Veja da semana passada, uma matéria sobre a série alerta para que Heroes não siga o mesmo caminho do concorrente, que, ainda segundo a revista, demonstra que seus roteiristas estão perdidos em vários mistérios não resolvidos, que se sucedem, criando contradições e confusões na cabeça dos espectadores (que diminuíram em 7 milhões nos EUA nessa 3ª temporada, prestes a iniciar no Brasil via AXN). Quanto a Heroes, bem, depois de tanta espera e expectativa, devo dizer que fiquei meio decepcionado com o capítulo de estréia. Sei lá, não deixou aquele gostinho de quero mais, aquela curiosidade de querer saber o que vai acontecer em seguida, uma empatia com os personagens e tal. Talvez minha expectativa foi exagerada. Mas continuarei assistindo, até porque as noites de sextas são meio fracas em termos de séries mesmo, principalmente agora com Law & Order Criminal Intent transferida paras as quintas-feiras. Aguardemos o desenrolar da trama...

quinta-feira, março 01, 2007

20 DISCOS QUE MUDARAM O MUNDO pt. 2

(texto extraído da revista ZERO nº 8)

NIRVANA
NEVERMIND

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Lançamento: 24 de setembro de 1991
Nas paradas: nº 1 do Top 200 da Billboard
Algumas influências: REM, Cheap Trick, Melvins, Neil Young, Sonic Youth
Alguns influenciados: Bush, The Vines, Weezer, Silverchair, Sponge, Queens Of The Stone Age

Num mundo ideal, onde cores, cabelos e estrelismo superavam a própria música, Nevermind surgia como o filho rebelde, bastardo e sem o mínimo saco para escutar os sermões dos pais e professores da escola. Nada foi igual depois dele. A força e a violência aplicada em cada acorde do segundo álbum do Nirvana realçavam a necessidade do alternativo se deslocar para o ouvido das grandes massas. E foi exatamente isso que aconteceu.
Os primeiros acordes de “Smells Like Teen Spirit” vinham lotados de agressividade adolescente, o hino para toda uma geração X, Y e Z. Um cantor franzino, de aparência esquálida, soltava a voz por detrás da poderosa cozinha formada pelo baixista Krist Novoselic e pelo baterista Dave Grohl.
Kurt Cobain passou rapidamente pelo mundo terreno. Nos três anos seguintes ao lançamento de Nevermind, cravou sua história no mundo do rock. Seu lirismo pop, entrelaçado com a veia pesada e dura dos acordes de sua guitarra hipnotizavam quem quer que escutasse suas músicas. “In Bloom” agregava a raiva de Kurt contra os rednecks americanos, numa melodia marcante, quase dançante. “Come As You Are” era absorvida como uma droga de demorado efeito alucinógeno.
De “Smells Like Teen Spirit” até “Something In The Way”, todas as canções foram hits instantâneos. Nevermind vendeu mais de 2,5 milhões de cópias em poucas semanas em todo o mundo e fez possível o trio lançar um álbum bem menos acessível – tão bom ou melhor – dois anos depois (In Utero). A chama de Kurt se apagou no dia 5 de abril de 1994, em Seattle, resultado de um tiro na cabeça. Desde aquele dia, o meio musical procura insistentemente seu novo Nirvana.

Efeitos no Brasil: Os nada oportunistas Titãs lançam disco de grunge produzido por Jack Endino, o pai do gênero. As camisas de flanela ganham lugar de destaque nos guarda-roupas adolescentes. Detalhe: enquanto em Seattle chove o tempo todo, a temperatura média aqui beira os 30º. Capital Inicial vira grunge. Cássia Eller assassina “Smells Like Teen Spirit” em seus shows.
Enquanto isso…: Brian Adams lidera a parada norte-americana com a melosa “(Everything I Do) I Do It For You”. Bush pai iniciava a primeira guerra do Golfo. Michael Jordan ganha seu primeiro título da NBA pelo Chicago Bulls, anunciando a febre sobre o basquete americano. A geração cara-pintada “derruba” o presidente Fernando Collor.