sexta-feira, dezembro 14, 2012

ARGO



Em 1979, a embaixada dos Estados Unidos no Irã é invadida por revolucionários locais, revoltados com o asilo dado pelo governo americano ao xá deposto Reza Pahlevi, fazendo 52 reféns. Mas seis funcionários da embaixada conseguem escapar e conseguem refúgio com o embaixador do Canadá. A CIA bola, então, um plano no mínimo curioso para resgatar o sexteto: com a ajuda de Hollywood, criam a produção de um filme faz de conta – o Argo do título – e os refugiados seriam um grupo com o diretor, a roteirista e produtores que estariam no Irã à procura de locações para a película, arrumando assim uma desculpa para trazê-los de volta são e salvos.
Argo é a terceira investida de Ben Affleck na direção – as outras foram Medo da Verdade e Atração Explosiva – e a melhor até o momento. Enxuto, com um elenco acima da média, com destaque para o próprio Affleck no papel de um especialista em retirar reféns e o sempre competente John Goodman, que colabora com algumas cenas de humor, trazendo um contraponto a tensão da trama, e retratando bem a época do final da década de 70/início da década de 80 (como é que aqueles óculos enormes eram considerados bonitos um dia?!), os bastidores de Hollywood e o período explosivo que vivia a região do Oriente Médio, o filme já é cotado para levar algumas estatuetas na próxima cerimônia do Oscar. Se vai chegar a tanto, não sei, mas Argo é daqueles artigos cada vez mais raros que renovam nossa fé na sétima arte. Recomendo!

sábado, dezembro 08, 2012

THE BEATLES – MAGICAL MYSTERY TOUR

(texto publicado originalmente na revista ESPECIAL BRAVO! BEATLES; autoria de Sergio Martins)




Embora Magical Mystery Tour não faça parte da discografia oficial inglesa dos anos 60, hoje em dia é tratado como um disco normal do catálogo dos Beatles. As seis canções do filme saíram originalmente na Inglaterra em um pacote que abrigava dois compactos duplos e um livreto. Os americanos, que nunca gostaram do formato EP, montaram o álbum usando as canções do filme e para o lado B utilizaram os singles que os Beatles tinham soltado no ano de 1967. Nos anos 70, o álbum foi adotado no mundo inteiro. O filme Magical Mystery Tour não agradou à crítica, mas é difícil achar falhas nas canções. Aqui estão também as últimas incursões dos Beatles pelo universo do psicodelismo. A faixa-título, escrita por Paul, é tão eficiente que até parece um jingle. Paul também escreveu a reflexiva The Fool on the Hill, que logo seria regravada por uma infinidade de artistas. Your Mother Should Know é mais uma viagem nostálgica do baixista. George se incumbiu da atmosférica Blue Jay Way. John veio apenas com uma música para o projeto, mas ela roubou a cena. A bombástica I Am the Walrus, composta depois de duas viagens de ácido, é uma ode à lisérgica, com John abusando de aliterações e citações a Lewis Carroll. Seu sinistro arranjo de cordas e acordes dissonantes ajuda a tornar a música perturbadora. O segundo lado do LP tinha o lendário compacto Strawberry Fields Forever, Penny Lane, o hino da contracultura All You Need Is Love e seu lado B Baby You’re a Rich Man e Hello Goodbye, que fez parte de um single de sucesso com I Am the Walrus do outro lado.



terça-feira, dezembro 04, 2012

MARCADOS PARA MORRER




Depois de um bom tempo sem ir ao cinema (a última vez que fui foi em Batman: The Dark Knight Rises), fui assistir A Possessão. Mas, como o site do cinema da minha cidade estava errado (no site, esse filme estaria em cartaz legendado, mas chegando lá só tinha cópia dublada) fui assistir Marcados Para Morrer. Confesso que não sabia o que esperar desse filme, já que eu não havia visto trailers, nem críticas ou coisas do tipo. Fui às cegas. E acho que foi isso que tornou o filme uma agradável surpresa para mim.
O filme conta a história de dois policiais, Taylor e Zavala, quando eles durante uma patrulha encontram um homem com uma pequena (mas não tão pequena assim) quantia em dinheiro e algumas armas. A partir daí eles começam a desvendar uma rede de crimes ligados à máfia, algo que não era da responsabilidade deles, mas que como bons policiais, eles acabam envolvidos, mesmo correndo grande risco de morte.
O filme é daquele estilo "filmagem caseira" (a justificativa é que as filmagens serviriam para um projeto de Taylor), mas com presença também de filmagem convencional, para as partes onde os policiais não estão com câmeras ou quando as câmeras caseiras poderiam prejudicar a ação. 
As atuações do filme estão boas, com destaque para os personagens principais, que em certos momentos chegam a emocionar a plateia, e olha que se trata de um filme policial/suspense, onde isso não é tão comum. Esse filme meio que humaniza os policiais, sem mostrá-los usando uma máscara da lei, sempre durões. Os policiais aqui são retratados de forma mais humana, o que eu achei outro lance legal no filme.
Marcados para Morrer é um ótimo filme, principalmente para quem curte um bom suspense policial! Foi uma surpresa pra mim, e acho que não vai decepcionar quem assistir!


sexta-feira, novembro 23, 2012

FÁBULAS VOL 10 - O BOM PRÍNCIPE



A iminente guerra entre as fábulas e o Adversário toma cada vez mais corpo nesse décimo volume da série criada por Bill Willingham. Dessa vez, o Papa-Moscas, até agora um mero coadjuvante na trama, ganha nova importância ao retomar sua memória, e agora como o príncipe Ambrose forma seu povoado nas Terras Natais e desafia o Adversário em várias frentes.
O que mais me surpreende em Fábulas é seu alto padrão em todas as edições. Não há uma história mais ou menos, uma saga fraca, nada disso, o enredo é sempre acima – e bem acima – da média. Seu criador e roteirista Bill Willingham, na maioria das vezes ao lado do desenhista Mark Buckingham, sempre chega com uma carta na manga para nos surpreender. Não é a toa que a série é muitas vezes vista como um novo Sandman - não na temática, mas sim na qualidade. Engraçado que a DC tentou aproveitar o talento de Willingham em seu universo de heróis, e o resultado foi no mínimo decepcionante, talvez devido a falta de liberdade criativa dentro do DCU.
Enfim, mais um belo volume dessa HQ fantástica que vale demais a leitura, e a Panini segue um trabalho fabuloso, com o perdão do trocadilho infame, ao publicar não só Fábulas mas todos os demais lançamentos da linha Vertigo. Sua estante nerd agradece!

domingo, novembro 18, 2012

PRA NINGUÉM FALAR QUE DIGO AS COISAS SEM SABER

Esse post é curto, é só pra falar que eu resolvi dar uma chance à saga Crepúsculo, pra saber do que eu falava mal. Não comecei pelo primeiro, apenas estava passando no Tele Cine, e eu sem nada melhor pra fazer resolvi assistir Amanhecer - Parte 1. E EU ESTAVA CERTO O TEMPO TODO, HAAAH! Que filme medíocre, hein? Os diálogos são incrivelmente mal escritos, e não passam emoção alguma! Fiquei impressionado com a quantidade de coisa nonsense que saía da boca daqueles vampiros e daqueles lobisomens! Não houve um diálogo sequer do filme que eu pensasse: "Ok, esse diálogo foi legal". É sempre a cornomansisse do Edward, a pose de comedor do Jacob e a... a... a Bella fazendo figuração.

Os efeitos especiais são outro ponto negativo, sem bem que com uma bomba de filme desse, isso é o de menos. Sério, os efeitos especiais do filme estão pelo menos três anos atrasados, e três anos é muita coisa nesse aspecto! Os lobos não tem escala, uma hora eles parecem gigantes, e na cena seguinte estão visivelmente menores! Quié isso, ô produção? 

Os atores? Aaaaaah, os atores... O carinha lá que faz o Edward sempre tem aquela cara de nojinho ou de desconforto, enquanto a linda, mas sem talento Kristen Stewart tem menos expressões que o Plank (foto abaixo) de Du, Dudu e Edu! O lobisomemzinho que talvez ainda tenha algum talento, mas o resto é bem ruim! 

Bem, é issaê! Só minhas impressões sobre esse filme para eu ficar com a consciência limpa. 


TRAINSPOTTING




Olá, galera! Voltei para fazer mais um crítica, dessa vez sobre o filme Trainspotting. Sendo bem direto, esse filme pode ser definido em três coisas: "Sexo, drogas e música eletrônica". Eu já podia parar por aí, mas ficaria com a consciência pesada por fazer algo tão pobre. Então vamos lá.

Trainspotting conta a história de um grupo de jovens de Edimburgo nos anos 90, tudo no ponto de vista de "Rent-Boy" Renton, um cara viciado em heroína, que por mais que tente largar o vício, sempre acaba voltando pra tomar outro "baque". Tudo gira em torno dele e dos seus amigos, mas essa amizade pode acabar destruindo-os. Toda a história do filme é embalada por música eletrônica, o que acaba dando um ritmo ainda mais frenético à película.

O começo do filme já define bem o que vai rolar dali pra frente: Batida acelerada de música eletrônica, correria e Renton falando em off (não vou dizer o que ele fala, assistam), discurso esse que me lembrou um pouco o começo de Clube da Luta. Mesmo que o filme seja em sua maioria concentrado em Renton, tambem há destaque para outros bons personagens do filme: Spud, um cara que vive "noiado" e que enfrenta problemas com sua namorada, Sick Boy, que seria o "líder" desse grupo de amigos;, Franco Begbie, um cara esquentado que vive se metendo em briga e outros personagens que ficam em segundo plano, mas que ainda são bem marcantes. 

As atuações do filme são muito boas, e cada personagem deixa sua marca e tem sua personalidade exposta de uma forma que não dá pra confundir um personagem com outro, ou mesmo dizer que são personagens rasos. A trilha sonora é excelente, e mesmo que eu não goste muito de música eletrônica devo admitir que Trainspotting não seria o mesmo sem essa excelente trilha sonora. Danny Boyle fez um excelente trabalho, mostrando de uma forma bem crua (no bom sentido) como é a vida de jovens amigos que compartilham o mesmo vício, e como isso afeta a vida de cada um, transformando-os em pessoas completamente diferentes.

O filme é realmente muito bom, contado de uma forma que mesmo com toda a rapidez do filme, é simples de entender. Recomendo muito Trainspotting, é diversão da melhor qualidade!



sexta-feira, novembro 16, 2012

A BRUXA DE BLAIR




Acabei de assistir "A Bruxa de Blair". Ainda não tinha assistido, mas já estava faz tempo na minha lista, e não venham me chamar de herege, mas eu meio que não achei essa Brastemp toda não. Ok, o filme cumpre bem o papel de te deixar com o coração na mão durante os 80 minutos de filme, mas não passa disso. 
As atuações são boas, a ambientação é sensacional (nunca vi uma floresta tão assustadora em um filme, e imediatamente notei que essa floresta é bem parecida com a da capa do primeiro album do Black Sabbath) e a sensação de que alguma coisa MUITO ruim vai acontecer é constante. Até agora tudo ok, mas o filme errou no principal, na minha opinião: o final. Aprendi que você pode errar em tudo, mas NUNCA cague no final, e é mais ou menos isso que acontece em A Bruxa de Blair. Você sofre com os personagens, fica desesperado, fica tenso, mas no final tudo acaba de uma forma que mesmo sendo comum nesse tipo de filme, achei abaixo do esperado. Nada de bruxa, nada de demônios, nada de aliens, nada de nada!  Não nego que o final foi sim interessante, já que usaram um detalhe que aparentemente não apresenta muito valor na narrativa para encerrar o filme, mas ainda assim esperava um pouco mais. Não vou fazer comparações com Atividade Paranormal, pois mesmo sendo um estilo de filme semelhante, a forma que o terror é apresentado ao público é diferente (AP é uma coisa muito mais "na cara", enquanto A Bruxa de Blair é bem mais subjetivo).

Enfim, o filme é muito bom durante todos os 80 minutos, te deixando com o coração na mão e te fazendo suar frio, mas decepciona um pouco nos últimos segundos, o que basta para tirar uma parte do brilho do filme. A Bruxa de Blair foi um dos filmes mais lucrativos já feitos com relação ao orçamento e arrecadação (custou US$30 mil e arrecadou US$ 150 milhões) e sem ele não teríamos filmes "lost footage" de terror, e esse fato aumenta ainda mais a impressão que o filme deixou pra mim: Um bom filme de terror, mas um pouco superestimado.



S&D GAMES: BRÜTAL LEGEND


Olá senhoras e senhores! Esse é o meu primeiro post relacionado a games, e nada mais justo começar com um game ao som do metal clássico: Nada mais, nada menos que Brütal Legend, jogo produzido pela Double Fine e distribuido pela EA Games.
Brütal Legend é um daqueles jogos que certamente passaria batido numa estante de games cheia de blockbusters como Assassin's Creed, Call Of Duty ou GTA, mas se você for um metaleiro gamer inveterado from hell, já pela bela capa você possivelmente daria uma chance ao game. Mas vamos pular essa parte e ir ao que realmente interessa.
O game é um hack n' slash com elementos evidentes de um RTS (Real Time Strategy), onde você controla Eddie Riggs (não sou eu... acho), um roadie de uma banda de rock emo que sente falta dos tempos em que o rock era realmente pesado, cheio de atitude e que quebrava paradigmas. Durante uma apresentação da banda, um desastre acontece no palco, e Eddie, como o bom roadie que é, vai salvar a bunda de um dos integrantes da banda, mas acaba morrendo. Eddie acorda em um altar de pedra eregido para o deus Örmagoden, uma besta feita de aço e fogo que deu origem ao mundo que ele agora estava: No mundo do metal. 
Os gráficos do jogo são simples, mas os cenários inspirados em bandas, capas de álbuns e no próprio simbolismo do metal são lindos, com estruturas enormes, que dão imponência ao jogo em si. A trilha sonora conta com grandes nomes de todas as vertentes do metal, como Black Sabbath, Judas Priest, Slayer e Motörhead, e ainda conta com algumas surpresas, como Rob Zombie e Tenacious D. Mas o maior destaque fica por conta da dublagem, que conta com grandes nomes do rock, como Ozzy Osbourne, Lemmy Kilmister e Rob Halford para citar alguns. Eddie Riggs é dublado pelo ator/músico Jack Black (que também fez um filminho para o menu do jogo).
Brütal Legend é muito divertido, principalmente nas batalhas com elementos de RTS, que permitem ao jogador criar exércitos e comandá-los nos campos de batalha, além de criar Merch Booths, que servem para dar pontos que podem ser convertidos em unidades para seu exército. A dificuldade das batalhas é crescente (em uma das batalhas, fiquei quase 2 horas lutando contra hordas de inimigos), o que não deixa o jogador enjoado das mecânicas ou do desafio, já que tudo é meio repetitivo nas lutas.
Então, Brütal Legend é um game muito divertido que não revoluciona, mas decepciona em nenhum dos aspectos. É diversão garantida!

quarta-feira, novembro 07, 2012

EXPECTATIVA: REMAKE DE EVIL DEAD ANUNCIADO

Já faz um tempão que Sam Raimi demonstrou interesse em fazer um novo Evil Dead, mas ele não sabia se queria um reboot da série ou o "quarto filme da trilogia". Agora já sabemos que o novo filme baseado nesse filme de "terror" classicaço será mesmo um reboot do primeiro filme, aquele de 1981. Essa notícia não é nova, mas nem por isso eu poderia deixar de escrever sobre isso.
Quando eu vi que o primeiro trailer foi lançado, imediatamente entrei em estado de pânico. Eu já acompanhava o desenrolar dessa novela de um novo filme de Evil Dead desde os boatos iniciais, passando pelo anúncio oficial do filme, anúncio do elenco e tudo mais, e finalmente saiu o trailer. Naturalmente corri para o Youtube como se não houvesse amanhã para assistir o trailer, e sim, fiquei muito animado com o que eu vi. Acho que a intenção desse remake não é superar o original (que é insuperável, na minha humilde mas sábia opinião), e sim apresentar a série para a galera mais jovem, que nem tinha nascido quando o original foi lançado (vale salientar que eu tenho 20 anos, e era menos que um espermatozóide quando saiu o primeiro filme, mas ainda assim assisti o original, e sim, gostei MUITO). 
Essa releitura será mais séria que o original, e boatos dizem que vai se aprofundar mais na história do Necronomicon Ex Mortis, aquele livro escrito com sangue humano e coberto com pele humana pelo povo Kandariano (quem assistiu sabe do que eu estou falando), que não recebeu um destaque tão grande no primeiro filme, não passando de um McGuffin. 
Agora falar um pouco sobre minha principal preocupação com relação a esse remake: O personagem que seria o Ash, que no original foi interpretado pelo filhadaputamente fucking megazord blaster master with lasers Bruce Campbell. A atuação do Bruce foi uma das marcas não só do primeiro filme, como dos subsequentes, com uma atuação bem marcada pelo exagero. No novo, não parece que existe um personagem tão marcante, o que me deixa um pouco preocupado, mas na esperança que o Bruce faça ao menos uma ponta no filme.
Enfim, estou aguardando ansiosamente pelo filme, e mesmo que esse reboot não tenha o brilho do original, ainda acho que vem coisa boa por aí!


domingo, outubro 28, 2012

SAINT SEIYA OMEGA: VALE A PENA ASSISTIR?



Sou um grade fã de Saint Seiya desde que eu usava fraldas. Assistia diariamente na saudosa Rede Manchete a luta dos Cavaleiros de Athena contra o filhadaputamente maligno Mestre Ares e continuo assistindo até hoje. Saint Seiya, ou como é conhecido aqui no Brasil, "Cavaleiros do Zodíaco" foi o anime que mais marcou minha infância, e até hoje é o meu favorito. Assisti todas as fases, desde a primeira e clássica Guerra Galactica até a recente Elíseos, passando pelos spin offs como o impecável SS: Lost Canvas e OVA's. Não tem como não se apegar aos personagens ou não se emocionar com a história. SS pra mim é o anime perfeito.
Recentemente começou a ser exibido no Japão o anime Saint Seiya Omega, que deixa meio de lado os cavaleiros clássicos Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki (para o consolo dos fãs eles aparecem em alguns pontos do anime) e foca em uma nova geração de cavaleiros, sendo o principal Kouga, o Cavaleiro de Pegasus. O anime recicla vários momentos da fase clássica, inclusive a Batalha das 12 Casas, mas sob um ponto de vista diferente. O vilão agora é Mars, um deus que quer sugar todo o cosmo da Terra e usá-lo para dar vida ao planeta Marte, que por sua vez tomaria o lugar da Terra, encobrindo o Sol e deixando nosso planeta na escuridão. Eu achei a história do anime muito boa, mas mesmo assim criou-se uma certa polêmica ao redor dessa nova fase de CDZ. 
Primeiro de tudo: Os personagens principais são outros, e para quem já acompanha o anime desde os anos 90 (quando chegou ao Brasil) é meio estranho você ter os cavaleiros clássicos deixados meio de lado. Isso já aconteceu em SS: Lost Canvas, mas os novos personagens foram bem recebidos. Segundo: As armaduras mudaram muito, ao ponto de não parecerem armaduras, e sim roupas. Isso é um detalhe apenas, mas as armaduras sempre foram uma atração à parte no anime. Terceiro: O anime não dispõe do nível de dramaticidade dos anteriores. Sabemos que SS é um anime que emociona com a persistência dos cavaleiros de bronze diante do poder esmagador de outros cavaleiros bem mais poderosos que eles, além da amizade que eles possuem. No Omega não vemos tamanha complexidade emocional, tornando o anime mais infantil. E finalmente por último, e possivelmente o motivo mais importante para tal polêmica: O cancelamento de SS: Lost Canvas. Muitos (inclusive eu) viam esse spin off como tão bom ou melhor que a fase clássica do anime, com uma história bem mais complexa e sem os plot holes da fase clássica. Os fãs da série ficaram furiosos com o cancelamento, e talvez por isso grande parte se negou a assistir a temporada Omega.
Eu resolvi dar uma chance ao anime, e inicialmente não gostei do que vi, e depois de poucos episódios abandonei o anime. Algum tempo depois meu amigo me mostrou a nova abertura do anime, onde finalmente os cavaleiros de bronze clássicos estavam presentes, e então resolvi voltar a assisti, dessa vez começando no episódio 28, que é basicamente uma recapitulação do que aconteceu desde o primeiro episódio. Aí sim eu finalmente me agradei com o anime. A história está bem amarrada, cheia de reviravoltas de qualidade tão boa (e algumas vezes até superiores às da fase clássica), e finalmente reencontramos alguns personagens da fase clássica (um deles em particular me fez "aplaudir de pé mentalmente" o anime). 
Finalmente o veredicto: Recomendo muito que assistam SS Omega, e para quem não quiser assistir quase 30 episódios para se situar na história, assista a partir do 28, pode ter certeza que não será tempo perdido!

DEAD SNOW



Ontem assisti Dead Snow ("Zumbis na neve" aqui no Brasil). Pra quem já vai pensando "ok, mais um filme de zumbis hollywoodiano", o filme é norueguês. Dead Snow tem a mesma premissa de 90% dos filmes de terror: grupo de jovens saem em um feriado para uma cabana isolada, encontram um cara estranho que os avisa de um perigo que o lugar esconde, ninguém dá atenção ao aviso do cara e basta pôr o pé fora da cabana pra começar aquela carnificina toda. 
O que torna Dead Snow diferente é que o filme realmente não se leva a sério (e isso é bom para o filme, já que com uma fórmula tão batida, um filme como esse se levar a sério seria um erro). Outra característica diferente no filme são os zumbis: Eles são soldados nazistas que morreram de frio no fim da 2a Guerra Mundial. 
As atuações são boas (os personagens começam o filme apáticos, como em qualquer filme do tipo, mas depois alguns se tornam muito engraçados), principalmente a do último sobrevivente, que arrancou risadas, de tão parecida com o Ash Williams da série Evil Dead que foi sua atuação. Algumas cenas do filme são impagáveis, mas não vou citar nenhuma para não estragar a diversão.
Enfim, o filme é bom (claro que sem levar em consideração que é um filme com uma história já muito batida e que a produção não é das mais refinadas nem nada do tipo) e surpreende pela originalidade (não no roteiro, e sim nas sequências de ação, principalmente). Não é um filme para ser levado a sério, e sim apenas para curtir um bom filme de "terrir" sem toda a artificialidade de (quase) todos filmes americanos desse tipo.


CHEGANDO PÁ ANIMAR AS PORRA!

Olá, senhoras e senhores, meu nome é Renato, e essa é a primeira e última vez que vocês terão contato com meu nome real, pois a partir de agora vocês me chamarão de Eddie Riggs. Bem, sou sobrinho do dono da bodega, e isso já me deixa mais nervoso, porque posso ficar de castigo se meus textos não ficarem tão bons quanto o esperado, mas prometo que vou me esforçar para trazer algumas coisas legais. Ah, e agora o blog terá posts sobre games e animes , algo que nunca apareceu aqui (pelo menos até onde eu sei). É issaê, jovens, boas vindas pra mim!

BOAS NOVAS!

Com essa vida super ocupada e estressante de bancário, sobra pouco tempo para as postagens aqui no blog - não é a toa que ele ficou parado por meses. Então, procurando remediar a situação, meu blog agora passa a ser nosso blog, meu e do meu sobrinho, postando sob o nick Eddie Riggs, com textos sobre esse mundinho pop que faz nossas vidas menos entediantes, e que deve acabar colaborando mais até do que eu, tornando-se o dona da bodega em pouco tempo. Então, bem vindo, Eddie Riggs! E bora postar!

terça-feira, outubro 09, 2012

LOLLAPALOOZA, EU VOU!



Já devo ter contado isso mais de uma vez aqui no blog. Minha epifania rock’n’roll foi vendo o show do Nirvana no Hollywood Rock de 1993 pela telinha da TV. Depois disso acompanhei diversos festivais, sempre no conforto da minha sala. Acho que poucas vezes pensei, “um dia vou ver in loco!”, sei lá, sempre fui um banana, fora que faltava a boa e velha grana. Só que as coisas mudam. Semana passada foi anunciado o line up do Lollapalooza 2013, e vai ter o Pearl Jam, uma das minhas bandas favoritas ever, e que me acompanha há o quê? 20 anos?! E vai ter o Queens of the Stone Age, outra preferidaça na minha set list desde que ouvi o Rated R pela primeira vez. Além de outras bandas bacanudas, tipo Black Keys, Franz Ferdinand, Alabama Shakes, Two Door Cinema Club e Flaming Lips. É ou não é uma escalação de respeito? E dias depois recebi minha PLR! Money já não é problema, então por que não? Decidi! Irei! Já dei uma pesquisada em pacotes de viagem, vou só esperar sair a programação de cada dia para ir as compras e aguardar o final de semana que pode mudar minha vidinha pacata. Torçam!

segunda-feira, outubro 01, 2012

O LEGADO BOURNE



Meus planos durante a greve dos bancos era aproveitar e ir assistir a alguns filmes nos cinemas, mas a greve foi tão pífia e patética, durando pouco mais de uma semana, que só tive tempo de ver um filme, e o escolhido foi O Legado Bourne. Bem, primeiramente, o filme não tem aquela aura de novo clássico da trilogia original, e uma boa maneira de curtir esse nova película é deixar Matt Damon e seu Bourne de lado, apesar dele ser citado durante o filme e conhecer a trama ajuda, mas não convém comparar em qualidade. Citando um clichê antigão, O Legado Bourne é um filme de ação honesto, bem costurado e com aquelas cenas cheias de adrenalina que estamos acostumados a ver em filmes do gênero. Jeremy Renner, no papel principal, vive o agente a ser eliminado da vez, ficando perfeito nesse estilo de ação, atenção nele! Edward Norton é o encarregado de apagar todos os vestígios do programa de formação de superagentes que possam chegar ao governo americano, e mesmo no automático, é sempre prazeroso vê-lo na telona. E tem a Rachel Weisz, por ela a gente engole até um Constantine moreno que mora em Los Angeles. Então, O Legado Bourne vale o preço do ingresso – se for o preço promocional do meio da semana, melhor ainda – e é uma diversão mais digna do que ir ver os octogenários dos Mercenários...

(ao som de Bob Dylan, Blood on the Tracks)

sexta-feira, setembro 28, 2012

GARBAGE – NOT YOUR KIND OF PEOPLE

(texto publicado originalmente na Rolling Stone Brasil #69, junho de 2012, autoria de Murilo Basso)


Sete anos são uma eternidade quando falamos de música. E, mesmo nunca tendo oficialmente encerrado as atividades, o retorno do Garbage com Not Your Kind of People só reforça a sensação de que o quarteto norte-americano ainda é parte fundamental do rock contemporâneo. São 11 faixas com ar nostálgico, que ao mesclar elementos do rock alternativo em uma atmosfera mais suja, acabam remetendo aos primeiros trabalhos do grupo. E, mesmo que em alguns momentos, como no primeiro single, “Blood for Poppies”, possa parecer um álbum pop demais, existem canções que combinam boas doses de guitarra com elementos eletrônicos, como “Big Bright World” e “Felt”. Há ainda “Control”, provavelmente o melhor momento de Shirley Manson como vocalista em toda a carreira – e, claro, não foram poucos. A faixa-título consegue ressaltar toda a vulnerabilidade dos vocais de Shirley, focando em seu instrumental melancólico. Já “Sugar” parece um bom momento que escapou de Version 2.0, enquanto “Beloved Freak” encerra o disco da melhor maneira possível. Not Your Kind of People prova que, em alguns casos, se manter em sua zona de conforto é uma ótima escolha.

quinta-feira, agosto 09, 2012

IGGY AND THE STOOGES – RAW POWER (1973)

(texto extraído do livro 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer)

Na capa a imagem de Iggy Pop, provocante e ameaçador, captura à perfeição sua resposta aos problemas e críticas que enfrentou antes de este álbum tomar forma. Depois de um relacionamento infeliz com a gravadora Elektra – que divulgou mal os dois primeiros álbuns da banda e se livrou deles antes que os Stooges começassem o terceiro disco -, Pop saiu do grupo e deixou Detroit para se juntar a David Bowie em Nova York.
Por sugestão de Bowie, Iggy e o guitarrista James Williamson foram a Londres gravar Raw Power. Na capital inglesa, Pop reconvocou Ron e Scotty Asheton, os irmãos que tinham criado a seção rítmica primal dos Stooges. O ambiente cordial da “velha e boa Inglaterra”, como dizia Pop, não aliviou o áspero machismo de Raw Power. Na verdade, o disco não poderia estar mais longe da ambiguidade sexual do glam rock vendida por Bowie e outros naquela época. A visão que Pop tinha do álbum era ambiciosa – a mixagem inicial de “Search And Destroy” traz o som de uma luta de espadas, enquanto “Penetration” usa uma das matérias-primas do rock’n’roll, a celesta (um teclado composto por sinos orquestrais) – mas a guitarra de Williamson e o ritmo cru dos Ashetons mantiveram o disco numa linha mais simples, voltada para o estômago e os testículos.
A Columbia odiou o álbum e achou o material menos acessível do que o produzido pelos Stooges para a Elektra. A gravadora encarregou Bowie de salvar o que pudesse daquela mixórdia. Ainda bem que ele deu atenção às ideias de Iggy e montou oito faixas que influenciaram os primeiros punks de Nova York e Londres e atribuíram a Pop o papel de padrinho do movimento.