segunda-feira, maio 31, 2010

LOVELESS - TERRA SEM LEI - DE VOLTA PRA CASA

Uns anos atrás, todo sábado pela manhã, na TNT, era dia de faroeste. Curioso em relação ao mundo do cinema, sempre dava um jeito de assistir a um ou dois deles a cada sábado. Apesar de nunca ter sido um fã do gênero, tinha resolvido dar uma chance. Depois de ter assistido a uma quantia razoável deles, tive a impressão que filme de faroeste é tudo igual. Basicamente o roteiro da maioria deles era mais ou menos assim: um grupo tinha que se deslocar de uma localidade para outra, geralmente levando algo de valor, que poderia ser um carregamento de ouro ou algo do tipo, e o percurso era invariavelmente perigoso. Essa é a história de quase todos eles. Claro, impressão de um não-especialista, para não ser levada a sério mesmo.

Bem, essa introdução é totalmente dispensável, só queria florear o texto mesmo. O assunto aqui é Loveless – Terra Sem Lei, HQ de faroeste do selo Vertigo que acaba de aportar por aqui pela Panini. Peraí! Faroeste?! Cadê os índios, caralho?! Fui enganado, faroeste sem índios não é faroeste porra nenhuma!

Enfim, apesar da propaganda enganosa, o gibi é muito bom, sim, senhor. Escrito pelo Brian Azzarello e desenhado por Marcelo Frusin, a trama tem como protagonista Wes Cutter, um ex-combatente da recém terminada Guerra Civil americana, que volta para sua cidade, Blackwater, para retomar o que acha ser ainda seu, ou seja, sua casa, e voltar à esposa. Como é de se esperar, o cara é todo misterioso, gosta de se perfazer e enfrenta todo mundo como um Chuck Norris cowboy. Azzarello, apesar de não mostrar o brilho de seu melhor trabalho (alguém falou 100 Balas?!), faz o dever de casa direitinho, com umas boas reviravoltas no roteiro e um texto seco, enxuto. Na arte, Frusin, que antes eu considerava apenas um Eduardo Risso menor, soube traduzir bem o que Azzarello queria passar e se sai melhor que a encomenda.

Agora a questão que não quer calar: vale a pena gastar aquele dinheiro suado num gibi que você não tem certeza se vai ter continuidade ou não? Todos sabem da fama da Panini de lançar um volume e não lançar os demais, nos deixando a ver navios depois. Bem, como lado positivo, essa série é curta, 24 edições avulsas, que depois foram encadernadas em 3 volumes lá nos States. Além disso, faroeste vende bem por aqui, olha quantas edições de Tex lotam as bancas, e isso não é de hoje. Quer saber, compra logo essa porra! Melhor que qualquer merda mutante que tem saído por aí. Fora isso, com ou sem final, ninguém vai tirar o seu prazer de ler essa edição.

segunda-feira, maio 24, 2010

LANA MIR

Lana Mir é uma cantora, nascida na Ucrânia, novinha, bonitinha e cheirosinha, que faz um som meio jazz, meio bossa nova, mas com um verniz pop para não assustar ninguém, afinal ela tem contas a pagar. Ela se mudou para Nova York, claro, até porque a cena musical ucraniana é fraquinha que só vendo. Se bem que a desculpa dela para a mudança foi para “expandir sua criatividade musical”. Sei, arranjaram um novo sinônimo para dólar.

Até agora a mimosinha tem um EP lançado (putz, é do tempo de EP? Coisa mais, tipo, século passado!) chamado Goodbye Girl (porra, chegou agora, já quer ir embora?) e seu primeiro álbum cheio sai agora em junho. O que me chamou atenção foi a versão que ela fez para “I Wanna Be Adored”, dos Stone Roses (lembram deles? Fizeram um primeiro disco sensacional e estão devendo algo a altura até hoje), que ficou muito legal. E aqui pra nós, ela cantando “you adore me, you adore me, you adore me...” soa bem melhor que na voz do Ian Brown, if you know what I mean...

Confira abaixo o clipe de “I Wanna Be Adored” e depois dêem uma passadinha no My Space da moça que ela agradece.

quinta-feira, maio 20, 2010

TANTO PRA LER, E TODO O TEMPO DO MUNDO

Agora que sou um filho da puta desempregado, irei me dedicar ao que mais gosto. Ler, ler, ler!!! O que acumulei de material de leitura nesses últimos meses não está nos gibis. Em outras épocas até conseguiria ler uma ou outra coisa no trampo mesmo, pois o serviço não era assim tão volumoso, mas é o que dar fazer amigos, qualquer tempo livre você fica jogando conversa fora. E nesses últimos 45 dias então, quando além do trabalho, fiz um curso preparatório para o concurso da Caixa do último domingo, minha vida se tornou uma correria, nem lembro quando foi a última vez que assisti a um filme.

Mas isso tudo agora é passado. Terminou meu contrato de dois anos no IBGE, a prova da Caixa passou (e foi um fracasso retumbante) e, até o próximo concurso, estou com todo o tempo livre para colocar a leitura em dia. E além das velhas HQs de sempre, muitos livros, dos mais diversos estilos. Abaixo segue a listinha completa, com fotos, deixando de fora os gibis mensais e as revistas.

O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway / Reações Psicóticas, de Lester Bangs
Tristessa e Geração Beat, ambos de Jack Kerouac
A Filosofia do Punk, de Craig O'Hara / Uma Longa Queda, de Nick Hornby
Alta Fidelidade e Um Grande Garoto, ambos de Nick Hornby
1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, vários / The Beatles - A Biografia, de Bob Spitz
Cobain, dos Editores da Rolling Stone / As Melhores Entrevistas da Rolling Stone, vários
Sgt. Rock / Mulher-Gato - Um Crime Perfeito
Demolidor - Diabo da Guarda / Homem-Aranha - Grandes Desafios 5
Coleção DC 70 Anos Liga da Justiça e Batman
Coleção DC 70 Anos Mulher-Maravilha e Flash
Coleção DC 70 Anos Superman e Lanterna Verde
Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor vol. 3 / Os Maiores Clássicos do Capitão América vol. 1
Marvel Apresenta 43 e 45
Jimmy Corrigan - O Menino Mais Esperto do Mundo / Umbigo Sem Fundo
Ex Machina - Fato Vs Ficção / Fábulas - A Marcha dos Soldados de Madeira
Loveless - Terra Sem Lei / Os Perdedores - Hora do Troco
Y - O Último Homem - Extinção / Hellblazer - Congelado
Jenny Sparks - A História Secreta do Authority / Preacher - Guerra ao Sol
Coringa / Demolidor - O Homem Sem Medo
Preacher - Salvação / Transmetropolitan - De Volta às Ruas

Agora é se organizar e arranjar tempo para ler tudo isso. A biografia dos Beatles, para você sentir o drama, tem quase mil páginas! E tem coisa aí, tipo o especial da Mulher-Gato, que adquiri há quase dois anos. Mas, parafraseando Renato Russo, tenho todo o tempo do mundo...

terça-feira, maio 11, 2010

THE BEATLES – PLEASE PLEASE ME

(texto publicado originalmente na revista ESPECIAL BRAVO! BEATLES; autoria de Sergio Martins)

O disco de estreia dos Beatles esbanja frescor e vitalidade. A ideia inicial era gravar a banda ao vivo no The Cavern Club, em Liverpool. Como as condições técnicas não eram adequadas, o produtor George Martin preferiu levar os rapazes para os estúdios de Abbey Road. O álbum todo foi gravado no dia 11 de fevereiro de 1963, com os trabalhos começando às 10 da manhã. O conceito foi mantido. O disco tinha que ser um registro de como os Beatles soavam no palco. Por isso tudo foi feito ao vivo, com poucos overdubs. O álbum mostra como Lennon e McCartney tinham florescido como compositores. Das 14 canções, oito são da dupla. O disco foi “recheado” com Love Me Do, PS I Love You, Please Please Me e Ask Me Why, que tinham sido lançadas um pouco antes em singles de sucesso. As outras faixas originais são exemplares. Uma delas, I Saw Her Standing There, um rock cheio de energia concebido por Paul, logo se tornou standard. Misery tinha sido escrito para a cantora Helen Shapiro. There’s a Place, de Lennon, era original e personalíssima. A balada Do You Want To Know a Secret foi escrita por Jonh para o amigo Billy J. Kramer e no álbum ganhou vocal de George. Os covers mostram que os Beatles estavam muito interessados no som criado pelos compositores americanos do Brill Building, que escreviam para os grupos de garotas. Assim tem Chains (The Cookies), Boys e Baby It’s You (ambas da Shirelles). A inclusão de A Taste of Honey é uma amostra do ecletismo de Paul. A canção veio de uma peça de teatro, mas os Beatles se basearam na gravação de Lenny Welch. Em Anna (Go To Him), Lennon prestou homenagem ao mestre do R&B Arthur Alexander. Porém, ele se superou em Twist and Shout. Foi a última musica a ser gravada. John, que estava se recuperando de um resfriado, deu a performance de sua vida, berrando desbragadamente e fazendo todos esquecerem a versão original dos Isley Brothers. A foto da capa de Please Please Me foi feita por Angus McBean. A princípio, os rapazes seriam fotografados no zoológico, mas eles simplesmente foram levados para a sede da EMI, em Manchester Square, e fotografados de cima para baixo. Simples mas icônico.