terça-feira, abril 28, 2009

RÁPIDO & RASTEIRO

:: Boas novas para os fãs do Nirvana e da boa música em geral. O lendário show da banda no também lendário Reading Festival de 1992 sairá em DVD em novembro, pela Universal. Esse show ficou famoso porque, entre outros motivos, Kurt Cobain entrou no palco numa cadeira de rodas, balbuciou algo ao microfone e caiu no chão. Eu já dediquei um post para esse show e você pode conferir aqui. Apesar de já ter baixado a versão pirata, com o contador de tempo embutido na tela, é claro que comprarei esse DVD, que já nasce clássico!

:: Depois de meses sem notícias oficiais, finalmente a Pixel se dá ao trabalho de informar aos seus “clientes” que não tem mais interesse em lançar material da Vertigo e Wildstorm e que, portanto, as revistas Pixel Magazine e Pixel Fábulas estão canceladas, assim como os especiais e encadernados de Preacher, 100 Balas, Authority e até Sandman, que, dizem, estava vendendo bem. A merda de Spawn, porém, continua. A situação parece uma bola de neve: a cada editora brasileira que tem uma experiência frustrada com material Vertigo/Wildstorm, mais os leitores se afugentam e partem para outros caminhos, como os importados ou os scans, dificultando ainda mais o trabalho de uma futura editora com um material que já não tem grande apelo, apesar de sua qualidade indiscutível. Eu já considero praticamente inviável um plano de médio/longo prazo com esse tipo de quadrinhos no Brasil. Mas ainda torço para que a Devir recupere os direitos de publicações que tinha antes da aventura da Pixel e, ao menos, termine Preacher.

:: Atualizando a fila de leitura, que teme em não diminuir:
- Mulher-Gato - Um Crime Perfeito
- Legião dos Super-Heróis - A Saga das Trevas Eternas
- Os 6 volumes da Coleção DC 70 Anos
- Fábulas - O Livro do Amor
- Preacher - Guerra ao Sol
- Reino dos Malditos
- Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor Vol 3
- Os Maiores Clássicos do Capitão América Vol. 1
- Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico Vol. 3
- Witchblade - Série Clássica - Origens
- Homem-Aranha - Grandes Desafios Vol. 5
- Watchmen

:: Três dicas de blogs legais para quem quer sair um pouco da mesmice hollywoodiana e assistir aos clássicos do cinema europeu. Tem Fellini, Truffaut, Godard, Buñuel, Antonioni, Bergman, Kieslowski etc. Já viciei e estou montando minha DVDteca caseira. Os blogs são os seguintes: Trixxx Filmes, O Sétimo Projetor e Cinema Cultura. Clique e divirta-se!
:: Ao som do álbum God’s Balls, do TAD!

quarta-feira, abril 15, 2009

U2 - NO LINE ON THE HORIZON

(texto extraído da Rolling Stone #30, março de 2008; texto de Rodrigo Salem)

Turbilhão de referências
U2 segue as velhas pistas, mas não anda em círculos e navega em mar sereno


Bono, quando não está em busca de beatificação, é um marqueteiro de primeira. Quando declarou “Se esse não for nosso melhor álbum, seremos irrelevantes” poucos dias antes de o novo CD vazar para o mundo, o vocalista do U2 não somente desafiou seus depredadores, ele vendeu a idéia que a própria música não pode perder sua relevância, precisa se reinventar. O 11º álbum de estúdio dos irlandeses pode não tornar a música relevante em termos de eventos, mas coloca o grupo outra vez em um patamar que poucos grupos conseguem alcançar hoje em dia. A mudança radical prometida nos moldes de Achtung Baby e Zooropa não existe. O álbum é uma nova criatura formada por 33 anos de U2 e inquietude. “No Line on the Horizon”, faixa de abertura, brinca com a base de guitarras de “The Fly” com o vocal rejuvenescido da época de The Unforgettable Fire. “Magnificent” talvez seja a canção mais U2 da fase recente da banda, remetendo a War (Bono gritando “Magnificent” não ficaria estranho com uma bandeira branca do lado) e a influência de White Stripes nos segundos iniciais. Alguns podem se surpreender com “Moment of Surrender”, mas ela é a evolução natural do projeto Passengers, feito com Brian Eno – produtor de No Line on the Horizon, ao lado de Daniel Lanois e Steve Lillywhite – e de “In a Little While”, soul de All That You Can’t Leave Behind. Ironicamente, não há hits fáceis aqui. “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight”, que vê Bono brincando de Justin Timberlake, é uma séria candidata a substituir o electro-rock energético de “Get on Your Boots”, mas grande parte da obra é de uma delicadeza e paciência exemplares, como a linda “White as Snow”, sobre um soldado morrendo no Afeganistão, e “Fez – Being Born”, que parece o disco Pop encontrando a trilha sonora de Clube da Luta pelos Dust Brothers. Referências antigas para algo incrivelmente novo? Não foi o próprio Bono que cantou “todo artista é um canibal”?

domingo, abril 12, 2009

BEATLES REMASTERS!

Entra ano, sai ano, nós vemos lançamentos remasterizados de bandas de qualidade muitas vezes duvidosa. E nada de sair algo similar da maior de todas. Claro que estou falando dos Beatles! Desde 1987, quando a discografia da banda foi lançada em CD, os fãs esperam a versão remasterizada dos disquinhos. Mas finalmente essa espera está prestes a terminar. Em setembro próximo, mais exato, no dia 09/09/09, o mesmo do lançamento do jogo Rock Band dedicado aos rapazes de Liverpool, chegará às lojas todos os discos de estúdio do grupo em versão remasterizada. Além dos 12 álbuns de estúdio, também está previsto nesse formato Magical Mystery Tour e a coletânea Past Masters.
Um grupo de engenheiros trabalhou por quatro anos no estúdio Abbey Road, usando tanto equipamentos de alta tecnologia quanto outros antigos, tudo isso para manter a autenticidade e integridade das gravações analógicas originais e assegurar a mais alta fidelidade ao catálogo da banda desde os lançamentos originais dos vinis. Quando os primeiros CDs dos Beatles foram lançados muitos reclamaram da qualidade sonora nos mesmos, dizendo que era inferior ao som dos LPs. Com certeza não haverá esse tipo de problema dessa vez.
Cada álbum conterá as mesmas músicas do LP, até porque todas as sobras já devem ter saído na coletânea em 3 CDs duplos Anthology. Mas as primeiras tiragens virão com um DVD com um documentário sobre a gravação do disco correspondente. Além de estarem a disposição dos fãs em versão separada, também sairá no formato de box set, com 14 CDs e seus respectivos DVDs, além de uma versão chamada The Beatles in Mono, com 10 discos com a mixagem em mono e dois discos extras com músicas que saíram na coletânea Past Masters. Com exceção de The Capitol Albums Vol. 1, que compila os primeiros quatro lançamentos americanos da banda, e Love, trilha sonora de um espetáculo do Cirque du Soleil, esta será a primeira vez que os fãs dos Beatles terão uma experiência completa ao ouvir as músicas de sua banda favorita da maneira que deve ser. Pode ter demorado, mas vai sair caprichado!

sexta-feira, abril 10, 2009

KURT NA CAPA DA ROLLING STONE BRASIL




A Rolling Stone Brasil presenteia os fãs do Nirvana na edição de abril, que já deve estar chegando às bancas. Pela primeira vez, teremos duas opções de capa. Numa delas, mais próximo aos padrões da publicação, temos o Kurt Cobain e todas as chamadas das principais matérias. Na outra, só a imagem do Kurt em preto & branco com as chamadas correspondentes ao próprio. Já reservei essa última na banca. Enquanto a revista não chega a nossas mãos, confira dois textos, exclusivos do site da RS, relembrando a passagem do Nirvana pelo Brasil em 1993, no Hollywood Rock:

:: Estou Aqui, Me Divirta, por Pablo Miyazawa

:: Frustração e Caos, por Paulo Cavalcanti

domingo, abril 05, 2009

15 ANOS SEM KURT COBAIN

Pois é, amigos, hoje faz quinze anos que o Kurt tirou sua própria vida (o corpo foi encontrado dia 8, mas a autópsia revelou que ele estava morto desde o dia 5). O tempo urge (e ruge) e é imperdoável. Lembro que, quando comecei a curtir rock e lia algo sobre o movimento punk dos anos 70, aquilo me parecia tão distante, um outro mundo. E agora já passou 15 anos da morte de Kurt e quase 18 anos do lançamento de Nevermind, mais ou menos o mesmo tempo entre o auge do punk e o início da década de 90.
Bem, quem acompanha com certa frequência esse espaço virtual já sabe da importância de Kurt e do Nirvana na minha formação musical. Quando saiu Nevermind e ouvi (e vi) pela primeira vez “Smells Like Teen Spirit” no saudoso Kliptonita, programa de videoclipes da Record, foi um baque. Eu, que nunca tinha dado bola ao rock pesado, não fiquei imune ao que passava na telinha. Eram tempos diferentes, discos de rock não eram fáceis de serem encontrados nas lojas aqui da cidade, principalmente de uma banda que acabara de estourar. O que eu podia fazer senão comprar uma fita K-7 e esperar tocar algo da banda nas FMs? E foi assim que passei a ter contato com “Lithium”, “Come As You Are”, “In Bloom”, “Stay Away” e “Lounge Act”. Sim, para espanto das gerações mais novas, isso tocava nas rádios de Campina Grande na época, lembro até de ter rolado especiais com Faith No More e Metallica, dá pra acreditar?!
Em 93 tivemos a histórica apresentação dos caras no Hollywood Rock, transmitido pela Globo. Aquilo foi o que me faltava pra me debandar para o mundo do rock de uma vez. O show não teve nada de profissional, parecia um (péssimo) ensaio, mas apesar disso, ou talvez por isso mesmo, achei sensacional! Bastou a dobradinha “Polly” e “About a Girl” para me conquistar. E a quebradeira, a cusparada nas câmeras e a microfonia durante a ainda inédita “Scentless Apprentice” serviram para confirmar que tinha encontrado meu nirvana. A interrupção da transmissão, com a Globo temendo mais bizarrices por parte de Kurt, veio tarde. O estrago estava feito. Finalmente tinha encontrado um tipo de música que combinava com minha visão da vida (e do mundo).
Passou-se pouco mais de um ano, outras bandas entraram no meu radar rock ‘n’ roll, já tinha todos os vinis do Nirvana, andava ao lado da galera do mal no colégio, quando chegou o fatídico dia. Oito de abril de 1994, uma sexta-feira. Estava trancado no quarto ouvindo um K-7 com o álbum Dirt do Alice In Chains gravado, acompanhando as letras numa revista que tinha comprado naquela tarde. Meu pai bate na porta para dar as más noticias. Corri para a TV para ver Boris Casoy falar da morte de meu ídolo. Na época isso não passava pelas nossas cabeças, mas pensando bem, prestando atenção em todos os sinais, não havia outra maneira das coisas acabarem senão em uma tragédia, um suicídio.
Quinze anos depois continuo no circo rock ‘n’ roll, novas e boas bandas continuam a aparecer, mas nada como naqueles velhos tempos. Sei lá, talvez eu esteja velho e rabugento, mas a cada dia que passa tenho mais certeza que nunca mais encontrarei músicas que mexeram tanto com a minha cabeça como àquelas compostas por Kurt Cobain. Rest in peace, Kurt, um dia você consegue.