terça-feira, julho 29, 2008

RÁPIDO & RASTEIRO

- Oi, estou vivo.

- Estava na maior expectativa para, na sexta-feira dia 18, ir ao cinema para ver à Batman O Cavaleiro das Trevas, a mais que esperada continuação de Batman Begins, mas o maldito cinema da minha cidade está exibindo uma cópia dublada! É inacreditável! Como fazia tempo que pegava um cineminha, não tinha percebido ainda, mas agora é política da empresa exibir todos os filmes dublados. Mais uma vez, é inacreditável! Restam-me duas alternativas: morrer numa graninha e ir a capital ver ao filme como deve ser visto, legendado, ou esperar pelo DVD. Veremos.

- Falando no Morcego, já viram essa: “Batman. Neil Gaiman. Andy Kubert. Whatever Happened to the Caped Crusader? Janeiro 2009.” Totalmente excelente!!!

- Mas nem tudo são rosas. Jason Todd, o segundo Robin que foi morto pelo Coringa e que nunca (NUNCA) deveria ter ressuscitado, deve ganhar série própria em breve. Medo, muito medo!

- Sobre a reformulação dos títulos DC/Panini: tudo indica que os títulos remanescentes (Superman, Batman, Superman & Batman, Liga da Justiça, Novos Titãs) não terão suas numerações zeradas. E eles consertarão a burrada que fizeram e colocarão a SJA de volta ao gibi da Liga. Boas novas em meio a tanta confusão.

- Mudando radicalmente de assunto. Semana passada estive visitando duas áreas rurais para fazer uma pesquisa do IBGE. Meu, é incrível a pobreza dessa gente. Vivem para trabalhar, trabalham para viver, e recebem muito pouco em troca por isso. E a perspectiva de melhoras não existe. O Lulinha paz-e-amor passa longe daquela realidade. Não tem como não voltar de um lugar desses e valorizar mais todos os luxos que temos em nossas casas.

- Enquanto preparei essas linhas tortas, ouvia o álbum Everything’s the Rush, do Delays, que baixei recentemente e só agora estou dando uma primeira conferida. Por enquanto está descendo super-bem. Segue a descrição da banda na Last FM: Formado em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, o Delays tem os irmãos Greg e Aaron como responsáveis por boa parte das composições. Suas influências, além da clara faceta do Cocteau Twins, passeiam pelo pop dos anos 80, 90, mas muita coisa foi tirada lá dos anos 60. São estas influências que criam o tapete etéreo e psicodélico.

domingo, julho 20, 2008

NOVO DO METALLICA SAINDO DO FORNO

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“Imaginem que vocês não são o Metallica, vocês não têm sucessos, precisam de material para uma batalha de bandas. Qual vai ser o som?” Foi com essa idéia em mente, sugerida pelo produtor Rick Rubin, que o Metallica entrou em estúdio para gravar Death Magnetic, álbum previsto para setembro próximo e que vem cinco anos após o lançamento de St. Anger, de 2003. A promessa é que o som dessa nova empreitada do quarteto vai remeter aos clássicos Ride the Lightning (1984) e Master of Puppets (1986), os preferidos entres os fãs mais antigos, ou seja, velocidade, peso, riffs bem trabalhados e solos para tocar air guitar trancado no quarto. A banda passou o ano de 2006 trabalhando em esboços de 26 composições, para sair de lá com as melhores. Já em 2007, nos meses de março e abril, os caras se instalaram no estúdio Sound City para gravar as bases, e fizeram tudo ao vivo, em takes diretos. E em fevereiro último, foi a vez da gravação dos vocais. Setembro tá pertinho, e a expectativa é grande. Metal up your ass!!!

terça-feira, julho 15, 2008

CAPAS PANINI JULHO - DESTAQUES (E A NOVA DC)

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É, demorei mais que o usual para postar as melhores capas do mês (IMHO) da Panini. O auê que elas geralmente causam quando são divulgadas foi abafado com o anúncio das mudanças que as revistas DC sofrerão a partir de setembro.
Resumindo(até porque todos já estão a par): Melhores do Mundo e Universo DC irão para o saco, DC Apresenta e DC Especial não terão periodicidade certa, só sendo lançadas quando surgir material "excelente" (hehe), Batman Extra dá uma pausa (na véspera do lançamento do seu novo filme no cinema, vai entender...), uma mensal "verde" será lançada, e Superman, Batman, Superman & Batman, Liga da Justiça e Novos Titãs continuarão, com ajuste de mixes, e possivelmente serão zeradas. Mais detalhes na Bienal de São Paulo em agosto.
A nerdalhada está arrancando os cabelos em fóruns e comunidades internet afora. Para mim, pouco muda. Não acompanho Universo DC nem Melhores do Mundo. DC Apresenta só comprei algumas edições mais interessantes. DC Especial, com o final de Gotham Central, cumpriu seu papel. O ponto positivo é o possível fortalecimento dos mixes, já que com a expansão no ano passado, alguns títulos enfraqueceram (como LJA e suas infindáveis Classifieds). Mas não curti essa de zerar as revistas. Aguardemos o desenrolar disso tudo...

(Primeiro post feito no trabalho, YEAH!!!!)

domingo, julho 13, 2008

BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS (CRÍTICA DA VEJA)

(texto extraído da edição 2069 da revista Veja e de autoria de Isabela Boscov)


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Direto do Coração das Trevas

Como o Coringa, Heath Ledger é o que o novo
Batman tem de mais excitante – e de mais devastador


"Esta cidade merece criminosos melhores", diz o Coringa, desdenhando dos que o precederam na missão de flagelar Gotham. E isso, de fato, é o que Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, Estados Unidos), que estréia nesta sexta-feira no país, tem a oferecer – não só o melhor vilão de todas as adaptações dos quadrinhos para o cinema, como também, mais propriamente, o primeiro que não é uma caricatura ou uma invenção pueril, mas uma verdadeira força da aniquilação e da ruína. Na última e estupenda criação de Heath Ledger (morto em 22 de janeiro, de overdose acidental de medicamentos), o Coringa é algo que se pode temer: alguém cujo desejo único é destruir os outros, e tudo; e cujos motivos é possível intuir, mas não medir nem compreender. O mais existencialista dos super-heróis ganha, assim, um adversário que é o seu exato oposto e complemento – um niilista.

De Amnésia e Insônia a O Grande Truque, o interesse do diretor inglês Christopher Nolan esteve sempre aí, no que acontece a uma pessoa quando uma distorção passa a defini-la. Batman Begins, destinado a restabelecer as origens do personagem, se desviava dessa rota, e talvez por isso deixasse a sensação de que algo fundamental lhe faltava. Agora, Nolan retoma seu tema com ímpeto redobrado: a distorção que é o Coringa passa aqui a definir também Batman. Na verdade, quase que o explica. Tudo o que o milionário Bruce Wayne e seu alter ego heróico têm de perfeito e composto, o Coringa tem de desfeito e desorganizado – a maquiagem tosca e borrada, a voz estranha, a sujeira do cabelo, as roupas mal costuradas, a absoluta ausência de autocensura. Sabiamente, O Cavaleiro das Trevas se recusa a dar a ele uma identidade e uma história pregressa: de certa forma, como na novela célebre concebida por Oscar Wilde, Batman seria Dorian Gray, sempre jovem e íntegro, enquanto o Coringa seria o retrato que Dorian esconde no sótão, e no qual ficam impressas as marcas de sua corrupção e degradação. Em O Cavaleiro das Trevas, a tese não é apenas que os super-heróis dependem de vilões para existir; é que eles mudam no contato com a torpeza, e não para melhor. O impacto do Coringa, assim, não se fará sentir apenas sobre Batman, mas também sobre o procurador Harvey Dent (Aaron Eckhart), cuja estrela está subindo graças à perseguição que empreende contra os mafiosos de Gotham. Dent mexe onde mais lhes dói – no bolso –, e os criminosos se vingam lançando sobre a cidade o apocalipse que é o Coringa.

De volta à sua zona de conforto, Nolan faz tudo o que não pôde fazer em Batman Begins. O pessimismo é quase insuportável, as cenas de ação (rodadas no sistema Imax, que lhes confere excepcional profundidade e nuance) são uma expressão do caos, e os reveses de Gotham se acumulam até o descontrole. Também o elenco encontra terreno mais bem preparado em que exercitar seus muitos pontos fortes. As atuações são nunca menos que excelentes, de Christian Bale como Bruce Wayne/Batman a Michael Caine, Morgan Freeman, Aaron Eckhart, Maggie Gyllenhaal (substituindo, com grande vantagem, a inexpressiva Katie Holmes) e Gary Oldman – como o triste, gentil e torturado Comissário Gordon.

Um degrau acima, contudo, está o trabalho de Ledger, que exprime o prazer do Coringa na própria decomposição com uma originalidade arrebatadora, tão afinada nos seus aspectos intuitivos quanto nos técnicos (a voz, um estudo sobre os timbres agudos e anasalados de Marlon Brando, conta como um personagem em si). Christopher Nolan escolheu o australiano ao vê-lo como o caubói homossexual Ennis Del Mar em O Segredo de Brokeback Mountain e constatar que estava diante de uma criatura virtualmente mitológica – um ator sem vaidade. (O mesmo não se pode dizer de Jack Nicholson, que pelo menos até o próximo dia 18 segue considerando-se o Coringa definitivo, e ficou furioso por ter sido preterido.) Ledger é o que O Cavaleiro das Trevas tem ao mesmo tempo de mais excitante e de mais devastador. Se aos 28 anos um ator foi capaz desse assombro, mal é possível imaginar o que o cinema perdeu.

terça-feira, julho 01, 2008

20 DISCOS QUE MUDARAM O MUNDO pt.20

(texto extraído da revista ZERO nº 8)


RED HOT CHILI PEPPERS
MOTHER’S MILK

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Lançamento: 10 de agosto de 1989
Nas paradas: Nº 52 no Top 200 da Billboard
Algumas influências: George Clinton, Jimi Hendrix, Sylvester Stewart, Talking Heads, Black Flag, Bob Marley
Alguns influenciados: Primus, Faith No More, Sublime, Living Colour, Infectious Grooves, Mr. Bungle e... Detonautas


O que fazer quando o guitarrista de sua banda morre de overdose, o vocalista dá pinta de que terá o mesmo destino, o baterista tem um colapso nervoso e abandona o barco e o baixista resolve se dedicar a projetos paralelos? Pois foi dessa química que o Red Hot Chili Peppers extraiu Mother’s Milk.
Vamos aos nomes, então, para deixar as coisas mais claras. Um ano após a gravação de The Uplift Mofo Party Plan, disco que reforçou a fama do grupo, o guitarrista Hillel Slovak e o vocalista Anthony Kiedis começaram a pegar perigosamente pesado nas drogas - heroína, mais especificamente. Slovak morreu de overdose; Kiedis teve melhor sorte e o susto fez com que ele procurasse ajuda. Para o lugar de Slovak e de Jack Irons, baterista que abandonou as baquetas, Flea e Kiedis convocaram, respectivamente, John Frusciante, um prodígio de apenas 18 anos, e a locomotiva Chad Smith. O resultado da combinação dos quatro não poderia ser melhor - e foi com essa formação que o grupo pariu seus melhores trabalhos - o primeiro dos quatro foi Mother’s Milk.
O nome refletia o novo período, a desintoxicação das tragédias. E esse recomeço potencializou todas as possibilidades do grupo. O que era pesado ficou ainda mais - “Magic Johnson”, “Nobody Weird Like Me”, “Stone Cold Bush”, “Fire” (de Hendrix) e “Punk Rock Classic” - e o que era grooveado ganhou molejo ainda maior - “Good Time Boys”, “Subway To Venus”, “Johnny, Kick A Hole In The Sky” e “Higher Ground” (de Stevie Wonder).
Filhos do disco nascem aos montes ate hoje.

Efeitos no Brasil: O crossover da banda, na mistura de rock, metal, punk e funk, só foi entendido de verdade por aqui dois anos depois, quando o Faith No More estapeou quase 200 mil pessoas (e um número incontável de telespectadores da Globo) com uma apresentação impecável no Rock In Rio 2. Depois disso, o caminho ficou fácil para bandas como Raimundos e Chico Science colocarem um acento regional na mistura.
Enquanto isso...: Richard Marx (lembram-se dele?) embalava os corações em trilhas de novelas, como Top Model por aqui, com sua “Right Here Waiting”, enquanto as pistas bombavam com Jive Bunny & The Mastermixers com “Swing The Mood” e “That’s What I Like”.