terça-feira, novembro 29, 2005

CURIOSIDADES SOBRE O PEARL JAM

Apelidado pelos amigos de “Menino Sorriso” (Laughing Boy), Eddie já trabalhou como roadie em clubes de San Diego. Mas o que garantia sua moradia era o emprego como segurança de um cemitério. Ele e o ex-batera da banda Jack Irons eram amigos muito antes de ambos ingressarem no Pearl Jam. Foi Jack quem indicou o trampo em Seattle para o cantor. Reza a lenda que, ao receber a demo dos caras do PJ, Eddie foi surfar. E saiu da água com três letras pontas.
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Desde 1990, o Pearl Jam já teve cinco bateristas: Dave Krusen (que saiu da banda em 1991), Matt Chamberlain (que saiu para tocar na banda do programa Saturday Night Live), Dave Abbruzzese, Jack Irons e o atual, Matt Cameron (ex-Soundgarden).
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O nome Pearl Jam surgiu da cabeça de Eddie Vedder: sua avó se chamava Pearl e era casada com um índio que influenciou seu estilo de cozinhar! A lenda diz que ela criou um alucinógeno, batizado pela família de Pearl Jam (geléia de pérola).
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As letras do Pearl Jam são propositalmente dúbias: “Cada um deve interpretar como quiser”, diz Eddie Vedder.
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Antes de se mudar para Seattle e ficar conhecido como o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder tinha uma banda em San Diego, na Califórnia, chamada Bad Radio. Eles não lançaram um único disco sequer.
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Além de tocar na trilha sonora do filme Vida de Solteiro (com duas músicas, “Breath” e “State of Love and Trust”), Stone Gossard, Jeff Ament e Eddie Vedder (tocando bateria) faziam parte da banda fictícia liderada pelo ator Matt Dillon.
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O nome do 2º álbum da banda, VS, surgiu depois de várias discussões entre os integrantes da banda. Originalmente era pra ser chamado Five Against One (5x1).
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A música “Once”, do álbum Ten, é até hoje um mistério para os fãs da banda. O murmúrio de Vedder, quase ininteligível, no fim da canção, é o seguinte: “Você acha que eu mantenho meus olhos fechados, mas eu estou olhando para você o tempo inteiro”.

domingo, novembro 27, 2005

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LETRA TRADUZIDA

PEARL JAM
ALIVE
VIVO


Son, she said, have I got a little story for you
Filho, ela disse, tenho uma historinha para você
What you thought was your daddy was nothin' but a...
Quem você pensou que era seu pai não passava de um...
While you were sittin' home alone at age thirteen
Enquanto você estava em casa sozinho aos 13 anos
Your real daddy was dyin'
O seu verdadeiro pai estava morrendo
Sorry you did not see him, but I'm glad we talked...
Sinto você não tê-lo visto, mas estou contente de termos conversado

Oh I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey, I, oh,I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

Oh, she walks slowly, across a young man's room
Ela caminha vagarosamente, pelo quarto de um jovem
She said I'm ready...for you
Ela disse estou pronta... para você
I can't remember anything to this very day
Eu não consigo lembrar de nada desse certo dia
'Cept the look, the look...
Exceto o olhar, o olhar
Oh, you know where, now I can't see, I just stare...
Você sabe onde, agora eu não posso enxergar, eu só encaro...

I, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

Is something wrong?, she said
Tem algo errado?, ela disse
Well of course there is
É claro que tem
You're still alive, she said
Você continua vivo, ela disse
Oh, and do I deserve to be?
E eu mereço estar?
Is that the question
É essa a pergunta?
And if so...if so...
E se for... e se for...
Who answers...who answers...
Quem vai responder... Quem vai responder...

I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Hey I, oh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo
Yeah I, ooh, I'm still alive
Eu, eu continuo vivo

O Pearl Jam foi o grupo mais bem-sucedido da leva grunge que botou Seattle no topo do mundo do rock. Formado por integrantes de bandas históricas da cidade (o baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard tocaram no Green River, que desembocou no Mudhoney, e também no Mother Love Bone), o quinteto decolou somente depois que encontrou o vocalista Eddie Vedder. A união dessas forças resultou em Ten (1992). O primeiro single foi “Alive”, uma conversa entre a mãe e filho carregada de dramaticidade (prato-cheio para a interpretação dilacerada e grandiloqüente de Vedder), em que ela revela que o pai verdadeiro do rapaz não era quem ele pensava.

sábado, novembro 26, 2005

A partir de amanhã, neste mesmo bat-blog, começa a semana Pearl Jam, há muito prometida.
E como diria o Robin, "Santa camisa de flanela, Batman!"
SUPERGRASS – I SHOULD COCO (Parlophone/EMI)
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Lá pelo meio da audição do CD I Should Coco, do grupo inglês Supergrass, peguei o pequeno encarte para me certificar de que o disco havia sido lançado em 1995 mesmo, e não em 1980. Explico: o som do Supergrass não tem nada de moderno, nada de atual... Uma benção! Com tanta chatice no pop atual, buscar influências no punk dos anos 80 parece ser uma ótima idéia. O Supergrass faz um punk-pop animado e não esconde sua maior influência: o Buzzcocks. Aliás, “influência” é pouco para descrever o impacto que o supergrupo de Pete Shelley parece ter tido no Supergrass – “adoração” parece ser mais adequado. I Should Coco é Buzzlocks da cabeça aos pés. Dos riffs de guitarra pegajosos aos refrões assobiáveis, passando pela voz do cantor – imitação competente do canto esganiçado de Pete Shelley – tudo cheira a Buzzcocks. Ouça a introdução da faixa “Alright” e veja se não é uma cópia descarada do clássico buzzcockiano “Noise Annoys”. Pergunto: qual o problema de fazer um som derivativo? Não há mal nenhum em copiar alguém, especialmente quando esse alguém é o Buzzcocks, uma das melhores bandas que já existiram nesse planeta sonolento.
Como o próprio Buzzcocks chupou tudo que sabia dos grupos da Invasão Britânica dos anos 60, como Kinks e Troggs, é natural que o Supergrass também soe um pouco como esses veteranos da distorção. Ponto para eles. I Should Coco é, como diz o pensador Fernando Vanucci, “simplezinho mais bonitinho”. Não vai mudar o mundo, mas com certeza pode torná-lo um pouco mais divertido.

(Texto de autoria de André Barcinski, e publicado na revista General # 16, em 1995)

CAPA DE GREEN ARROW #40, BY MARCOS MARTIN & ALVARO LOPEZ

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quinta-feira, novembro 24, 2005

SEPULTURA – ROOTS (Roadrunner)
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Ao Sepultura as melhores saudações. Na tentativa de cruzar novas linhas sonoras e fazer um álbum que tivesse um conceito, o grupo se inspirou na idéia de “roots” – raízes – e introduziu em sua música ingredientes brasileiros, percussivos. A experiência, motivadora e excitante, resultou excelente: a combinação soou orgânica.
Os resultados mais concretos e radicais dessa assimilação são dois. Primeiro, “Ratamahatta”, composta e gravada com Carlinhos Brown (a música, simplesmente do cacete, é também uma prova do bom funcionamento de certos termos em português em letra do grupo: por que não fazer mais isso?). Segundo, a canções com intervenções vocais e instrumentais de índios xavantes – que aliás comparecem ainda com o canto “Itsari”, gravado na selva com acompanhamento acústico da banda.
Além dessas novidades enriquecedoras no aspecto musical, o disco apresenta um Sepultura renovado também na escolha de temas políticos, com Chico Mendes e o grupo ativista Tortura Nunca Mais servindo respectivamente de inspiração para “Ambush” e uma porrada punk-hardcore sintomaticamente intitulada “Dictatorshit”.
No mais, o que se ouve é o Sepultura vital de sempre, com a mesma densidade e espessuras sonoras que, unidas à raiva, ao ímpeto e a competência habituais, contribuem para o merecido status de grupo brasileiro dos mais importantes da atualidade.

(texto de autoria de Carlos Rennó, e publicado originalmente na ShowBizz de março de 1996)

terça-feira, novembro 22, 2005

SMITHS – BEST OF SMITHS VOL. 1 & VOL. 2 (Warner)
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Foi em 82: na Inglaterra, o tom era dado por nomes como Culture Club, Duran Duran, Spandau Ballet e Soft Cell. Homens de maquiagem, sintetizadores, kitsch estudado, poseurs com atitude, David Bowie no altar – a disco desovando seus primeiros herdeiros musicais. O pop inglês era todo pose, glamour, eletrônica e dance negra americana.
Mas ao mesmo tempo, tinha muita gente morando em COHABs cinzentas, putas da vida, se recusando a enterrar o legado punk e achando que aquele pop tinha muito pouco a ver com a vida real na Inglaterra. Não tardou e essa multidão de angustiados de quarto e cultivadores de deprê arrumou alguém que captasse todo esse sentimento e o transformasse em música: Stephen Morrissey.
Não podia ser mais perfeito: um ex-bibliotecário, fã de New York Dolls e apologista de uma tradição popular britânica que ia de Petula Clark à Copa de 66 e que a era do vídeo clip e da comunicação moderna teria “destruído”. Para completar ele vinha de Manchester, poluído centro do norte inglês decadente. Morrissey odiava sintetizadores, Madonna, dance music e os EUA.
A sorte de Morrissey é que ele achou uma boa banda para musicar suas letras de desilusão senão ele estaria condenado a ler poemas para meia-dúzia de gatos pingados (na verdade, o contrário também pode ser dito da banda). Nesta banda também se destacava o guitarrista Johnny Marr, um dos músicos mais inventivos da década de 80. Marr foi talvez o único que entendeu e soube transformar o clima e o espírito das letras de Morrissey em música.
De 82 a 86, os Smiths lançaram uma sucessão de singles magníficos e LPs impecáveis (The Smiths, Meat Is Murder e The Queen Is Dead). A crítica em geral os endeusou, muitas músicas se tornaram hits e um gigantesco e doentio fã-clube se formou. A partir de 87 a bola murchou com o irregular disco Strangeways Here We Come e uma voraz indústria que passou a ver lucro em cada sulco que os Smiths pudesse colocar na rua. Entre 87 e 88, saíram as compilações The World Won’t Listen e Louder Than Bombs e o ao vivo Rank. Todas têm faixas em comum com estes Best Of..., são edições melhores e mais completas mas estão fora de catálogo no Brasil (o mesmo vale para a coleção de singles e gravações inéditas da primeira fase do grupo, o indispensável Hatful Of Hollow). Com certeza, velhos fãs dos Smiths mais antigos têm tudo que está aqui, mas para marinheiros de primeira viagem o disco é uma introdução bem organizada e essencial – tem desde o primeiro single, o raro “Hand In Glove”, até a popular “You Just Haven’t Earned It Yet Baby” – embora pobre em acabamento (sem encarte, dados biográficos etc). Mas é música pop de primeira linha: imediata, criativa, energética e com refrões muito cantáveis.

(Texto escrito por Camilo Rocha, publicado originalmente na Bizz #88, em novembro de 1992)

OBS: Apesar do que foi dito no texto, os meus dois Best Of... têm encartes legais, incluindo as letras das músicas, algo raro em coletâneas. Ah, e esta “You Just Haven’t Earned It Yet Baby” não está presente em nenhum dos dois CDs.

domingo, novembro 20, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

CRISE DE IDENTIDADE #3
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Ocupadíssimo me preparando para o concurso, mas arranjei um tempinho para ler a terceira parte desta minissérie que está abalando o universo DC. Mas se meu intuito ao resolver ler o gibi foi relaxar, tirar um pouco a cabeça dos estudos, bem, seria melhor ler outra coisa, porque Crise de Identidade não é leitura para isso.
Bem, metade desta edição é gasta mostrando o pega entre os integrantes (pelo menos alguns deles) da Liga da Justiça e o Exterminador. Não conheço muito o vilão, então não posso dizer se exageraram ou não seus poderes para quase dar conta de todos os heróis. Mas mesmo assim, foi bem bolada a briga. Depois temos uma conversa entre o Arqueiro Verde e o Flash, onde mais segredos sórdidos do passado da Liga são revelados. Aí fica a pergunta: será que o Superman, que estava ali pertinho, com sua superaudição, ouviu tudo? Bem, se ouviu, só saberemos nos desdobramentos da série, que comina em Crise Infinita, que está sendo publicada agora nos EUA, pois pelo que me lembro, este fato não foi mais mencionado em Crise de Identidade (lembrando que já li os scans no começo do ano). Aliás, já viram a quantidade de revistas que serão canceladas nos States depois de todos estes eventos? Flash, Gotham Knights, Superman, Wonder Woman etc.
Mais uma vez o roteirista Brad Meltzer (que assinou um contrato de exclusividade com a DC, eba!) dá uma aula de narrativa, com ótimos diálogos. E os desenhos do Rags Morales continuam competentes, mas precisa melhorar ao retratar o Superman, que ficou meio estranho.
Enfim, mais uma excelente edição. Já se foram três, faltam quatro.

sábado, novembro 19, 2005

SILVERCHAIR – FROGSTOMP (Epic/Sony)
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O release informa que “Tomorrow”, tirada da demo, foi um dos cinco maiores singles da história da Austrália, ultrapassando Midnight Oil e INXS. Depois um EP apresentou “Pure Massacre” e o trio foi considerado Artista do Ano e Melhor Single pela Rolling Stone australiana. O que tirou o Silverchair da garagem e fez de Frongstomp disco de platina em menos de uma semana é o que o Pearl Jam não gravou entre Ten e Vs. Além das duas já citadas, o espírito de Eddie Vedder baixa no vocalista Daniel Johns em “Faultline”, “Shade”, “Suicidal Dream” e “Cicada”. Outras manifestações de Seattle assombram “Undecided” e “Leave Me Out” (Soundgarden) e “Israel’s Son” (Alice In Chains). Tirando aquela cidade da cabeça, distingue-se de Helmet a Blind Melon. Como se pode constatar, um discaço.

(Texto de autoria de Emerson Gasperin, publicado originalmente na revista General #16, em 1995)
Eu eu eu, o Real Madrid se...

sexta-feira, novembro 18, 2005

COSMIC ROUGH RIDERS – ENJOY THE MELODIC SUNSHINE (Poptones/Trama)
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Não é a toa que …Melodic Sunshine soe tão vigoroso. O terceiro álbum deste quinteto escocês reúne material originalmente composto para seus dois discos de estréia – lançados pelo microsselo Raft Records, vendendo cada um cerca de três mil cópias. Até entrar em estúdio pela gravadora inglesa Poptones, os Cosmic Rough Riders tocaram até rachar, encarando grandes audiências em festivais por toda a Europa. Ou seja, refinaram seu repertório original até sair com uma seleção de temas inspirados e testados pelo grande público. A receita sonora da banda você conhece bem: guitarras Rickenbacker de doze cordas, violões, batidas jingle-jangle e vocais trabalhadíssimos, um pouco como os Byrds, um pouco como Crosby, Stills, Nash & Young, muito com clima do famoso “som da Califórnia” da virada dos anos 60 para os 70. Visualmente, eles são gordinhos e desajeitados, sem a menor chance de se tornarem ídolos pop. Mas, musicalmente, a fina receita de canções como “Have You Heard The News Today?”, “Morning Sun” ou “The Loser” engancha no cerebelo na primeira audição. A versão nacional de …Melodic Sunshine é igual à japonesa, incluindo duas faixas extras. Ou seja, mais momentos de pop divinal para seu deleite.

(Texto de autoria de Ricardo Alexandre, e publicado originalmente na revista Frente #1, em março de 2002)

terça-feira, novembro 15, 2005

LED ZEPPELIN – REMASTERS (Atlantic/Wea)
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Hipótese A: você tem mais de 25 anos e passou metade da década de 70 com o cabelo nos ombros e desenhando cogumelos no fundo dos cadernos. Então esqueça a coletânea tripla do Led Zeppelin, com clássicos remasterizados pelo guitarrista da banda, Jimmy Page. A edição brasileira não tem nada de novo. Melhor trocar sua coleção caidaça do Zed por CDs.
Mas se você chegou agora há pouco e acha que os Guns N’ Roses são a melhor banda heavy – ou simplesmente não tem grana para comprar o catálogo completo do Zed – , Remasters veio de encomenda. São 24 músicas pinçadas por Page entre as 80 gravadas pela banda em nove discos, nos seus doze anos de carreira. É a melhor enciclopédia de heavy metal para quem está começando a curtir som pesado agora. E mesmo que você odeie “Stairway To Heaven”, compre. Este álbum liquída os preconceitos de quem pensa que não gosta de heavy (se pergunte, meu caro: como alguém inteligente pode desprezar um gênero inteiro?).
Para fazer a seleção, Page elegeu dois eixos principais: entraram músicas que viraram grandes hits e aquelas que ele considerou mais experimentais. Do primeiro tipo, foram as complementares “Communication Breakdown”, “Dazed And Confused” e “Baby, I’m Gonna Leave You” (do LP de estréia), “Whola Lotta Love” (do segundo disco, na qual Robert Plant promete te dar cada polegada de seu “amor”), a bela “Since I’ve Been Loving You” (do terceiro LP), “Black Dog”, “Rock N’ Roll” (yeah!) e “Stairway To Heaven” (do quarto disco) e “All My Love” (de In Through The Out Door).
Entre as experimentais (ou “viajantes”, como se dizia no meu tempo) estão a maravilhosa “Kashmir” – que Robert Plant considera a melhor música do Zed – , a wagneriana “Immigrant Song”, “Trampled Underfoot” e “Achilles Last Stand” (mais de dez minutos de delírios sinfônico-guitarrísticos que provam pela centésima vez o talento de arranjador de Page, com a preciosa colaboração de John Paul Jones). O trabalho de remasterização foi feito por Page e o produtor George Marino, durante o mês de maio de 90. Foram necessárias mais de trezentas horas no estúdio Sterling Sound, em Nova York. O produto final foi lançado nos EUA em dois formatos: uma caixa com dois e outra com quatro CDs.
O problema é que a edição nacional é baseada na européia, um algum triplo em vinil. O capricho remasterizador de Page praticamente desaparece nesta versão que não “capta” as limpezas eletrônicas feitas nas faixas. O canal mesmo para os fãs do grupo é a caixa quádrupla em CD americana, com cinqüenta músicas. Esta sim, é para profissionais: o som é ótimo e inclui raridades como “Travelling Riverside Blues” (um puta blues caipira gravado em 69, para um programa de rádio, e que a MTV não pára de passar), “Hey, Hey, What Can I Do?” (um lado b do arco-da-velha) e um mix de “White Summer” com “Black Mountain Side”, ao vivo. Mas, mesmo a versão ianque deixa a desejar: não traz vários clássicos, entre eles “Living Loving Maid”, “You Shook Me” (grande música para transar) e “Dancing Days”. Mesmo assim foi a caixa mais vendida na temporada de Natal passada nos EUA, enfrentando medalhões como Roy Orbison, Jimi Hendrix, Marvin Gaye e Robert Johnson.
Mas não quero espantar ninguém de comprar o disco brasileiro, que é bem prensadinho e tem uma capa caprichada. Se você tem CD e puder descolar a caixa quádrupla, genial. Se não puder, grave de alguém. Se não conseguir, não vacile: compre a versão brazuca mesmo, que é uma coletânea respeitabilíssima. Afinal, esta revista não é feita para hippies velhos que sabem de cor a letra de “Since I’ve Been Loving You” (“Working from seven to eleven, every night... I don’t think that’s right”...).

(Texto de autoria de André Forastieri, publicado na Bizz #70, em maio de 1991)
PATO FU - RUÍDO ROSA (BMG)

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Vou aplicar aqui o paradoxo do sábio Eduardo Portela (presidente da Fundação Biblioteca Nacional) quando declarou, lá pelos anos 80, que não “era” governo, mas “estava” governo. Confesso que não sou, mas estou “Fu”. Sim, daqui do meu Rio (o aparelho), ouço em MP3 o sexto CD em nove anos de carreira na banda belo-horizontina Pato Fu – calma, BMG, copiei o CD só para ouvir com os meus botões! Estar “Fu” é um privilégio porque o novo disco diverte e ilustra... É um álbum gostosinho e pop mesmo, sem abdicar do QI superior.
Fato notável é que o Pato Fu agora passa por um período de reciclagem. A banda liderada pelo guitarrista e compositor John está menos Pizzicato Five e mais alguma coisa como vanguarda nova-iorquina e som alternativo britânico, passando por psicodelismos neo-Mutantes.
Scratches, loops e grooves formam a fechadura pela qual podemos espiar o modus operandi do quarteto nas 13 faixas de Ruído Rosa. O barulhinho bom fica por conta do produtor Clive Goddard, que já enxertou efeitos em Pulp e Moby. Ele trabalhou num estúdio famoso de Londres (o Strongroom) e mandou de lá eflúvios que grudaram no CD como mel na mosca.
O disco é pontilhado por bons arranjos eletroeletrônicos e, sobretudo, pelo sopranismo preciso da vocalista Fernanda Takai, uma verdadeira Mário Reis (sambista da velha-guarda) da geração anos 90. Como o fundador da bossa no canto, La Takai fere a nota e emociona em canções como o rock “Eu” (dos gaúchos Frank Jorge e Marcelo Birck – veja só, a copa Sul-Minas apenas expressa uma velha associação; basta ouvir Beto Guedes e Kleiton & Kledir...), o samba “Tribunal De Causas Realmente Pequenas” e os baladões “Ninguém” e “E O Vento Levou...”. Há episódios de paródias, como no rock-Mamonas “Sorria, Você Está Sendo Filmado” e no embalo experimental “Day After Day”, com participação dos ex-Mulheres Negras André Abujamra e Maurício Pereira e o engraçado inglês de Fernanda.
A junção de gostosura e inteligência é tão rara no chamado pop nacional que Ruído Rosa deve ser celebrado como inauguração de uma fase risonha na historia da república. Estejamos todos “Fus” neste momento crucial. Quem só tem carne no coração (como diz Fernanda a certa altura do CD) precisa ouvir e se deliciar com esses mineirinhos geniais.

(Texto de autoria de Luís Antônio Giron, publicado na Bizz #190, de maio de 2001)

sábado, novembro 12, 2005

QUEENS OF THE STONE AGE – SONGS FOR THE DEAF (Universal)
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Caro colega, leia com atenção: este é o melhor álbum de rock’n’roll de verdade de 2002. Apenas para justificar, não estou levando em conta Foo Fighters ou Hellacopters. Assim, falemos do QOTSA.
Stoner rock ou Stoner metal, seja lá o nome que você quer usar, o terceiro disco da banda é um chute no saco que não tenho. Josh Homme e Nick Oliveri formam o time com o Foo Fighter Dave Grohl na bateria e o ex-Screaming Trees Mark Lanegan nos vocais em várias faixas.
Feche a porta e escute este álbum no volume 10. Introduções que são falas de DJ’s, barulhos de rádio, canais mudando.
Josh Homme assume os vocais em “No One Knows” e “First It Giveth”. Na música mais sabbathiana do álbum, “A Song For The Dead”, Dave Grohl está maravilhosamente bem, adicionando batidas poderosas, complexas e rápidas a guitarras ácidas. Tudo isso com Mark Lanegan nos vocais pressurizados.
“Six Shooter” tem direito ao theremin de Alain Johannes em punk cuspido por Oliveri. “Go With The Flow” é uma das meilhores do álbum. Vocais melódicos com instrumental pesado.
A banda ao volante deste carro dirige rápido, não tem medo do que há pela frente. A estrada é longa, o percurso, sinuoso. Tentei procurar algo parecido em minha coleção de metal setentista – talvez Sabbath, com seu peso e roupagem sombria, Led, com seus vocais e guitarras acústicas.
A edição nacional traz ainda “Everybody’s Gonna Be Happy”, cover do Kinks. É a cereja em cima do bolo.

(Texto de autoria de Sylvie Piccolotto, e publicado originalmente na Zero #4, em 2002)

sexta-feira, novembro 11, 2005

OASIS- DEFINITELY MAYBE (CREATION/EPIC)
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Você ainda acredita que uma banda que vem de Manchester – terra dos maiores pentelhos franjudos entediados do planeta – poderia ser a salvação do rock n’ roll? Ainda mais quando o semanário britânico New Musical Express coloca o disco de estréia dos caras nas nuvens?
Pela capa (com “ponta” do Burt Bacharach) e pelas péssimas referências acima, você não desembolsaria nem 25 centavos por este CD, não é? Pois então agradeça a este seu serviçal por mais um favor prestado a seu bolso. Pode comprar tranqüilo este Definitely Maybe, sem medo de ser ludibriado. Ele é honesto.
Oasis é um grupo que adora o palco, posa com os seus instrumentos e caga para o que a mídia pensa sobre eles. Isso não lhe cheira a Suede? Só que os caras merecem durar bem mais do que aqueles “perobas” glitter.
Aqui há grooves de guitarras semi-acústicas sustentando as exímias composições de Noel Gallagher e aquela marca de quem leva a coisa realmente “à sério”. Todas têm aquele caráter “chapadão” típico do rock inglês.
Com certeza, não vão revolucionar porra nenhuma, como se anuncia por aí. É só mais uma banda que merece figurar na sua CDteca entre o Mudhoney e o Urge Overkill. O que já garante para eles uma cobertura com piscina no céu dos rockers.

(texto de autoria de Alexandre Rossi, e publicado originalmente na Bizz nº 113, em dezembro de 1994)

quarta-feira, novembro 09, 2005

RADIOHEAD – THE BENDS (EMI)
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O Radiohead conseguiu um sucesso na América que ingleses como Blur, Oasis e Elastica dariam sua coleção de capas da Melody Maker para ter. “Creep”, do primeiro álbum (Pablo Honey), foi hit de verdade: MTV, Billboard, o escambau. É difícil prever se a história se repetirá com esse disco porque o mercado americano não é mesmo de dar muitas chances a essas bandas inglesas. Mas eles bem que mereciam porque permaneceram consistentes na qualidade e o vocalista Thom E. Yorke é uma estrela nata, do visual ao carisma. Uma das coisas que fazem The Bends ser tão bom de ouvir é a harmonia perfeita entre barulho e quietude (poderíamos chamar isso de uma fórmula “Creep”?). A música sabe quando tem que ficar quieta para reforçar um momento, digamos, de súplica tristonha (“High & Dry”) e sabe subir o volume para soar desesperadamente angustiada/irada/etc. (“Bones” ou “Just”). Além desse instrumental impecável (guitarras empapadas em phaser, dedilhados belíssimos, eletrônica sutil), a voz de Yorke quase nunca cai na tentação do teatral excessivo (um vício inglês inventado por Bowie que, dependendo de quem usa, pode ir do ridículo ao inspirado). O Radiohead consegue compilar as melhores coisas que o rock inglês já inventou e evitar todos os clichês que queimaram seu filme (aliás “My Iron Long” tem um riff que é puro Echo & The Bunnymen). O Radiohead merece dinheiro, presentes, drogas e sexo de boa qualidade por ter conseguido uma proeza: fazer rock hiper-sensível sem frescuras (alô Smashing Pumpkins, podem se aposentar já!).

Texto de autoria de Camilo Rocha, e publicado originalmente na revista General # 12, em algum mês de 1995.

domingo, novembro 06, 2005

RECADO IMPORTANTE

Galera, é o seguinte: em 4 de dezembro próximo farei a prova do concurso do TRT, para o cargo de Execução de Mandados, e gostaria de dedicar estas semanas restantes para estudar o máximo possível. Portanto não poderei me dedicar tanto ao blog. Mas como não quero deixá-lo simplesmente parado, resolvi o seguinte: até o dia da prova, colocarei aqui neste espaço rock/gibi/filme virtual (nossa, tô parecendo o Humberto Finatti, do Zap"N"Roll) textos antigos de variadas revistas sobres discos que considero essenciais, mais ou menos como faço de tempos em tempos com os posts que nomeei de “Críticas da Bizz”, diferindo no fato que não serão tirados apenas da Bizz, e também por não colocar meu texto introdutório, onde coloco minhas impressões sobre determinado disco, já que vou estar sem tempo para criá-los. A tarefa de digitar os textos será de um sobrinho meu, que até já fez alguns, eu apenas revisarei. Pode ainda rolar algo mais simples, como capas de gibis ou algum outro tipo de imagem que achar legal, mas basicamente é isso. Ah, e o especial Pearl Jam, que prometi tempos atrás, deve rolar no final do mês. Já está quase tudo pronto, estou só esperando o momento certo para colocar todos os textos aqui. Então, continuem visitando e comentando. And wish me luck!

Obs: este é o post de número 200 do Search & Destroy.

sábado, novembro 05, 2005

CURIOSIDADE

Está registrado num vídeo amador. No início dos anos 70, o Led Zeppelin se hospedou num luxuoso hotel em Seattle que tinha uma grande atração: os hóspedes podiam pescar jogando anzóis das janelas dos quartos. Muito bem: depois de fisgarem um filhote de tubarão, Robert Plant e cia picaram o bicho e introduziram pedaços do bicho na vagina de uma fã mais safadinha. “Ah, essa história é um exagero, botamos nela um caçãozinho de nada...”, desfaz Richard Cole, o tour manager do Led na época.

TEM QUE TER!

Ramones – Mondo Bizarro (1992)
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Lançado em plena onda grunge, esse álbum, o 16º da banda, incluindo as coletâneas, trouxe os Ramones de volta a sua grande forma. Abrindo o disco, temos “Censorshit”, com uma letra que mete o pau nos censores. O pique continua forte com “The Job That Ate My Brain” e na quase metal “Poison Heart”, 1º clip do disco. “Strengh To Endure”, a melhor na minha opinião, tem aquela melodia grudenta, como “Pet Sematary”, sucesso do disco anterior deles. “Take It As It Comes” nem parece que é uma versão de uma música do The Doors, de tão ‘ramônica’ que ficou. “Heidi Is A Headcase” é prima direta de “Sheena Is A Punk Rocker” e “Suzy Is A Headbanger”. Há também espaço para a balada “I Won’t Let It Happen”, e o álbum termina com “Touring”, uma ode a vida em turnês. Um discão, com a energia de uma banda que parecia que estava lançando sua estréia.
Tracklist:
1-Censorshit
2-The Job That Ate My Brain
3-Poison Heart
4-Anxiety
5-Strengh To Endure
6-It’s Gonna Be Alright
7-Take It As It Comes
8-Main Man
9-Tomorrow She Goes Away
10-I Won’t Let It Happen
11-Cabbies On Crack
12-Heidi Is A Headcase
13-Touring

quinta-feira, novembro 03, 2005

CAPAS DE NOVEMBRO DA PANINI - DESTAQUES

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FRASE

O sentimento de vingança é tão prazeroso que, muitas vezes, o homem deseja ser ofendido apenas para poder se vingar.”

Giacomo Leopardi (1798-1837), escritor italiano.