sábado, dezembro 31, 2005

Já que ninguém quis me dar presentes neste período de natal/ano novo, eu mesmo resolvi me presentear, comprando três CDs: Strokes – Room on Fire; Radiohead – Hail to the Thief e U2 – How to Dismantle an Atomic Bomb. Como diminui sensivelmente a compra de discos nos últimos dois anos (graças ao meu outro vício, os gibis), estou com vários CDs na lista de compras, e estes três já estavam na espera há um bom tempo. Quando ouvi-los direitinho, falo mais deles aqui no S&D. E estou na expectativa de ganhar uma graninha extra, e se tudo der certo, vou usá-la para comprar mais CDs, diminuindo ainda mais minha listinha de compras. E também espero reduzir um pouco o volume de gibis agora em 2006 para sobrar mais $$$ (e não repetir a performance pífia de 13 CDs adquiridos durante todo o ano).
Ah, finalmente consegui comprar uma edição da Bizz. Desde a volta da revista em setembro, não vi um exemplar sequer nas bancas da cidade, só conseguindo ler emprestada. Mas parece que deram um jeito na distribuição (ou finalmente sacaram que aqui também tem pessoas com bom gosto musical) e consegui ver a revista em duas bancas. Espero que este não tenha sido um caso isolado e que eu possa comprar mensalmente a Bizz nas bancas (mas ainda quero a volta das assinaturas).
Até o próximo ano, galera!

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Sabem quem é o novo VJ da MTV? Felipe Dylon! Isso mesmo. Aquele do “oh menina deixa disso, quero te conhecer” (ou algo do tipo). O ‘galã’ irá apresentar uma atração diária durante a programação de verão da emissora. Vejamos: antes tínhamos Massari, agora temos Dylon (que não é o Bob!). Alguém tem a paciência para enumerar as diferenças entre os dois? Pois é, eles continuam cavando cada vez mais o fundo do poço, que já está beeemmm fundo.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

ANTES DO PÔR-DO-SOL

Image hosted by Photobucket.com
Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy), ele um americano, ela uma francesa, se conhecem durante uma viagem de trem pela Europa. Antes de prosseguir em viagem, ambos resolvem ficar em Viena, capital da Áustria, por uma noite,. Eles então passam a noite andando pela belíssima cidade, onde se apaixonam. Ao amanhecer, os dois se despedem. Ele volta para a América enquanto ela ruma para Paris, mas não antes de prometerem um ao outro de se encontrarem na mesma Viena seis meses depois. Basicamente este é um resumo do filme Antes do Amanhecer, de 1995.
Corta para 9 anos depois. Jessé encontra-se em Paris para divulgar um livro de sua autoria, onde conta os acontecimentos daquela noite mágica. Enquanto responde perguntas dos jornalistas, olha de lado e vê Celine. Começa a partir daí uma conversa de 80 minutos entre os dois (mostrada em tempo real) pelas ruas de Paris. Os personagens envelheceram, eles não são mais tão inocentes como antigamente, ambos exibem uma certa melancolia. No papo dos dois é revelado o que aconteceu neste intervalo de 9 anos. E aí, eles se encontraram 6 meses depois da noite em Viena? Estão juntos até hoje? Ou cada um seguiu seu caminho? Não sou eu que vou estragar a surpresa, veja por si mesmo em Antes do Pôr-Do-Sol.
O casal principal de atores está primoroso, mostrando uma sintonia perfeita, rara de se ver hoje em dia no cinema. Aliás, os dois tiveram uma participação no roteiro, juntos com o diretor Richard Linklater, deixando suas atuações ainda mais críveis. Filmado em apenas 15 dias, com o orçamento de 10 milhões de dólares (uma ninharia hoje em dia), o filme é excelente, um verdadeiro tratado sobre o amor. Uma ótima pedida para quem quer uma alternativa à essas comédias românticas horrorosas que infestam as locadoras.

domingo, dezembro 25, 2005

CAPAS DE JANEIRO DA PANINI - DESTAQUES

Image hosted by Photobucket.com

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Crise de Identidade #4
Image hosted by Photobucket.com
Quarta edição desta mini que promete dar novos ares ao universo DC. A trama pouco se desenvolve neste capítulo. Não é revelado nenhum segredo obscuro dos integrantes da Liga da Justiça, e eles não estão mais perto de descobrir quem cometeu o assassinato de Sue Dibny (eu sei quem foi, mas não vou revelar não). Mas ainda assim, temos boas passagens, como o papo entre o Arqueiro Verde e o Hal Jordan (quando o Arqueiro lhe pergunta quando ele volta, e ele responde “Eu estou trabalhando nisso”, putz, ótima sacada). O Superman tem uma participação mais ativa nesta edição, analisando a cena do crime onde Jean Loring (ex-esposa do Eléktron) quase foi assassinada, ao mesmo tempo em que demonstra temer que Lois Lane possa ser a próxima vítima, temor que meio que se confirma na última página (claro que não vai acontecer nada com a Lois, mas não deixa de ser um bom gancho para o próximo número). Mas o melhor momento mesmo é quando Batman questiona quem se beneficia dos assassinatos, primeiro passo na descoberta de qualquer crime. A Mulher Maravilha, apesar de ilustrar a capa, mal aparece na história. Na verdade, só aparece seu busto. Quanto aos desenhos do Morales, continuam competentes, mas ele ainda não acertou o seu traço ao retratar o Superman, que ficou muito estranho. Enfim, Crise de Identidade continua confirmando todo o oba-oba que gerou nos sites e fóruns especializados quando o gibi foi lançado nos EUA. Ótima edição.

sábado, dezembro 24, 2005

PEARL JAM NA BAND

Pra quem ainda não sabe: neste domingo, dia 25, às 14:00 horas (horário de Brasília), a Band irá exibir o show que o Pearl Jam fez em São Paulo no último dia 3. No meio de tantas atrações de gosto duvidoso (pra dizer o mínimo) nos chamados "especiais de fim de ano", finalmente algo que merece ser visto. Pois é, agora você vai ter o que assistir enquanto espera pelo programa do Raul Gil, hehehe.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

CAPA DA BIZZ #196

Image hosted by Photobucket.com
Será que desta vez consigo comprar?!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

OS SONHADORES

Image hosted by Photobucket.com
1968, Paris, França. Henri Langlois é demitido da direção da Cinemateca francesa. Este fato é o estopim de protestos que varrem o país nos primeiros meses daquele que ficou conhecido como o ano que não acabou. É neste cenário que o americano Matthew (Michael Pitt) conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), todos amantes de cinema, em Os Sonhadores, filme do diretor italiano Bernardo Bertolucci. Alheios aos acontecimentos do mundo real, os três passam dias enclausurados num apartamento, conversando sobre a paixão em comum (o cinema) e bebendo taças e taças de vinho. O sexo, quase explícito e muito poético, não demora a acontecer. No meio de tudo isso boa música, incluindo Janes Joplin, Bob Dylan, Jimi Hendrix e The Doors, e várias citações a grandes clássicos do cinema, incluindo cenas de boa parte deles, que também são reencenadas pelo trio central do filme.
Neste filme Bertolucci volta à boa forma que o deixou famoso. Uma belíssima história que mistura realidade e ficção na medida certa. Os três atores principais parecem ter nascidos para estes papéis. Michael Pitt, que iniciou a carreira em Dawson’s Creek, parecia fadado a se tornar um Leonardo DeCaprio de segunda (é incrível a semelhança entre os dois), mas aqui se revela um ator de mão cheia, numa interpretação precisa e sem exageros. Eva Green (belíssima) e Louis Garrel também não fazem feio, interpretando perfeitamente o casal de irmãos que mantém uma relação pra lá de esquisita.
O longa-metragem pode ser meio chocante em algumas passagens, mas para quem está a fim de ver um bom filme tipicamente europeu, Os Sonhadores é altamente recomendável, assim com os extras do DVD, que contam mais um pouco do ano de 1968. Um dos melhores filmes que tive o prazer de assistir neste ano.

terça-feira, dezembro 20, 2005

END OF THE CENTURY – THE STORY OF THE RAMONES

Image hosted by Photobucket.com
Uma vez ou outra vale realmente a pena ter tv a cabo em casa. Desta vez foi para assistir ao documentário End Of The Century, que conta a história da lendária banda punk Ramones, exibido no canal Cinemax, que apesar das falhas nas legendas, que insistem em não corrigir, valeu muito a pena. Mostrando depoimentos de integrantes da banda e de pessoas que viveram o surgimento do movimento punk de perto, mesclado com imagens, boa parte delas bem toscas, de performances da banda desde os primeiros shows no CBGB (que ficou famosa por exatamente abrigar os primeiros shows de bandas punk, como Television, Talking Heads, Blondie e, claro, os próprios Ramones) até a despedida dos palcos em 1996.
Era notório que os Ramones tiveram muitos problema em sua trajetória, mas ver os próprios protagonistas falarem de tudo isso acaba ganhando novos contornos. As dificuldades de Joey, desde garoto sofrendo de síndromes compulsivas e mais tarde ao perder seu grande amor para o companheiro de banda, o guitarrista Johnny (fazendo com que os dois nunca mais se entendessem, apesar da banda ter continuado por vários anos depois do ocorrido). As brigas entre Dee Dee e sua namorada. O sucesso que nunca chegava (enquanto outras bandas que emulavam o som deles alcançavam boas posições nas paradas). A mão-de-ferro com que Johnny controlava a banda, chegando até a proibir uma mudança de visual de Dee Dee. A troca de bateristas. O envolvimento com álcool e drogas, principalmente entre Dee Dee e Marky, segundo batera da banda. A produção de Phil Spector em um dos discos, que quase causou o fim da banda (sem esquecer que Phil chegou a meio que seqüestrar os caras). A saída de Dee Dee, que lançou um disco de rap em seguida (rap?! Só pode ter sido efeito colateral das drogas).
Alguns depoimentos chamam a atenção, como o feito por Johnny e Dee Dee, ao dizerem que Tommy (primeiro baterista da banda, e que também produziu alguns álbuns) não foi importante ao som dos Ramones, ou quando CJ, que substituiu Dee Dee no baixo, diz que foi ameaçado por Johnny para ficar no seu lugar, ao notar a amizade que crescia entre Joey e o novo integrante, ou Johnny achando estranho ter sentido a morte de Joey (porra, os dois ficaram juntos por cerca de 20 anos, o que há de estranho em sentir algo?). Ah, e teve também um (não lembro quem, mas não foi um integrante da banda) que, ao falar do sucesso na América do Sul, diz que no Rio de Janeiro há um milhão de moleques de rua, e que os comerciantes locais contratavam criminosos para matá-los, então eles ouviam Ramones para esquecer seus problemas (onde ele escutou essa?!). Outro momento que chama a atenção é quando Johnny solta um “Deus abençoe o presidente Bush e a América”, totalmente inesperado para uma pessoa que fez parte do nascimento do movimento punk.
Enfim, como diz Dee Dee em uma passagem, é difícil ser integrante de uma banda de rock. No final, fica a impressão que o que manteve a banda junta por cerca de 20 anos foi a paixão pela música, a adrenalina dos shows. Apesar do reconhecimento tardio de sua importância, hoje o legado de Joey Ramone e cia é bem maior do que leva a crer o seu nome batizando uma rua nos Estados Unidos.

(Ao som de It’s Alive, primeiro álbum ao vivo dos Ramones)

sábado, dezembro 17, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Superman 36 & 37
Image hosted by Photobucket.com
Li as duas edições em seguida. Esta nova fase do homem de aço continua sendo uma grata surpresa. Brian Azzarello e Jim Lee continuam em “Pelo Amanhã” nos trazendo um conto filosófico do herói, onde as motivações por trás das ações importam mais que as próprias ações. A participação da Liga da Justiça no nº 37 foi bem interessante. Gostei particularmente da passagem onde Batman diz ao Superman: “Eu, pessoalmente, acho bom você estar levando isso pessoalmente”. Nas histórias do roteirista Greg Rucka temos algo mais próximo do gênero das aventuras de super-heróis. Tenho gostado muito da maneira como o autor equilibra cenas de ação, Clark trabalhando como o repórter e as poucas e boas que a Lois tem passado como correspondente de guerra do Planeta Diário. A tensão, digamos, sexual entre o herói e a tenente Leocadio também rende bons momentos. Interessante notar que neste arco o Super diz que não se mete em guerras, para não pensarem que ele toma partido, mas no arco do Azzarello, o mesmo não pensa duas vezes em interferir num combate quando tem um motivo pessoal para isso (no caso, o desaparecimento de Lois). Quanto às historias da dupla Austen/Reis, depois de uma pancadaria que parecia não ter fim, o ritmo frenético para um pouco para um momento ‘novela mexicana’ (que o Austen utiliza bastante nas suas histórias no título dos X-Men), onde Lana Lang abre seu coração para Clark. O nível não é baixo como em X-Men (pelo menos Clark não pegou Lana nos braços para ‘dar uma’ em pleno vôo, hehehe), mas também não empolga como as histórias de Azzarello e Rucka.
Umas coisinhas que queria dizer, mas que separadamente não rendem um post mais robusto:
1- Putz, a cara de pau das bandas do rock nacional dos anos 80 (aliás por que nenhuma delas nunca acaba?!) não tem limite. Eles fazem de tudo para permanecer na mídia. E agora não basta simplesmente viver às custas de sucessos do passado, tem que também mexer com os mortos. Como é que os caras do Barão Vermelho tiveram a coragem de ressuscitar o Cazuza num disco ao vivo? E a platéia ainda foi ao delírio ao ouvir a voz além-túmulo do cantor (isso se não foi trucagem de estúdio).
2- Mais uma vez não consegui comprar a Bizz, tive que ler emprestada. Mas não é disso que quero falar. Viram o Paranoid Android perguntando sobre a caixa de CD Roms na seção de cartas da edição de novembro (Strokes na capa)? Sim, sou eu mesmo! Foi uma surpresa até pra mim, pois tinha postado aquela mensagem no mural do site da revista, não esperava vê-la publicada.
3- O novo CD do Charlie Brown Jr (argh!) tem 74 minutos de duração? Essa deve ser a tortura mais longa de todos os tempos!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

HQ - ÚLTIMA LEITURA RECOMENDÁVEL

Sandman – A Casa de Bonecas
Image hosted by Photobucket.com
Com uma pilha enorme de gibis que acumularam enquanto estudava para o concurso, claro que Sandman seria o primeiro a sair da fila. Neste segundo volume (num total de dez) temos o arco “A Casa de Bonecas”, que conta a história de Rose Wlaker, uma jovem que passará por uma seqüência de eventos (todos eles de alguma maneira ligados à Morpheus, o Mestre dos Sonhos) que mudarão sua vida para sempre. Mais uma vez Neil Gaiman dá uma aula de como fazer uma história em quadrinhos, prendendo a atenção do leitor do início ao fim, com personagens marcantes e diálogos bem construídos. O maior destaque na minha opinião é o capítulo chamado “Colecionadores”, onde é mostrado uma convenção de serial killers pra lá de bizarra (como se a idéia de uma convenção de serial killers já não fosse bizarra por si só). Outro grande momento é “Homens de Boa Fortuna”, que serve com interlúdio para o arco, mostrando os encontros seculares entre Morpheus e um homem que rejeita a morte, muito bem conduzido pelo roteirista. Enfim, mais uma edição para provar o porquê de Sandman ser hoje considerado um marco no mundo dos quadrinhos. Clássico é pouco.

I’M BACK, BABY!

Depois de longo e tenebroso inverno, estou de volta. O motivo da parada no e-zine (sim, a partir de agora chamem o Search & Destroy de e-zine, não de blog) foi a quebra do meu monitor (apenas dois meses depois do fim da garantia; minha velha sorte atacando novamente), mas agora está tudo consertado. E agora que já fiz a prova do concurso, podemos voltar a programação normal.

sábado, dezembro 03, 2005

MAIS SOBRE TEN

Como o texto da crítica do álbum Ten é bem pequeno, já que foi publicado sem nenhum destaque, afinal era o primeiro disco de uma banda que nunca tínhamos ouvido falar até então, aqui está mais um texto sobre o hoje clássico Ten, publicado na Showbizz #172, de novembro de 1999, por ocasião da lista dos 100 melhores discos da década de 90, na qual o debut do PJ ficou na décima posição, atrás de discos do Nirvana, Radiohead, Beastie Boys, Chili Peppers, Metallica, Beck, U2, Oasis e REM. Este texto também é pequeno, mais vai assim mesmo, encerrando a Semana Especial Pearl Jam.

PEARL JAM - TEN (1991)
Image hosted by Photobucket.com
Que banda era aquela que a MTV começou a tocar incessantemente no final de 1991, com aquele cabeludo pendurado nas estruturas de um palco, cantando uns ô-ô-ôs guturais? Poucos discos de estréia são originais como este, cheio de guitarras, a bateria bem tocada (pelo primeiro da série, Dave Krusen) e os vocais angustiados de Eddie Vedder. A mais estável das bandas de Seattle até hoje lança discos de sucesso. Ten é cheio de clássicos: “Alive”, “Jeremy”, “Even Flow”...

LETRA TRADUZIDA

PEARL JAM
ÚLTIMO BEIJO

(Wayne Cochran)

Oh, where oh where can my baby be
Onde, oh, onde estará o meu amor
The Lord took her away from me
O senhor a tirou de mim
She’s gone to heaven so I’ve got to be good
Ela foi para o céu então tenho de ser bom
So I can see my baby when I leave this world
Para que eu possa ver meu amor quando deixar este mundo

We were out on a date in my daddy’s car
Nós saímos no carro do meu pai para um encontro
We hadn’t driven very far
Não tínhamos andado muito
There in the road, straight ahead
Lá na estrada, bem na frente
A car was stalled, the engine was dead
Um carro estava parado, o motor estava morto
I couldn’t stop, so I swerved to the right
Eu não pude parar, então desviei para a direita
I’ll never forget the sound that night
Nunca esquecerei o som daquela noite
The cryin’ tires, the bustin’ glass
Os pneus cantando, os vidros quebrados
The painful scream that I heard last
O grito doloroso que finalmente ouvi

When I woke up the rain was pourin’ down
Quando acordei chovia torrencialmente
There were people standing all around
Havia pessoas por todos os lados
Something warm was runnin’ in my eyes
Algo quente estava caindo nos meus olhos
But I found my baby somehow that night
Mas de algum modo achei meu amor naquela noite
I raised her head, and then she smiled and said
Levantei sua cabeça e então ela sorriu e disse
Hold me darling for a little while
Abrace-me, querido, por um tempo
I held her close, I kissed her our last kiss
Abracei-a forte e a beijei no nosso último beijo
I found the love that I knew I would miss
Encontrei o amor que sabia que sentiria falta
Now she’s gone, even though I hold her tight
Agora ela se foi, mesmo que a tenha abraçado forte
I lost my love, my life, that night
Perdi meu amor, minha vida, naquela noite


Como fazem todo Natal, Eddie Vedder e sua trupe gravaram um single no fim de 1998 para dar de presente para seu fã-clube oficial. “Last Kiss”, música gravada pelo grupo J. Frank Wilson & The Cavaliers, que atingiu o segundo posto da parada Billboard em 1964. No lado B, uma obscura música também dos anos 60, “Soldier Of Love”, de Arthur Alexander. Reza a lenda que Vedder teria comprado o vinil com “Last Kiss” numa loja de antiguidades de Seattle. Sempre disposto a se engajar em qualquer causa político-social, Vedder resolveu lançar o single comercialmente nos EUA e doar a renda para a entidade C.A.R.E.. As duas músicas também aparecem no CD No Boundaries (que no Brasil se chamou Sem Fronteiras), que teve sua renda revertida em favor dos refugiados do Kosovo, que além do Pearl Jam, traz ainda Neil Young, Oasis, Rage Against The Machine e outros.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

CRÍTICAS DA BIZZ ESPECIAL

Claro que não poderia ficar de fora desta Semana Especial Pearl Jam as famosas Críticas da Bizz, seção recorrente no Search & Destroy. Selecionei textos da revista sobre os seguintes álbuns da banda: Ten, Vitalogy, No code e Live On Two Legs. Ten é o clássico primeiro disco dos caras. Lançado em 1991, Ten chegou a vender mais que Nevermind, do Nirvana, nos EUA. O álbum contém pérolas como “Even Flow”, “Alive”, “Black” e “Jeremy”. Esta última, aliás, rendeu um clipe fantástico, vencedor de vários prêmios. Vitalogy é o terceiro disco do PJ, e o primeiro a vir numa caixa especial de papelão, hoje marca registrada da banda. Depois de um segundo disco apenas mediano, os caras voltam a boa forma, criando grande sons, como “Not For You”, “Tremor Christ” (minha favorita), “Corduroy” e “Nothingman”. Claro que a quilométrica “Stupid Mop” estraga um pouco. Seguimos com o quarto disco, No Code, que é mais experimental (em algumas passagens, perto da chamada world music), com guitarras mais econômicas e a maior presença de violões, como em “Off He Goes”, “Present Tense” e “Around The Bend’. Mas ainda temos bons rocks, como “Hail Hail” e “Mankind”. Finalizando temos Live On Two Legs, primeiro álbum ao vivo de muitos de Vedder e cia, gravado durante a turnê do CD Yield, trazendo um apanhado de seus cinco primeiros trabalhos, além de uma versão de “Fuckin Up, do chapa Neil Young. Bem, paro por aqui. Fiquem agora com os quatro textos da Bizz.

PEARL JAM- TEN (Epic/Sony)
Image hosted by Photobucket.com
O PJ é o que sobrou do Mother Love Bone – uma das bandas mais poderosas da já tradicional cena de Seattle – mais um vocalista-letrista californiano, Eddie Vedder, que uniu à barulheira soundgardeniana um jeito skate-natureba-apache de ser. Ou seja: este primeiro álbum da banda é metal pesado-mas-não-rápido.
Tudo bem, as passagens lentonas não são monótonas. O som está a serviço de encarnações com os grandes temas à la Morrison: morte, sentido da vida, sexo, universo, relação com a Terra etc. E, apesar desta queda para o cabeção (comprovado pelo uso de cello, órgão, piano e percussão), eles não derrapam na pretensão. Discão.
(Texto de autoria de André Forastieri, publicado originalmente na BIZZ, em fevereiro de 1992)

PEARL JAM – VITALOGY (Epic/Sony)
Image hosted by Photobucket.com
Enfim, o terceiro álbum do Pearl Jam. Um disco que por pouco não engrossou a lista dos famosos “álbuns-que-não-vingam”. Afinal, o grupo viveu um ano mais do que difícil enquanto concebia o disco, a começar pelo impacto causado pelo suicídio de Kurt Cobain. Basta lembrar do famoso “esse pode ser o nosso último show, pois a morte de Kurt mudou tudo”, bradado por Eddie Vedder em Nova York, ao final da turnê encerrada prematuramente, graças a uma batalha judicial entre a banda e a empresa Ticketmaster, que negocia entradas para shows nos Estados Unidos.
Para completar, o baterista Dave Abbruzzese resolveu pular fora do barco quando o grupo estava em pleno processo de composição, sendo substituído por Dave Krusen, o mesmo que segurou o primeiro disco da banda, Ten.
Como não poderia deixar de ser, Vitalogy – cujo título foi roubado de um velho almanaque medicinal – reflete o momento de indecisão pelo qual a banda passava. Mas, descontando-se a face pesada do trabalho, ele também traz o grande Pearl Jam. Canções como “Not For You”, “Corduroy” e “Better Man” – sem dúvida, o melhor disco – dão nova vida a uma das bandas que tiraram o rock americano do marasmo da virada dos anos 90.
Nessas três composições – assim como em “Nothingman”, do baixista Jeff Ament – , é possível encontrar a inspiração e o frescor dos tempos de “Oceans” ou “Alive”.
Nelas, o Pearl Jam acerta o foco com maestria, impulsionando pelo vocal de Vedder e os riffs inconfundíveis de Stone Gossard – que, pode-se dizer, criou uma escola nos Estados Unidos.
Da forma que já havia esboçado no disco Vs., agora o grupo também ruma de encontro ao punk rock, principalmente na levada raivosa de “Spin The Black Circle” e mais de leve na primeira faixa de Vitalogy, a ótima “Last Exit” – que descaradamente surrupia a introdução de “All Along The Watchtower”, aquela canção de Bob Dylan imortalizada por Jimi Hendrix.
Há também a serena “Immortality”, uma espécie de referência feita pelos “moleques” do Pearl Jam à maior banda dos anos 80, o R.E.M.. Se não comprometem, as menos inspiradas “Whipping” e “Satan’s Bed” deixam a peteca cair um pouco.
Mas nem tudo são rosas em Vitalogy. A ininteligível “Pry, To” não diz a que veio. Um Eddie Vedder claramente bêbado vem gritar palavras sem nexo, enquanto o resto da banda arranha uma bobagem sonora. Mais: o álcool também dá o tom em “Bugs”, na qual o vocalista encarna um dublê de Tom Waits, com direito até a sanfoninha.
Mas acima de tudo, o maior furo do disco é “Stupid Mop”, pretensiosa colagem sonora que mistura ruídos, vozes de crianças, mais intervenções instrumentais e outras tolices. Algo como um “Revolution #9” – viagem dos Beatles incluída no White Album.
Resumo: Vitalogy não compromete o status adquirido pelo Pearl Jam nos últimos quatro anos, não chega aos pés do fundamental Ten, mas é superior a Vs.. Dê um crédito à banda. Ela merece.
(Texto de autoria de Hélio Gomes, publicado originalmente na Bizz de janeiro de 1995)

PEARL JAM – NO CODE (Epic/Sony)
Image hosted by Photobucket.com
Não é mole conciliar o popestrelato com a integridade. Kurt “Bang” Cobain que o diga. Afluente da mesma maré grunge, o Pearl Jam já bateu de frente com empresa de tickets de shows, lançou disco sem o nome do grupo e até colou num survivor do rock essencial, o Neil “Forever” Yong.
Um caleidoscópio de polaroids, as letras rabiscadas de giz ensacadas na capa desdobrável, tudo em No Code dá aquela idéia de rascunho/urgência que combate a armação do produto fabricado. Até o clichê de guitarras rugindo (“Hail Hail”, “Habit”) foi racionado. Porradaria (“Lukin”) e sutileza (“Sometimes”) se alternam, indo da valsa/rock (“Red Mosquito”) a um relance de world music (“Who You Are”), alem de incursões climáticas no folk guiadas pela amargura vocal de Eddie Vedder – que parece ter passado a garganta num oscilador de voltagem. Vai da tensão à depressão como quem atravessava a rua.
O PJ parece ter encontrado a saída do moedor de carne. Um belo disco sem candidatos chapados a hit. Tem de rodar até colar no ouvido.
(Texto de autoria de Tárik de Souza, publicado originalmente na Showbizz de outubro de 96)

PEARL JAM – LIVE ON TWO LEGS (Epic/Sony)
Image hosted by Photobucket.com
Vá lá que Eddie Vedder, cantor da única grande banda de Seattle ainda em atividade, às vezes incomode com sua angústia provocada pelo sucesso e sua briga eterna com a Ticketmaster, empresa que controla as vendas de ingressos para shows nos EUA. Quando cala a boca e se concentra em cantar as canções de sua banda, o rapaz mostra porque o Pearl Jam – mesmo lançando discos quase todo ano – segue com o prestigio inabalado.
Dois meses após encerrar a turnê promocional de seu último CD, Yield, o quinteto de Seattle solta seu primeiro disco ao vivo. Reclamações surgirão pela presença no repertório de apenas duas músicas do disco de estréia, Ten, “Even Flow” e “Black”. Mas é justificável que uma banda jovem não queira viver do passado e distribua o set list entre seus cinco discos. Assim, aparecem – com ótima recepção do público, que se esgoela do inicio ao fim – boas canções menos badaladas, como “Hail, Hail”, “Daughter” e “Nothingman”. Vedder segura bem a voz, caprichando nas interpretações mesmo que isso signifique, eventualmente, uma escorregada na afinação. Nada grave, pois o melhor do grunge sempre foi mais emocional.
O instrumental é baseado no ótimo baixo de Jeff Ament, com a bateria do ex-Soundgarden Matt Cameron emprestando mais técnica aos arranjos de seus antecessores. Os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready se revezam bem entre os acordes distorcidos e sutis pontuações harmônicas. A versão para “Fuckin’ Up”, de Neil Young, dá toque final a um belo CD.
(Texto de autoria de Bernardo Araújo, publicado originalmente na Bizz de janeiro de 1999).

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O NASCIMENTO DO PEARL JAM

Image hosted by Photobucket.com
O Pearl Jam é filho direto do Green River, antiga banda punk de Seattle. Na formação do Green River estava dois futuros integrantes do PJ: o baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard. O Green River ainda tinha na formação Mark Arm nos vocais, Steve Turner na segunda guitarra e o baterista Bruce Fairweather. A banda lançou dois álbuns, Come On Down, de 1985, e Rehab Doll, de 1988, encerrando as atividades em seguida. Mark Arm e Steve Turner montaram o Mudhoney (aliás, é o Mudhoney que está abrindo os shows do PJ no Brasil). Jeff Ament e Stone Gossard formaram o Mother Love Bone, banda que durou bem pouco tempo, devido à morte por overdose do seu vocalista, Andrew Wood, em março de 1990. Chris Cornell, ex-Soundgarden e atual vocalista do Audioslave, que era amigo de Andrew, sugeriu um tributo ao falecido cantor. Surge então o Temple Of The Dog, que reuniu integrantes do Mother Love Bone e do Soundgarden, trazendo também nos vocais o então novato da turma Eddie Vedder, que foi recrutado através de um anúncio de jornal. Este supergrupo lançou um disco homônimo de grande sucesso, puxado pela música “Hunger Strike”. Chris Cornell resolve então se dedicar totalmente ao Soundgarden. Ament e Gossard decidem então chamar Vedder para formar uma nova banda, chamada inicialmente de Mookie Blaylock, passando a se chamar pouco tempo depois de Pearl Jam. O primeiro álbum desta nova banda é lançado em 23 de agosto de 1991, colocando as músicas “Alive”, “Even Flow” e “Jeremy” nas paradas do mundo todo. O resto é história...