terça-feira, dezembro 20, 2005

END OF THE CENTURY – THE STORY OF THE RAMONES

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Uma vez ou outra vale realmente a pena ter tv a cabo em casa. Desta vez foi para assistir ao documentário End Of The Century, que conta a história da lendária banda punk Ramones, exibido no canal Cinemax, que apesar das falhas nas legendas, que insistem em não corrigir, valeu muito a pena. Mostrando depoimentos de integrantes da banda e de pessoas que viveram o surgimento do movimento punk de perto, mesclado com imagens, boa parte delas bem toscas, de performances da banda desde os primeiros shows no CBGB (que ficou famosa por exatamente abrigar os primeiros shows de bandas punk, como Television, Talking Heads, Blondie e, claro, os próprios Ramones) até a despedida dos palcos em 1996.
Era notório que os Ramones tiveram muitos problema em sua trajetória, mas ver os próprios protagonistas falarem de tudo isso acaba ganhando novos contornos. As dificuldades de Joey, desde garoto sofrendo de síndromes compulsivas e mais tarde ao perder seu grande amor para o companheiro de banda, o guitarrista Johnny (fazendo com que os dois nunca mais se entendessem, apesar da banda ter continuado por vários anos depois do ocorrido). As brigas entre Dee Dee e sua namorada. O sucesso que nunca chegava (enquanto outras bandas que emulavam o som deles alcançavam boas posições nas paradas). A mão-de-ferro com que Johnny controlava a banda, chegando até a proibir uma mudança de visual de Dee Dee. A troca de bateristas. O envolvimento com álcool e drogas, principalmente entre Dee Dee e Marky, segundo batera da banda. A produção de Phil Spector em um dos discos, que quase causou o fim da banda (sem esquecer que Phil chegou a meio que seqüestrar os caras). A saída de Dee Dee, que lançou um disco de rap em seguida (rap?! Só pode ter sido efeito colateral das drogas).
Alguns depoimentos chamam a atenção, como o feito por Johnny e Dee Dee, ao dizerem que Tommy (primeiro baterista da banda, e que também produziu alguns álbuns) não foi importante ao som dos Ramones, ou quando CJ, que substituiu Dee Dee no baixo, diz que foi ameaçado por Johnny para ficar no seu lugar, ao notar a amizade que crescia entre Joey e o novo integrante, ou Johnny achando estranho ter sentido a morte de Joey (porra, os dois ficaram juntos por cerca de 20 anos, o que há de estranho em sentir algo?). Ah, e teve também um (não lembro quem, mas não foi um integrante da banda) que, ao falar do sucesso na América do Sul, diz que no Rio de Janeiro há um milhão de moleques de rua, e que os comerciantes locais contratavam criminosos para matá-los, então eles ouviam Ramones para esquecer seus problemas (onde ele escutou essa?!). Outro momento que chama a atenção é quando Johnny solta um “Deus abençoe o presidente Bush e a América”, totalmente inesperado para uma pessoa que fez parte do nascimento do movimento punk.
Enfim, como diz Dee Dee em uma passagem, é difícil ser integrante de uma banda de rock. No final, fica a impressão que o que manteve a banda junta por cerca de 20 anos foi a paixão pela música, a adrenalina dos shows. Apesar do reconhecimento tardio de sua importância, hoje o legado de Joey Ramone e cia é bem maior do que leva a crer o seu nome batizando uma rua nos Estados Unidos.

(Ao som de It’s Alive, primeiro álbum ao vivo dos Ramones)

2 comentários:

Anônimo disse...

Bah, fico imaginando um milhão de moleques de rua ouvindo Ramones no RJ...

Anônimo disse...

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