sexta-feira, agosto 04, 2006

PEARL JAM, TEN (1991)

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Dando continuidade à série de textos sobre grandes discos lançados em 1991, chegou à vez de Ten, estréia do Pearl Jam. As bandas de Seattle, que bombavam na época, são em grande parte culpadas pela minha entrada neste mundo fantástico que é o rock n’ roll. Nirvana (principalmente), Alice In Chains, Soundgarden, Screaming Trees e o próprio Pearl Jam são alguma bandas que comecei a ouvir no inicio dos anos 90, e tenho certeza que as ouvirei até o fim dos meus dias. Vivíamos o momento da transição entre o velho vinil e o CD, e por isso muita coisa eu só tinha em fita cassete, pois não queria gastar minha suada grana num produto que estava ficando obsoleto, nem tinha ainda um aparelho para rodar os CDs. Então ouvia muito o PJ via K-7, que tinha uma bela capinha caseira que eu costumava fazer em quase todas minha fitas. Só em 1995 fui comprar o CD de Ten, quando o real valia mais que o dólar (vejam só que tempos confusos!), e consegui adquirir a versão importada do álbum por um precinho camarada (legal, porque salvo engano a versão nacional da época não tinha o encarte completo, que se abre e mostra os integrantes num lado e as letras no verso).
Ten, que tem esse nome por ser o número da camisa do jogador de basquete Blaylock, do New Jersey Nets, foi lançado em 27 de agosto de 1991 (tá pertinho de completar seu 15º aniversário), um mês antes do furacão chamado Nevermind, do Nirvana (aliás, outro disco que merecerá um texto em breve), e inicialmente não causou muito barulho. Só depois de Seattle chamar a atenção da mídia com o estouro de “Smells Like Teen Spirit”, de você sabe quem, é que alguns holofotes focaram a banda de Eddie Vedder e cia. De uma hora para outra, o clipe de “Alive”, em preto e branco, mostrando a banda dando sangue no palco, não parava de rolar na MTV, que ainda era um canal legal. A banda também era bem executada nas rádios, e não apenas nas emissoras universitárias americanas, que sempre deram força à cena alternativa. Outros sons do CD também começaram a ter boa aceitação, como “Even Flow” (na minha opinião, uma das melhores músicas de todos os tempos; essa você tem que ouvir regularmente), “Jeremy”, que rendeu um clipe que é uma pequena obra prima, a balada “Black”, e a natureba “Oceans”, todas elas clássicos instantâneos. Outras faixas, como “Once”, que abre o disco, “Porch”, uma pequena pérola que não é muito conhecida, e a nervosa “Why Go” também merecem uma ouvida atenta.
A banda, apesar de recém formada, estava inspiradíssima, e parecia que estavam juntos há um tempão. O vocal dramático de Eddie Vedder, que graças a uma herança maldita teve uma série de clones de talento duvidoso (o mais famoso deles é o vocalista do Creed, que tem um estilo tão ‘original’ quanto o vocalista do Catedral), as boas guitarras de Mike McCready e Stone Gossard, o baixo pulsante de Jeff Ament e a bateria de Dave Krusen (que saiu da banda logo depois), está tudo em Ten, mostrando um entrosamento de dar inveja a seleção do Pareira. O sucesso foi tamanho que os integrantes meio que tomaram nojo por tudo que envolve a indústria do entretenimento. Ficaram um tempão sem fazer clipes, sem dar entrevistas, passaram a lançar seus discos em caixinhas de papelão, brigaram com a empresa responsável pela venda de ingressos etc. Só voltaram a se abrir um pouco em 1998, quando fizeram um clipe em animação para “Do The Evolution”, do CD Yield.
Muitos dividem a opinião que Ten é o único bom trabalho do PJ, que depois eles só fizeram álbuns bem fracos e tal. Eu não concordo com isso. Apesar de achar que Ten é a obra máxima deles, todos seus lançamentos de estúdio tem seu valor. Talvez a única exceção seja apenas Riot Act, este sim bem fraco. O mais recente lançamento deles, homônimo, é deste ano, que adquiri recentemente e posso dizer que é bem legal. Mas não é um Ten, claro.

Algumas opiniões sobre Ten que saíram na imprensa especializada na época do seu lançamento:

“O som está a serviço de encarnações com os grandes temas à la Morrison: morte, sentido da vida, sexo, universo, relação com a Terra etc. E, apesar desta queda para o cabeção (comprovado pelo uso de cello, órgão, piano e percussão), eles não derrapam na pretensão. Discão.” (Bizz)

“Preste atenção na voz – uma mistura áspera de Robert Plant e James Hetfield – e o Pearl Jam mostra um surpreendente e refrescante controle de melodia. Eles arrancam muito drama de apenas alguns acordes potentes que transitam durante a repetição de um som ou uma frase.” (Rolling Stone)


PS: O Pearl Jam já foi objeto de uma série de textos na época dos shows da banda no Brasil. Confira os posts de novembro e dezembro do ano passado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente eu tenho a edição nacional desse discaço, que tem aquele encarte xumbrega e nojento, onde quase nada aparece...

Anônimo disse...

Enjoyed a lot! avis car rental Bunn coffee maker parts vps