Como disse na quinta-feira, assisti ao Tim Festival pela MTV, e meus maiores medos em relação à cobertura dos shows se confirmaram. Para falar a verdade, foi até pior que imaginava. Rafa e Sarah estavam péssimos, mas isso eu já sabia, principalmente em relação ao primeiro. Desculpa quem curte os VJs atuais (se é que tem alguém), mas para quem se acostumou com apresentadores do quilate de Gastão, Massari, Soninha e Cris Couto, entre outros, fica difícil engolir essa nova safra. E essa nova safra ainda influi nos antigos VJs que ainda permanecem no canal (Edgard e Marina estão cada vez piores).
Bem, se o problema da cobertura do Tim fosse apenas Rafa e Sarah, tudo bem, até porque era esperado. Mas não ficou só nisso. Eles ficaram devendo a transmissão de vários shows, ou melhor, quase todos. Cadê o Kings of Leon, o Arcade Fire, o Wilco, o Kings of Convenience, o Morcheba, entre outros? O que houve, a Abril tá regulando a grana e não puderam adquirir o pacote completo? Ou foi pura incompetência mesmo? Quer saber, cansei de falar mal desse canal de merda, vamos aos shows que vi.
Na sexta-feira passaram mundo livre s/a (é escrito tudo em minúsculas, né?) e Strokes. Bem, tava na seca para ver o show dos nova-iorquinos, então foi difícil aturar a galera do mangue. Não que eu não curta Fred 04 e cia, tenho até os dois primeiros discos deles, e gosto muito de ambos. Mas como prévia dos Strokes não desceu bem. O único momento que me animei um pouco foi quando eles tocaram “Guns of Brixton”, do Clash (essa até se o Paulo Ricardo resolver gravar fica boa). Acaba o show, intervalo de mais de uma hora, pois seria a vez dos Kings of Leon tocar, e como disse, não foi exibido. E dá-lhe encheção de lingüiça (e do meu saco).
Finalmente chega a hora. Os Strokes entram bombando com “Hard To Explain”, uma das minhas favoritas da banda. Eles chegam a tocar praticamente o álbum Is This It inteiro. O set ainda é composto por algumas boas músicas do Room on Fire, segundo disco deles, e ainda umas inéditas, sendo que entre estas novas, a banda proibiu a TV de exibir duas delas, temendo que caíssem na rede. No final, o saldo foi positivo. Animaram bem a galera, voltaram para o bis duas vezes, o Julian falou umas palavras em português, o batera Fab (que é brasileiro) chamou todos de irmãos e tal. Mas achei que faltou algo mais. Eles são muito profissionais, as músicas soam iguais as versões dos discos, podiam experimentar mais ao vivo, fazer um solo diferente, tocar uma cover inesperada, sei lá. Talvez o problema seja meu, que tive minha epifania rock ‘n’ roll ao ver o show do Nirvana pela Globo no Hollywood Rock de 93 (ou seja, fiquei mal acostumado). E foi só na sexta-feira.
No sábado, nenhuma das bandas que a MTV ia mostrar me interessou, então pula.
No domingo tivemos Television e Elvis Costello. Bem, não tem coisa pior do que ver um show pela TV onde você não conhece quase nenhuma música tocada. Do Television conheço um pouco do Marquee Moon, mas não o suficiente para reconhecer suas músicas na apresentação dos caras (com exceção da faixa título do álbum, que talvez por achar sua base muito parecida com a de “Obstacle 1”, do Interpol, grudou na minha cabeça). Mas como a galera parecia estar gostando, então deve ter sido bom. Com Elvis Costello foi ainda pior. Só conheço algumas músicas esparsas dele, e algumas em versões cover (“Pump It Up”, na versão do Mudhoney, e “Oliver’s Army”, na versão dos Raimundos). Mas tivemos alguns bons momentos, como a execução de “Alison” e “She”, que acho que para muitos é a mais conhecida do Costello (apesar de ser uma cover). Se eu não fosse tão leigo em relação aos dois, com certeza teria aproveitado bem mais os shows.
Texto criado ao som do disco Chain Gang Of Love, do Raveonettes.