sexta-feira, setembro 22, 2006

KURT COBAIN, NA OPINIÃO DE ALGUNS MÚSICOS

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Mark Arm (Mudhoney):
“Não dava para acreditar como aquele cara baixinho, magro que nem um palito, conseguia se transformar em um monstro no palco. Kurt fazia coisas que ninguém mais conseguia. Ele dominava o palco.
No nosso disco My Brother The Cow, fiz uma música sobre Kurt, chamada ‘Into Your Shtik’ (um dos versos diz “Por que você também não estoura seus miolos?”). A música fala de toda essa merda de indústria da música, e da pressão que a fama impõe nas pessoas. No caso de Kurt isso foi fatal.
Todo mundo que o conhecia percebeu que ele mudou muito depois de ficar famoso. Quando o Nirvana ainda era uma banda relativamente desconhecida, eu me dava muito bem com ele. Depois ele se isolou, e passei quase um ano sem vê-lo. Quando o encontrei de novo, durante uma pequena excursão que fizemos com o Nirvana, ele me pareceu triste e sozinho.
Quando ouvi a notícia de que ele havia se matado, fiquei com muita raiva. Mas depois percebi que na verdade aquele foi um derradeiro ato de heroísmo. Não o condeno por ter feito o que fez.”

Joey Ramone (Ramones):
“Uma vez fomos tocar em um grande festival na Bélgica. Éramos os ‘headliners’, e o Nirvana ia abrir. Antes do show tinha um jantar, organizado pela produção, e cada banda tinha uma mesa. Nossa mesa era a maior, pois tínhamos um monte de ‘roadies’ e amigos. O Nirvana tinha uma mesa pequenininha, onde só cabiam eles três mais um ‘roadie’. Sem ninguém ver, o Kurt trocou as plaquetas das mesas. Quando nós chegamos lá, ele e os outros dois estavam se esbaldando de tanto comer na nossa mesa, que dava para umas vinte pessoas. Falei: ‘Taí um cara com senso de humor’. Foi realmente trágico o que aconteceu com o cara. Foi uma perda estúpida. O Nirvana era uma banda punk muito parecida com os grandes grupos dos anos 70, cheia de energia e sarcasmo. Acho que muitos críticos encheram demais a bola da banda. Porra, quando ele morreu, o compararam ao John Lennon. Me dá um tempo! Era uma ótima banda, mas assim também não! O chato é que agora temos que aturar a mulher dele, aquela Courtney, que só sabe falar merda.”

Iggy Pop:
“Depois que Kurt morreu, alguém me falou que ele havia composto uma música para eu cantar. Fiquei honrado. Não é todo dia que alguém que você realmente admira se confessa um fã. Para mim o Nirvana era a essência do rock: primitivo e verdadeiro.”

Anthony Kiedis (Red Hot Chili Peppers):
“Da primeira vez que ouvi Nevermind, não consegui deixar o CD fora do player. Ouvi o álbum dia e noite, toda hora. Era tão melódico, tão acessível, e ao mesmo tempo tão furioso e cheio de raiva. Sabe, muitas vezes você ouve uma música ótima e fica interessado pela banda, e depois descobre que foi apenas um acidente de percurso, uma jóia perdida no meio de outras músicas não tão boas assim. Mas no caso do Nirvana é diferente. Tudo que eles fizeram era ótimo. Liguei para Kurt e praticamente implorei para eles tocarem com a gente uma noite.”

Um comentário:

Anônimo disse...

A de Joey Ramone foi a melhor, principalmente o final, quase me mijei de rir aqui! aeuaheuh