No texto sobre Nevermind falei que, quando ouvi “Smells Like Teen Spirit” senti que estava presenciando algo especial, mas que não tinha me tornado fã da banda naquele momento. Mas em janeiro de 1993, durante o show do grupo no Hollywood Rock, festival que estava sendo exibido pela Globo, tive minha epifania roqueira, e depois disso minha vida nunca foi mais a mesma. O canal não exibiu o show inteiro, mas o pouco que foi mostrado foi o suficiente. Iniciou-se a transmissão quando Kurt e cia estavam tocando os acordes finais de “Lithium”, para em seguida tocarem “Polly” e “About A Girl”. Bastaram essas duas músicas para me animar totalmente. Aliás, a execução delas foi perfeita, ficaram melhores até que as versões de estúdio. Depois disso Flea, que tinha tocado no dia anterior com o seu Red Hot Chili Peppers, entrou no palco com um trompete para tocar “Teen Spirit”. Vendo isso hoje, não dá para não pensar na bizarrice que é um trompete nessa música.
A bela (uma pérola de Nevermind não muito conhecida) “On A Plain” veio depois de uma pausa para os comerciais globais, seguida de “Negative Creep”, com “Blew vindo depois. A seguir duas músicas até então inéditas, “Heart-Shaped Box”, que pela primeira vez era executada ao vivo, e “Scentless Apprentice”. Nessa última, Kurt faz seu show particular. Pega um abacaxi (de onde ele veio eu não sei) e o esmagou na guitarra. Depois desce da parte superior do palco e tenta tirar umas armações esquisitas que estavam ali. Como não conseguiu, se dirige as câmeras da Globo, quando faz uma dança esquisita para elas, além de cuspir nelas e simular uma masturbação. Isso durou vários minutos, com a microfonia rolando solta. Kurt acabou voltando ao palco superior, encerrando finalmente a música. Novo corte para os comerciais, e na volta, temendo o que o cantor faria em seguida, a emissora resolver parar com a transmissão ao vivo, rolando em VT “In Bloom” e “Come As You Are”, executadas no começo da apresentação. Depois rolaram trechos dos shows dos Engenheiros do Hawaii e Dr. Sin (lembram deles?), que tinham aberto a noite, mas o estrago já estava feito.
Foi uma apresentação única do Nirvana, longe de ser profissional, mas com um senso de atitude que faz falta hoje em dia. O boato era que Kurt estava tão drogado que mal conseguia ficar em pé. Depois foi dito que, quando a banda ficou sabendo que o festival era patrocinado por uma grande companhia de cigarros e que seria transmitido pela maior rede de tv do país, os caras não gostaram nada e resolveram fazer aquele show atípico. Palavras de João Gordo, que serviu de guia para os caras durante a semana em que passaram no Brasil. E essa tese ganha força quando ouvimos o que foi produzido pela banda nos estúdios da BMG no Rio de Janeiro no box With The Lights Out, material de alta qualidade, e quando conferimos o que os integrantes falavam nos intervalos das músicas durante a apresentação, cheios de sarcasmo, alguns deles hilários. Olha só:
Antes de tocarem “Love Buzz” houve o seguinte papo:
A bela (uma pérola de Nevermind não muito conhecida) “On A Plain” veio depois de uma pausa para os comerciais globais, seguida de “Negative Creep”, com “Blew vindo depois. A seguir duas músicas até então inéditas, “Heart-Shaped Box”, que pela primeira vez era executada ao vivo, e “Scentless Apprentice”. Nessa última, Kurt faz seu show particular. Pega um abacaxi (de onde ele veio eu não sei) e o esmagou na guitarra. Depois desce da parte superior do palco e tenta tirar umas armações esquisitas que estavam ali. Como não conseguiu, se dirige as câmeras da Globo, quando faz uma dança esquisita para elas, além de cuspir nelas e simular uma masturbação. Isso durou vários minutos, com a microfonia rolando solta. Kurt acabou voltando ao palco superior, encerrando finalmente a música. Novo corte para os comerciais, e na volta, temendo o que o cantor faria em seguida, a emissora resolver parar com a transmissão ao vivo, rolando em VT “In Bloom” e “Come As You Are”, executadas no começo da apresentação. Depois rolaram trechos dos shows dos Engenheiros do Hawaii e Dr. Sin (lembram deles?), que tinham aberto a noite, mas o estrago já estava feito.
Foi uma apresentação única do Nirvana, longe de ser profissional, mas com um senso de atitude que faz falta hoje em dia. O boato era que Kurt estava tão drogado que mal conseguia ficar em pé. Depois foi dito que, quando a banda ficou sabendo que o festival era patrocinado por uma grande companhia de cigarros e que seria transmitido pela maior rede de tv do país, os caras não gostaram nada e resolveram fazer aquele show atípico. Palavras de João Gordo, que serviu de guia para os caras durante a semana em que passaram no Brasil. E essa tese ganha força quando ouvimos o que foi produzido pela banda nos estúdios da BMG no Rio de Janeiro no box With The Lights Out, material de alta qualidade, e quando conferimos o que os integrantes falavam nos intervalos das músicas durante a apresentação, cheios de sarcasmo, alguns deles hilários. Olha só:
Antes de tocarem “Love Buzz” houve o seguinte papo:
Chris Novoselic: “Vocês vêem aquela fumaça lá longe? É de um cigarro Hollywood gigantesco, cheio de todos os tipos de nicotina e alcatrão suficiente para pichar um estacionamento desse tamanho. E já que estamos no assunto astrologia, vamos falar sobre o Zodíaco... Será que Jesse Helms é do signo de câncer?”Antes de “Polly” há o seguinte diálogo:
Nesse momento a platéia começa a fazer "OH OH OHHHHHHHH".
Aí Kurt diz: “Acho que ‘OH OH OHHHHHHHH’ significa ‘Cala a boca, Chris’”.
Dave Grohl: “Kurt Cobain para os cigarros Hollywood Rock… Sabor macio e suave. Um sabor que você não pode negar. Hollywood Rock, o cigarro.”Para terminar, algumas imagens daquele show histórico, incluindo o Kurt preparando aquela cusparada nas câmeras da Globo:
Chris: “Eu não fumo, mas se eu fumasse eu fumaria os cigarros Hollywood, porque eles são os melhores.”
Kurt: “Eu não me canso dessa fumaça, cara, eu preciso fumar o tempo inteiro, sou uma estrela do rock. Estrelas do rock precisam de cigarros, certo?”
Eles também modificaram trechos da letra de “Polly” para inserir ‘homenagens’ aos cigarros Hollywood.
Um comentário:
Só esquecesse de dizer que esse cara chamou a cidade do Rio de diarréia...
É incrível a bajulação em torno de drogados que fazem uma música lixo só por serem celebridades estrangeiras...
Já que sabiam que o evento era patrocinado por tal empresa, por que aceitaram o contrato do show, então?
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