sábado, novembro 25, 2006

U2 – ACHTUNG BABY (1991)

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Pensou que tinha acabado? Nada disso. 1991 ainda tem mais grandes discos em seu currículo, e não seria logo a obra-prima do U2 que ficaria de fora, né?
No final da década de 80, o U2 tinha o mundo aos seus pés. Com o álbum The Joshua Tree, que trazia canções como “With Or Without”, “Where The Streets Have No Name” e "I Still Haven't Found What I'm Looking For", Bono e cia tinham finalmente conquistado a América, alcançando as primeiras posições das paradas na terra do Tio Sam. Com o mezzo ao vivo, mezzo de estúdio Rattle And Hum, o reinado dos irlandeses só se confirmou. Então, o U2 poderia sossegar, passar o resto da vida numa ilha do Caribe e lançar a cada dois anos uma nova versão de The Joshua Tree (da mesma forma que os Rolling Stones têm feito há 20 anos, lançando mais do mesmo para apenas manter o status), certo? Nada disso! Os caras resolveram se reinventar.
Os quatro integrantes foram de mala e cuia para a recém reunificada Berlim para gravar aquele que seria o primeiro disco de uma trilogia, Achtung Baby (trilogia essa, planejada ou não, que se completaria com Zooropa e Pop). A cidade escolhida para servir de base para o trabalho não poderia ser melhor, pois foi também Berlim o local escolhido por David Bowie para se reinventar (ele é mestre nesse quesito) e também fazer sua trilogia, ao lado de Brian Eno, que também embarcava com o U2 nesse projeto.
Quem estava acostumado com o tom “rock de arena” da banda se assustou quando colocou Achtung para tocar pela primeira vez. “Zoo Station”, que abre o CD, traz uma guitarra suja quase heavy metal, enquanto a voz de Bono aparece cheia de efeitos, tudo isso envolto à batidas dançantes. Isso mesmo, o U2 soava eletrônico! As letras também mudaram, e o costumeiro messianismo deu lugar à uma acidez que era novidade para os fãs.
As novidades continuam com o riff repetido à exaustão em “Even Better Than The Real Thing”, ainda mais dançante que a faixa inicial. Inclusive ela foi muito executada nas pistas de dança na Europa. Em seguida temos aquela que talvez seja a balada definitiva da banda, “One”, que recentemente ganhou uma eleição como uma das melhores letras de música da história da música pop. Realmente, Bono estava inspirado quando a escreveu. “Until the End of the World”, dedicada ao diretor alemão Wim Wenders, é outro grande destaque, com uma letra à altura da bela melodia.
Em “The Fly”, a banda soa quase industrial, com a bateria de Larry Mullen soterrada na mixagem e o vocal sussurrado de Bono. A guitarra de The Edge é um caso aparte. Hoje é difícil imaginar, mais “The Fly” foi a primeira música de trabalho do álbum, apresentando de cara a nova sonoridade da trupe irlandesa. “Mysterious Ways” tem um groove que impede qualquer um de ficar parado. Não é a toa que no clipe aparece uma garota fazendo a dança do ventre, e o próprio Bono dá umas sacolejadas nos shows quando ela é executada.
Todas as músicas citadas acima viraram hits na turnê que se seguiu, a famosa Zoo TV, que arrastou mais de 2,5 milhões de pessoas para os shows, a maior que o U2 tinha feito até então. Achtung Baby vendeu cerca de 8 milhões de cópias no mundo todo, e foi crucial para a popularização da mistura de rock com batidas eletrônicas, fórmula já usada pelas bandas da cena de Manchester na segunda metade da década de 80. Na minha opinião, o melhor disco da banda, disparado.

O que disse a mídia especializada:
Trocaram a Dublin da “guerra santa” pela Berlim velha de guerra, botaram todos os produtores no mesmo saco e cometeram um troço meio pesado, meio dançante, meio apaixonado: pós-punk tardio, dúbio, como o rock tem que ser. (Bizz) (texto completo aqui)

3 comentários:

Anônimo disse...

Tirando algumas músicas, U2 nunca me empolgou muito...

Anônimo disse...

Típico exemplar de disco "ame ou odeie", que dividiu os fãs da banda. Só lamento não ter comprado esse discaço na época do lançamento. "Who's Gonna Ride Your Wild Horses" é minha favorita e a versão pra ela em videoclip ficou excelente. Zooropa, por sua vez, soa estranhíssimo e não precisaria ser lançado, pois as melhores faixas desse álbum entrariam em Achtung Baby sem problemas. Já Pop é um álbum que me surpreende a cada vez que ouço. No início foi duro de engolir, mas atualmente considero um trabalho experimental da banda com potencial pra ser chamado de um disco à frente de seu tempo, mesmo ficando aquém de Achtung Baby. Staring At The Sun é parte fundamental de meu playlist de U2.

Anônimo disse...

O melhor da banda, justamente por romper com o passado sem parecer traição, e sim, evolução. Mas, discordo do Rodrigo: Zooropa também é muito bom!