SEPULTURA – ROOTS (Roadrunner)
Ao Sepultura as melhores saudações. Na tentativa de cruzar novas linhas sonoras e fazer um álbum que tivesse um conceito, o grupo se inspirou na idéia de “roots” – raízes – e introduziu em sua música ingredientes brasileiros, percussivos. A experiência, motivadora e excitante, resultou excelente: a combinação soou orgânica.
Os resultados mais concretos e radicais dessa assimilação são dois. Primeiro, “Ratamahatta”, composta e gravada com Carlinhos Brown (a música, simplesmente do cacete, é também uma prova do bom funcionamento de certos termos em português em letra do grupo: por que não fazer mais isso?). Segundo, a canções com intervenções vocais e instrumentais de índios xavantes – que aliás comparecem ainda com o canto “Itsari”, gravado na selva com acompanhamento acústico da banda.
Além dessas novidades enriquecedoras no aspecto musical, o disco apresenta um Sepultura renovado também na escolha de temas políticos, com Chico Mendes e o grupo ativista Tortura Nunca Mais servindo respectivamente de inspiração para “Ambush” e uma porrada punk-hardcore sintomaticamente intitulada “Dictatorshit”.
No mais, o que se ouve é o Sepultura vital de sempre, com a mesma densidade e espessuras sonoras que, unidas à raiva, ao ímpeto e a competência habituais, contribuem para o merecido status de grupo brasileiro dos mais importantes da atualidade.
(texto de autoria de Carlos Rennó, e publicado originalmente na ShowBizz de março de 1996)
Os resultados mais concretos e radicais dessa assimilação são dois. Primeiro, “Ratamahatta”, composta e gravada com Carlinhos Brown (a música, simplesmente do cacete, é também uma prova do bom funcionamento de certos termos em português em letra do grupo: por que não fazer mais isso?). Segundo, a canções com intervenções vocais e instrumentais de índios xavantes – que aliás comparecem ainda com o canto “Itsari”, gravado na selva com acompanhamento acústico da banda.
Além dessas novidades enriquecedoras no aspecto musical, o disco apresenta um Sepultura renovado também na escolha de temas políticos, com Chico Mendes e o grupo ativista Tortura Nunca Mais servindo respectivamente de inspiração para “Ambush” e uma porrada punk-hardcore sintomaticamente intitulada “Dictatorshit”.
No mais, o que se ouve é o Sepultura vital de sempre, com a mesma densidade e espessuras sonoras que, unidas à raiva, ao ímpeto e a competência habituais, contribuem para o merecido status de grupo brasileiro dos mais importantes da atualidade.
(texto de autoria de Carlos Rennó, e publicado originalmente na ShowBizz de março de 1996)
Um comentário:
Pra mim, é o único álbum com o Max Cavaleira que presta. Gosto muito desse por ausa da relação com os índios.
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