quarta-feira, janeiro 30, 2008

ENTREVISTA COM RENATO GUEDES

(Extraída da Vip, ed. 274, janeiro de 2008)

Renato Guedes ganhou sua primeira grana com desenhos aos 17 anos, criando uma propaganda para a auto-escola do seu bairro. Uma década depois, ele continua morando em Pirituba, na Grande São Paulo, mas virtualmente está no topo do mundo. No mundo dos quadrinhos, onde acaba de aceitar a tarefa suprema: desenhar para a DC Comics o gibi do Superman. Desde os anos 90, brazucas dão vida no papel a heróis gringos. Mas Superman é “o herói”. O primeiro de todos, aquele que usa capa, voa, é invencível. O termo super-herói veio dele. E é esse mito pop que está nas mãos de Renato. “O pior é que o convite veio em junho, mas por contrato tive que ficar de boca fechada até dezembro”, lembra, empolgado. O visível orgulho é merecido. Renato chegou lá com muita ralação, foram anos cavando espaço na editora americana. Hoje ele é pago para fazer o que gosta e manda muito bem.

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Você desenha desde moleque?
Sim, mas foi a partir dos 16, 17 anos que começou a ter cara de algo para fazer a vida toda. Minha grande sorte foi não ter passado no vestibular que prestei para geografia. Aí, estava em idade de servir o Exército e por isso não conseguia emprego. Então, desenhava sem parar.

Como encontrou os super-heróis?
Eu tinha 19 anos e fiz curso na Fábrica de Quadrinhos, escola que abrigava feras como Roger Cruz, que então era o desenhista do X-Man na Marvel. Virei funcionário e trabalhei um ano e pouco ali.

A Fábrica foi uma ponte para as editoras americanas?
Ainda não. Saí de lá e fui trabalhar como freelance. Aí os contatos que fiz na Fábrica me levaram ao Art-Comics, estúdio brasileiro que trabalhava para as editoras americanas.

A estréia lá fora demorou?
Meu portfólio chegou até a DC e há cinco anos recebi o convite para desenhar o gibi da série de TV Smallville, que mostra o Superman jovem. Depois dessa revista, aceitei outro convite e desenhei a adaptação pra quadrinhos da série de ficção Stargate.

Você se tornou especialista em adaptar seriados de TV?
Americano gosta de encaixar o cara numa categoria, né? Eu desenhei também para CSI Miami e 24 Horas. Adaptar serie tem um jeito próprio de ser feito, precisa ser fiel ao visual dos atores e seguir o ritmo da TV.

Como foi a passagem para os gibis, digamos, tradicionais?
Olha, funciona mais ou menos assim: você tem chances de desenhar algumas histórias curtas ou capas aproveitando que algum desenhista regular não consegue cumprir os prazos de entrega. Fiz muito isso. Complementar páginas numa história é difícil, você cai de pára-quedas e tem que ser rápido. Você se sente como o jogador que entra aos 35 do segundo tempo com o time perdendo de 3 a 0.

Quando você se sentiu titular?
A grande virada pra mim foi em 2006, com Omac. Esse gibi de histórias futuristas marcou muito. Depois, desenhei uma edição importante pra caramba, foi o número 850 de Action Comics, com o Superman, uma edição de colecionador. Olha ele aí, de novo. O primeiro gibi Superman com meus desenhos vai ser a edição de março.

Você vai ter aumento de salário?
Ganho o suficiente para viver, pagar as contas, e às vezes ainda sobra uns trocados pros finais de semana. O mais importante é que eu faço o que gosto. Meu contrato de dois anos acaba em abril, mas acredito que tudo continuará como está.

Como você trabalha?
Recebo por Fedex os blocos de papel da DC, enormes. Faço o desenho a lápis, depois jogo no computador. Trabalho com o José Wilson Magalhães, arte-finalista brasileiro.

Você tem liberdade total?
Eu recebo um roteirinho, tipo roteiro de cinema mesmo, com o que deve ter em cada página. Não pedem para que eu mude muita coisa não. E olho edições anteriores para ver como um ou outro personagem já foi desenhado. A cada mês a DC me manda uma caixa com os lançamentos da editora.

Isso vai matar leitor de inveja.
Pois é, e eu nem tenho tempo para ler tudo o que sai. Que coisa, né? Antigamente eu queria comprar um monte de gibi e não tinha grana pra dar conta. Hoje cai tudo na minha mão e eu não aproveito.

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa arte de capa dele lembra o traço do Ariel Olivetti...

Mas pelo que pude ver em Omac, sua arte interna é soberba. Ele tem futuro, mas se for pra comparar ainda prefiro o Ivan Reis.

Comics & Movies disse...

Olá,blz?
Muito legal o seu blog, muito informativo, também adoro Hqs e cinema!
Depois entra no meu blog e fala se gostou!
Abraços!

Anônimo disse...

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