quinta-feira, junho 08, 2006

CRÍTICAS DA BIZZ

E aqui estamos com mais uma edição de Críticas da Bizz, trazendo desta vez um texto sobre o segundo álbum do Radiohead, The Bends, de 1995. Após o estouro com a grunge “Creep”, os ingleses de Oxford voltaram com uma coleção de sons com um jeitão mais próprio, destacando a melancolia de seu líder Thom Yorke, fazendo logo a “cabeça” da galera mais antenada. Mas, em 1998, a faixa “Fake Plastic Trees” foi trilha sonora de um comercial de TV vinculado nacionalmente, tornando a banda mais conhecida ao público em geral. Lembro até do absurdo da música citada ter sido bastante executada em programas de músicas românticas nas FMs mais comerciais. A gravadora aproveitou o bom momento e lançou uma nova tiragem do álbum, e também do sucessor OK Computer (aliás foi só nesta época que consegui ver os discos da banda nas lojas aqui da minha cidade).
Mas nem só de “Fake Plastic Trees” é feito o CD. “Just”, “High And Dry”, “My Iron Lung” e “Street Spirit (Fade Out)” são outros excelentes destaques de The Bends. E entre os fãs da banda, eu incluso, há uma certa disputa para saber qual o melhor álbum do grupo, se este ou OK Computer (outros mais radicais acrescentam ainda o experimental Kid A), disputa esta que só destaca a excelência das músicas de Yorke e cia. Antes de irmos ao texto da Bizz, quero só dizer duas coisinhas sobre o mesmo: nunca vi uma semelhança entre Radiohead e U2, e o Suede é bem legal. Introdução feita, falta só dizer que a análise é de autoria de Jeferson de Sousa e foi publicada na Bizz #119, de junho de 1995. Vamos lá:

Radiohead
The Bends

(Parlophone/EMI)

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Houve um tempo em que o Radiohead se chamava On A Friday. Isto foi bem antes deles estourarem nos Estados Unidos com a canção “Creep”, enquanto seus conterrâneos da imprensa inglesa continuavam insistindo em incensar o Suede. Parece que a crítica britânica mudou de opinião rapidamente, já que tem considerado The Bends desde já um dos melhores discos do ano.
Exageros à parte, é certo que o segundo disco do Radiohead mostra uma evolução se comparado ao anterior, Pablo Honey (93). The Bends é homogêneo em suas 12 faixas. As guitarras de Jon Greenwood passeiam entre a melancolia e a esquizofrenia e as letras de Thom Yorke (vocais/guitarra) não ficam atrás.
Uma das características que mais chama a atenção no disco é o jeitão U2 de algumas canções – em particular “Planet Telex”, “High And Dry” e “Fake Plastic Trees”, que, aliás, ficam entre as mais legais. Há quem ache que isso é uma virtude e tem quem pense que é um defeito. Depende do gosto. Já faixas como “My Iron Lung”, “Bullet Proof... I Wish I Was” e “Black Star” mostram que o Radiohead tem uma cara própria, ou pelo menos está caminhando para isso. Melhor: é uma prova de que não é preciso apelar para a frescura para se fazer rock com poesia. Felizmente, Thom Yorke não é Brett Anderson.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito deste disco, mais até do que do incensado OK Computer. "Street Spirit (Fade Out)" é uma das músicas mais emocionantes que conheço. Pena que a banda descambou para o cabecismo disco após disco.

Anônimo disse...

Fake Plastic Trees é uma grande música. Discão.