(textos da revista Mosh)
4º- Sandinista!(1980)
Em um determinado momento de sua carreira, o The Clash não quis se enclausurar no gueto do punk rock. Mas a surpresa causada pela diversidade das 36 faixas de Sandinista fez com que muita gente não entendesse esse álbum duplo (a versão em LP é tripla!) na época de seu lançamento. Com o passar do tempo, este ecletismo passou a ser digerido como uma obra-prima, justamente pelo modo como a banda enveredava por praias diversas, resultando sempre em canções interessantíssimas. Ao abordar quase todos os tipos de sonoridades e estilos possíveis - punk, reggae, rockabilly, disco music, valsa, psicodelia e o diabo a quatro -, o quarteto apenas quis provar que podia fazer o que bem entendesse. E conseguiu. E pensar que, hoje em dia, a maioria dos grupos não consegue nem lançar um bom disco simples...
3º- Give’em Enough Rope (1978)
Produzido por Sandy Pearlman (conhecido por seus trabalhos com o Blue Öyster Cult e o The Dictators), o segundo disco do The Clash traz a força do seu predecessor, só que com um som mais brilhante e pesado. A intensidade com que a banda se joga na tríade inicial – as espetaculares “Safe European Home”, “English Civil War” e “Tommy Gun” – revela um dos mais estonteantes momentos de força bruta já ouvidos em um disco. Outro detalhe: é em Give’em Enough Rope que o pluralismo sônico do quarteto começa a mostrar suas garras, algo que desaguaria posteriormente em London Calling e Sandinista!.
2º- The Clash (1977)
Contrariando a descrença de sua própria gravadora, a poderosa CBS (hoje Sony), este disco estourou na Inglaterra, elevando Joe Strummer e Mick Jones ao status de ícones do engajamento político do punk. Cru até a medula, o disco teve uma pobre produção, mas que era compensada com uma ferocidade exemplar, presente em canções poderosas como “White Man in Hammersmith Palais”, “Janie Jones”, ‘White Riot” e “I’m So Bored With the USA”, todas absurdamente atuais. Por outro lado a versão de “Police & Thieves” (de Junior Marvin) dava mostras da linha reggae que a banda usaria com freqüência em seus trabalhos posteriores. É um disco primordial!
1º- London Calling (1979)
Com o ex-produtor do Mott the Hoople, Guy Stevens, controlando as gravações, o grupo deu um gigantesco e definitivo passo em sua trajetória para demolir preconceitos musicais dentro de um cenário aparentemente retrógrado. Expandindo as fronteiras do punk para muito além do imaginável, o The Clash trafega aqui com total desenvoltura em searas musicais distintas. Ao lado da apocalíptica visão do futuro na faixa-título, o quarteto enveredou pelo rockabilly (“Brand New Cadillac”), pelo reggae (“Rudy Can’t Fail”), pelo pop (“Train in Vain”) e pelo engajamento político (“Spanish Bombs”, “The Guns of Brixton”). A revigorante sonoridade da banda ajudou a entender os motivos pelos quais seus integrantes defendiam a rebelião da classe operária na Inglaterra.
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