quinta-feira, junho 02, 2005

FAIXA A FAIXA: SEPULTURA, ARISE

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Arise foi o 1º disco de metal que comprei na vida, em fevereiro de 1993, ainda em vinil. Lembro que na tarde do dia que comprei o disco, fui ouvi-lo, com os fones de ouvido, enquanto minha mãe realizava uma oração lá em casa, junto das amigas. Imaginem a bizarrice da cena: eu ouvindo aqueles urros do Max falando coisas nada cristãs, enquanto via o pessoal orando, hehehe. Todos esses anos depois e ainda considero o álbum um dos melhores de metal de todos os tempos, e quando ouço sinto uma saudade do tempo que o Max fazia parte da banda, que depois de sua saída nunca mais foi a mesma, infelizmente. E também sinto uma baita nostalgia, de um tempo onde acreditava que tudo era possível, que eu era o dono do mundo e que o melhor ainda estava por vir. Santa inocência adolescente, Batman (hehehe)! Bem, agora vamos a uma análise, faixa a faixa, do disco:

“Arise” – Marteladas e uma aproximação com o chamado som industrial, e logo o pau come. A voz entra com efeito de reversão e o disco começa com uma santa urgência. Se prepare para os solos cada vez mais malucos.
“Dead Embryonic Cells” – 100% Sepultura. No meio de tudo algum de hard funk e guitarras em velocidade estonteante.
“Desperate Cry” – Mais clima. Agora aquelas guitarrinhas dedilhadas xaropes que existem em todo disco de metal. Mas os caras passam batido e caem naquela que talvez seja a melhor música do disco. No fundo eles têm uma manha pop capaz de dourar qualquer pílula.
“Murder” – A essa altura as coisas já se repetem um pouco, mas é isso mesmo que faz um bom disco de metal. A violência continua.
“Subtraction” – Velocidade e paradas súbitas. A estrutura de um clássico. Essa pesa.
“Altered States” – Uma abertura techno-amazônica prepara o clima para a sessão de pancadaria.
“Under Siege (Regnum Irae)” – Aos primeiros acordes dá pra pensar que se está ouvindo (acredite se quiser) The Cure, até que o velho peso nos traz de volta à realidade. Vocais tratados com quilos de efeitos dão uma atmosfera fantasmagórica.
“Meaningless Movements” – Essa é para deixar o Metallica com inveja. Crescendo violento, o fim chega às alturas.
“Infected Voice” – E eis que depois da paulada final da música anterior começa um verdadeiro massacre sônico. Solo de guitarra com wah-wah a mil por hora e a mais legitima bateria bate-estaca.
“Orgasmatron” – Cover do Motorhead com gusto de Sex Pistols. Pogo beat e aquele vocal que Max treina no fundo das cavernas.

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