Antes da malfadada e ultra comentada One More Day, tivemos a boa saga Back in Black (Amazing Spider-Man 539 a 543), que começa a sair pelo título nacional do aracnídeo agora, em Homem-Aranha 75, trazendo como principal atrativo a volta do uniforme negro (aqui entre nós, sempre achei essa versão bem mais bonita que a tradicional), mais condizente com a atual forma de operação do herói, um fugitivo que desertou o lado pró-registro na Guerra Civil.
A trama começa a partir de onde o arco anterior, ligado exatamente à Guerra Civil, terminou, com a Tia May baleada a mando do Rei do Crime, que, como todos, sabe a identidade do herói, e procurou logo se vingar de tantas derrotas sofridas pelas suas mãos. Depois de levar sua mãe de criação ao hospital, o Homem-Aranha começa uma caça insana aos culpados. Ênfase no “insano”. Nunca o vi tão transtornado como da maneira em que ele foi retratado aqui.
Começando com os bandidos mais, digamos, pé rapados, ele logo chega aos graúdos, e não demora para chegar ao topo da cadeia criminosa, descobrindo que Wilson Fisk, o Rei do Crime, foi o responsável por tudo. Ele logo invade a prisão da Ilha Riker, onde se encontra o criminoso, e entra num embate que, desde já, entra para os anais dos combates em arte seqüencial. Totalmente derrotado pelo Aranha, ele ouve uma promessa do próprio: quando May morrer, ele volta para terminar o serviço e matar o criminoso.
Enquanto isso, Mary Jane está ao lado de May Parker no hospital, tomando todos os cuidados para que não descubram que quem está ali é a tia do Homem-Aranha. Quando a coisa começa a apertar, Peter e MJ resolvem transferir a tia de hospital, cometendo vários crimes no processo.
Como pôde ser visto, a vida do velho amigão da vizinhança está totalmente de cabeça para baixo. A tia a beira da morte, fugitivo, a situação financeira também nada bem, comportamento auto-destrutivo. Ou seja, prato cheio para deixar os fãs babando pelas próximas histórias, certo? Certíssimo!
Mas a Marvel resolveu escolher o caminho mais fácil, e irritar meio mundo com isso, e com a já citada One More Day, que ainda não li, mas todos sabem do que se trata, apagou boa parte da cronologia aracnídea, inclusive o fato que sua identidade secreta era pública e notória, que ele era um professor e não mais um fotógrafo do Clarim, seu casamento com MJ, entre outras barbaridades editoriais, que foi explicada com a já famosa “we don’t have to explain, it’s magic”. Resta então aproveitar Back in Black com o último biscoito do pacote, pois depois disso é só ladeira abaixo...