sexta-feira, março 17, 2006

CRÍTICAS DA BIZZ

Como prometido no post abaixo, trago a vocês leitores deste espaço virtual (como se existisse alguém que lesse meus textos; tem uns quatro gatos pingados que aparecem de vez em quando por pena de mim, buáááá) o texto sobre o terceiro álbum do Oasis, Be Here Now, em mais um capítulo da série Críticas da Bizz (que nome mais ridículo eu fui criar, heim?!). Na minha opinião, Be Here Now é um discão, mantém o pique da primeira a última faixa, onde os irmãos Gallagher e qualquer um que estava com eles naquela época experimentaram tudo. Tem guitarra gravada ao contrário (em D’You Know What I Mean” e “Fade In-Out”, nesta segunda pelas mãos do ator maluco beleza Johnny Depp), orquestra com 32 músicos (em “All Around The World”), vocais afundados na mixagem (em “It’s Getting’ Better (Man!!)”) e o diabo a quatro, tudo isso atrás de uma muralha de guitarras de causar inveja a qualquer bandinha merda de new metal (pleonasmo intencional). Destaques? Ora, meu caro bastardo, precisa citar alguma música em particular? Como diria o Rafa (argh), o disco é muito foda. Então vamos deixar de enrolação e dar a voz ao profissional da área, o Thales de Menezes, autor do texto a seguir, publicado originalmente na Showbizz de setembro de 1997.
OASIS - BE HERE NOW
(Creation/Sony Music)
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Depois de tanta espera, o novo disco do Oasis tinha de chegar fazendo barulho. E como faz. A opção pela zoeira é o conceito por trás do álbum. Se em seu primeiro trabalho o Oasis apenas enfileirou canções rock ‘n’ roll, no segundo quis afirmar sua condição de única banda a fazer o que os Beatles fizeram sem soar como imitação. Agora o grupo lançou um CD para a molecada. Vocês gostam de Prodigy? Acham Nine Inch Nails o futuro do rock? Então tomem um monte de barulho, devidamente acompanhado de pérolas pop.
Explosões, códigos morse, palmas, portas batendo, helicópteros e um baú de ruídos transformam Be Here Now num Sgt. Pepper’s hardcore. As referências aos Beatles se multiplicam em inúmeras citações do mundo do rock (Who, Bowie, Slade, Status Quo), estejam elas em acordes, letras ou nas fotos da capa e do encarte. No meio de tantos elementos, sobra um conjunto de canções mais consistentes do que o dos outros CDs.
Além de "D’You Know What I Mean”, há outras fortes candidatas a single: a “pra cima” “Stand By Me”, “Be Here Now” (em que assobios fazem papel de riff de guitarra), “All Around The World” (baladona épica) e “It’s Getting’ Better (Man!!)”, um rock pesado, capaz de levantar estádios. Os versos de Noel fogem das rimas sem sentido que caracterizavam as letras da banda – e poucos letristas do pop encerram uma canção romântica com o verso My heart can never be your home (meu coração nunca será o seu lar). Be Here Now é o disco mais inventivo da década. Ouvintes desavisados dirão que as músicas do Oasis são todas parecidas. É apenas um reflexo da opção do grupo em fazer arte com elementos recorrentes. Picasso e Fellini sempre fizeram isso. Noel Gallagher está em boa companhia.
Thales de Menezes

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