Aproveitando a passagem da banda pelo país, trago pra vocês a crítica do disco Without You I’m Nothing, do Placebo, publicada originalmente na Showbizz #164, de março de 1999. Esse é o álbum que trouxe mais popularidade para a banda. Lembro que o clip de “Pure Morning” passava direto no Gás Total, da MTV, programa que na época vivia seus últimos dias. Engraçado que demorei um tempão pra perceber que o vocalista Brian era um cara. Já gostava da banda, visto clips e entrevistas na TV, mas pensava que se tratava de uma garota, hehehe. Andrógino até a medula essa Brian Molko. Então, sem mais delongas, vamos ao texto, de autoria de Bernardo Araújo:
PLACEBO - WITHOUT YOU I’M NOTHING (Virgin)
Rock provocador e angustiado
Brian Molko deu azar. Um pouco antes dele surgiu outro Brian, também andrógino, também chegado a uma guitarra distorcida e batidas industriais, e arrebatou a atenção do mundo com o nome de Marilyn Manson. Mas não há de ser nada. O pop-rock angustiado do trio formado por Molko (voz e guitarra), Stefan Olsdal (baixo, guitarra e teclados) e Steve Hewitt (bateria) vê sua popularidade crescer desde o lançamento deste Without You I’m Nothing no hemisfério norte, em outubro do ano passado (1998). Com um sotaque provocador, às vezes irritante – de propósito – de americano que viveu anos na Europa, Molko às vezes lembra Geddy Lee, do Rush (no timbre anasalado), às vezes passeia por um David Bowie menos gutural, e mesmo assim não há MP3 cerebral que não guarde a voz do rapaz. As melodias (em especial em “My Sweet Prince” e na delícia pop “Every You Every Me”) são o forte da banda, ao lado da histeria de Molko e do multiinstrumentista sueco Olsdal, que arrebenta de saída em “Pure Morning”.
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