quinta-feira, outubro 12, 2006

GRANDES CLÁSSICOS DC – LANTERNA VERDE & ARQUEIRO VERDE VOL. 1 E 2

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O verão do amor tinha acabado e era hora de acordar para a realidade e enfrentar os problemas, e não fugir deles por meio do sexo livre e das drogas. Os heróis tinham morrido de overdose, e os inimigos estavam no poder. A década de 70 começava com uma frustração e um cinismo generalizado na população americana, e por extensão, mundial. E a arte, como sempre, soube expressar esse sentimento geral. Na música, o movimento punk dava seus primeiros passos com o New York Dolls. No cinema, Martin Scorcese e Robert De Niro começavam uma parceria que acabaria por render grandes frutos em Taxi Driver. E, nos quadrinhos, Dennis O’ Neil e Neal Adams revolucionavam a maneira de criar a nona arte.
O título do Lanterna Verde sofria com as vendas baixas, e algo precisava ser feito para evitar o cancelamento. Dennis O’ Neil foi chamado para reformular o personagem, famoso por suas sagas cósmicas. O autor teve então aquela idéia de gênio: que tal colocar o herói enfrentando problemas reais, dentro de um contexto mais próximo do que vemos em nosso dia-a-dia? Que tal humanizá-lo mais, colocando dúvidas em suas ações? E que tal colocar o Arqueiro Verde, dono de uma personalidade oposta à do Lanterna, ao seu lado, viajando por diversas regiões dos EUA? A partir dessa idéia geral foram boladas histórias que focavam o racismo, o vício de drogas, a superpopulação, a poluição ambiental, a questão indígena etc, e que iam bem além do simples “vilão do mês para o mocinho derrotar”, numa profundidade narrativa jamais vista até então nos quadrinhos.
Com o passar dos anos, aquelas histórias ganharam fama de “cult”, e passaram a influenciar todas as gerações futuras de roteiristas de HQs. E este grupo de histórias pode até ser considerada a pedra fundamental dos gibis adultos (e inteligentes), que hoje tem um peso comercial considerável, desmistificando o velho papo que os quadrinhos são leitura barata para adolescentes nerds.
Trinta e cinco anos depois, a Panini republica todas as aventuras da dupla esmeralda, feitas pelas mãos competentes de O’ Neal e Adams, em dois volumes da série Grandes Clássicos DC. Material essencial em qualquer coleção que se preza, não só por seu valor histórico, mas também porque, apesar de todos esses anos, as histórias ainda são boas pra cacete.

3 comentários:

Anônimo disse...

E eu me sinto o maior herege do mundo por não ter comprado... E o pior de tudo, um herege pobre... ;~

Anônimo disse...

São por edições assi que eu fico com medo da Pixel. Espero que Grandes Clássicos DC não acabe.

Fran disse...

Gostaria muuuinto de adquirir os dois numeros,vcs poderiam me ajudar!? franleejr@ig.com.br