sábado, julho 15, 2006

SYD BARRET – OS DISCOS-SOLO

Finalizando essa série especial de posts sobre Syd Barret, uma homenagem do S&D em decorrência da morte do ex-Pink Floyd, publico mais dois textos, também extraídos da revista Rock In Especial Pink Floyd, falando dos dois discos-solo de Syd, intitulados “The Madcap Laughs” e “Barret”, ambos de 1970.

THE MADCAP LAUGHS
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O primeiro e melhor álbum solo de Syd Barret levou quase dois anos para ser gravado. Apesar de oficialmente creditada a Gilmour e Waters, a produção aqui é quase nenhuma. Acompanhado apenas de um violão, Syd põe sua alma a nu em canções de rara intensidade. Em que pese a inclusão de um ou outro detalhe de baixo e teclados, as belas “Terapin” e “Golden Hair” (feita sobre um poema de James Joyce) parecem ter saído de uma fita demo. Na capa um desgrenhado Barret posa em seu apartamento vazio ao lado de um vaso de flor. Por está época já era público e notório que ele “pirara” e vestígios não faltavam: Syd erra a execução das músicas, vira as páginas com as letras e discute com a mesa de som. As palavras, entretanto, vêm revestidas de enorme lucidez, como um exercício de autodiagnose. Como observou o crítico Nick Kent: “As faixas existem em sua própria zona, como insetos estranhos e peixes exóticos, com o ouvinte forçado a olhar dentro do tanque em atividade”. Em “Dark Globe” Syd canta: “Minha cabeça beijou o chão / eu estava quase lá embaixo / por favor estenda a mão / eu tatuei minha mente por todo o caminho”. Outras composições como “She Took A Long Cold Look” mantém o clima melancólico e em alguns momentos é impossível dizer se Syd conseguirá chegar ao fim da música ou não. A experiência de gravar “Madcap” foi tão tortuosa que Roger Waters se recusou a participar do álbum seguinte alegando que não conseguiria lidar com aquilo novamente. Poucos meses depois Barret entrava em estúdio com Gilmour e Wright para gravar seu segundo e último trabalho solo.

BARRET
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Graças ao esforço de Gilmour e Wright, o segundo álbum solo de Syd Barret contou com mais produção e foi gravado num espaço de tempo bem menor que o anterior. O despojamento de “Madcap Laughs” foi trocado por uma malha sonora de acabamento mais rock ‘n’ roll, principalmente em “Baby Lemonade” e “Gigolo Aunt”, que abrem os dois lados do vinil. Syd prosseguia em seu processo de desintegração, tornando as canções objetos confessionais cada vez mais impenetráveis. “Barret” parece mais um inventário das possibilidades de um compositor brilhante alijado de seu talento. Mesmo assim, lampejos de genialidade podem ser captados aqui e ali em “Dominoes” e principalmente “Rats”, que com suas múltiplas conotações mais confunde do que explica o real estado de Syd. Remetendo a “Bike” do primeiro álbum do Floyd, “Rats” envolve o ouvinte num jogo claustrofóbico com sua batida constante e sincopada (“Got it hit down / Spot knock inside a spider / Say, that’s love”). Logo após o álbum ter sido lançado, obtendo magras vendagens, Syd Barret iniciou seu período de retido. E começava todo o folclore em volta da sua pessoa.

6 comentários:

Anônimo disse...

Onde escutar isso? nunca vi en CD.

Paranoid Android disse...

Acho q só importado, Gerlande. Um amigo meu tinha em vinil, uma raridade.

Anônimo disse...

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