Depois de seis longos meses (mais longos ainda com os atrasos constantes da Panini), chega ao fim as quatro minisséries que serviram de prelúdio para a Crise Infinita.
Confirmando o que vinha se desenhando nas edições anteriores, Projeto OMAC foi a melhor delas. Com a morte de Maxwell Lord, iniciou-se um protocolo de emergência que ativou todos os OMACs (um milhão e trezentos mil deles, no total). Sasha Bordeaux, agora meio-humana, meio-máquina, pede ajuda ao Batman, que bola um plano que envolve o maior número de heróis possíveis para deter as ameaças, enquanto Sasha tenta invadir o Irmão-Olho e mudar sua programação. Bom trabalho de Greg Rucka, que também usou bem os dois títulos mensais que escreve (Mulher-Maravilha e Adventures of Superman) para enriquecer a trama. Os desenhos, a cargo de Jesus Saiz e Cliff Richards, beiraram a perfeição.
Dia de Vingança começou como uma piada sem graça do autor Bill Willingham, mas depois que você percebe que não é para levar a sério mesmo a história, ela se torna agradável. Nos seis capítulos vimos a batalha interminável entre o Espectro, que estava sobre a influência de Eclipso, e o Pacto das Sombras, grupo formado para esse conflito. Na parte final, tivemos o esperado encontro entre o Espectro e o Mago Shazam, e no meio de tudo isso conhecemos o Detetive Chimp, melhor personagem da trama, sempre com boas tiradas. A arte de Justiniano foi apenas mediana.
Em Vilões Unidos, é revelado quem é o traidor do Sexteto Secreto, enquanto a Sociedade de Vilões decide exterminar o Sexteto, invadindo seu QG. Há mais um quebra-pau homérico entre os grupos, com baixas para ambos os lados, e é revelado um segredo sobre Luthor, que ainda não digeri bem. Na mais descompromissada das quatro minisséries, a roteirista Gail Simone faz aquele feijão-com-arroz básico, mas que agrada. Os desenhos de Dale Eaglesham caíram bem na história que trazia marombados por todos os lados.
Agora, com o nada almejado título de pior série, está Guerra Rann/Thanagar. Tudo bem, minha aversão por essas batalhas intergalácticas tem sua culpa, mas o roteirista Dave Gibbons (que deveria voltar aos desenhos; nessa área sim, ele é mestre) não ajudou. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo tornavam a leitura confusa, e a trama, mesmo com tudo o que ocorria, não parecia evoluir. Não me peça para resumir o que aconteceu nesses dois capítulos finais porque não sou capaz de uma tarefa tão ingrata. Até agora não entendi por que a DC não escalou Andy Diggle, roteirista de Adam Strange – Mistério no Espaço, que serviu de prelúdio para Guerra Rann/Thanagar (que por sua vez é um prelúdio para Crise Infinita; complicado, né?!) para escrever esse trabalho também. A arte, dividida entre os brasileiros Ivan Reis, Joe Prado e Joe Bennet, salvaram a história do fracasso total.
Saldo final: Projeto OMAC – nota 8; Dia de Vingança – nota 5; Vilões Unidos – nota 6; Guerra Rann/Thanagar – nota 3. E que venha a Crise Infinita, afinal!