sábado, setembro 26, 2009

40 ANOS DE ABBEY ROAD

Exatamente hoje, 26 de setembro, Abbey Road, o clássico disco dos Beatles, está completando 40 anos de lançamento. Para você ver como o tempo é cruel, quando o álbum fez 20 anos o Nirvana estava lançando seu debut, Bleach. Agora é Bleach que tem 20 anos. Mas o papo agora é Abbey Road, já deve ter neguinho de saco cheio de me ver falar do Nirvana...
Abbey Road, apesar de ser o penúltimo disco dos Fab Four, foi realmente o último gravado pelos quatro. Let It Be, o canto de cisne dos rapazes, foi gravado meses antes. Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr viviam um período de turbulência, e a gravação do disco seria uma tentativa de voltar aos bons tempos, com os quatro em estúdio tocando ao vivo. Mas a idéia não foi muito bem executada, com Paul com sua mão pesada, querendo tudo a sua maneira, e ainda um acidente automobilístico de Lennon o afastou de boa parte das gravações.
Mas apesar dos problemas de relacionamento, o resultado sonoro é fantástico. Duas das melhores composições de Harrison, “Something” e “Here Comes the Sun” estão presentes. A primeira, aliás, é considerada uma das melhores composições de todos os tempos. A dupla Lennon & McCartney não fica atrás. De Lennon são “Como Together”, “I Want You (She´s So Heavy)”, “Because”, “Sun King”, “Mean Mr. Mustard” e “Polythene Pam”. “Maxwell´s Silver Hammer”, “Oh Darling”, “You Never Give Me Your Money”, “She Came In Through The Bathroom Window”, “Golden Slumbers”, “Carry That Weight” e “The End” são composições de McCartney, enquanto Starr contribuiu com “Octopus Garden”.
O álbum foi produzido por George Martin, parceiro eterno e considerado um quinto Beatle, que teve como assistente Alan Parsons, que anos mais tarde produziria The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Entre as novidades técnicas, esse foi o primeiro disco gravado em oito canais, diferença que agora será devidamente conferida com a edição remasterizada do catálogo dos caras, a utilização do sintetizador Moog em diversos momentos, e foram feitas muitas sobreposições, como no solo de guitarras em “The End” e nos vocais de “Here Comes the Sun”.
O lado A é bem convencional, com músicas com duração normal, fechando de forma abrupta depois de mais de 7 minutos de “I Want You (She´s So Heavy)”. Já o lado B é recheado de vinhetas, medleys e canções inacabadas. “You Never Give Me Your Money”, por exemplo, é na verdade a junção de três composições diferentes. E o final, com “Golden Slumbers”/“Carry That Weight”/“The End”, é simplesmente apoteótico.
Ah, a capa, a CAPA! Analisando friamente ela é simples, mostrando os integrantes atravessando a rua onde fica o estúdio. Mas com o tempo, ela ganhou tanto em simbologia que hoje é considerada uma das mais clássicas da história do rock. Na foto haveria provas que Paul McCartney tinha morrido no acidente descrito da letra de “A Day in the Life” de Sgt Peppers, e que ele teria sido substituído por um sósia. As pistas estariam todas lá: o falso Paul descalço, como são enterradas as pessoas em algumas culturas; o cigarro está na sua mão direita, e o verdadeiro Paul era canhoto; a placa do carro estacionado na calçada mostra “28IF”, traduzindo, “28 anos se estivesse vivo” etc.
Juntando tudo isso, as inovações sonoras, os problemas de relacionamento, a foto de capa, o fato de ser a última vez dos quatro juntos em estúdio, e as músicas em si, Abbey Road entrou para a história como um dos grandes discos dessa que é considerada a melhor banda de todos os tempos, e isso não é pouca coisa...

2 comentários:

Camile disse...

desculpa aí!

Camile disse...

desculpa aí de novo cara! foi mal mesmo!