domingo, setembro 21, 2008

RICHARD WRIGHT, *1943 +2008

Como todos já devem saber, Richard Wright, tecladista e um dos fundadores do Pink Floyd, morreu na última segunda-feira, vítima de câncer, aos 65 anos de idade. O S & D presta sua singela homenagem, postando um texto extraído da revista Rock In Especial Pink Floyd, que fala um pouco da carreira do músico, que ultimamente se dedicava mais a tocar com amigos. Rest in peace, Richard...

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O único londrino entre os integrantes do Pink Floyd nasceu a 28 de julho de 1943. O papel de Richard Wright no grupo sempre foi o de “terceiro homem”, “o quieto”, como George Harrison nos Beatles, John Paul Jones no Led Zeppelin e John Entwistle no Who. Nunca o talento dominante, mas alguém capaz de se desincumbir de suas funções com competência e até mesmo, eventualmente, sendo capaz de atingir momentos de brilho.
Ao contrário de outros mamutes da era progressiva, os teclados de Wright dificilmente soavam obstrutivos ou grandiloquentes. Mesmo após trocar seu Farfisa por um potente EM VC53, ele nunca abandonou o piano acústico (cheque o belo solo no miolo de “Wot’s...Uh! Deal” ou as passagens de “Us and Them”).
O novo sintetizador foi um instrumento crucial na definição sonora de The Dark Side of the Moon, particularmente em “On the Run” e “Brain Damage”, e mais ainda em Wish You Were Here, em especial nos efeitos de “Welcome to the Machine”.
Como compositor, Wright contribuía com uma ou duas músicas por álbum ou colaborava na arquitetura coletiva de obras laboriosas como “Echoes” ou “Time”. Dark Side assinala seu instante máximo no Pink Floyd: os teclados dividem espaço em pé de igualdade com a guitarra de Gilmour e cinco das dez faixas trazem sua assinatura.
A partir de Animals, Waters se instalou no comando e Wright começou a passar mais tempo em sua ilha grega. Acusado de não contribuir em nada (Waters deu pista em declarações que ele, na realidade, estaria “cheirando” demais) o tecladista foi demitido durante as gravações de The Wall, apesar de mais tarde participar dos shows.
A exceção de um inócuo álbum solo, nada se ouviria dele até Waters deixar o Pink Floyd. Wright telefonou a Gilmour pedindo para voltar e foi readmitido, mas como um assalariado recebendo 11 mil dólares por semana. Na excursão de 1987 e 88, Wright era apenas mais um em cena, tendo inclusive que dividir espaço com Jon Carin, outro tecladista.
Apesar do papel coadjuvante, é quase consenso entre antigos fãs que o Pink Floyd viveu seu melhor período enquanto Richard Wright participou criativamente.