A ideia dos androides Thomas
Bengalter e Guy-Manuel de Homem-Christo é proporcionar aos ouvintes (e a eles
mesmos) uma passagem no túnel do tempo. O destino? Algum lugar musical da Costa
Oeste norte-americana entre 1980 e 1983. Revisionismo não é novidade para quem
acompanha o trabalho do Daft Punk. Mas isto pode ser a chegada do Santo Graal
para o pessoal mais jovem. O hit “Get Lucky” e seu chacundum guitarreiro a
cargo do ex-Chic Nile Rodgers é a ponta do iceberg que é Random Access
Memories. Há homenagem a Giorgio Moroder, que ganha faixa com seu nome com mais
de 9 minutos de viagens em loopings eletro disco; há acenos ao Chic em “Give
Life Back to Music”; boas-vindas ao rock-semiprogressivo do Alan Parsons
Project em “Instant Crash”; abraços ao adult oriented rock em “Fragments of
Time”; e mixes de vocais de rock de arena com beats de Kraftwerk em “Doin’ It
Right”. Detalhes interessantes como bateria “humana”, uso de sintetizadores
vintage e a apropriação enciclopédica de um período bem fértil da música pop
credenciam o disco para curtição total.
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