sexta-feira, julho 03, 2009

MANIC STREET PREACHERS – JOURNAL FOR PLAGUE LOVERS

Journal For Plague Lovers é o mais recente álbum de estúdio dos galeses do Manic Street Preachers, lançado em maio último. O que diferencia esse novo trabalho de outros recentes da banda é o fato de que as letras das músicas são de autoria de Richey James Edwards, guitarrista e compositor, que sumiu misteriosamente em 1995, e que no ano passado foi oficialmente considerado presumidamente morto. Ao falar do disco, Nicky Wire, que passou ao papel de principal letrista após o desaparecimento de Richey, disse que “o brilho e a inteligência das letras impôs que nós finalmente as usássemos”. Como o último trabalho da banda ainda com Richey na formação foi Holy Bible, de 1994, este novo lançamento esta sendo considerado como sua continuação. E a sonoridade, com uma presença maior de guitarras, realmente lembra aquele de outrora. E para incrementar ainda mais as semelhanças entre os CDs, a arte da capa de Journal ficou por conta do artista Jenny Saville, o mesmo que ilustrou a capa de Holy Bible. A produção do novo álbum ficou a cargo de Steve Albini, o mesmo do essencial In Utero, último suspiro de estúdio do Nirvana (aliás, a gravação do disco de Kurt Cobain e Cia foi cheia de problemas, tanto que, no encarte do disco, tem um “recorded by Steve Albini” e não um “produced by”), importante para a banda conseguir recriar o som dos tempos de Richey, um fã confesso do que Albini fez com o Nirvana (mas calma, o Manic não começou a colocar microfonias e gritarias ensandecidas em suas músicas, a praia aqui é outra). Ou seja, não se trata apenas das letras de Richey, mas também de sua sonoridade. Pessoalmente, prefiro o Manic pós-Richey, quando eles lançaram seus principais e melhores trabalhos, como Everything Must Go e This Is My Truth Tell Me Yours, e acho que muitos pensam o mesmo, mas não deixa de ser interessante essa recente empreitada, onde os remanescentes da banda, a saber, James Dean Bradfield (vocais, guitarra), Nicky Wire (baixo) e Sean Moore (baterista), fazem as pazes com o passado com um punhado de músicas acima da média. Imagina-se que o sumiço de Richey James Edwards deve ter sido uma barra pesada para todos eles, e agora eles finalmente encerraram esse capítulo de suas vidas.

Um comentário:

Marlo (The Batman) disse...

Rapaz, eu gostei desse disco, mas não consigo encaixar o MSP em nenhum desses rótulos pré-estabelecidos. Dizem que eles são uma banda de hard rock e o instrumental de algumas faixa até confirma isso, mas as melodias e letras, não. Dizem que eles são britpop, mas algumas faixas são hard rock demais para o gênero, hahaha! O importante, por´me, é que MSP é legal bagarai.