Olha que legal: no último domingo saiu uma matéria com o Neil Gaiman num jornal aqui da minha cidade, destacando, é claro, sua obra máxima, Sandman, que está sendo republicada em volumes mais que luxuosos pela Conrad. Então peço licença ao André Cananéa, autor do texto, para reproduzi-lo aqui no S&D:
Para Neil Gaiman, O Inferno É Mais Embaixo
Nesse mundo de histórias em quadrinhos, a coqueluxe do momento no universo do entretenimento, um autor é obrigatório: Neil Gaiman. Escritor inglês, Gaiman é uma espécie de Edgar Alan Poe dos tempos modernos e o que mais se aproxima da literatura no mercado contemporâneo de HQs. Sandman é sua obra quintessencial, que tem sido relançada no Brasil em luxuosas encadernações pela editora Conrad, com capa dura, formato gigante, ótima impressão e textos adicionais – verdadeiras edições de colecionador.
Os brasileiros conheceram Sandman em 1989, quando a editora Globo passou a lançar por aqui a fantástica série, que se tornou o carro-chefe do selo Vertigo, criada para abrigar um tipo de HQ voltada ao público adulto. Em Sandman, Gaiman conta a história de Morpheus, o Mestre dos Sonhos, senhor absoluto do Reino do Sonhar. Na verdade, Gaiman se valeu de um personagem dos anos 1950, que de detetive noir, passou a um semideus místico, com direito a uma família, Os Perpétuos.
No mundo de Sandman, ele tem que lidar com anjos e demônios. As histórias protagonizadas por nosso amigo de cabelos espetados e sobretudo azul – que passaria facilmente como um cover do Robert Smith, do Cure – tem muito de sobrenatural, fantástico e a literatura de horror produzida no século XIX. Em Estação das Brumas, recém lançado pela Conrad, Gaiman reinterpreta a bíblia, busca referências na mitologia grega e traz à tona a invasão dos Kuwait por Saddam Hussein. Tudo isso costurado com mais uma dezena de referências literárias, uma história de prender o fôlego e os desenhos fantásticos de Mike Dringenberg e Malcom Jones III e as obras-primas de Dave McKean, que ilustra as capas de cada capítulo.
Estação de Brumas começa com uma reunião dos irmãos Perpétuos. Destino convoca Morte, Desejo, Desespero e a caçula Delírio, além de Sandman (ou Sonho), claro. Desta reunião, o Mestre dos Sonhos percebe que foi injusto com uma antiga paixão que, ao decepcioná-lo, foi condenada ao fogo do inferno. Dez mil anos depois, Sandman sai em busca de sua amada no inferno para pedir-lhe perdão. Ao chegar lá, depara-se com Lúcifer, que joga a toalha e lhe entrega a chave do inferno. Acontece que todos querem tomar conta do lugar, e vários vão até o Reino do Sonhar, pleitear a posse do lugar recém-abandonado.
Estação das Brumas está entre uma das melhores historias de Sandman. É o quarto volume da série que a Conrad lança por aqui, com exceção de Noite Sem Fim, o mais recente trabalho de Gaiman para a franquia e o primeiro neste formato luxuoso. A Conrad pretende lançar todos os dez volumes no Brasil e, para isso, já tem um cronograma de lançamentos até abril de 2008. O próximo arco de histórias a ganhar uma edição “remasterizada” é Um Jogo de Você, previsto para chegar às livrarias em agosto deste ano.
5 comentários:
Sandman é essencial (novidade). A propósito, em que cidade tu moras Paranoid Android?
Segredo de estado, Gerlande, hehehe. Sério, moro em Campina Grande, PB. Mas não espalha.
Quanto a Sandman, não tem mais o q dizer dessa série. Prentendo comprar o 4º vol semana q vem.
Me orgulho de dizer que eu tenho todos os números da primeira edição nacional (menos a edição 55, o Santo Graal das minhas buscas em sebos), mais o especial Orpheus e estou colecionando essa edição DeLuxe da Conrad. Sandman merece!
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Olá Paranoid Android. Rapaz, cheguei aqui neste blog surfando na net e adorei. Mas pense na minha surpresa ao encontrar um texto meu. Obrigado pelo crédito e parabéns pelo conteúdo. Um forte abraço.
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