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segunda-feira, janeiro 17, 2011

SOUNDGARDEN – TELEPHANTASM

(texto publicado originalmente na Rolling Stone # 50, novembro de 2010; autoria de Paulo Terron)

Toda volta precisa de algo para “coroá-la”. Como o Soundgarden teve um conflito de agenda com o Pearl Jam (os grupos dividem o baterista Matt Cameron) e não pôde sair em turnê, esta coletânea é a prova de que a banda realmente retornou a carreira. E é só isso mesmo. O disco, em edição nacional, tem um repertório semelhante ao da compilação A-Sides (1997). Na versão importada, além de uma seleção ampliada para dois discos, há um bônus que vale o investimento em músicas já lançadas anteriormente: um DVD bônus inédito, com os clipes que ajudaram a impulsionar o grunge nos anos 90.

Musicalmente, há também a estreia de uma faixa “nova”, “Black Rain” (escrita há quase 15 anos e só completada em 2010), que fica no meio caminho entre o peso sujo dos primeiros anos do grupo de Chris Cornell e o lado mais brando e comercial adotado em Down on the Upside (1996). E, por falar no vocalista, a geração que só conhece a performance dele em carreira solo ou com o Audioslave pode se deliciar descobrindo a depressão agressiva de clássicos como “Outshined”, “My Wave” e a mais obscura – mas igualmente impactante – “Birth Ritual”, extraída da trilha do filme Singles – Vida de Solteiro. Um aperitivo decente para a reedição do catálogo completo do Soundgarden, que deve ser anunciada em breve.

quarta-feira, novembro 03, 2010

TEENAGE FANCLUB - SHADOWS

(texto publicado originalmente na Rolling Stone # 45, junho de 2010; autoria de Carlos Eduardo Lima)

O Teenage Fanclub nunca vai ser tão importante quanto Byrds, Big Star ou Badfinger, suas inspirações maiores. Mesmo assim, o lugar de relevância da banda escocesa já está assegurado no inconsciente coletivo de quem ouviu rock nos anos 90. A mistura de melodias doces, letras românticas e refrãos eficientes perpetrada por Gerard Love, Raymond McGinley e Norman Blake é tão velha quanto a música pop e sempre foi a maior característica da banda. Shadows, o décimo disco da carreira, lançado após um intervalo de cinco anos, é uma mistura interessante de sons que já ouvimos antes e que, ainda assim, são totalmente novos. É como encontrar velhos amigos que a gente acabou de conhecer. Essa impressão está nos timbres das guitarras, nos vocais harmonizados, nos detalhes de órgão em “When I Still Have Thee”, na beleza melódica de “Sometimes I Don’t Need to Believe in Anything”, no piano de “Dark Clouds”, quem sabe no sentimento de verão do single “Baby Lee”. Tudo é assumidamente belo, inocente e atemporal, tanto que Shadows poderia ser lançado em 1966, 1988, 1995 ou hoje. Mesmo que nós e o Teenage Fanclub estejamos mais velhos, aparentamos o contrário neste disco.

sexta-feira, agosto 20, 2010

STONE TEMPLE PILOTS - IDEM (2010)

(texto publicado originalmente na Rolling Stone # 44, maio de 2010; autoria de Pablo Miyazawa)

O Stone Temple Pilots retornou das cinzas, e o que poderia ser uma volta melancólica (ou a evidência de um processo irreversível de decadência) é capaz de surpreender os céticos. A conta é simples: o que Nº 4 (1999) e Shangri-La Dee Da (2001) tinham de soturno e agressivo, o novo disco tem de intenso e energético, uma atitude que seria de se esperar apenas de músicos estreantes. O detalhe é que o novo STP jamais soa como um grupo cujos membros já passaram dos 40 (o guitarrista Dean DeLeo faz 50 em 2011) e que coleciona causos de brigas internas e abuso de drogas – principalmente o vocalista Scott Weiland, que muitos acham surpreendente o fato de ainda estar vivo. E é a voz do frontman o grande achado: brilhante, às vezes estilizada, ela jamais remete à rouquidão quase depressiva expressada nos últimos discos. Também não há baladas de cortar os pulsos, como “Creep”, nem épicos melancólicos, como “Plush”. O clima está mais para o alto-astral incontido de rocks diretos como “Big Bang Baby” (de Tiny Music, de 1996). “Between the Lines” resume o ar de empolgação, que se estende por “Huckleberry Crumble” e “Hickory Dichotomy” – esta marcada por um riff atrevido de country e pelo baixo sempre robusto de Robert DeLeo. Havia grandes chances de essa retomada ser um vexame homérico. Não foi. É esperar para ver quanto tempo dura a trégua.


OBS: também estou aqui agora. É tipo uma versão drops do S&D que você já conhece, com pequenas pérolas do meu dia-a-dia. Prestigie!

sábado, abril 10, 2010

NIRVANA - LIVE AT READING

(texto publicado originalmente na Rolling Stone # 40, de janeiro de 2010; autoria de Pablo Miyazawa)

A apresentação do Nirvana no Reading Festival, em 30 de agosto de 1992, é o retrato bem pintado de uma banda no ápice de sua competência e popularidade – mesmo que, na prática, seus próprios integrantes não dessem muita importância para isso. Apesar de se tratar do show mais alardeado e pirateado da efêmera saga do trio, o lançamento oficial de Live at Reading serve como o desfecho justo para 2009, um ano marcado pela macabra onipresença póstuma de Kurt Cobain. O material apresentado no DVD, felizmente, passa longe da atitude pé-na-jaca que permeou os shows em território brasileiro, ocorridos em janeiro de 1993. A escassez de cenas e ruídos da plateia chega a gerar um estranho senso de “lugar comum”, como se, visto fora do contexto, aquele fosse um show do Nirvana como outro qualquer. Muito pelo contrário: a performance documentada é clássica, afiada e quase infalível, além de icônica em vários aspectos – desde a entrada triunfal de Kurt, de peruca e avental hospitalar, empurrado em uma cadeira de rodas, à perturbadora presença no palco do ilustre desconhecido Antony Hodgkinson, convidado pela banda a dançar alucinadamente até a música chegar ao fim.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

THEM CROOKED VULTURES - IDEM

(texto extraído da Rolling Stone # 39, de dezembro de 2009; autoria de Ricardo Franca Cruz)

Maldita expectativa. Não havia como não esperar uma superbanda da união do lendário baixista John Paul Jones, um dos arquitetos do Led Zeppelin, Josh Homme, o dono do Queens of the Stone Age, e Dave Grohl, o dono do Foo Fighters (aqui, na bateria). Ainda mais sabendo que Homme e Grohl, dois dos músicos roqueiros contemporâneos mais criativos, estão juntos (com Nick Oliveri e Mark Lanegan, é verdade) em um dos melhores discos de rock da década (Songs for the Deaf, do QOTSA). Them Crooked Vultures soam honestíssimos, mas não incríveis. E é aí que a expectativa pode derrubar um trabalho sério. A voz de Homme nunca foi melhor, e as melodias ora pop, ora tortas de “Mind Eraser, No Chaser” e “Warsaw or the First Breath You Take After You Give Up” provam isso. Mas “No One Loves Me & Neither Do I” e “Dead End Friends” parecem sobras de discos do QOTSA, sem o brilho químico que embala àquela banda. Já “Elephants” soa como Led e isso jamais pode ser desconsiderado. “Reptile” é o ponto alto, com hipnose psicótica sonora seguida de belo refrão. Esperava-se que este fosse um álbum histórico, nascido para cravar o nome desta banda na Pedra Sagrada do rock ‘n’ roll, mas não o é. E isso, não fosse, novamente, a expectativa criada, não seria um problema. Há muitos discos bons que não são ótimos e a gente gosta mesmo assim. Da minha parte, prometo menos expectativas daqui em diante. Da parte de todos esses jovens músicos cheios de talento e projetos paralelos, talvez seja hora de eles se dedicarem exclusivamente às bandas que alçaram à posição de super, digo, grandes figuras do rock.

sábado, dezembro 26, 2009

ALICE IN CHAINS – BLACK GIVES WAY TO BLUE

O Alice in Chains é uma banda maldita. Não apenas pelo triste fim do seu vocalista, em 2002, como pelo universo obscuro abordado nas canções. Só que neste álbum, primeiro sem Layne Staley, a energia macabra cede espaço à pura potência metal – que sempre foi o diferencial da banda sobre seus contemporâneos de Seattle. Com este trunfo, o grupo vence a desconfiança gerada pela volta após 14 anos, sem um membro-fundador, depois de dois álbuns de pouco sucesso comercial do líder Jerry Cantrell. Black convence por si só. William Duvall, o novo vocalista, se sai bem ao não tentar copiar o estilo distinto e provavelmente inimitável de Staley. Suas entonações são originais e, se por alguns momentos atingem a amplitude do falecido, é por uma semelhança natural entre os dois timbres. A ressonância da voz de Cantrell com a dele não propicia um casamento tão entrosado e, talvez por isso, o guitarrista está um pouco mais calado do que de costume. O baixista Mike Inez nunca se expôs tanto criativamente, e seu passado metaleiro dita o peso do álbum. Ele, Jerry Cantrell e Sean Kinney (bateria) parecem entrosados como nunca. Desconsiderando o importante passado do grupo, este poderia muito bem ser um grande álbum de estréia.

(texto extraído da Billboard Brasil # 01, outubro de 2009; autoria de Carlos Messias)

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O grunge voltou mesmo? Felizmente, não – apenas o Alice in Chains, ou 75% da última encarnação da banda. O fato de ser o primeiro disco de inéditas em 14 anos dá ainda mais crédito ao novo trabalho, que em nenhum momento soa como mera exploração do frequente revival noventista. Pode até ter sido o caso, mas o resultado é honesto, ao ponto de fazer eco ao material que fez o AIC o melhor expoente do rock pesado surgido nos anos 90. No instrumental, a fidelidade é implacável. Black Gives Way To Blue não poderia soar mais Alice in Chains, transbordando dos ingredientes para tanto – os riffs musculosos (“All Secrets Known”), os andamentos modorrentos (“Acid Bubbles”), as paredes de violões (“Your Decision”) e as esquizofrênicas harmonias vocais (“A Looking in View”). A sorte do grupo é ter ótimos músicos (Sean Kinney sempre será um dos bateristas mais subestimados de sua geração). Responsável pelos 25% da novidade, o vocalista William Duvall com certeza não é Layne Staley (morto em 2002), mas cumpre bem a tarefa de fazer a segunda voz ao lado de Cantrell. Não é de mudar o mundo, mas também não o estraga. E é quando o novo frontman se mete a soltar a voz sozinho que a diferença para Staley se evidencia: eles não soam tão assombradamente parecidos como a audição pouco atenta de “Check My Brain” dá a entender. É na verdade o timbre de Cantrell, enlouquecido e tão familiar, que nos remete aos bons tempos que não voltam mais – mesmo que a onda de revival insista em nos dizer o contrário.

(texto extraído da Rolling Stone # 38, novembro de 2009; autoria de Pablo Miyazawa)

domingo, dezembro 13, 2009

PEARL JAM – BACKSPACER

Depois de quase 20 anos, já ficou claro que a raiva é algo essencial para impulsionar o Pearl Jam. Esse sentimento já veio da fama excessiva, das desilusões amorosas, da morte de amigos e, nos últimos anos, da política americana. Backspacer é resultado da ausência de raiva (ou pelo menos da alta intensidade dela). Isso não quer dizer, de forma alguma, que o nono disco de estúdio do grupo seja lento. Eddie Vedder grita como se estivesse em 1991, um contraste em relação à contenção vocal do artista nos últimos anos – o que já é escancarado nas faixas de abertura, “Gonna See My Friend” e “Got Some”, ou em “Supersonic”, mais à frente. As três soam pueris – certamente uma vantagem, já que o U2 e o Coldplay já provêm o mundo com músicas intensas e densas. A primeira faixa de trabalho, “The Fixer”, deixa clara a intenção da banda em revitalizar sua sonoridade: as guitarras até podem soar pasteurizadas, genéricas, mas o arranjo vocal e os teclados soam ousados para uma banda tão tradicionalmente roqueira. Os admiradores da delicada fase solo de Vedder podem pular direto para as “irmãs” “Just Breath” e “The End”, românticas e com arranjos de cordas, ou para “Amongst the Waves”, uma narrativa sobre evolução pessoal, que poderia facilmente ter entrado em Yield (1998). Backspacer é um álbum instável, e sua vantagem está em conseguir se equilibrar entre esses vários momentos. Mais uma prova de que o grupo não quer só continuar, mas também evoluir.

(texto extraído da Rolling Stone # 37, outubro de 2009; autoria de Paulo Terron)

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Depois dos tempos áureos com Ten e VS. na primeira metade dos anos 90, e da sobriedade roqueira no final daquela década – com No Code e Yield, o Pearl Jam produziu discos consistentes de 2000 pra cá, mas nada que se destacasse no montante. E é essa situação que eles procuram corrigir com Backspacer – o titulo faz referência a tecla backspace de um teclado. A banda ainda não demonstra o ímpeto do início da carreira, porém extravasa uma energia que não se via há tempos. Amplia o recorrente universo hard rock, passeando pelo punk, pelo new wave e pelo rock de garagem. “Gonna See My Friend”, faixa de abertura, é uma paulada: riff dinâmico e barulhento, bateria violenta do excelente Matt Cameron e vocais animalescos de Eddie Vedder – dependendo da equalização do seu som, a voz fica quase imperceptível, tamanho a preponderância do instrumental na mixagem. “The Fixer” é um pós-punk singelo com levada moderada e refrão pop.“Just Breathe”, por sua vez, é uma balada que relembra a incursão solo de Vedder na trilha de Na Natureza Selvagem. “Supersonic”, com ritmo acelerado e fraseados de puro gozo guitarrístico, parece uma fusão entre Led Zeppelin e Ramones. Mais do que um trabalho sério, o Pearl Jam parece ter feito um disco por diversão. E o prazer do processo transparece nas gravações.

(texto extraído da Billboard Brasil # 01, outubro de 2009; autoria de Carlos Messias)

quarta-feira, dezembro 02, 2009

PETE YORN & SCARLETT JOHANSSON – BREAK UP

(texto extraído da Rolling Stone #36, setembro de 2009; autoria de Bruna Veloso)

Pete Yorn se inspirou em Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot para compor as canções de Break Up. Há cerca de três anos, antes mesmo de Scarlett Johansson lançar seu disco de estréia (o fraco Anywhere I Lay My Head, de 2008), Yorn pensou na atriz para “consumar” o projeto. Nem de longe a dupla modernosa se equipara ao casal francês – mas a parceria funciona, e canções como “Relator”, “I Don’t Know What To Do” e “Shampoo” (esta com um toque de bossa nova) mostram que a queridinha de Hollywood canta, sim, obrigado. Yorn já entende do riscado (caiu no gosto dos ouvidos norte-americanos com duas faixas na trilha de Eu, Eu Mesmo e Irene, em 2000), mas a graça está mesmo no vocais de Johansson. Aqui, a voz da loira não parece desconectada da melodia, como nos covers de Tom Waits, em seu debut fonográfico. A sonoridade da parceria fica entre o folk pubescente do She & Him e os hits radiofônicos de Colbie Caillat e Jason Mraz. Destaque para “I Am The Cosmos”, cover de Chris Bell: a incerteza dos versos tristes do ex-Big Star servem bem à “cantriz” – e poderiam embalar Cristina, personagem em seu último filme com Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona).

sábado, outubro 31, 2009

ARCTIC MONKEYS – HUMBUG

(texto extraído da Rolling Stone #36, setembro de 2009; autoria de Pablo Miyazawa)

Os sinais já eram evidentes em Favourite Worst Nightmare (2007), mas Humbug, o terceiro álbum dos Arctic Monkeys, escancara uma banda definitivamente amadurecida. Mas a culpa nem pode ser jogada apenas nas costas de Josh Homme: o dono do Queens of the Stone Age produziu a maioria das dez faixas, o que talvez explique as levadas mais sofisticadas de baixo e bateria, os riffs mais bem trabalhados, as guitarras saturadas. Curiosamente, os dois melhores momentos do disco não receberam o toque de Homme: “The Secret Door” e “Cornerstone”, balada lírica que melhor combinaria com o Last Shadow Puppets – o projeto paralelo do vocalista Alex Turner (cujo álbum foi produzido por James Ford, que também moveu os botões nas citadas faixas). Mas se houve uma evolução, ela claramente partiu dos próprios rapazes de Sheffield: basta ouvir Turner enfim cantar, com a voz sempre carregada de efeitos, elegância e ambições maiores. Até nos cabelos, quanta diferença. Parecia que os Monkeys poderiam passar a vida tocando na velocidade da luz e esbravejando sobre baladas maldormidas, mas o peso (da idade, da fama) enfim se fez sentir. Humbug passa longe dos ganchos memoráveis e da fúria teen que escorriam de Whatever People Say I Am, That’s What I Am Not (2006). É como se fossem bandas distintas, aquela que surgiu há quatro anos como “a salvação do rock” e a que se coloca de modo quase blasé nas impactantes “Crying Lightning” e “My Propeller”. Tanto refinamento é bem-vindo, mas também é sensível a perda de crueza, que, no fim das contas, representava mais da metade do charme do Arctic Monkeys. O caminho a ser percorrido agora é outro: fazer simples, pelo jeito, ficou fácil demais.

domingo, outubro 18, 2009

THE DEAD WEATHER – HOREHOUND

(texto extraído da Rolling Stone #35, agosto de 2009; autoria de Leonardo Dias Pereira)


Férias é uma palavra que não faz parte do vocabulário de Jack White. Nem bem encerrou os compromissos dos Raconteurs, seu último projeto ao lado de Brandon Benson, ele se embrenhou numa nova empreitada ao lado de novos parceiros. E desta vez atacando de baterista/vocalista. The Dead Weather, sua nova banda, é composta por membros ilustres como Alison Mosshart (ou VV), do The Kills, nos vocais principais e guitarras, Dean Fertita, do Queens of the Stone Age, nos teclados e guitarras, e “Little” Jack Lawrence, seu parceiro de Raconteurs, no baixo. Horehound, primeiro álbum da trupe, traz em suas rápidas faixas toda aquela sonoridade rascante do rock de garagem (“Hang You From The Heavens” e “New Pony”, cover enfurecida de Bob Dylan) e o verniz blues que tanto marcou os primórdios de seu White Stripes (“60 Feet Tall”), com algumas pitadas de funk metal (“Treat Me Like Your Mother”).

sexta-feira, setembro 11, 2009

KASABIAN – WEST RYDER PAUPER LUNATIC ASYLUM

(texto extraído da Rolling Stone # 35, agosto de 2009; de autoria de André Fiori)

O Kasabian, grupo inglês capitaneado pelo vocalista Tom Meigham e pelo guitarrista Sergio Pizommo, vem se mantendo firme no cada vez mais volátil universo do rock do século 21. O bem-sucedido lançamento de estréia, chamado apenas Kasabian (2004), foi saudado na época como uma atualização da sonoridade da virada das décadas de 80 para 90, notadamente o “Madchester” de bandas como Stone Roses, Happy Mondays e até Primal Scream. O segundo trabalho, intitulado Empire (2006), não foi lançado no Brasil, apesar de eles terem sido atração no festival Planeta Terra, em 2007. Assim chegamos a West Ryder Pauper Lunatic Asylum. O terceiro disco acrescenta uma certa psicodelia ao rock com bases eletrônicas que eles costumam praticar. Para a produção desse novo trabalho, foi chamado Dan The Automator (Gorillaz) para dar um auxílio caprichado aos rapazes. Como destaque, “Underdog” soa como a fase Xtrmntr do já citado Primal Scream, com um pouco mais de groove. “Where Did Our Love Go” é boa para as pistas; “Fast Fuse” é seguramente a mais roqueira do álbum. Já “Take Aim” é para cantar junto. “West Ryder Silver Bullet” tem orquestrações e a participação da atriz Rosario Dawson. A última faixa é “Happiness”, a balada que tem alguma coisa de Rolling Stones, mas que na verdade lembra muito Oasis (de quem eles têm aberto alguns shows na última turnê).