O Stone Temple Pilots retornou das cinzas, e o que poderia ser uma volta melancólica (ou a evidência de um processo irreversível de decadência) é capaz de surpreender os céticos. A conta é simples: o que Nº 4 (1999) e Shangri-La Dee Da (2001) tinham de soturno e agressivo, o novo disco tem de intenso e energético, uma atitude que seria de se esperar apenas de músicos estreantes. O detalhe é que o novo STP jamais soa como um grupo cujos membros já passaram dos 40 (o guitarrista Dean DeLeo faz 50 em 2011) e que coleciona causos de brigas internas e abuso de drogas – principalmente o vocalista Scott Weiland, que muitos acham surpreendente o fato de ainda estar vivo. E é a voz do frontman o grande achado: brilhante, às vezes estilizada, ela jamais remete à rouquidão quase depressiva expressada nos últimos discos. Também não há baladas de cortar os pulsos, como “Creep”, nem épicos melancólicos, como “Plush”. O clima está mais para o alto-astral incontido de rocks diretos como “Big Bang Baby” (de Tiny Music, de 1996). “Between the Lines” resume o ar de empolgação, que se estende por “Huckleberry Crumble” e “Hickory Dichotomy” – esta marcada por um riff atrevido de country e pelo baixo sempre robusto de Robert DeLeo. Havia grandes chances de essa retomada ser um vexame homérico. Não foi. É esperar para ver quanto tempo dura a trégua.
OBS: também estou aqui agora. É tipo uma versão drops do S&D que você já conhece, com pequenas pérolas do meu dia-a-dia. Prestigie!
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