segunda-feira, fevereiro 15, 2010

THEM CROOKED VULTURES - IDEM

(texto extraído da Rolling Stone # 39, de dezembro de 2009; autoria de Ricardo Franca Cruz)

Maldita expectativa. Não havia como não esperar uma superbanda da união do lendário baixista John Paul Jones, um dos arquitetos do Led Zeppelin, Josh Homme, o dono do Queens of the Stone Age, e Dave Grohl, o dono do Foo Fighters (aqui, na bateria). Ainda mais sabendo que Homme e Grohl, dois dos músicos roqueiros contemporâneos mais criativos, estão juntos (com Nick Oliveri e Mark Lanegan, é verdade) em um dos melhores discos de rock da década (Songs for the Deaf, do QOTSA). Them Crooked Vultures soam honestíssimos, mas não incríveis. E é aí que a expectativa pode derrubar um trabalho sério. A voz de Homme nunca foi melhor, e as melodias ora pop, ora tortas de “Mind Eraser, No Chaser” e “Warsaw or the First Breath You Take After You Give Up” provam isso. Mas “No One Loves Me & Neither Do I” e “Dead End Friends” parecem sobras de discos do QOTSA, sem o brilho químico que embala àquela banda. Já “Elephants” soa como Led e isso jamais pode ser desconsiderado. “Reptile” é o ponto alto, com hipnose psicótica sonora seguida de belo refrão. Esperava-se que este fosse um álbum histórico, nascido para cravar o nome desta banda na Pedra Sagrada do rock ‘n’ roll, mas não o é. E isso, não fosse, novamente, a expectativa criada, não seria um problema. Há muitos discos bons que não são ótimos e a gente gosta mesmo assim. Da minha parte, prometo menos expectativas daqui em diante. Da parte de todos esses jovens músicos cheios de talento e projetos paralelos, talvez seja hora de eles se dedicarem exclusivamente às bandas que alçaram à posição de super, digo, grandes figuras do rock.

Um comentário:

Marlo (The Batman) disse...

Nossa, que comentário legal esse aí...

Eu até que gostei desse disco, mas achei que seria um clássico instantâneo - e, infelizmente, não é.