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quarta-feira, fevereiro 16, 2011

RÁPIDO & RASTEIRO

:: O Foo Fighters finalmente anunciou o nome de seu novo disco, o sétimo de estúdio. Será chamado Wasting Light, e o primeiro single é da música “Rope”. E como disse antes, o lançamento será dia 12 de abril. Esse vale a pena ter o CD original! E já tem clip novo, da música “White Limo”, com participação do Lemmy, do Motorhead. Pesadaço o som, lembra o Queens of the Stone Age. Olha só:

:: Os Rolling Stones lançará em abril um box contendo singles das últimas 4 décadas. The Rolling Stones Singles (1971-2006) terá 45 singles, de Brown Sugar, de 1971 até Biggest Mistake, de 2006, com seus respectivos lados B, totalizando nada mais, nada menos que 173 músicas. Pra ficar com água na boca:

:: E o Radiohead pegou meio mundo de surpresa ao anunciar o lançamento de seu novo disco, The King of Limbs, já para o próximo sábado, quando estará disponível para download oficial. A versão física sairá apenas em 9 de maio. Numa época quando qualquer detalhe bobo de uma banda, filme ou série ganha contornos de grande notícia nos sites, acho uma boa o Radiohead já chegar chutando tudo, já anunciando que está tudo pronto e que já vai ser lançado.

:: Metallica entrando em estúdio para gravar o que não será um disco 100% Metallica (como assim?! Garage Days Revival?!); PJ Harvey de disco novo, Let England Shake (achei estranho, preciso ouvir mais); novo single dos Strokes, “Under Cover Of Darkness” (não me empolguei, como suspeitava); Soungarden trabalhando em músicas novas (finalmente!) etc, etc... Impressão minha ou 2011 começa bem agitado?

quarta-feira, março 17, 2010

15 DISCOS ESSENCIAIS DOS ANOS 90

(texto extraído da revista Bizz Especial - A História do Rock)

PRIMAL SCREAM – SCREAMADELICA (1991)

Carne e espírito em comunhão. O Primal Scream se expande pelas pistas de dança pregando o nirvana segundo Timothy Leary. Via rock, psicodelia, dance, gospel, r&b, ecstasy, Bobby Gillespie prestou um serviço ao pop ao abrir uma fresta para que todos vissem o que se passava nas baladas que nunca terminavam – e Smiley virou o paz & amor de uma nova geração.

NIRVANA – NEVERMIND (1991)

O problema de discos feitos para projetar uma banda é que, às vezes, eles realmente a projetam. Mas nem a gravadora nem o trio de Seattle poderiam supor o quão maior que o REM (a referência indie em majors) o Nirvana se tornaria. Pra lá de merecido: Nevermind tem aquele quê de revolução, ingenuidade e apelo popular que marcou todos os grandes discos do rock.

PEARL JAM – TEN (1991)

O grunge para as massas. Com Ten o Pearl Jam recauchutou a sonoridade do Led Zeppelin inserindo solos com a impressão digital de Jimi Hendrix. Um festival de hits que incluía da épica “Black” à viajandona “Oceans”. Sofredor, poeta incompreendido e vítima da sociedade, Eddie Vedder, seu vocalista, personificava como ninguém o Jim Morrison da geração Seattle.

U2 – ACHTUNG BABY (1991)

Na contramão de seus últimos álbuns “americanos”, neste o U2 voltou seu satélite novamente para a Europa. Se isolou em Berlim, no mesmo estúdio em que Bowie fez história na década de 70, e teceu texturas e sonoridades redefinindo a música nos anos 90. Moderno, brilhante e pretensioso. Mais de uma década depois de nascer, o U2 continuava a apontar na direção do futuro.

RED HOT CHILI PEPPERS – BLOOD SUGAR SEX MAGIK (1991)

Montado na corcunda do monstro em que se transformou este álbum duplo, é difícil lembrar como a banda chegou até ele: por uma serra cheia de curvas e descidas, em frangalhos, com overdoses, fracassos e mortes na carteira. Ao expressar as dores por trás da putaria (“Under the Bridge”), o grupo avançou do tempo em que só usava meias. Mas o sexo ainda aparece firme em “Give It Away”.

METALLICA – METALLICA (1991)

Quando o Metallica fechou a trilogia sagrada dos anos 80 (Kill´Em All, Ride The Lightning e Master of Puppets), pairava no ar a sensação de que a banda não tinha mais nada a provar no reino metal. Ledo engano. Metallica elevou-os à condição de reis. Com um pezinho no pop – para desespero dos fãs “roots”-, o mundo começava a sentir o gostinho daquela sonoridade mais cortante que a espada de Conan.

FAITH NO MORE – ANGEL DUST (1992)

Todo mundo esperava algo ainda mais pop e grundento do que The Real Thing para lançar o FNM aos píncaros da glória... Bem, quem mandou esperar? A banda veio com um monstro de três cabeças com geleca verde escorrendo pela boca. Angel Dust foi uma rasteira histórica no óbvio, um dos discos mais bizarros e inventivos do rock pesado de todos os tempos. O nu-metal deve as cuecas a esse marco.

REM – AUTOMATIC FOR THE PEOPLE (1992)

Mais do que um belíssimo registro, Automatic... é a prova de como se chegar ao topo mantendo sua carreira imaculada dez anos após seu primeiro trabalho. Escalado o degrau do underground para o mainstream, neste álbum – carregado de letras introspectivas – , a banda realizou uma coletânea de canções acústicas deslumbrantes, resultando no seu disco mais aclamado.

BLUR – PARKLIFE (1994)

As duas torres do britpop – versão anos 90 – atendem pelos nomes de Oasis e Blur. Com Parklife, a banda de Damon Albarn apresentou sua gama de influências formatadas em 16 canções de puro bom gosto e brilhantismo. Fundido psicodelismo, disco, punk e rock inglês, a porção intelectual/cabeça do gênero mostrou aos garotos de rua do Oasis que música boa também se faz desse jeito.

OASIS – (WHAT´S THE STORY) MORNING GLORY? (1995)

A responsa de marcar mais um golaço em seu segundo álbum retraiu a banda de Manchester, que amava os Beatles e os discos-solos dos Beatles. As guitarras em profusão de seu debute cederam espaço a violões e cordas, numa clara busca de tabelar com o maior número de pessoas – especialmente os fãs americanos. “Wonderwall” foi o drible entre as pernas que o quinteto necessitava para estufar as redes no mundo todo.

SMASHING PUMPKINS – MELLON COLLIE AND THE INFINITE SADNESS (1995)

Entre a turma alternativa que chegou à divisão oficial nos anos 90, o grupo de Billy Corgan era o que menos tinha medo de mostrar o rabo pontudo do metal. Aqui, a ambição foi além do que a estética punk de seus pares permitia. Mas quando a indulgência parece sair do controle, como na orquestrada “Tonight, Tonight”, surge um rock básico como “1979” para lembrar que há mais gente ouvindo o disco.

BECK – ODELAY (1996)

O loser de mentira revela toda a capacidade de dragar referências estilísticas no segundo disco. Nunca o bizarro foi tão dançante e pop – Beck fez cair por terra o mito de que as pistas exigem o óbvio. As colagens são de fundir a cuca – os Dust Brothers ajudaram o pequeno gênio -, mas “Devil´s Haircut” e o rap velhaco “Where It´s At” correm pela espinha dorsal sem dificuldade.

RADIOHEAD – OK COMPUTER (1997)

Lançado no auge da fixação pela música eletrônica, Ok Computer foi a tábua de salvação dos que aguardavam o “próximo passo” do pop movido a guitarras depois do grunge. Ainda que, em momentos como “Subterranean Homesick Alien” ou “Electioneering”, o disco soe como um amálgama entre a inspiração humana e a crueldade robótica, totalmente criada à base da eletricidade.

PRODIGY – THE FAT OF THE LAND (1997)

Se o Prodigy traiu o movimento, isso é discutível. Mas foi com um formato de banda de rock (ainda que um integrante só dançasse de modo besta) que a música eletrônica pôde armar festivais para as massas. Questão estilística à parte, Fat of the Land é poderoso, com refrões mortíferos, climas sombrios e “crescendos”. “Smack My Bitch Up”, “Breath”, “Firestarter”, “Serial Thrilla” – a fila de hits parece um best of.

CHEMICAL BROTHERS – DIG YOUR OWN HOLE (1997)
O baixo cavalar de “Block Rockin´ Beats” (remetendo direto a “Let There Be More Light”, do Pink Floyd) mata a charada que o single “Setting Sun” (clonada de “Tomorrow Never Knows”, dos Beatles) levantou. Os Chemicals eram eletrônica até o último (big beat, “batidão”, se dizia), mas, no fundo, não passavam de dois ripongos fazendo psicodelia para a geração raver.

domingo, março 22, 2009

ESPECIAL RADIOHEAD PT 2

Já já começa o show do Radiohead em São Paulo. Irei conferir no Multishow. Espero que não façam (muita) merda (tô falando do canal, não da banda). Para ir entrando no clima, abaixo trago o texto sobre o esquizofrênico, maluco e chapado Kid A, sucessor do Ok Computer e que deixou muita gente surpresa com a viagem sonora de Thom Yorke e cia. O autor do texto, José Flávio Junior, o compara à In Utero, do Nirvana, e Automatic For The People, do R.E.M.. Colocaria também na lista Angel Dust, do Faith No More. Sem mais delongas, vamos ao texto, publicado na Bizz de outubro de 2000.


RADIOHEAD - KID A


Tudo faz sentido no quarto álbum do Radiohead. Pegue exemplos recentes e reflita: o que o Nirvana fez depois de Nevermind? O que o R.E.M. fez depois de Out Of Time? Kid A, com sua falta de poesia, com sua falta de guitarra, com sua falta de estrofes e refrãos, equivale ao que a brutalidade de In Utero significou para o trio de Kurt Cobain e à leveza semi-acústica que Stipe, Berry, Buck e Mills conseguiram com Automatic For The People. Ou alguém acha que não existe sofrimento em se tornar o maior expoente de um gênero musical, ser o progenitor da obra mais aguardada do ano? Ainda mais para uma banda que foi motivo de piada pela crítica quando apareceu com seu primeiro single nas paradas.
O disco é complicado? Sim, até indigesto, mas não deixa de ser envolvente e de esbanjar qualidades. Quem conhece mesmo Radiohead vai fazer com Kid A o mesmo que uma criança faz quando recebe um ovo de páscoa enorme, que pelo barulho indica estar cheio de bombons. A surpresa é que esse ovo do Radiohead é oco. Ou pode parecer.
Até o meio do disco, é possível arrancar exatas 19 frases completas e diferentes de Thom Yorke. Só, e com muito custo. A abertura, com "Everything In Its Right Place", é fenomenal, envolve pela repetição dos quatro versos. "Kid A", a seguinte, é incompreensível. A voz de Yorke passa por um vocoder do além que não dá a mínima chance ao ouvinte de entender algo. Faz lembrar Tortoise. Com uma linha de baixo ameaçadora, "National Anthem" prossegue a viagem com bateria jazzy e saxofones dissonantes. Bate uma vontade de chacoalhar o corpo como faz o vocalista, que completa mais duas frases. Vem "How To Disappear Completely", com cordas adulteradas, e o clima hipnótico e claustrofóbico da obra se acentua com os versos "Eu não estou aqui/Isto não está acontecendo". "Treefingers" não tem letra, só sobreposição de órgãos.
Aí você respira fundo, porque dos 50 minutos de duração só se passaram 25. "Optimistic" é a que mais se aproxima de algo que poderia tocar no rádio. E é bem quando você está pensando nisso que entra um epílogo chamado "In Limbo" e a canção bate os 8 minutos e 49 segundos. Não, não vai tocar no rádio. "Idioteque": essa pode até mudar o conceito das pessoas sobre o que é música, a obra-prima do Radiohead. Por cima de uma base eletrônica, Yorke parece estar narrando um acidente de avião ou de navio e põe o fã no meio da agonia. Alguns vão desligar o aparelho de som depois dessa. Outros ainda vão ouvir o loop humano de bateria que conduz "Morning Bell", as harpas e o clima Walt Disney de "Motion Picture Soundtrack" e uma vinheta, escondida e sem relevância.
Quem acompanhou o martírio que foi a confecção desse disco, talvez já estivesse esperando tamanha "esquisitice". "Ora, OK Computer não parecia nada fácil à primeira audição e foi o estrondo que foi", poderia se pensar. Mas, não. Kid A é um disco pós-Radiohead (recuse se tentarem vendê-lo como pós-rock). Aquele som que virou o som do Muse e de milhares de bandinhas mundo afora, não pertence mais ao quinteto que o criou. O Radiohead enxergou a situação e trilhou um novo caminho. Gênio.

quinta-feira, março 19, 2009

ESPECIAL RADIOHEAD PT 1 (AGORA VAI!)

"Que burro, dá zero pra ele!" Pois é, o idiota aqui fez merda e postou um texto (texto alheio, por sinal) que já tinha postado antes. A crítica da Bizz sobre o The Bends está, desde 8 de junho de 2006, nesse mesmo batblog de merda. Se ainda se interessar (tem um texto introdutório meu que ficou minimamente legível) você pode conferir clicando aqui. Prometo que, como penitência, irei ler mil vezes as dicas que o Marcelo Camelo deu na última página da Rolling Stone de fevereiro (quem conferiu sabe do baita sacríficio que farei).
Movin' on! Para corrigir essa mancada imperdoável, confira abaixo o texto de Zeca Camargo (ele mesmo) sobre a obra-prima Ok Computer, CD que contem nada mais, nada menos, a música que inspirou meu nome de batismo no mundo virtual, "Paranoid Android", além de "Let Down", "Karma Police", "No Surprises" e outras maravilhas sonoras saídas da alma atormentada de Thom Yorke. O texto saiu na Bizz de agosto de 1997. E se quiser se aprofundar no tema, tem outro texto sobre Ok Computer aqui. Enjoy!



RADIOHEAD - OK COMPUTER

Se fosse para descrever o que OK Computer realmente nos inspira a fazer, esta resenha não poderia nem estar sendo publicada pela SHOWBIZZ - sairia na Playboy. Mas, respeitando princípios básicos da decência, vamos dizer que o novo CD do Radiohead é uma obra-prima da sensualidade. Calma: não é aquela sensualidade óbvia, à la kama sutra e outras bobagens. O prazer de ouvir cada faixa de OK Computer vem de algo muito básico no rock - ou no pop, ou no gênero que você achar melhor -, que foi esquecido há tempos: boas composições. Do momento em que você é seqüestrado pelas duas primeiras músicas ("Airbag" e "Paranoid Android"), não tem resgate que o faça voltar. A primeira, com aquele refrão poderoso, e a segunda, com suas pretensões - perfeitamente preenchidas - de ser uma "Bohemian Rhapsody" compacta: um duplo ataque, quase uma covardia ao ouvinte que se acostumou a viver sem melodia. E por falar nela (a melodia), essas bandinhas por aí podiam aprender uma coisinha ou duas com outras faixas de OK Computer. Como "Let Down" ou "No Surprises". É um prazer saber que alguém ainda se preocupa em fazer músicas sedutoras, envolventes, hipnóticas e brilhantes como essas. Mesmo quando a banda pega pesado ("Electioneering") ou fica mais obscura ("Climbing Up The Walls"), dá para sentir claramente que o Radiohead não perde o instinto básico do entretenimento - de seus membros e fãs. Se não fosse a possibilidade de o Portishead lançar um disco até dezembro, já daria para falar que esse Radiohead é o álbum do ano... Quem gostou de The Bends e/ou por um sacrilégio perdeu Pablo Honey, todo atraso será perdoado ao ouvir OK Computer. Aliás, pode acreditar: uma banda que é boa assim de títulos não pode ser ruim de som.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

LINKS!!!

Dois textos do Scream & Yell para já!


:: Ocean Rain, um dos melhores álbuns já feitos - O quarto disco do Echo and The Bunnymen completa 25 anos e ganha uma bela edição especial que traz como bônus a apresentação do grupo no Royal Albert Hall, em Londres, 1983. Leia texto completo.


:: Pablo Honey, obra-prima do Radiohead - Por mais que o Radiohead tenha se tornado genial na dupla OK Computer/Kid A, ele nunca foi tão sincero quanto na estréia, um disco embalado por angústia e riffs de guitarra. Leia texto completo.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

MUSIC NEWS

:: Supergrass lança novo álbum em março. O disco, chamado Diamond Hoo Ha, é o sexto dos caras. Detalhes aqui.
:: Sai a programação do Coachella 2008, incluindo The Verve, Raconteurs, Portishead e Roger Waters. Confira lista completa aqui.
:: In Rainbows, álbum do Radiohead lançado primeiramente pela internet, ganha formato físico nacional em fevereiro. Noticiado aqui.
:: Chinese Democracy, o mais que prometido disco do Guns N' Roses, pode sair apenas pela internet. E o álbum seria apenas a primeira parte de uma trilogia! Se você ainda acredita no Axl, leia detalhes aqui.
:: Depois de um intervalo de mais de 10 anos, o Portishead anunciou que o terceiro álbum da banda, intitulado de simplesmente Third, deve chegas às lojas em abril. Se você, como eu, acredita em Beth Gibbons e cia, clique aqui.

sábado, dezembro 15, 2007

OS SHOWS DE CORNELL, RADIOHEAD, COLETÂNIA DO MORRISSEY E AS MAIS BAIXADAS DE 2007

::O show de Chris Cornell no Rio e em São Paulo.
::Radiohead espera trazer nova turnê para o Brasil. E o batera Phil Selway fala sobre In Rainbows. Veja
aqui.
::Morrissey lançará coletânea de sua carreira solo com duas inéditas. Clique
aqui.
::As músicas mais baixadas do ano no iTunes. Confira
aqui.

terça-feira, dezembro 04, 2007

G1 ELEGE MELHORES E PIORES NA MÚSICA EM 2007

Jornalistas e colaboradores escolhem os maiores destaques e os micos deste ano. Radiohead, LCD e Roberto Carlos estão entre os artistas que fizeram barulho. Confira aqui.

quarta-feira, julho 11, 2007

20 DISCOS QUE MUDARAM O MUNDO pt.7

(texto extraído da revista ZERO nº 8)

RADIOHEAD
OK COMPUTER

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Lançamento: 10 de julho de 1997
Nas paradas: nº 21 no Top 200 Pop da Billboard
Algumas influências: Pink Floyd, REM, The Smiths, Nirvana, King Crimson
Alguns influenciados: Beta Band, Sigur Rós, Mercury Rev, Flaming Lips


Após o excelente The Bends, de 95, o Radiohead levou dois anos para parir seu “manifesto cabeça” Ok Computer. A estranheza com o disco conceitual, que trocava a guitarreira pelo debate da relação homem-máquina no final do século (discussão que ganhou proporção absurda com o fenômeno Matrix) levou algum tempo para ser absorvida. Mas quando as interrogações tornaram-se exclamações nas cabeças das pessoas, nada as demoveu da certeza de estarem ouvindo um dos discos mais belos da história. Poucos cantaram com tanta emoção quanto Thom Yorke, que caminhava do falsete ao choro convulsivo amparado por uma sinfonia de detalhes e melodias e barulhinhos. Com Ok Computer a criatividade na música alcançou novo patamar. E é daquelas obras que deixam as pessoas sedentas por mais, por extrair tudo o que podem de sua “mensagem”. Confira algumas descobertas dos anos posteriores ao lançamento:
- No encarte, na letra de “Airbag”, há um código: “1421421”. A especulação é de que se trata de uma referência a um livro de Douglas Adams, que conclui que o “significado do Universo é 42”. O número 1 seria a repetição da pergunta: “Qual o significado do Universo?”.
- Na letra de “No Surprises”, a referência é “ocmcocmcocmk”, que pode dizer respeito ao monóxido de carbono (CO) de que Yorke fala na música.
- As letras do disco estão escritas de maneira desordenada. A única exceção é a de “Fitter Happier”, o que indica que apenas as máquinas são organizadas.
- Na parte de trás do encarte, há um número: “18576397”. Os músicos negam, mas trata-se do momento exato em que o disco foi concluído: 18h57 de 6/3/97.

Efeitos no Brasil: Os blips e blops não conquistaram o país, que preferia reverenciar o rock moleque de conjuntos como Charlie Brown Jr e Raimundos.
Enquanto isso...: Puff Daddy & Faith Evans reinavam no mundo pop com “I’ll Be Missing You”. Só perderiam o posto algumas semanas depois, e só na Inglaterra, pros locais do Oasis, que roubavam a cena com “Do You Know What I Mean?”. No resto do mundo: em Miami, o estilista italiano Gianni Versace é assassinado a tiros; morrem os atores James Stewart e Robert Mitchum, também nos EUA; Mike Tyson é suspenso por ter mordido a orelha de Evander Hollyfield, e Hong Kong é devolvida pela Inglaterra à China.

sábado, fevereiro 03, 2007

CD OU DOWNLOAD?

Comprar o CD oficial ou baixar tudo na Internet? Eis a grande questão que seria feita por Hamlet se a famosa estória de Shakespeare fosse transportada para os dias atuais. Confira o que alguns roqueiros da terra da rainha falaram sobre o assunto:
“CD? Como era mesmo que isso funcionava? Foi há tanto tempo...” (Thom Yorke, do Radiohead)

“Tenho minhas assistentes para baixar músicas. Se quero ouvir ‘Fly Like An Eagle’, dos Neville Brothers, aí chamo uma das minhas filhas e uns minutos depois ela me traz a música num desses aparelhinhos. Se eu compro CDs? Ora, eu sou o Keith Richards, nunca comprei um disco na vida. Eu entro em qualquer loja e eles dão.” (Keith Richards, dos Rolling Stones)

“Baixar músicas? Eu não tenho um computador, estou imune a essa merda.” (Noel Gallagher, do Oasis)

“Nunca baixei uma canção. Acho que deve até ser legal, mas eu sou tradicional. Gosto de ir numa loja, de bater papo com o balconista adolescente mal remunerado que veste uma camisa velha do Oasis.” (Richard Ashcroft, ex-Verve e em carreira solo atualmente)

“Eu não baixo músicas, mas não sou contra. É que nunca tive e não vou ter um iPod. Fones de ouvido me lembram do meu trabalho, não uso fones fora do estúdio.” (Paul McCartney, do... como era mesmo o nome da banda onde ele tocava?!)

“Eu baixo músicas na Internet, não compro um CD há décadas. Bem, todo mundo sabe que sou um usuário assíduo da rede, não?” (Pete Townshend, do The Who)
E o que eu acho de tudo isso? Bem, sou como o Ashcroft, sou meio “das antigas”. Gosto do formato álbum, gosto de colocar a bolachinha (ou o bolachão, na época dos vinis) para tocar, pegar o encarte e ver as letras e tal, gosto do cheirinho de novo quando abrimos o pacote do disco. Mas sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, não posso gastar muito com esse hobby. Lembro que quando meu pai comprou um aparelho de som com CD Player, lá por 1994, num período de um ano comprei mais de 100 CDs, e depois disso mantive uma média acima dos 50 discos anuais. Hoje se essa média chegar aos 15 é muito. Além de não ter muita grana, os CDs estão muito caros agora. Então baixo uma música aqui e ali, no limite que minha conexão discada permite. Ainda assim baixo pouco, até porque não estou muito animado com a situação que nós vivemos no mundo musical e prefiro ouvir meus discos antigos mesmo. Mas é certo que essa era de downloads veio para ficar, e não dá para ficar imune a isso, e fico meio entristecido sabendo que esse formato de uma banda se reunir em estúdio para gravar 10, 12, 14 músicas para um álbum está com os dias contados. Será que não teremos jamais um novo Sgt. Peppers, um novo Dark Side, um novo Pet Sounds, um novo Rocket To Russia, um novo Nevermind?!