domingo, novembro 21, 2010

A ONDA

A Onda (Die Welle no original) mostra em sua trama a história de um professor que cria uma experiência ao ensinar autocracia para os alunos. Autocracia é uma maneira suave de se referir a regimes como a ditadura, tirania, fascismo ou totalitarismo. A aula começa com uma discussão sobre o nazismo, que aquilo nunca aconteceria novamente, que os alemães aprenderam a lição e tal.

O professor decide então que a melhor maneira de ensinar o tema é criando uma autocracia em plena sala de aula. De início apenas exige que os alunos se levantem antes de falar ou que usem todos o mesmo tipo de vestimenta. Mas, com a empolgação dos próprios alunos, que começam a gostar da “brincadeira”, a coisa começa a crescer. O grupo logo adota um nome, a Onda do título, criam um logotipo, espalham suas mensagens via internet etc, indo para bem além dos muros da escola.

Alguns alunos, antes excluídos, se veem pertencentes a um grupo, passam a defender uns aos outros, organizam festas e excluem qualquer um que não partilhe das ideias da Onda. Ou seja, A Onda passa a ser o estilo de vida deles, e pregam sua nova filosofia sem questionar o que há de errado nela. Claro que as coisas começam a sair do controle, e o professor, apesar de alertado por uma aluna dissidente de sua aula, só toma conhecimento disso quase que tarde demais.

Não vou contar mais para não estragar as surpresas que esse filme nos proporciona (o final é ímpar!). Digo apenas que vale muito a pena, é um dos melhores que vi este ano, e para quem curte aqueles filmes que nos fazem pensar, A Onda é um prato cheio. E eu não sou especialista em cinema alemão, mas o pouco que vejo dele é no mínimo interessante. Edukators, Adeus, Lênin, Corra, Lola, Corra, Anatomia, porra, é tudo bom!