OASIS - THE MASTERPLAN
Coletânea de lados B surpreende pela qualidade
Esqueça o enjoativo Be Here Now: o Oasis reaperece muito melhor em The Masterplan. É um disco com o dedo dos fãs, que escolheram o repertório via Internet. A partir da abertura faiscante com "Aquiesce", o que aparentemente seria mais um repetitivo balaio de sobras obscuras e lados B desprestigiados virou um Frankenstein do bem - é desde já um dos melhores trabalhos do grupo inglês. Como o título ("o plano de mestre") sugere, parece desenhar um todo: primeiro, descarta obviedades (os eflúvios de Lennon & MacCartney se fazem bem menos perceptíveis), através de uma vitamínica variação de climas e ritmos; depois, revela um Noel Gallagher mais reflexivo, que parece ter guardado seus escritos mais pessoais sobre solidão e idade ("sou mais velho do que gostaria", lamenta em "Rockin’ Chair") para depois da farra. Por último, mostra ele e o brother Liam revezando-se igualmente nos vocais. Poucas vezes o Oasis ecoou tão pesado, "sujo" e exercitando microfonias como em "Fade Away", "Swamp Song" - esta ao vivo, assim como "I’m The Walrus", dos Beatles -, "It’s Good (To Be Free)" e "Headshriver". Baladas arrasa-quarteirão do calibre de "Talk Tonight" e "Going Nowhere" (com belo arranjo de cordas) deixam no chinelo qualquer similar anterior. Com tão redentora e saudável volta à garagem, dá até pra perdoar os shows meia-boca que o quinteto costuma fazer.
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