Pois é, amigos, hoje faz quinze anos que o Kurt tirou sua própria vida (o corpo foi encontrado dia 8, mas a autópsia revelou que ele estava morto desde o dia 5). O tempo urge (e ruge) e é imperdoável. Lembro que, quando comecei a curtir rock e lia algo sobre o movimento punk dos anos 70, aquilo me parecia tão distante, um outro mundo. E agora já passou 15 anos da morte de Kurt e quase 18 anos do lançamento de Nevermind, mais ou menos o mesmo tempo entre o auge do punk e o início da década de 90.
Bem, quem acompanha com certa frequência esse espaço virtual já sabe da importância de Kurt e do Nirvana na minha formação musical. Quando saiu Nevermind e ouvi (e vi) pela primeira vez “Smells Like Teen Spirit” no saudoso Kliptonita, programa de videoclipes da Record, foi um baque. Eu, que nunca tinha dado bola ao rock pesado, não fiquei imune ao que passava na telinha. Eram tempos diferentes, discos de rock não eram fáceis de serem encontrados nas lojas aqui da cidade, principalmente de uma banda que acabara de estourar. O que eu podia fazer senão comprar uma fita K-7 e esperar tocar algo da banda nas FMs? E foi assim que passei a ter contato com “Lithium”, “Come As You Are”, “In Bloom”, “Stay Away” e “Lounge Act”. Sim, para espanto das gerações mais novas, isso tocava nas rádios de Campina Grande na época, lembro até de ter rolado especiais com Faith No More e Metallica, dá pra acreditar?!
Em 93 tivemos a histórica apresentação dos caras no Hollywood Rock, transmitido pela Globo. Aquilo foi o que me faltava pra me debandar para o mundo do rock de uma vez. O show não teve nada de profissional, parecia um (péssimo) ensaio, mas apesar disso, ou talvez por isso mesmo, achei sensacional! Bastou a dobradinha “Polly” e “About a Girl” para me conquistar. E a quebradeira, a cusparada nas câmeras e a microfonia durante a ainda inédita “Scentless Apprentice” serviram para confirmar que tinha encontrado meu nirvana. A interrupção da transmissão, com a Globo temendo mais bizarrices por parte de Kurt, veio tarde. O estrago estava feito. Finalmente tinha encontrado um tipo de música que combinava com minha visão da vida (e do mundo).
Passou-se pouco mais de um ano, outras bandas entraram no meu radar rock ‘n’ roll, já tinha todos os vinis do Nirvana, andava ao lado da galera do mal no colégio, quando chegou o fatídico dia. Oito de abril de 1994, uma sexta-feira. Estava trancado no quarto ouvindo um K-7 com o álbum Dirt do Alice In Chains gravado, acompanhando as letras numa revista que tinha comprado naquela tarde. Meu pai bate na porta para dar as más noticias. Corri para a TV para ver Boris Casoy falar da morte de meu ídolo. Na época isso não passava pelas nossas cabeças, mas pensando bem, prestando atenção em todos os sinais, não havia outra maneira das coisas acabarem senão em uma tragédia, um suicídio.
Quinze anos depois continuo no circo rock ‘n’ roll, novas e boas bandas continuam a aparecer, mas nada como naqueles velhos tempos. Sei lá, talvez eu esteja velho e rabugento, mas a cada dia que passa tenho mais certeza que nunca mais encontrarei músicas que mexeram tanto com a minha cabeça como àquelas compostas por Kurt Cobain. Rest in peace, Kurt, um dia você consegue.
Bem, quem acompanha com certa frequência esse espaço virtual já sabe da importância de Kurt e do Nirvana na minha formação musical. Quando saiu Nevermind e ouvi (e vi) pela primeira vez “Smells Like Teen Spirit” no saudoso Kliptonita, programa de videoclipes da Record, foi um baque. Eu, que nunca tinha dado bola ao rock pesado, não fiquei imune ao que passava na telinha. Eram tempos diferentes, discos de rock não eram fáceis de serem encontrados nas lojas aqui da cidade, principalmente de uma banda que acabara de estourar. O que eu podia fazer senão comprar uma fita K-7 e esperar tocar algo da banda nas FMs? E foi assim que passei a ter contato com “Lithium”, “Come As You Are”, “In Bloom”, “Stay Away” e “Lounge Act”. Sim, para espanto das gerações mais novas, isso tocava nas rádios de Campina Grande na época, lembro até de ter rolado especiais com Faith No More e Metallica, dá pra acreditar?!
Em 93 tivemos a histórica apresentação dos caras no Hollywood Rock, transmitido pela Globo. Aquilo foi o que me faltava pra me debandar para o mundo do rock de uma vez. O show não teve nada de profissional, parecia um (péssimo) ensaio, mas apesar disso, ou talvez por isso mesmo, achei sensacional! Bastou a dobradinha “Polly” e “About a Girl” para me conquistar. E a quebradeira, a cusparada nas câmeras e a microfonia durante a ainda inédita “Scentless Apprentice” serviram para confirmar que tinha encontrado meu nirvana. A interrupção da transmissão, com a Globo temendo mais bizarrices por parte de Kurt, veio tarde. O estrago estava feito. Finalmente tinha encontrado um tipo de música que combinava com minha visão da vida (e do mundo).
Passou-se pouco mais de um ano, outras bandas entraram no meu radar rock ‘n’ roll, já tinha todos os vinis do Nirvana, andava ao lado da galera do mal no colégio, quando chegou o fatídico dia. Oito de abril de 1994, uma sexta-feira. Estava trancado no quarto ouvindo um K-7 com o álbum Dirt do Alice In Chains gravado, acompanhando as letras numa revista que tinha comprado naquela tarde. Meu pai bate na porta para dar as más noticias. Corri para a TV para ver Boris Casoy falar da morte de meu ídolo. Na época isso não passava pelas nossas cabeças, mas pensando bem, prestando atenção em todos os sinais, não havia outra maneira das coisas acabarem senão em uma tragédia, um suicídio.
Quinze anos depois continuo no circo rock ‘n’ roll, novas e boas bandas continuam a aparecer, mas nada como naqueles velhos tempos. Sei lá, talvez eu esteja velho e rabugento, mas a cada dia que passa tenho mais certeza que nunca mais encontrarei músicas que mexeram tanto com a minha cabeça como àquelas compostas por Kurt Cobain. Rest in peace, Kurt, um dia você consegue.
2 comentários:
O riff inicial de "Smells Like Teen Spirit" é suficiente para ganhar qualquer um que goste de rock. Apesar disso e de ter gostado bastante do Nevermind e do MTV Unplugged, a banda não teve impacto tão forte no meu gosto musical. Pior foi que, com a morte do Kurt, quando estava TODO MUNDO chamando-o de gênio (coisa que, em minha opinião, ele não era), eu tomei um bode danado da banda e passei a ignorá-la. Só recentemente é que tive vontade de baixar outros discos e sacar que eles tinham muito mais a oferecer. Mesmo assim, acho o termo "gênio" um exagero. Quem sabe o tempo (e uma maior influência do Grohl na banda) pudesse me provar errado.
Creio que sua afirmação de que não consegue mais encontrar música tão interessante como antes vai casar perfeitamente com o que acabei de escrever no Catapop. Muita gente, assim como você, tem suas maiores preferências ligadas às bandas ouvidas na adolescência, mas isso não deve fechar nossos ouvidos ao novo (e eu sei que os seus não estão fechados, hein?). Você vai gostar, passa lá.
Abraço.
Eduardo Cyrillo:
Bom texto cara!
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