(texto extraído da Billboard Brasil 24, outubro de 2011; autoria de Rodrigo Ortega)
A conexão mais forte entre este primeiro CD de Noel Gallagher e a banda que ele abandonou em 2009, o Oasis, é The Masterplan, álbum de lados B do grupo lançado em 1998. A coletânea tinha várias canções acústicas com tom melancólico, cantadas pelo irmão mais velho. Faixas como “Talk Tonight”, “Going Nowhere” e “Half the World Away”, mais delicadas (adjetivo que pode despertar em fãs de Oasis a vontade de tacar uma lata de Guinness na minha cabeça), se contrapunham à euforia dos primeiros álbuns. A voz de Noel, menos potente do que a de Liam, combina com a fragilidade dessas e outras baladas. Não é inesperado, então, o fato do disco solo ser menos pesado do que a média da antiga banda. Mas não há só voz e violão – os arranjos vistosos lembram “The Importance of Being Idle”, uma das poucas boas surpresas do Oasis nos anos 2000, também com voz de Noel. Ele ousa mais, especialmente em “AKA... What a Life!”, a um remix de distância de ser hit de pista de dança, e ganha de bônus a possibilidade de agradar até a quem não era fã de Oasis. Por essa e outras – como “If I Had a Gun” e “Stop the Clocks” -, mais inspiradas que as do Beady Eye, banda do seu irmão com os remanescentes do Oasis, o placar fica assim: 1 para Noel, 0 para Liam.