quarta-feira, outubro 19, 2005

PECADOS PRETÉRITOS

Como normalmente espero publicaram o último capítulo de uma história para começar a ler algum arco, só agora li as 6 partes da tão falada “Pecados Pretéritos”, na revista do Homem-Aranha. Nessa saga, o escritor J. Michael Straczynski mexe num verdadeiro ninho de vespas (é essa mesma a expressão? Não tenho certeza...) ao modificar o passado de uma importante fase do herói. Para quem começou a acompanhar o aracnídeo recentemente, principalmente devido aos dois filmes, não deve conhecer muito bem Gwen Stacy, o primeiro e verdadeiro amor de Peter Parker, o Homem-Aranha, e que morreu numa luta entre o herói e o Duende Verde, somando mais uma tragédia em sua já atribulada vida. Este acontecimento foi mostrado na revista Amazing Spider-Man #121, em julho de 1973 (republicado por aqui em A Teia do Aranha, nos anos 90, e mais recentemente em Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha Vol. 3, no ano passado), numa aventura dos mestres Gerry Conway e Gil Kane.
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Pois bem, o tempo passou, tivemos o sucesso estrondoso dos filmes onde Mary Jane é retratada como o verdadeiro amor de Peter, e para esta nova geração de fãs nunca existiu nem a sombra da Gwen. Então, num tremendo desrespeito aos leitores que acompanham há anos as aventuras do Aranha, a Marvel (editora que detém os direitos do personagem) resolve deixar o gibi o mais semelhante possível aos filmes. O Aranha passará então a produzir sua própria teia orgânica, como mostrado na telona (essa fase ainda vai ser publicada por aqui). Mas o que fazer com a Gwen? Eles não poderiam simplesmente apagar ela (ou a memória dela) da vida do Peter. Então resolveram atacar a moral dela, transformando-a numa “puta” (desculpa pelo baixo nível, mas é isso mesmo que fizeram). Enquanto namorava Peter, ela teve uma, digamos, noite de amor com Norman Osborn (ele mesmo, o Duende Verde, arquiinimigo do teioso), e o ato resultou numa gravidez, que ela escondeu de todos ao viajar para Paris, onde teve a criança, álias, crianças, um casal de gêmeos, Gabriel e Sarah, que ficaram por Paris mesmo, enquanto a mãe voltava à Nova York.
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Agora, anos depois, os tais gêmeos resolvem se vingar de Peter, que pensam que é seu pai, e do Aranha, por ter matado a Gwen (depois eles descobrem que os dois são a mesma pessoa). Ah, esqueci de dizer que, devido ao DNA alterado do verdadeiro pai deles, os dois são bem poderosos e envelhecem mais rápido que o normal (por isso já são adultos). E claro, quem fez a cabeça deles durante esse tempo todo foi o velho Norman, que planeja transformá-los em seus herdeiros, não só de sua fortuna, mais, e principalmente, do seu legado como Duende Verde. Depois de alguns confrontos, o Aranha meio que convence Sarah que ele não é o pai e que não matou a Gwen, e ainda a salva ao doar seu sangue. Mas nesse meio tempo Gabriel, que descobre toda a verdade graças a um vídeo onde Osborn conta seu plano, injeta em si o soro do Duende, se tornando mais poderoso e curado do envelhecimento acelerado. No confronto final Sarah acaba baleando o irmão, totalmente alterado devido ao soro que injetou, e depois ela some de vista. Gabriel é encontrado numa praia, aparentemente com amnésia, enquanto Peter acaba nos braços de Mary Jane.
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Muito “novela mexicana” pra você? Pois é, mais o Straczynski, mestre na narrativa, faz tudo descer numa boa, contando uma das melhores histórias do Aranha em tempos recentes. E os desenhos do Mike Deodato, que estreou no título neste arco, estão excelentes (sua Mary Jane, claramente inspirada na Liv Tyler, está belíssima). Como? Você pensou que eu tinha odiado a história?! Não, nada disso. Adorei! Analisando friamente, deixando de lado este coração saudosista de fanboy (não acredito que usei esse termo) que babou quando leu a fase clássica do herói na revista A Teia do Aranha, há uns 15 anos atrás, é excelente. Só não gostei de terem transformado a Gwen numa puta...

Um comentário:

Anônimo disse...

hehe.. é verdade, ficou legal apesar de absurdo e insano. Nada contra avacalhar absurdamente a moral da 'santificada' Gwendoline. mas realmente, é uma história sem pé nem cabeça. na boa, pra mim ficou um remendo sem a menor noção. pior até do que a saga do clone. até pq não faz sentido. e relendo as histórias originais vc percebe q nã há a menor margem de espaço ou lacunas deixadas pra dar embasamento ao relato da MJ sobre o dialogo que ela ouviu e sobre o que 'supostamente' teria acontecido naquela fatídica tarde dos anos 70. além disso, ptz! como é que se guarda um segredo grave como esse por tanto tempo, mesmo depois de saber q o Norman estava morto?!?! absurdo, absurdo! completamente sem pé nem cabeça essa...