terça-feira, outubro 04, 2005

Ok, estamos todos contentes com a volta da BIZZ. Mas o Marcelo Costa, em dois posts do seu blog, levantou algumas questões importantes, e achei interessante copiá-los aqui. Confira:

“Eu já disse várias vezes, mas repito: adorei o novo dos Stones. Muuuito. Isso, porém, não justifica a capa da nova Bizz (mensal, que acaba de chegar às bancas) para eles. Primeiro porque é desperdício de pauta, já que Jagger e Richards vão estar no Rio em alguns meses, e daria para fazer uma tremenda cobertura, conseguir uma exclusiva e o escambau. Segundo porque estampar os Stones na capa a essa altura do campeonato é sinal de conformismo, de aposta no óbvio, de falta de culhão e de opção pelo "classic rock". Los Hermanos valiam uma capa. Uma grande matéria. Maria Rita também. Ambos com discos novos. Até a Pitty valia uma capa. Assumir que a publicação está sendo direcionada para pessoas de 25 a 40 anos é perder o caráter revolucionário que a revista tinha em seu nascimento. Porque muito do que sou hoje foi influenciado pela Bizz, que eu lia quando tinha 15 anos. A Bizz revolucionou a minha vida. E acho difícil ela revolucionar a de alguém com 25 anos, que já está estabelecido, já tem idéias formadas e conhece sobre tudo um pouco. Negar esse fator revolucionário é um erro, sem contar o preço. Repito: a Rolling Stone portenha custa 5,90 Pesos. A Los Inrockuptibles custa 6 pesos. As duas são maiores (em páginas mesmo) que a Bizz, e o peso está um por um com o Real. Então, Bizz a 9,90 é caro. A revista começa com o pé esquerdo, mas a turma que está no comando é nota dez. Eles têm tudo para mudar o jogo. Espero isso. E torço por eles. Mas eles precisam acertar o foco.”

“Tem gente que acha bobagem minha encanação com o preço de uma revista como a Bizz. Bem, quem pode pagar, pouco se importa com quem não pode. A questão, no entanto, não é quem não pode. É, sim, tornar a revista mais acessível para todas as classes. Afinal, se a revista estiver vendendo 100 mil exemplares por mês (uma utopia, mas tudo bem), ela estará segura na editora, e o amigo que acha R$ 9,90 um preço justo não correrá o risco de ter sua revista predileta retirada da banca por baixa vendagem após seis números. Por mim, R$ 5,90 ou 9,90: tanto faz, até compro. Só queria que mais gente comprasse. E que a revista valesse cada centavo pago, e em comparação com as portenhas Rolling Stone e a Los Inrockuptibles, ela não vale, já que ambas são maiores, tem mais páginas, e, nossa, são mais baratas. Vou continuar comprando a Uncut, que é quatro vezes mais que elas, mas traz um CD e muita coisa que a imprensa brasileira irá repercutir no mês seguinte. Inclusive a Bizz. Volto a lembrar que virei leitor da revista, e me apaixonei por cultura pop, lendo a Bizz quando tinha 15 anos. E duvido que moleques que gostem de música tenham grana pra gastar com revista, mas se o preço for mais convidativo, são esses moleques que a revista precisa "recrutar". Ah, essa nova Bizz e feita para trintões estabelecidos, né. Esquece o que eu disse.”

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